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• A agremiação nilopolitana inovou ao trazer um carro representando o grande sofrimento do tráfico
negreiro, praticado nos tumbeiros, dividido em duas partes com uma imensa ala com treze figurinos
diferentes entre elas. Passou grande autenticidade e funcionou muito bem.
• Já os pandeirões maranhenses que vieram à frente da bateria dos Mestres Rodney e Plínio só con-
seguiram enriquecer ainda mais o ritmo envolvente.
• A Comissão de Frente da Unidos de Vila Isabel foi uma das grandes sensações desse carnaval. O
impressionante rinoceronte de metal, o ambiente da savana africana com os capões confeccionados
de macarrões de piscina ‘desfiados’, a graciosa manifestação da fauna típica e o admirável balé an-
golano tornaram essa apresentação inesquecível.
• A Vila realizou um desfile leve , muito bonito e empolgante. Para muitos o original samba-enredo
com contracantos e belíssima linha melódica,a utilização de tecidos (tanto nas fantasias como nas
alegorias) com uma concepção estética baseada na obra do artista afro-saxão Yinka Sonibare e o
toque ‘mágico’ da excepcional carnavalesca Rosa Magalhães foram fundamentais para o enorme
sucesso da sua exibição.
• Neste ano as fantasias dos casais responsáveis pela condução do pavilhão das Escolas estavam
belíssimas. A indumentária da primeira Porta-Bandeira da São Clemente, Denadir, era de uma deli-
cadeza impressionante. Ela representou a “Divina Música” trajando plumagem branca, cinza e preta
mesclada com detalhes em prata seduzindo não apenas seu Mestre-Sala (o Fantasma da Ópera) mas
a todos que admiravam o seu bailar. E o bebezinho que veio junto as costas da Porta-Bandeira Rute
da Vila? Um mimo que abrilhantou seu movimento corporal e arrebatou a passarela.
• A Amarelo e Preto de Botafogo comemorou os seus 50 anos em grande estilo, com uma excelente apre-
sentação. O jovem e talentoso carnavalesco Fábio Ricardo (e equipe) está de parabéns por ter trazido
a deliciosa e irreverente estátua da liberdade (tomando sorvete de pernas pro ar e bumbum de fora)
bronzeando-se nas areias de Copacabana. E o que dizer da alegoria inflável, de 20 metros de altura sus-
tentada por gás hélio, em forma de uma mulata do cartunista Lan, que ‘sambou’ com muita ginga e ma-
lemolência sobre as últimas alas? Uma novidade que funcionou muito bem e fez um sucesso estrondoso.
• A folclorista, artista plástica e ex-carnavalesca Maria Augusta acompanhada do gari-celebridade
Renato Sorriso vieram, respectivamente, de Rainha da Escola e Rei da Folia na carruagem escoltada
e reverenciada por diversos regimentos da guarda real inglesa (executando elegantes movimentos
sincronizados) na Comissão de Frente da União da Ilha do Governador. O cortejo levou o Estandarte
de Ouro e foi ovacionado em todos os setores.
400 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL