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Pérsio Gomyde Brasil<br />
Da Candelária<br />
à Apoteose<br />
QUATRO DÉCADAS DE PAIXÃO<br />
1970-2012<br />
EDITORA MULTIFOCO<br />
Rio de Janeiro, 2012
EDITORA MULTIFOCO<br />
Simmer & Amorim Edição e Comunicação Ltda.<br />
Av. Mem de Sá, 126, Lapa<br />
Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP 20230-152<br />
FOTOS DA CAPA<br />
Fábio Pequeno<br />
AUXILIAR DE PESQUISA<br />
Rafael Paulo Araújo<br />
CAPA E DIAGRAMAÇÃO<br />
Guilherme Peres<br />
Da Candelária à Apoteose<br />
2ª Edição<br />
Junho de 2012<br />
ISBN: 978-85-7961-102-5<br />
Todos os direitos reservados.<br />
É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem<br />
prévia autorização do autor e da Editora Multifoco.
| AMOR<br />
À PRIMEIRA VISTA |<br />
O<br />
Foi no dia 08 de Fevereiro de 1970 (Domingo de car<strong>na</strong>val) que, enquanto tentava me equilibrar em<br />
cima de um caixote de madeira entre dois conjuntos de arquibancadas modulares <strong>na</strong> Av. Presidente Var-<br />
gas, eu, definitivamente, me apaixonei por desfiles de Escolas de Samba. Mas quem poderia resistir, por<br />
exemplo, a Estação Primeira de Mangueira deslizando lindamente pela avenida enquanto os primeiros<br />
clarões do alvorecer desenhava contra o céu o perfil imponente da Candelária e as cabrochas e pastoras<br />
entoavam o inesquecível refrão ‘...isto é Brasil, isto é Brasil, isto é Brasil...’? Ou a deliciosa home<strong>na</strong>gem<br />
que a, sempre diferente, Acadêmicos do Salgueiro prestava à carioquíssima Praça Onze? Ou mesmo a<br />
monumental Amazônia que a Portela desaguava, em azul e branco e de forma triunfal, no encerramento<br />
da noite de desfiles? Eu estava com 12 anos, mas daquele dia em diante consegui compreender, de fato,<br />
o real sentido das palavras beleza, emoção, sonho e fantasia...E um pouco assustado percebi as lágrimas<br />
brotando dos meus olhos. Não havia mais dúvida, <strong>na</strong>scia a paixão que me acompanha incessante.<br />
Quanta coisa linda eu vi...Quanta coisa interessante eu aprendi... Quanta alegria, dedicação, criatividade,<br />
lágrimas de esperança ou de frustração, cor, brilho, som... vida enfim...<br />
Sem ufanismo exacerbado posso garantir com a certeza passio<strong>na</strong>l de quem cultiva a arte, a cultura e a<br />
educação, que esta ópera a céu aberto é, sem dúvida alguma, o maior espetáculo da Terra.<br />
Pérsio Gomyde Brasil<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 5
| INTRODUÇÃO<br />
6 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
|<br />
O<br />
Os desfiles evoluíram de forma singular nesses últimos 43 anos. Mudaram-se as regras, regulamentos,<br />
locais de apresentação, a imponência visual, forma de evoluir, cadência da Bateria e o próprio andamento do<br />
samba-enredo. Mas a verdade inconteste é que a qualidade do que é belo provou ser atemporal.<br />
Esse guia é uma home<strong>na</strong>gem ao mundo das Escolas de Samba que tanta alegria e emoção me proporcio-<br />
nou. Aqui os apaixo<strong>na</strong>dos como eu encontrarão ano a ano: ordem dos desfiles, enredos, compositores(as)<br />
dos sambas, autores(as) dos enredos e/ou car<strong>na</strong>valescos(as), intérpretes/ puxadores(as) e os casais de<br />
Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Contém ainda: dia(s) do(s) desfile(s), condição atmosférica, breve expli-<br />
cação sobre os enredos, apresentação das agremiações, total de pontos, classificação, Escolas que des-<br />
ceram ou subiram de Grupo, critérios de julgamento, algumas curiosidades e impressões pessoais (que<br />
aqui eu chamo de rapidinhas), um índice temático, um fichário completo contendo informações sobre as<br />
Escolas de Samba, participações no Grupo Principal e as 46 campeãs dessas quatro décadas de desfiles.<br />
Espero que esse livro possa lhes proporcio<strong>na</strong>r o mesmo prazer que eu senti ao relembrar, pesquisar e<br />
descrever tudo o que acompanhei. Vou contar um segredo... Deu um trabalhão, mas eu ADOREI!
| ÀQUELES<br />
|<br />
QUE BAILANDO<br />
TRANSFORMAM O SONHO DA<br />
FANTASIA EM REALIDADE<br />
O<br />
Vilma Nascimento • Benício<br />
Neide • Delegado<br />
Irene • Bagdá<br />
Maria Hele<strong>na</strong> • Chiquinho<br />
Selmynha Sorriso • Claudinho<br />
Isaura de Assis • Tião<br />
Rita • Amauri<br />
Adriane • Peninha<br />
Juju Maravilha • Elcio PV<br />
Soninha • Roxinho<br />
Alice • Sérgio Jamelão<br />
Ivonilda • Carlinhos Brilhante<br />
Estandília • Zequinha<br />
Marly • Noel Canelinha<br />
Ivone • Belenzinho<br />
Celi<strong>na</strong> • Agostinho<br />
Mocinha • Lilico<br />
Valdicéa • Periquito<br />
Mari<strong>na</strong> • Bira<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 7
8 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Wilma • Nelson Paraíba<br />
Mocinha da Imperatriz • Periquitinho<br />
Chi<strong>na</strong> • Clébio<br />
Nancy • Robertinho<br />
Sandra • Cidinho<br />
Maria • Ro<strong>na</strong>ldo<br />
Catita • Julinho<br />
Eny • Mauricinho<br />
Mariazinha • Jorge Bossa Nova<br />
Andréia • Átila<br />
Regi<strong>na</strong> • Tiãozinho<br />
Nicinha • Hamilton<br />
Dóris • Zerinho<br />
Gisele • Cizinho<br />
Irinéia • Ro<strong>na</strong>ldinho<br />
Andréa • Alex<br />
Patrícia • Marquinho<br />
Tidinha • André<br />
Vera Lúcia • Bicho Novo<br />
Babi • Alexandre
Norminha • Peixinho<br />
Rosália • Marco Aurélio<br />
A<strong>na</strong> Paula • Robson Sensação<br />
Taninha • Vanderli<br />
Lucinha Nobre • Rogério<br />
Danielle • Júlio César<br />
Ircléia • Tatu<br />
Tuca • Jerônimo<br />
Giovan<strong>na</strong> • Marquinhos<br />
Gleice Simpatia • Sidcley<br />
Verônica • Toninho<br />
Rute • Marcelinho<br />
Marcela • Cláudio Coimbra<br />
Squel<br />
Cristiane • Fabrício<br />
Simone • Ubirajara<br />
Alessandra • Raphael<br />
Fabia<strong>na</strong> • Diego<br />
Jaqueline • Nedinho<br />
Carla<br />
E tantos outros maravilhosos....<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 9
| APRESENTAÇÃO<br />
10 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
|<br />
MOVIDO À PAIXÃO<br />
Há livros que se tor<strong>na</strong>m indispensáveis não só pela sua importância intrínseca como também<br />
pela paixão com que são escritos. Estamos diante de um deles. Este alma<strong>na</strong>que dos desfiles das escolas<br />
de samba que Pérsio Gomyde Brasil coletou e escreveu, distingue-se de outros porque ele é produto<br />
da vivência, da emoção e da paixão que o autor vem acumulando, desde o dia em que assistiu pessoal-<br />
mente o primeiro desfile, <strong>na</strong> Av.Presidente Vargas, em cima de um caixote, até o do ano passado <strong>na</strong> era<br />
do Sambódromo.<br />
Este trabalho <strong>na</strong>sceu clássico porque será doravante a fonte obrigatória para todos os que amam o<br />
car<strong>na</strong>val carioca e o espetáculo majestoso produzido pelas escolas de todos os grupos. Basta folhear o<br />
livro, ao acaso, não procurando nenhuma informação especial, que já é uma enorme alegria encontrar<br />
títulos de enredos, nomes de componentes, classificação da escola predileta, peque<strong>na</strong>s anedotas de<br />
fatos curiosos que alimentam a mística e a importância do assim chamado “maior espetáculo da terra“.<br />
Com razão, o autor denominou sua obra como “guia”, o que é absolutamente verdadeiro e oportuno.<br />
É um guia a desvendar este mundo tão peculiar e tão nosso, ouso dizer, ape<strong>na</strong>s nosso, que consiste <strong>na</strong><br />
capacidade de criação e de agluti<strong>na</strong>ção deste fenômeno chamado escola de samba.<br />
Ganhamos todos com o criterioso e profundo trabalho do Pérsio.<br />
Haroldo Costa
| PREFÁCIO<br />
|<br />
UM TRABALHO DE FÔLEGO<br />
Ah...a paixão pelo car<strong>na</strong>val do Rio e pelas festas populares... Quando o assunto então é a Escola<br />
de Samba essa visceralidade residual, quase patética, pode-se multiplicar e atingir volúpias infinitesi-<br />
mais. No caso do livro que você tem em mãos, a paixão está explicita. Quase se chega a sentir o sangue<br />
do autor a correr fartamente, irrigando com generosidade sua pesquisa minuciosa, seus dados precisos,<br />
seus comentários amorosos.<br />
Pérsio Gomyde Brasil construiu e coloca de pé uma obra de referência como há muito não via. Eu – que<br />
acompanho por 45 anos ininterruptos os desfiles das escolas de samba, dando-me o luxo de nunca ter<br />
faltado a um sequer – enterneci-me ao rever os desfiles através das informações do Pérsio. Memórias<br />
que andavam embotadas – quando não esmaecidas de todo – reavivaram-se ante meus olhos. E ao me<br />
enternecer, fui também surpreendido com o fôlego demonstrado pelo autor.<br />
Afi<strong>na</strong>l, aqui estão neste livro os últimos 43 anos de desfiles do Grupo Especial das Escolas de Samba,<br />
começando por 1970, quando vi a Portela ganhar com o belo “Lendas e Mistérios da Amazo<strong>na</strong>s”, ul-<br />
trapassando o enredo de Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong> para o Salgueiro (2º lugar, com o delicioso “Praça Onze,<br />
Carioca da Gema”).<br />
A seguir, Pérsio perfila todos os desfiles ainda <strong>na</strong> Presidente Vargas. Quando o monta-desmonta das<br />
arquibancadas atravessava feio o ritmo do funcio<strong>na</strong>mento da cidade. Quando a Riotur era a única res-<br />
ponsável pela organização do desfile, com críticas chovendo de todos os lados, especialmente das esco-<br />
las. E quando os atrasos eram tão habituais que assisti a alguns que termi<strong>na</strong>ram para além do meio dia.<br />
Pérsio Brasil também descreve com minúcias todos os campeo<strong>na</strong>tos a partir do Sambódromo Darcy<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 11
Ribeiro, de cuja estrutura cheguei a ser consultor, a isso impulsio<strong>na</strong>do pela força vulcânica de Darcy e<br />
pelo gênio de Niemeyer.<br />
De 1984 a 2012 – somando-se aqui uma insinuante Bodas de Prata – são perfilados, passo a passo, os<br />
espetáculos que acabaram por inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizar o desfile. Que hoje é cobiçado e exportado para todo<br />
o mundo como um testemunho eloquente da força do povo carioca, seu sentido de organização, sua<br />
pujança como resistência, sua apetência para ser feliz e poder cantar/dançar/exibir-se.<br />
Este livro é, a partir de agora, insisto, fonte obrigatória de consultas para quem queira saber mais (ou<br />
tudo) sobre o passado dos desfiles de ontem ou de anteontem. E cresce ainda mais quando fornece<br />
dados (extraídos de minuciosa pesquisa em jor<strong>na</strong>is de época) sobre os dias dos desfiles, condições at-<br />
mosféricas e até pontos altos e/ou baixos de cada exibição.<br />
Para encerrar, asseguro-lhes que o trabalho de Pérsio não será ape<strong>na</strong>s conveniente para os saudosistas<br />
como eu. Pode e deverá ser útil para quem seja capaz de compreender que não se faz <strong>na</strong>da no mundo<br />
inteiro como o que se pode ver <strong>na</strong> Passarela do Samba. Em importância de convergências, em magni-<br />
tude, em possibilidade de provocar beleza. Enfim, no exercício supremo (e último) para que as pessoas<br />
possam ser mais felizes.<br />
12 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Ricardo Cravo Albin<br />
Presidente do ICCA<br />
(www.dicio<strong>na</strong>riompb.com.br)
| 1970<br />
1970 1970 |<br />
GRUPO I – 08/02 – AV. PRESIDENTE VARGAS (SENTIDO: CANDELÁRIA - AV. PASSOS)<br />
10 agremiações - Tempo: Bom<br />
O regulamento deste ano previa que a Escola de Samba que ultrapassasse 75 minutos de desfile, perderia<br />
dez pontos de bonificação. | O desfile foi aberto pela Vice-Campeã e pela Campeã do Grupo II de 1969.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Jacarezinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 50,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcos e Sarambanda<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Barcelos e Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sarambanda<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marinho e Dirce<br />
“O fabuloso mundo do circo”<br />
A Escola rosa e branca fez um desfile modesto, porém digno. A harmonia e o conjunto compromete-<br />
ram sua apresentação. É muito difícil para agremiações deste porte abrirem o desfile principal. Para<br />
a Jacarezinho não foi diferente.<br />
Acadêmicos de Santa Cruz . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 37,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: R. Fausto e Paulo F. Lima<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joceil Vargas<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Waldir Cruz<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 13
14 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jessé e Nair<br />
“Bravura, amor e beleza da mulher brasileira”<br />
A boa Bateria da Verde e Branco de Santa Cruz não foi suficiente para minimizar as dificuldades da sua<br />
apresentação. O desenvolvimento confuso do enredo e a visível falta de recursos, talvez expliquem sua<br />
má classificação. Perdeu, ainda, dez pontos em cronometragem.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 78,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Arsênio e Gibi<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Gabriel Nascimento e Ari de Castro<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlinhos e Ivonilda<br />
“Meu Pé de Laranja Lima”<br />
Mais uma Escola Verde e Branco da Zo<strong>na</strong> Oeste. Apesar de simples, o desfile foi delicioso, e o enredo, baseado no li-<br />
vro de José Mauro de Vasconcelos, perfeitamente desenvolvido. A Bateria de Mestre André, só para variar, nota dez.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 65,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Aidno Sá, Ni<strong>na</strong> Rodrigues e Jorge Lucas<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luiz Fer<strong>na</strong>ndez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roberto Ribeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquito e Alice<br />
“Arte em tom maior”<br />
Os gritos da imensa torcida saudaram a Verde e Branco da Serrinha, uma das favoritas. A discordância<br />
em relação à cronometragem provocou um grande atraso no início do seu desfile, comprometendo a
apresentação como um todo. Além disso, perdeu 10 pontos no quesito concentração. E o Império aca-<br />
bou amargando uma indigesta colocação <strong>na</strong> classificação geral.<br />
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 72,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Sidney Conceição e Jorge Curvi<strong>na</strong><br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Coelho<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sidney Conceição e Celso Landrini<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Nelson Paraíba e Catita<br />
“Terra de Caruaru”<br />
A turma boa do Estácio chegou <strong>na</strong>s cores vermelho e branco com a responsabilidade de ser a herdeira<br />
direta da primeira Escola de Samba, a Deixa Falar. Devido a sua garra e a já famosa Bateria, foi recebida<br />
num clima de simpatia, despertando vibração e, até mesmo, gritos de “Já Ganhou”.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 74,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Sideral e Mathias de Freitas<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Departamento Cultural<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Mathias de Freitas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Agostinho e Valdicéa<br />
“Oropa, França e Bahia”<br />
O enredo da Verde, Branco e Ouro de Ramos, baseado <strong>na</strong> obra do grande Oswald de Andrade, foi defendido por<br />
um belo samba. O bom gosto das fantasias e alegorias causou bom efeito, assegurando uma boa apresentação.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 83,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 15
16 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Miro, Silvio, Duduca e Omildo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong><br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Noel Rosa de Oliveira<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Estandília<br />
“Praça Onze, carioca da gema”<br />
Com um grande enredo, de Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong>, home<strong>na</strong>geando o berço do samba, e um desfile ágil,<br />
de grande beleza visual e altamente empolgante, por pouco a Vermelho e Branco da Tijuca não conse-<br />
guiu o sonhado Bicampeo<strong>na</strong>to.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 79,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nei, Ailtom e Dilmo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Delegado e Neide<br />
”Cântico à <strong>na</strong>tureza”<br />
A Verde e Rosa teve <strong>na</strong> riqueza das fantasias o seu ponto alto. No terço fi<strong>na</strong>l do seu desfile, ao alvorecer,<br />
a preocupação com a cronometragem gerou correria em algumas alas. De qualquer modo a Mangueira<br />
deu um show inesquecível.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 77,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Martinho da Vila<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Iomar Soares, Castelo Branco e José Ribamar<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Antonio Grande<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Noel Canelinha e Marly
“Glórias Gaúchas”<br />
Com o dia já claro, a Vila do Martinho entoava, em azul e branco, o lindo samba de sua autoria em exaltação ao<br />
estado do Rio Grande do Sul. Boa evolução e harmonia perfeita. Bela home<strong>na</strong>gem e belo desfile o da Vila Isabel.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 88,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Catoni, Jabolo e Waltenir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Clóvis Bor<strong>na</strong>y, Ar<strong>na</strong>ldo, Pederneiras e Yarema Ostrower (alegorias)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvinho do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Irene<br />
“Lendas e mistérios da Amazônia”<br />
A Portela tingiu a avenida de azul e branco com suas maravilhosas fantasias e funcio<strong>na</strong>is alegorias. A formidável<br />
Bateria e a empolgação dos portelenses ajudaram a garantir o conjunto perfeito de uma Escola Campeã.<br />
As Escolas de Samba Unidos do Jacarezinho (9º) e Acadêmicos de Santa Cruz (10°) foram rebaixadas para o<br />
Grupo II. | As Escolas de Samba Império da Tijuca (1°) e Unidos de Padre Miguel (2°), Campeãs do Grupo II,<br />
subiram para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria (1 a 10) | Letra do Samba (1 a 8) | Melodia e Harmonia (1 a 10) | Evolução (1 a 8) | Mestre-<br />
-Sala e Porta-Bandeira (1 a 10) | Enredo (1 a 8) | Fantasias e Comissão de Frente (1 a 8) | Alegorias (1 a 5)<br />
| Conjunto (1 a 8) | Desfile de Qualidade (1 a 5)<br />
10 julgadores (01 por quesito ou grupo de quesitos) | Bonificação de 10 pontos em cronometragem<br />
(tempo de desfile: até 75 min.) | A Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz não recebeu a bonificação<br />
por ter excedido os 75 minutos de desfile. | A Escola de Samba Império Serrano perdeu 10 pontos em<br />
concentração por ter atrasado o Início do seu desfile. | Total máximo de pontos possível: 90<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 17
18 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS: Flory Gama | BATERIA: Mozart Araújo | CONJUNTO: Péricles de Barros | CRONOM.: Comissão de<br />
Cronometragem | DESFILE DE QUALIDADE: Pauli<strong>na</strong> Katz | ENREDO: Elba Nogueira | EVOLUÇÃO: Bertha Rozanova |<br />
FANTASIA E COMISSÃO DE FRENTE: Danúbio Menezes Galvão | HARMONIA E MELODIA: Sérgio Bittencourt | LETRA DO<br />
SAMBA: Lêdo Ivo | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Riva Shiper<br />
Rapidinhas<br />
• Os Blocos de Embalo Bafo da Onça e Cacique de Ramos, que estavam ótimos, desfilaram antes das<br />
Escolas de Samba. Porém, demoraram tanto <strong>na</strong> avenida que provocaram um grande atraso no início do<br />
espetáculo.<br />
• A Imperatriz Leopoldinense foi a primeira agremiação a ter um Departamento Cultural.<br />
• Nesse ano a Portela começou a ensaiar, também, no Mourisco (Botafogo) cativando a classe média<br />
da Zo<strong>na</strong> Sul carioca.<br />
• A Estação Primeira de Mangueira desfilou subjudice devido a questão da cronometragem (ver<br />
critério de julgamento).<br />
• A controvérsia envolvendo a cronometragem acabou causando, também, um grande atraso no iní-<br />
cio da apresentação do Império Serrano que acabou punido em 10 pontos.<br />
• O famoso Mestre-Sala Noel Canelinha trocou o Império Serrano pela Unidos de Vila Isabel. Fato<br />
muito incomum <strong>na</strong> época.<br />
• O artista plástico Yarema Ostrower criou, pela primeira vez, esculturas feitas com isopor para os<br />
carros alegóricos da Portela. Surpreendeu a todos pela beleza e origi<strong>na</strong>lidade.<br />
• Ainda sobre a Portela: impossível esquecer os maravilhosos ‘pijamas’ usados pelo pessoal da bateria.<br />
Os tecidos estampados, com motivos florestais, estavam lindos.<br />
• A Portela fez um desfile de verdadeira campeã.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Nair Peque<strong>na</strong> (uma das fundadoras da Estação Pri-<br />
meira de Mangueira).
| 1971<br />
1971 1971 |<br />
GRUPO I – 21/02 – AV. PRESIDENTE VARGAS (SENTIDO: CANDELÁRIA - AV. PASSOS)<br />
10 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã e pela Campeã do Grupo II de 1970<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos de Padre Miguel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 77,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nelson Oliveira e Duduca da Aliança<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: G.R.E.S. Unidos de Padre Miguel<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ivan<br />
“Samba do crioulo doido”<br />
Chovia muito quando a Vermelho e Branco de Padre Miguel abriu o desfle. Algumas alegorias e<br />
muitos passistas não chegaram a tempo e sua apresentação foi bastante prejudicada.<br />
Império da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 94,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Mário Pereira, João Galvão e Wilmar Costa<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jorge Melodia e Chicão<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ivan<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jorge Bossa Nova e Genilda<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 19
20 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“O Misticismo da África ao Brasil”<br />
O belíssimo samba-enredo da Verde e Branco da Tijuca não foi suficiente para um desfle empolgante.<br />
Passou com dignidade, mas apresentou sérios problemas em harmonia e, também, com sua Bateria.<br />
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 101,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Darci do Nascimento, Olivieli Oliveira e Nilo Mendes<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Coelho e Jorge Macadame<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jorge Bossa Nova e Genilda<br />
“Brasil Turístico”<br />
A chuva diminuiu durante a passagem da Vermelho e Branco que apresentou um enredo fácil de<br />
acompanhar e muito samba no pé. A Bateria esteve excelente, como de costume.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 128,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Zuzuca<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong>, Arlindo Rodrigues, Maria Augusta e Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Noel Rosa de Oliveira e Zuzuca<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Mari<strong>na</strong><br />
“Festa para um Rei Negro”<br />
Contando a visita dos príncipes negros africanos a Mauricio de Nassau <strong>na</strong> histórica Recife, em ver-<br />
melho, branco, preto e prata, o Salgueiro fez um dos mais lindos e perfeitos desfles de todos os<br />
tempos. Resultado: Campeã.
Imperatriz Leopoldinenseo . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 97,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Niltinho Tristeza e Zé Catimba<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Departamento Cultural<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Mathias de Freitas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Agostinho e Valdicéa<br />
“Barra de ouro, barra de rio, barra de saia”<br />
Sob uma fi<strong>na</strong> garoa, toda em dourado, verde e prateado, a Imperatriz iniciou o seu desfile. Não<br />
conseguiu empolgar, porém, não comprometeu. A invasão da pista pelo público foi um fator que<br />
prejudicou, sobremaneira, a apresentação da simpática Escola da Leopoldi<strong>na</strong>.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 108,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Darcy da Mangueira, Helio Turco e Jurandir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos e Carlinhos Sideral<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Delegado e Neide<br />
“Os modernos bandeirantes”<br />
Com muitas alegorias danifcadas pela chuva e a falta de entrosamento e animação de algumas alas, a<br />
Verde e Rosa deixou a avenida sem a certeza de poder conquistar o título, frustrando sua imença torcida.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 86,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Toco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Gabriel Nascimento e Ari de Castro<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tião e Ivonilda<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 21
22 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Rapsódia de Saudades”<br />
A Verde e Branco de Padre Miguel, apesar da maravilhosa Bateria, apresentou um desfle de erros, e só foi<br />
salva do descenso graças a uma mudança no regulamento. Muito pouco para a moçada da Vila Vintém.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 103,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jo<strong>na</strong>s, Arroz e Djalma<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Iomar Soares e Turma da Praça 7<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Antonio Grande<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Noel Canelinha e Marly<br />
“Ouro mascavo”<br />
Mais uma vez a Azul e Branco da terra de Noel fez um bom desfle ombreando com as chamadas<br />
“quatro grandes”. Já fazia por merecer uma melhor colocação.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 111,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Heitor, Maneco e Wilson Diabo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roberto Ribeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquito e Alice<br />
“Nordeste, seu povo, seu canto, sua gente”<br />
A Verde e Branco de Madureira causou um grande impacto nesse ano com o belo enredo desenvolvido<br />
pelo jovem Fer<strong>na</strong>ndo Pinto. Encerrou seu desfle, ao amanhecer do dia, aos gritos de “Já ganhou! Já ga-<br />
nhou!”. O criativo car<strong>na</strong>valesco começava, então, sua brilhante trajetória no mundo do car<strong>na</strong>val.
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 116,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Ary do Cavaco e Rubens<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ar<strong>na</strong>ldo Pederneiras<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvinho do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“Lapa em três tempos”<br />
A Escola entrou quente, estourando <strong>na</strong> avenida pontilhada de azul e branco. Campeã do ano ante-<br />
rior e última a passar, encerrou lindamente o desfle de 1971 lembrando a Lapa de outrora.<br />
Em comemoração ao Sesquicentenário da Independência, nenhuma Escola foi rebaixada. | As Escolas de<br />
Samba Em Cima da Hora (1°) e Unidos de Lucas (2°), Campeãs do Grupo II, subiram para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria | Letra do Samba | Melodia | Harmonia | Evolução | Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Enre-<br />
do | Fantasias | Comissão de Frente | Alegorias | Conjunto | Desfle de Qualidade<br />
12 julgadores (01 por quesito) | Cada quesito com variação de 1 a 10 pontos | Bonifcação de 10 pontos<br />
em cronometragem | Total máximo de pontos possível: 130<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS: Pedro Correia de Araújo | BATERIA: Lindolfo Gaya | COMISSÃO DE FRENTE: Danúbio Galvão | CONJUN-<br />
TO: Johnny Franklin | CRONOM.: Coorde<strong>na</strong>ção de Desfles | DESFILE DE QUALIDADE: Stelinha Egg | ENREDO: Péricles<br />
de Barros | EVOLUÇÃO: N/D | FANTASIA: Luís Jasmin | HARMONIA: Cláudio Barbastefano | LETRA DO SAMBA: Aziz<br />
Ahmed | MELODIA: Egberto Gismonti | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elba Nogueira<br />
Rapidinhas<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 23
• Causou frisson (arrepio, agito) <strong>na</strong> arquibancada, a inédita Comissão de Frente da Imperatriz Leopoldi-<br />
nense composta por belas mulatas.<br />
• O bonito samba-enredo da Império da Tijuca, “O misticismo da África ao Brasil” (João Galvão, Mário<br />
Pereira e Wilmar Costa), foi gravado pela cantora Clara Nunes com grande sucesso.<br />
• O car<strong>na</strong>valesco Fer<strong>na</strong>ndo Pinto fcou furioso com a nota 8 que o samba do Império Serrano recebeu no<br />
quesito melodia. Na justifcativa da nota, o julgador alegou que sua cadência era muito triste para um<br />
espetáculo de car<strong>na</strong>val (sic!).<br />
• Já o compositor salgueirense Zuzuca, não teve do que se queixar. O samba “Festa para um Rei Negro”,<br />
em ritmo caxambu, caiu <strong>na</strong> boca do povão e fcou muitas sema<strong>na</strong>s em 1º lugar <strong>na</strong>s paradas de sucesso.<br />
Com certeza ajudou o Salgueiro a conquistar o campeo<strong>na</strong>to.<br />
• Para mim, o desfle do Salgueiro foi imbatível.<br />
• Mas o sucesso da Acadêmicos do Salgueiro não deveu-se ape<strong>na</strong>s ao sucesso do seu samba-enredo. As<br />
fantasias estavam maravilhosas, todas muito requintadas e de muito bom gosto. A bateria arrepiou e o<br />
conjunto harmônico chegou muito próximo da perfeição.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Eneida de Moraes - cronista (1914-1971).<br />
24 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 1972<br />
1972 1972 |<br />
GRUPO I – 13/02 – AV. PRESIDENTE VARGAS (SENTIDO: CANDELÁRIA - AV. PASSOS)<br />
12 agremiações - Tempo: Bom<br />
A partir desse ano passa a ser concedido o prêmio Estandarte de Ouro, do Jor<strong>na</strong>l O Globo, em diversas<br />
categorias. | O desfile foi aberto pelas duas últimas colocadas de 1971 seguidas pela Vice-Campeã e<br />
Campeã do Grupo II de 1971<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos de Padre Miguel . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 39,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Duduca da Aliança<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ivan<br />
“Madureira, seu samba, sua história”<br />
Mais uma vez a Vermelho e Branco de Padre Miguel enfrentou muitas difculdades em seu desfle. O<br />
retorno para o Grupo II foi inconteste.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 49,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Serafim da Silva e Jurandir Candido Melo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Clóvis Bor<strong>na</strong>y<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ferreira e Ivonilda<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 25
26 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Rainha mestiça em tempo de lundu”<br />
O bonito tema, a força dos passistas e a magnífica Bateria fizeram com que a Verde e Branco de Padre<br />
Miguel superasse o fracasso do ano anterior.<br />
Unidos de Lucas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 41,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Pedro Paulo, Jorginho de Caxias, Capixaba e Joãozinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cláudio de Souza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Darci Tecídio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Belenzinho e Ivone<br />
“Brasil das 200 milhas”<br />
A Vermelho e Ouro de Parada de Lucas cantou o mar pertencente ao território brasileiro com muita<br />
animação, porém de forma bastante modesta. Não conseguiu assegurar sua permanência no Grupo I.<br />
Em Cima da Hora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 47,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Eládio Gomes (Baianinho)<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sebastião Souza de Oliveira e Roberto d’Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Baianinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Mari<strong>na</strong><br />
“Bahia, berço do Brasil”<br />
A Azul e Branco de Cavalcante reconstituiu os festejo populares de Salvador com qualidade, garan-<br />
tindo, dessa forma, um lugar entre as grandes no car<strong>na</strong>val de 73.
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 63,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Caba<strong>na</strong> e Norival Reis<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Hiran Araújo e Candeia<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Clara Nunes e Norival Reis<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“Ilu Ayê, a terra da vida”<br />
Nesse ano a Azul e Branco cantou a melhor tradição das Tribos negras chegando às origens do<br />
samba. Fez um desfile primoroso, embalada pela ótima Bateria (a Tabajara do Samba) vencedora do<br />
Estandarte de Ouro.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 52,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Martinho da Vila<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Djalma Victorio, Soares e Souza e Edmundo Braga (figurinos)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Antonio Grande e Monsueto Menezes<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Noel Canelinha e Marly<br />
“Onde o Brasil aprendeu a liberdade”<br />
Narrando a história da Batalha dos Guararapes a Escola empolgou a Avenida, em Azul e Branco, com<br />
suas belas fantasias e um valente samba de Martinho da Vila.<br />
Império da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 43,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Vicente e Djalma do Cavaco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ar<strong>na</strong>ldo Pederneiras e Mario Barcelos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wilmar Costa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jorge Bossa Nova e Genilda<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 27
28 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“O samba do morro à sociedade”<br />
Demonstrando que o samba é capaz de elimi<strong>na</strong>r barreiras sociais, a Verde e Branco do morro da<br />
Formiga tentou permanecer no Grupo I. Não conseguiu seu intento, apesar da correta evolução e<br />
de um razoável conjunto.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 65,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nilton Russo e Moacir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Carlos Alberto (enredo), Júlio Mattos e Pedro Paulo Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão e Jorge Zagaia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Neide<br />
“Car<strong>na</strong>val dos Car<strong>na</strong>vais”<br />
Contando a história da folia, a Verde e Rosa home<strong>na</strong>geou todos os car<strong>na</strong>vais. Há muito tempo não<br />
desfilava com tanta qualidade. A Mangueira estava no páreo.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 57,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Gibi e Zé Catimba<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Departamento Cultural<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gibi e Zé Catimba<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Agostinho e Valdicéa<br />
“Martim Cererê”<br />
Com tema baseado numa obra de Cassiano Ricardo e um samba-enredo muito popular, que se tornou<br />
tema de novela, a Verde e Branco de Ramos apresentou um luxuoso e movimentado desfile, que fez a<br />
passarela inteira vibrar.
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 68,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Heitor, Maneco e Wilson Diabo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marlene<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquito e Alice<br />
“Alô! Alô! Taí: Carmem Miranda”<br />
Amanhecia e a Verde e Branco de Madureira surpreendia o público com um espetáculo tropicalista<br />
e fasci<strong>na</strong>nte de exaltação à Peque<strong>na</strong> Notável. O samba de letra curta e a vibração emocio<strong>na</strong>nte dos<br />
componentes, contagiou o povão <strong>na</strong>s arquibancadas. Passava triunfante a Campeã do car<strong>na</strong>val.<br />
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 46,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Nilo Mendes e Dario Marciano<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Coelho<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Nelson Paraíba e Pururuca<br />
“Rio Grande do Sul <strong>na</strong> festa do Preto Forro”<br />
Mesmo com a excelente Bateria e o samba-enredo vencedor do Estandarte de Ouro, a Vermelho e<br />
Branco não conseguiu boa classificação caindo para o Grupo II. Choro no Estácio.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 56,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Zuzuca<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong><br />
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30 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Noel Rosa de Oliveira, Zuzuca e Laíla<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Estandília<br />
“Minha madrinha, Mangueira Querida”<br />
A home<strong>na</strong>gem à Mangueira em momento algum tocou parte da comunidade salgueirense.Trazen-<br />
do o samba mais popular do ano e um grande contingente de foliões, a Vermelho e Branco corria<br />
riscos. Uma falha no sistema de som foi o suficiente para que a Escola atravessasse e desse adeus<br />
ao Bicampeo<strong>na</strong>to.<br />
As Escolas de Samba Unidos de São Carlos (9º), Império da Tijuca (10º), Unidos de Lucas (11º) e Unidos<br />
de Padre Miguel (12º), foram rebaixadas para o Grupo II. | As Escolas de Samba Tupi de Brás de Pi<strong>na</strong> (1°)<br />
e Unidos do Jacarezinho (2°), Campeãs do Grupo II, subiram para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria | Letra do Samba | Melodia | Harmonia | Evolução | Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Enre-<br />
do | Fantasias | Comissão de Frente | Alegorias | Conjunto | Desfle de Qualidade<br />
12 julgadores (01 por quesito) | Cada quesito com variação de 1 a 5 pontos | Bonifcação de 10 pontos<br />
em cronometragem | Total máximo de pontos possível: 70<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS: Vera Tylde de Castro Pinto | BATERIA: Carlos Monteiro de Souza | COMISSÃO DE FRENTE: Luiz Bo-<br />
thu<strong>na</strong> | CONJUNTO: Neiva Chaves | CRONOM.: Coorde<strong>na</strong>ção de Desfles | DESFILE DE QUALIDADE: Alexandre<br />
Gedey | ENREDO: Fer<strong>na</strong>nda Camargo de Almeida | EVOLUÇÃO: Maria Fer<strong>na</strong>nda | FANTASIA: Gisele Machado |<br />
HARMONIA: Bené Nunes | LETRA DO SAMBA: Maria São Paulo Costa | MELODIA: Nélio Rodrigues | MESTRE-SALA E<br />
PORTA-BANDEIRA: Bárbara Heliodora<br />
Rapidinhas
• A Escola de Samba Unidos de Lucas atrasou a sua entrada <strong>na</strong> avenida em 01:15 hora, é mole?<br />
• ... E a Estação Primeira de Mangueira i<strong>na</strong>ugurava, com muito orgulho, o seu Palácio do Samba.<br />
• Que delícia poder assistir as elegantes acrobacias do Carlinhos Pandeiro de Ouro <strong>na</strong> Mangueira, né?<br />
• Os torcedores do Império Serrano ao chegarem <strong>na</strong> área de armação, ficaram muito assustados ao per-<br />
ceberem que os carros alegóricos da Escola estavam i<strong>na</strong>cabados, muito pobres e não representavam<br />
absolutamente <strong>na</strong>da. No meio da madrugada o car<strong>na</strong>valesco Fer<strong>na</strong>ndo Pinto chegou carregando, em-<br />
brulhado em plástico, uma grande quantidade de vegetação e esculturas de animais que espalhou pelos<br />
carros montando cenários que provocaram um efeito tropicalista de grande beleza. Foi Campeão. Magia<br />
de car<strong>na</strong>val...<br />
• O enredo do Império Serrano, home<strong>na</strong>geando Carmem Miranda, foi um verdadeiro achado. Muitas atri-<br />
zes e cantoras famosas saíram <strong>na</strong> Escola perso<strong>na</strong>lizando a Peque<strong>na</strong> Notável: Isabel Ribeiro, Marília Pêra,<br />
Marlene, Miriam Pérsia, Rosemary e Leila Diniz, radiantemente bela nesse que seria seu último car<strong>na</strong>val<br />
(faleceu seis meses depois num desastre de avião).<br />
• Numa grande jogada de marketing, a Imperatriz Leopoldinense passou a fazer parte da novela global<br />
Bandeira 2. O sambaenredo “Martin Cerere” (Gibi e Zé Catimba), muito tocado durante os capítulos, ficou<br />
bastante popular em todo o Brasil.<br />
• O samba da Unidos de São Carlos (atual Estácio de Sá) “Rio Grande do Sul <strong>na</strong> Festa do Preto Forro” (Nilo<br />
Mendes e Dário Marciano) recebeu nota 3 no quesito Letra do Samba por, segundo o julgador, utilizar<br />
uma forma chula (sem refi<strong>na</strong>mento) de se expressar, no verso ‘ você me chamou de muleque... muleque<br />
é tu.... você me chamou de muleque...muleque é tu’. Mas o que foi completamente ignorado no julga-<br />
mento é que a letra reproduzia o modo de falar justamente da região do Rio Grande do Sul retratada<br />
pelo enredo. Em tempo: o samba foi considerado o melhor do ano pela crítica especializada, recebendo,<br />
inclusive, o Estandarte de Ouro.<br />
• O capixaba Zuzuca foi bicampeão no Salgueiro com outro grande sucesso comercial. O refrão ‘Tengo<br />
Tengo, Santo Antonio e Chalé, minha gente é muito samba no pé...’ cantado no meio e no fi<strong>na</strong>l do samba,<br />
acabou levando a Escola a atravessar totalmente, pois as alas cantavam partes diferentes da letra. Uma<br />
pe<strong>na</strong>! É bom lembrar que não havia o som oficial tão alto como atualmente <strong>na</strong>quela época.<br />
• E a inevitável ‘invasão’ da classe média alta aos desfiles de Escolas de Samba demorou mas aconteceu.<br />
A socialite Becki Klabin foi Destaque de chão <strong>na</strong> Portela trajando uma criação Evandro de Castro Lima.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 31
Becki foi pioneira nesse tipo de participação.<br />
• A Portela armou um esquema com a Rádio Vera Cruz: a emissora retransmitiria a voz do puxador do<br />
samba e os componentes acompanhariam com radinhos de pilha. É claro que não deu certo....<br />
• Delumbrante a fantasia da ala das damas da Estação Primeira de Mangueira. Quanto charme... Quanta<br />
elegância...<br />
• ‘Cai...cai...cai...cai... quem mandou escorregar ?...’ (Heitor, Maneco e Wilson Diabo). Que samba delicioso...<br />
