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• O caldeirão da Grande Rio ferveu mesmo sob o intenso temporal. Só lamentei os dois tombos que
a deslumbrante apresentadora e ex-modelo Ana Hickman levou, vencida pelo piso molhado da
Sapucaí (o segundo, exatamente em frente ao módulo 4 de julgamento no qual eu atuei). Ela foi
imediatamente socorrida pelos bombeiros e, felizmente, não sofreu nenhum ferimento grave.
• No desfile da Porto da Pedra, o fantasminha Pluft voou livremente por cima da bateria. Presa a um
balão e segura por cordas, a bailarina italiana Valentina Ribalto fez piruetas aéreas chegando quase
a dez metros de altura. A performance agradou em cheio ao povão.
• Muito legal o efeito especial com cheiro de glacê na alegoria “Maroquinhas Fru-Fru”, a cidade dos
doces descrita por Maria Clara Machado no desfile da Vermelho e Branco de São Gonçalo.
• A Beija-Flor de Nilópolis trouxe uma novidade inédita esse ano: alguns componentes da Comissão
de Frente interagiram com o primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Confesso que não
achei muito interessante, não.
• A propósito, Claudinho e Selmynha não puderam comemorar, do jeito que gostariam, os 20 anos
que dançam juntos. Primeiro, por causa do drama que viveram na concentração com a dificuldade
na montagem da roupa, o que fez com que o casal entrasse com um atraso de 2 minutos. Segundo,
porque a avenida estava escorregadia devido a um vazamento de óleo de um carro da Porto da
Pedra que desfilara antes, o que de alguma forma limitou os movimentos do casal. Uma pena, pois
todos nós conhecemos o talento desses dois verdadeiros ícones do carnaval.
• No chamado carnaval da superação, não posso deixar de tecer alguns comentários sobre um per-
sonagem que me impressionou bastante: o presidente da Liesa, Sr. Jorge Castanheira. Acompanhei
os desfiles atuando, pela segunda vez, como julgador do quesito enredo, no módulo 4, em frente
ao segundo recuo da Bateria. Dalí, pude observar como esse jovem presidente contribui, de forma
contundente, para que o desfile possa fluir em direção ao sucesso absoluto. Castanheira fez de
tudo: impediu que o stress imperasse entre os cinegrafistas e os diretores de harmonia; ajudou a
tranquilizar diversos ânimos exaltados de desfilantes, jornalistas e presidentes; acalmou pessoas que
não deveriam estar na pista e que poderiam criar situações embaraçosas ou até uma possível cena
de violência com os seguranças; detectou, com presteza, diversos problemas que poderiam pôr em
risco o sucesso do espetáculo e até ‘patinou’ para demonstrar aos julgadores que a pista estava
muito escorregadia e que, portanto, nenhuma agremiação deveria ser prejudicada. Além de tudo
isso, Jorginho é um verdadeiro gentleman, opinião geral. Presidente, é por essas e por outras que,
como amante dos desfiles de Escolas de Samba, sou, e sempre fui, seu fã.
388 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL