Clique na imagem e Leia o Livro - Liesa

• O fogo, definitivamente não foi capaz de tirar o brilho da União da Ilha. Refeitas em apenas 23 dias, as
fantasias estavam encantadoras. Entre as alas que eu mais gostei, cito a dos grilos de pernas de pau, a
dos sapos de cor verde fosforescente pulando numa incrível coreografia e a dos cangurus de espuma. A
que trazia os peixinhos multicoloridos, também estava ótima. Em certos momentos o “cardume” corria
para um determinado canto da avenida qual acontece no fundo dos oceanos. E o que dizer da ala das
Baianas? Estavam impecáveis fantasiadas de abelha, com suas saias confeccionadas em plástico transpa-
rente imitando colmeias. Uma verdadeira aula de reconstrução de sonhos. Demais... Demais...
• Entre os carros alegóricos da Ilha, o que trazia a Aranha, único parcialmente destruído pelo incêndio,
foi recuperado e causou impacto. O aracnídeo de 13 metros destacou-se com suas pernas articula-
das graças à tecnologia do pessoal lá de Parintins.
• No Salgueiro, a alegoria que homenageava os grandes musicais do cinema, representado por uma
escadaria iluminada, estava um verdadeiro espetáculo. Como nos grandes filmes do gênero, qua-
renta dançarinos, ricamente fantasiados, misturavam samba e sapateado sobre os degraus cheios
de luz e sensores que amplificavam o som da dança. Um trabalho primoroso do coreógrafo Steven
Harper. Estava muito bonito mesmo.
• À frente do carro salgueirense que lembrou os cabarés da Lapa (perfeito, incluindo dez componen-
tes encarnando bailarinas de Pole Dance), surgiu a surpreendente ala de malandros liderada por
Carlinhos Coreógrafo, que interpretou magistralmente Madame Satã. As diversas trocas de roupa
desse lendário personagem da boemia carioca dos anos 30, em plena pista, enlouqueceram a galera.
• Os Acadêmicos do Salgueiro desperdiçaram, acredito, uma das maiores oportunidades, nos últimos
tempos, de se sagrarem campeões. O gigantismo das alegorias, podem explicar o percalço.
• O figurino dos ritmistas foi um dos destaques da Mocidade Independente de Padre Miguel. Vieram
vestidos de fauno, com botas que simulavam patas de bode.
• A Mocidade levou cerca de 1 tonelada de frutas verdadeiras para a avenida. O carro “Saturnália”,
onde os robustos integrantes faziam encenações sexuais comendo uvas durante o percurso, arran-
cou muitos aplausos do público.
• A alegria com a qual o talentoso carnavalesco da Acadêmicos do Grande Rio cruzou a Passarela foi
diretamente proporcional à sua tristeza no dia em que chegou na Cidade do Samba e percebeu que
todas as alegorias e fantasias da agremiação haviam sido consumidas pelas labaredas que arrasaram
o seu barracão. Gente guerreira esse Cahê Rodrigues...
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 387