Fez o Império Serrano escorregar diretamente para o campeo<strong>na</strong>to. Merecidíssimo.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Silas de Oliveira (1916-1972).<br />
32 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 1973<br />
1973 1973 |<br />
GRUPO I – 04/03 – AV. PRESIDENTE VARGAS (SENTIDO: CANDELÁRIA - AV. PASSOS)<br />
10 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã e Campeã do Grupo II de 1972<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Jacarezinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 37,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Nono, Zé Dedão e Sereno<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Barcelos e Paco<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ivete Garcia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marinho e Mocinha<br />
“Ameno Resedá”<br />
Nem o bonito enredo baseado no livro de Jota Efegê, contando a história dos Ranchos, permitiu<br />
que a simpática agremiação rosa e branca suplantasse o problema da chuva e do público ainda frio.<br />
Tupi de Brás de Pi<strong>na</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 41,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Sergio Inácio e T. B. Pi<strong>na</strong><br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Carlos d’Andrade<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Mazola<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Belenzinho e Juju Maravilha<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 33
34 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Assim dança o Brasil”<br />
A Azul e Branco, afilhada da Portela, também enfrentou dificuldades com a chuva e com um tema<br />
muito abrangente e de difícil interpretação.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 53,0<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Hiran Araújo, Bira e Alberto (alegorias) e Eky Santos (figurino)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Clara Nunes e David Correia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“Passárgada, o amigo do rei”<br />
A cinquentenária Azul e Branca de Madureira optou por um enredo baseado num poema de Manuel<br />
Bandeira. O samba agradou a todos e visualmente estava muito rica, contudo, sua numerosa Bateria en-<br />
trou em colapso, em ple<strong>na</strong> pista, atravessando completamente o ritmo e o canto. Um ano para esquecer.<br />
Em Cima da Hora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 50,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Eládio Gomes (Baianinho)<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sebastião Souza de Oliveira e Roberto D’Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Baianinho e Ney Vian<strong>na</strong><br />
“O saber poético da literatura de cordel”<br />
Chovia fino quando a Azul e Branco, embalada pelo ótimo samba-enredo de Baianinho (Estandarte<br />
de Ouro), animou a surpresa arquibancada. Passou autêntica e muito alegre.
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 51,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nelson Lima, Caxambu e GRES Imperatriz Leopoldinense<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Departamento Cultural e Osvaldo Macedo (alegorias)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dom Barbosa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tião e Valdicéa<br />
“ABC do car<strong>na</strong>val à maneira da literatura de cordel”<br />
Sob forte chuva, a Verde e Branco de Ramos contou, em versos populares, a evolução da folia ca-<br />
rioca. Com fantasias de muito bom gosto e muita animação, a Imperatriz firmava-se, cada vez mais,<br />
entre as grandes do car<strong>na</strong>val.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 56,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Geraldo Babão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Maria Augusta, Tereza Aragão e Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Noel Rosa de Oliveira e Carlinhos Pepê<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Agostinho e Celi<strong>na</strong><br />
“Eneida, amor e fantasia”<br />
A Escola da Tijuca irrompeu <strong>na</strong> Avenida com as mais belas alegorias da noite. Home<strong>na</strong>geando a<br />
grande cronista paraense Eneida, o Salgueiro, mesmo com um samba difícil, garantiu muitos aplau-<br />
sos até o fim da sua exibição. A Bateria deu um show e ganhou, merecidamente, o Estandarte de<br />
Ouro da categoria.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 59,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jajá , Preto Rico e Manuel<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos e Agostinho Seixas<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 35
36 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Neide<br />
“Lendas do Abaeté”<br />
O samba-enredo da Verde e Rosa conquistou a Avenida ao contar as lendas do folclore indíge<strong>na</strong> e afri-<br />
cano da famosa lagoa baia<strong>na</strong>. Alguns pequenos problemas em harmonia não deixaram de candidatá-la<br />
ao campeo<strong>na</strong>to. Mangueira cantando a Bahia... aí já é covardia.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 42,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Paulo Brasão e Irani Olho Verde<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Gabriel do Nascimento e Dario Trindade<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Antonio Grande<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Noel Canelinha e Marly<br />
“Zodíaco no samba”<br />
Apesar do tema, a Azul e Branco de Noel não teve sorte com os astros. Acredito que a Vila foi a<br />
mais prejudicada com a chuva, e, ao amanhecer do dia, enfrentou grandes problemas em harmonia<br />
e evolução. Uma pe<strong>na</strong>...<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 45,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tião da Roça e Edu<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Carlos Alberto (enredo), Clovis Bor<strong>na</strong>y<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Elza Soares e Tião da Roça<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Clébio e Ivonilda<br />
“Rio, Zé Pereira”
Dessa vez, nem mesmo a famosa Bateria e nem o samba puxado por Elza Soares corresponderam<br />
às expectativas do público. A Verde e Branco de Padre Miguel desfilou fria e ficou devendo uma<br />
apresentação melhor.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 58,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilson Diabo, Malaquias e Carlinhos<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marlene<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Alice<br />
“Viagem encantada Pindorama adentro”<br />
Foi justamente a última a desfilar que conseguiu impressio<strong>na</strong>r a imensa passarela, depois de uma noite<br />
de muita chuva. A Verde e Branco de Madureira credenciava-se, assim, ao Bicampeo<strong>na</strong>to. Com um des-<br />
file emocio<strong>na</strong>nte, agradou a u<strong>na</strong>nimidade dos espectadores e terminou sua apresentação sob os gritos<br />
de “Bi...Bi...Já Ganhou!!!”<br />
As Escolas de Samba Tupi de Brás de Pi<strong>na</strong> (9º) e Unidos do Jacarezinho (10º), foram rebaixadas para o<br />
Grupo II. | As Escolas de Samba Unidos de São Carlos (1°) e Beija-Flor de Nilópolis (2°), Campeãs do Grupo<br />
II, subiram para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria | Letra do Samba | Melodia | Harmonia | Evolução | Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Enre-<br />
do | Fantasias | Comissão de Frente | Alegorias<br />
10 julgadores (01 por quesito) | São elimi<strong>na</strong>dos os quesitos Conjunto e Desfile de Qualidade | Cada<br />
quesito com variação de 1 a 5 pontos | Bonifcação de 10 pontos em cronometragem | Total máximo de<br />
pontos possível: 60<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 37
38 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS: Dayse Lúcidi Mendes | BATERIA: Olavo Sargentelli | COMISSÃO DE FRENTE: Álvaro Alves Filho | CON-<br />
CENT.: Coorde<strong>na</strong>ção de Desfiles | CRONOM.: Coorde<strong>na</strong>ção de Desfles | ENREDO: Aurélio Buarque de Hollanda<br />
| EVOLUÇÃO: Armando Nesi | FANTASIA: Oly Heidberg | HARMONIA: Alexandre Gedey | LETRA DO SAMBA: Amaral<br />
Gurgel | MELODIA: Ciro de Souza | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Madeleine Rosny<br />
Rapidinhas<br />
• O desfile desse ano começou com grande atraso devido ao veto da Estação Primeira de Mangueira<br />
a dois julgadores da lista oficial: Juve<strong>na</strong>l Portela e Braguinha, o João de Barro. Logo o Braguinha,<br />
que viria a proporcio<strong>na</strong>r à Estação Primeira um dos seus grandes momentos: o supercampeo<strong>na</strong>to<br />
de 1984. Ironia das ironias.<br />
• O LP dos sambas-enredo de 1973 tornou-se, pela primeira vez, campeão de vendas.<br />
• A Imperatriz Leopoldinense desfilou debaixo de um dos maiores temporais a atingir uma Escola de<br />
Samba nesses quarenta anos. Seu enredo era bastante semelhante ao da Em Cima da Hora.<br />
• A Mocidade Independente de Padre Miguel veio sem o famoso Mestre André. A bateria, ainda assim,<br />
deu um verdadeiro show.<br />
• O Abre-Alas da Acadêmicos do Salgueiro trouxe a divi<strong>na</strong> Elizeth Cardoso (linda, num pierrô prateado<br />
com pompons pretos) em cima de um grande violão para home<strong>na</strong>gear sua amiga Eneida.<br />
• Laíla, grande figura do Salgueiro. Esse rapaz é um verdadeiro fenômeno.<br />
• O Salgueiro, com um enredo de Tereza Aragão desenvolvido por Joãosinho Trinta e Maria Augusta<br />
Rodrigues, fez história ao colocar seus Destaques sobre os carros alegóricos. Uma tendência que se<br />
tornou, a partir de então, definitiva.<br />
• A Portela estava gigantíssima. A bateria , com 350 ritmistas (um absurdo para a época) entrou em<br />
colapso durante o desfile e parou de tocar. Logo no ano do cinquentenário???<br />
• Além de Beki Klabin (em dourado com muitas pe<strong>na</strong>s de faisão) a Portela trouxe uma linda francesa<br />
do jet set inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l: Odile Rubirosa.
• ‘IáIá mandou ir a Bahia do Abaeté para ver sua magia....Ja<strong>na</strong>í<strong>na</strong> Ago... Agoiá...’, que samba bonito<br />
esse da Mangueira. Obrigado Jajá, Manuel e Preto Rico.<br />
• Um dos momentos mais emocio<strong>na</strong>ntes desse ano foi a presença de Olegária, o mais antigo desta-<br />
que do samba, desfilando, mais uma vez, pelo Império Serrano.<br />
• A apresentação do Império Serrano foi espetacular...<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Marcelino Maçu – Primeiro Mestre-Sala da Estação Primei-<br />
ra de Mangueira (1899-1973). Pixinguinha (1897-1973).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 39
| 1974<br />
40 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
1974 1974 |<br />
GRUPO I – 24/02 – AV. PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS (SENTIDO: FÓRUM - ATERRO)<br />
10 agremiações - Tempo: Bom<br />
Devido as obras do Metrô o desfile foi transferido para a Av. Presidente Antônio Carlos. | O desfile foi<br />
aberto pela Vice-Campeã e Campeã do Grupo II de 1973<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 72,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Walter de Oliveira e João Rosa<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Manuel Antonio Barroso e Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Zamba<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Luizinho e Chi<strong>na</strong><br />
“Brasil no ano 2000”<br />
Com um espetáculo de rara beleza plástica, a Azul e Branco de Nilópolis abriu com categoria o des-<br />
file de 74. O enredo futurista de Rosa Magalhães foi muito bem explorado através das fantasias e<br />
alegorias criativas. Sem cometer grandes deslizes <strong>na</strong> apresentação, foi bastante aplaudida.<br />
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 67,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Djalma das Mercês e Maneca<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Coelho<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Delmo, Jacy Inspiração e Nadinho da Ilha
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Nelson Paraíba e Catita<br />
“Heroí<strong>na</strong>s do Romance Brasileiro”<br />
Foi uma pe<strong>na</strong>, mas a Vermelho e Branco do Estácio não realizou um desfile à altura das tradições do<br />
seu bairro. Evolução e harmonia fracas, fantasias pouco criativas e um enredo mal executado, com-<br />
prometeram o car<strong>na</strong>val da simpática Escola.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 93,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jair Amorim, Evaldo Gouveia e Velha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Hiran Araújo e Cláudio Pinheiro<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Clara Nunes, Candeia e Silvinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“O mundo melhor de Pixinguinha”<br />
Feliz <strong>na</strong> escolha do enredo a Azul e Branco levou para a passarela enormes e bem ilumi<strong>na</strong>das alegorias. En-<br />
tretanto, outra vez, o gigantismo prejudicou sua apresentação. O samba-enredo mais popular do ano não<br />
evitou que as últimas alas atravessassem, prejudicadas pela quebra de um dos seus carros alegóricos.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 94,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé Di e Malandro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Noel Rosa de Oliveira, Zé Di e Laíla<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cheiroso e Mari<strong>na</strong><br />
“O Rei de França <strong>na</strong> Ilha da Assombração”<br />
O desfile do Salgueiro foi um deslumbramento em vermelho e prata. O origi<strong>na</strong>l enredo contava as<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 41
lendas das Pretas Velhas do Maranhão. Joãosinho Trinta trouxe grandes e luxuosas alegorias. Sua<br />
passagem provocou grande impacto <strong>na</strong> multidão que gritou eufórica “Já ganhou! Já ganhou!”.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 67,0<br />
42 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Paulinho da Vila e Rodolpho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Yarema Ostrower<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho da Vila<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Noel Canelinha e Marly<br />
“Aruanã – Açu”<br />
Mais uma vez a Vila decepcionou. O enredo que retratava a grande festa dos índios Carajás não funcio-<br />
nou. Espremida entre “as quatro grandes” a Azul e Branco fez uma apresentação melancólica.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 92,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jajá , Preto Rico e Manuel<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Neide<br />
“Mangueira em tempo de folclore”<br />
Com fantasias e alegorias de gosto duvidoso, a beleza da Verde e Rosa, como sempre, foi a sua pró-<br />
pria empolgação. Após um começo hesitante, ao seu término, já com o clarear do dia, provou que<br />
era forte candidata ao Bicampeo<strong>na</strong>to.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 93,0
AUTORES DO SAMBA: Wilson Diabo, Malaquias e Carlinhos<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marlene e Abílio Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sérgio Jamelão e Alice<br />
“Do<strong>na</strong> Santa, Rainha do Maracatu”<br />
A Escola entrou quase toda em branco para exaltar o Maracatu per<strong>na</strong>mbucano. Perdeu muito com a luz<br />
da manhã. Começou fria e chegou a atravessar em alguns momentos. Apesar de linda, faltou samba,<br />
faltou paixão.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 90,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tatu, Nezinho e Campo Grande<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Elza Soares e Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Clébio e Ivonilda<br />
“Festa do Divino”<br />
O desfile da Verde e Branco surpreendeu e se transformou num dos pontos altos da grande noite.<br />
O samba (Estandarte de Ouro), contribuiu para o grande sucesso da Escola que provou ter todas as<br />
condições para disputar o título, não fosse o tendencioso julgamento oficial.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 73,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Cosme, Damião e Guga<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Departamento Cultural<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jorge Goulart e Wilson Correia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tião e Mocinha da Imperatriz<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 43
44 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Réquiem por um sambista, Silas de Oliveira”<br />
A Verde e Branco de Ramos fez uma boa apresentação, com muito senso de conjunto. Não conse-<br />
guiu levantar o público, mas defendeu com ardor a merecidíssima home<strong>na</strong>gem ao grande compo-<br />
sitor imperiano recém-falecido.<br />
Em Cima da Hora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 68,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Eládio Gomes (Baianinho)<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tobias<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Itinho e Wilma<br />
“Festa dos Deuses Afro Brasileiros”<br />
Encerrou a marato<strong>na</strong> de samba de forma modesta. Além do azul e do branco abusou de outras cores<br />
para ilustrar o mistério dos ritos africanos. Faltou conjunto e harmonia.<br />
Pelas enormes dificuldades e grande esforço de todas as agremiações pela mudança de locais de desfiles,<br />
nenhuma Escola foi rebaixada para o Grupo II. | As Escolas de Samba União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor (1º) e<br />
Unidos de Lucas (2º), Campeãs do Grupo II, subiram para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria | Letra do Samba | Melodia | Harmonia | Evolução | Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Enre-<br />
do | Fantasias | Comissão de Frente | Alegorias<br />
10 julgadores (01 por quesito) | Cada quesito com variação de 1 a 10 pontos | Desempate entre a 2ª e a<br />
3ª e entre a 9ª e 10ª colocadas, deu-se no quesito Bateria | Total máximo de pontos possível: 100
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Luiz Paulo Mamede | BATERIA: Luciano Perrone | COMISSÃO DE FRENTE: Marcos Flaksman<br />
| ENREDO: Wilma Rodrigues Carvalho | EVOLUÇÃO: Fer<strong>na</strong>ndo de Azevedo Silva | FANTASIA: Rubem Ultrabo |<br />
HARMONIA: Eleazar de Carvalho | LETRA DO SAMBA: Lêdo Ivo | MELODIA: Arminda Villa-Lobos | MESTRE-SALA E<br />
PORTA-BANDEIRA: Quirino Campofiorito<br />
Rapidinhas<br />
• Por causa das obras do Metrô <strong>na</strong> Av. Presidente Vargas, o desfile foi transferido para a Av. Antonio<br />
Carlos (sentido Fórum – Av. Infante Dom Henrique). Todas as agremiações enfrentaram grandes<br />
dificuldades com essa mudança.<br />
• A Estação Primeira de Mangueira levou duas Comissões de Frente nesse ano: uma composta por<br />
mulatas (a que valia pontos) e outra formada pelos Baluartes da Escola.<br />
• Jajá, Manuel e Preto Rico foram Bi <strong>na</strong> Mangueira com um samba gostosíssimo que dizia assim:<br />
“Hoje, venho falar de tradições, das regiões do meu país....”<br />
• Emocionou ver Do<strong>na</strong> Edméia.de baia<strong>na</strong> prateada em cima da alegoria do Maracatu Elefante no Im-<br />
pério Serrano. É uma pe<strong>na</strong> que ao fi<strong>na</strong>l do desfile o destaque tenha sido esquecido sobre o carro<br />
alegórico necessitando ser ‘resgatada’ pelos bombeiros.<br />
• A Em Cima da Hora, que é azul e branca, trouxe uma Comissão de Frente com mulatas vestidas em<br />
vermelho e preto. Referência ao candomblé.<br />
• Na Portela, pela primeira vez, venceu um samba de compositores que não pertenciam a Escola.<br />
Deu muita confusão. Mas quem pode negar a beleza do “Mundo melhor de Pixinguinha” de Evaldo<br />
Gouveia, Jair Amorim e Velha?<br />
• A Porta-Bandeira Irene me contou que desfilou com os pés inchados pois, apesar de calçar 38, lhe<br />
forneceram um sapato número 36. Mesmo assim, garantiu nota 10 para a Portela.<br />
• O desfile da Unidos de Vila Isabel decepcionou imensamente (pela segunda vez consecutiva). Vamos<br />
re<strong>na</strong>scer das cinzas, Vila?<br />
• O car<strong>na</strong>valesco Joãosinho Trinta, da Acadêmicos do Salgueiro, trouxe carros alegóricos enormes e,<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 45
absolutamente, deslumbrantes. Eu adorei a ‘serpente de prata que rodeia a ilha’.<br />
• Parabéns Zé Di e Malandro pelo samba-enredo salgueirense “Visita do Rei de França à ilha da As-<br />
sombração”. Além de descrever perfeitamente o enredo, tem uma linha melódica muito bonita. Até<br />
hoje me pego cantarolando esse samba.<br />
• Fiquei muito impressio<strong>na</strong>do com a beleza da Isabel Valença, primeiro Destaque do Salgueiro. Ela<br />
veio de Maria de Médices, no chão, trajando uma fantasia extremamente luxuosa, com uma imensa<br />
capa em pontas, carregada por pajens negros.<br />
• ...E o Mestre André voltou , em grande estilo, para a Mocidade Independente de Padre Miguel.<br />
Foi a única bateria a merecer nota 10 do julgador. Em compensação, perdeu o título de Campeã<br />
ao receber uma absurda nota 4 no quesito Fantasias. Arlindo Rodrigues desenhou os figurinos.<br />
Sem comentários.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Donga (1889-1974) ∙ João da Baia<strong>na</strong> (1887-1974).<br />
46 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 1975<br />
1975 1975 |<br />
GRUPO I – 09/02 – AV. PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS (SENTIDO: ATERRO - FÓRUM)<br />
12 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã e Campeã do Grupo II de 1974<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos de Lucas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 76,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Baianinho, Ledi Goulart e Laci<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Odail Leocádio<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ag<strong>na</strong>ldo Timóteo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Belenzinho e Dalva<br />
“Cidades feitas de Memórias”<br />
A Vermelho e Ouro entrou apática e indefinida, ao cair da tarde. O enredo, sobre as Cidades Histó-<br />
ricas de Mi<strong>na</strong>s, pareceu confuso. Veio pobre em termos de fantasias e alegorias.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 83,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Cezão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: D. Lopes e Mario Barcelos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Peri Ribeiro e Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquito e Nadir<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 47
48 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Nos confins de Vila Monte”<br />
A Tricolor da Ilha foi, definitivamente, prejudicada por uma falha no sistema de som. Animada, can-<br />
tou, através de uma história de amor trágica, as alegrias e tristezas do sertão do nordeste, tentando<br />
superar a visível falta de recursos fi<strong>na</strong>nceiros.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 102,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tião Graú<strong>na</strong> e Arroz<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Flavio Rangel<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marlene, Sabri<strong>na</strong> e Zé Carlos<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Marly<br />
“Quatro séculos de paixão”<br />
Contando a história do Teatro Brasileiro, a Azul e Branco redimiu-se dos dois últimos péssimos<br />
resultados. Entusiasmou o público desfilando compacta e ostentando fantasias e alegorias de exce-<br />
lente bom gosto.<br />
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 82,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Dario Marciano, Aderbal Moreira e Nilo Mendes (Esmera)<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Coelho e Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dário Marciano<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Nilza<br />
“A festa do Círio de Nazaré”<br />
Se não provocou delírio, também não decepcionou a apresentação da Vermelho e Branco do Está-<br />
cio. Faltou ape<strong>na</strong>s um pouco mais de garra aos componentes.
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 105,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tatu, Nezinho e Campo Grande<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Elza Soares e Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Clébio e Ivonilda<br />
“O mundo fantástico do Uirapuru”<br />
A Escola verde e branco não conseguiu reviver o bom momento de 74. Nem mesmo a sua Bateria. O que<br />
marcou, de verdade, foram as deslumbrantes fantasias e alegorias de Arlindo Rodrigues.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 103,0<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia e Norival Reis<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Hiran Araújo, Carlos Sorensen e Ciro del Nero (Alegorias)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Clara Nunes , Candeia e David Correia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“Macu<strong>na</strong>íma, herói de nossa gente”<br />
Mais uma vez o gigantismo prejudicou sua apresentação. Com um maravilhoso samba (Estandarte de<br />
Ouro) e um ótimo tema, baseado em Mario de Andrade, a Portela tinha tudo para fazer bonito. Fez feio.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 106,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tolito, Mozart e Delson<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alcione Barreto, José Rodrigues e Elói Machado<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 49
50 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Neide<br />
“Imagens poéticas de Jorge de Lima”<br />
Debaixo de uma chuva fi<strong>na</strong>, a Verde e Rosa contagiou o povão num ritmo frenético e com muita raça.<br />
Cantando a obra do famoso poeta alagoano, foi brindada ao fi<strong>na</strong>l do seu desfile com gritos de “Viva<br />
Mangueira!” e “ É Campeã!”.<br />
Em Cima da Hora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 71,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Máximo Ferreira (Cigarra)<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sebastião Souza de Oliveira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Waldir Marujo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Agostinho e Silvinha<br />
“Perso<strong>na</strong>gens marcantes dos car<strong>na</strong>vais cariocas”<br />
Fraquíssima a exibição da Azul e Branco de Cavalcante. O conjunto não existiu e as fracas alegorias<br />
se desmanchavam sob a chuva. Que saudade dos seus momentos mais brilhantes!<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 105,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Alvarese<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roberto Ribeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sérgio Jamelão e Alice<br />
“Zaquia Jorge, a Vedete do subúrbio, a Estrela de Madureira”<br />
À medida que a Verde e Branco entrava <strong>na</strong> avenida o dia começava a clarear. Foi linda a home<strong>na</strong>gem à Estrela<br />
da Zo<strong>na</strong> Norte. Discreta <strong>na</strong>s alegorias, passou com a garra de uma grande favorita ao campeo<strong>na</strong>to.
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 108,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nininha Rossi, Dauro Ribeiro, Zé Pinto e Mauro Pedra<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sonia Santos e Noel Rosa de Oliveira<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Agostinho e Celi<strong>na</strong><br />
“O segredo das mi<strong>na</strong>s do Rei Salomão”<br />
Empolgante o espetáculo da Vermelho e Branco Tijuca<strong>na</strong>. Desfilou com muito luxo e criatividade rumo<br />
ao Bicampeo<strong>na</strong>to, apesar do enredo controverso. O Salgueiro, que é uma Escola ape<strong>na</strong>s diferente, dessa<br />
vez foi a melhor também.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 87,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Walter da Imperatriz, Nelson Lima, Caxambu e Denir Lobo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Departamento Cultural, Fer<strong>na</strong>ndo Leão (Alegorias)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jorge Goulart e Toninho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tião e Mocinha da Imperatriz<br />
“A morte da Porta-Estandarte”<br />
Inspirado <strong>na</strong> obra de Aníbal Machado, o desenvolvimento do enredo foi prejudicado pela quebra de três car-<br />
ros alegóricos ainda <strong>na</strong> concentração, o que também esmoreceu o ânimo dos desfilantes da Verde e Branco.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 90,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bira Quininho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Manuel Antonio Barroso, Rosa Magalhães e Lícia Lacerda<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 51
52 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bira Quininho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Chi<strong>na</strong><br />
“O grande decênio”<br />
O desfile foi encerrado pela vibrante, porém pouco contagiante, Azul e Branco de Nilópolis. Realizou um<br />
desfile mediano com um inoportuno enredo exaltando os dez anos de governos militares.<br />
Em home<strong>na</strong>gem a fusão do estado da Gua<strong>na</strong>bara com o antigo Estado do Rio, nenhuma Escola foi rebai-<br />
xada. | As Escolas de samba Lins Imperial (1°) e Tupi de Brás de Pi<strong>na</strong> (2°), Campeãs do Grupo II, subiram<br />
para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria | Letra do Samba | Melodia | Harmonia | Evolução | Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Enre-<br />
do | Fantasias | Comissão de Frente | Alegorias<br />
10 julgadores (01 por quesito) | Cada quesito com variação de 1 a 10 pontos | Bonificação de 10 pontos<br />
em cronometragem | Desempate entre a 3ª e a 4ª colocadas, deu-se no quesito Harmonia | Total máximo<br />
de pontos possível: 110<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Pierluigi Parodi | BATERIA: Luiz Bandeira | COMISSÃO DE FRENTE: Kalma Murtinho | CRO-<br />
NOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Vicente Tapajós | EVOLUÇÃO: Bertha Rozanova | FANTASIA:<br />
Lígia Fer<strong>na</strong>ndes | HARMONIA: Ricardo Tacuchian | LETRA DO SAMBA: Pereira Reis Filho | MELODIA: Edmundo<br />
Souto | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tatia<strong>na</strong> Leskowa<br />
• Aleluia.... o desfile começou <strong>na</strong> hora marcada!<br />
Rapidinhas
• O sentido do desfile foi invertido (Av. Infante Dom Henrique – Fórum) por uma solicitação das agre-<br />
miações devido a um declive da Av. Presidente Antonio Carlos <strong>na</strong> altura do Fórum.<br />
• A Mulata Maior, a Divi<strong>na</strong> Elizeth Cardoso, desfilando pela sua afilhada - Unidos de Lucas - caiu em<br />
frente aos jurados. Elizeth era tão elegante, que levantou-se, como se <strong>na</strong>da tivesse acontecido, e foi<br />
aplaudida de pé por todos, inclusive pelos julgadores.<br />
• Foi um grande privilégio ter podido apreciar, de perto, o verdadeiro show de dança e elegância que<br />
o Belenzinho, primeiro Mestre-Sala da Unidos de Lucas, proporcionou a todos que estavam <strong>na</strong> ave-<br />
nida. Como esse rapaz dança bem....<br />
• A Em Cima da Hora lembrou em seu enredo os perso<strong>na</strong>gens marcantes do car<strong>na</strong>val. Só não con-<br />
segui entender as alegorias do Bonde e do Coreto. Ambas vieram totalmente vazias, sem ninguém<br />
dentro, criando uma <strong>imagem</strong> de verdadeira desolação e tristeza.<br />
• A Portela, só para variar, estava imensa. Segundo me foi relatado pelo Dr. Hiran Araújo (autor do<br />
enredo), ao entrar a última alegoria da Escola o portão do início do desfile foi fechado, deixando<br />
quase mil componentes fantasiados sem desfilar. Ahhhh Portela.....<br />
• No belo samba portelense (David Correia e Norival Reis), tem um verso que diz que Macu<strong>na</strong>íma ‘...<br />
mata a cobra e dá um nó’. Na frente da Escola veio uma imensa cobra, com um nó no meio, <strong>na</strong>s<br />
cores.... verde e rosa. Coincidência ou provocação? Julguem por si mesmos....<br />
• E a controvérsia em torno do enredo salgueirense “O Segredo das Mi<strong>na</strong>s do Rei Salomão”? Muitos ju-<br />
ravam de pé junto que não era brasileiro. Mas Joãosinho Trinta comprovou existirem teorias garantindo<br />
que os Fenícios estiveram <strong>na</strong> Ilha do Marajó <strong>na</strong> antiguidade. Quem se atreveria a discutir com ele?<br />
• Aliás, o Salgueiro penou para arranjar 50 ‘negrinhos de olhos verdes’ que a Rainha de Sabá ofertou<br />
ao Rei Salomão, segundo a letra do seu samba-enredo. Conseguiu. Não é incrível?<br />
• As alegorias do Salgueiro estavam visualmente muito ricas. Mas observando de perto, os adornos<br />
eram feitos com pratinhos dourados utilizados em festas de aniversário. É essa criatividade que me<br />
encanta no car<strong>na</strong>val.<br />
• Ahhhh esses enredos ufanistas da Beija-Flor...Dessa vez exagerou ao home<strong>na</strong>gear o “Grande Decê-<br />
nio”, ou seja, os dez anos de governo militar no Brasil. Lembrou o PIS o PASEP e também o MOBRAL,<br />
além do FUNRURAL ‘que ampara o homem do campo com segurança total...’. Difícil de aturar, né?<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 53
• A Igreja Católica conseguiu <strong>na</strong> Justiça impedir que a São Carlos trouxesse a <strong>imagem</strong> da Virgem de<br />
Nazaré. Na berlinda veio ape<strong>na</strong>s um facho de luz.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Bide (1902-1975) ∙ Natal da Portela (1905-1975)- Natalino<br />
José do Nascimento, o “homem de um braço só”, grande patroci<strong>na</strong>dor e patrono da Portela (fun-<br />
dada <strong>na</strong> casa do seu pai), foi o principal representante da agremiação por <strong>na</strong>da menos que 19 anos<br />
(1957-1975). Figura lendária do car<strong>na</strong>val, brigador, contestador (ameaçou diversas vezes levar a Azul<br />
e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira para desfilar no car<strong>na</strong>val de São Paulo, em protesto contra<br />
alguns resultados que considerou injustos), apresentou a Escola à Duquesa de Kent no Palácio do<br />
Itamaraty, em 1959, à convite do Governo Federal. Biografado em uma superprodução cinematográ-<br />
fica, dirigida por Paulo César Saraceni, foi interpretado magistralmente pelo ator Milton Gonçalves.<br />
O filme foi um grande sucesso. Com essa frase gostava de resumir sua vida: “Acho que era covardia<br />
eu ter dois braços também”. Após sua morte a agremiação decidiu elegê-lo Presidente de Honra da<br />
Portela em home<strong>na</strong>gem póstuma.<br />
54 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| | 1976 1976 1976<br />
GRUPO I – 29/02 – AV. PRESIDENTE VARGAS - MANGUE (SENTIDO: CORREIOS – PRAÇA XI)<br />
14 agremiações - Tempo: Nublado/Mormaço<br />
O desfile foi aberto pelas quatro últimas colocadas do Grupo I de 1975 seguidas pela<br />
Vice-Campeã e Campeã do Grupo II de 1975<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Em Cima da Hora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 77,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Edeor de Paula<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sebastião Souza de Oliveira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nando e Baianinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Agostinho e Silvinha<br />
“Os Sertões”<br />
Um temporal <strong>na</strong> concentração destruiu todas as alegorias da Azul e Branco, comprometendo o enredo<br />
sobre o livro de Euclides da Cunha. O melancólico desfile desperdiçou o antológico samba-enredo (Es-<br />
tandarte de Ouro) considerado, até hoje, um dos mais bonitos de todos os tempos.<br />
Unidos de Lucas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 84,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlão Elegante, Pedro Paulo e Baianinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlão Elegante<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 55
56 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquitinho e Dalva<br />
“Mar baiano em noite de gala”<br />
Com simplicidade e beleza, a magia do candomblé baiano tingiu a passarela de vermelho e amarelo.<br />
Com talento e criatividade, o car<strong>na</strong>valesco Max Lopes já demonstrava o seu bom gosto.<br />
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 92,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Caruso, Caramba e Dominguinhos do Estácio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Aelson Nova Trindade, Carlos Martins e Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Birani e Neusa<br />
“Arte negra <strong>na</strong> legendária Bahia”<br />
Neste ano a Vermelho e Branco do Estácio também entrou com fé <strong>na</strong>s tradições do candomblé baiano.<br />
Caprichou no samba e <strong>na</strong>s alegorias.<br />
Unidos da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 93,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Da Vila, L. Barbicha, Wilson Jangada, Dito e Mestrinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Maria Augusta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Nancy<br />
“Poema de máscaras e sonhos”<br />
Se não provocou delírio, também não decepcionou a apresenta- ção da Vermelho e Branco do Es-<br />
tácio. Faltou ape<strong>na</strong>s um pouco mais de garra aos componentes.
Tupi de Brás de Pi<strong>na</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 65,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Caciça<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: G.R.E.S. Tupi de Brás de Pi<strong>na</strong><br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Celso Landrini<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Belenzinho e Tania<br />
“Riquezas áureas de nossa bandeira”<br />
Entre erros de português, falta de ritmo, enredo ufano, pobreza plástica e desencontro entre as alas, a<br />
Azul e Branco trilhou o caminho de volta ao Segundo Grupo.<br />
Lins Imperial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 92,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Agnelo Campos e Efe Alves<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Carlos Manoel de Carvalho e José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Abílio Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquito e Ivanilda Araújo<br />
“Folia de Reis”<br />
O bom enredo da Verde e Rosa do Lins era uma síntese das festas populares do ciclo de <strong>na</strong>tal. Trouxe alego-<br />
rias modestas e teve o samba atravessado, mas, de qualquer forma, fez uma apresentação simpática.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 106,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Djalma Sabiá<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alcione Barreto, Edmundo Braga<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Di<strong>na</strong>lva e Noel Rosa de Oliveira<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 57
58 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldo e Celi<strong>na</strong><br />
“Valongo”<br />
O samba-enredo difícil, talvez explique o desânimo inicial e a apatia de algumas alas da Vermelho e<br />
Branco. Valeram as alegorias e adereços, utilizados para contar a chegada dos negros africanos ao cais<br />
do Valongo. Perdeu cinco pontos em cronometragem e adiou o sonho do Tricampeo<strong>na</strong>to.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 122,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Neguinho do Vale<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor e Zamba<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Juju Maravilha<br />
“Sonhar com rei dá leão”<br />
O enredo de Joãosinho Trinta contava, com muita classe e beleza, a história do jogo do Bicho. Veio<br />
deslumbrante ao alvorecer. Trouxe fantasias maravilhosas e mulheres esculturais em suas grandes<br />
alegorias. Surgia, assim, uma nova estética no car<strong>na</strong>val.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 105,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Vicente Matos, Dinoel e Veloso<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roberto Ribeiro e Sobrinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sérgio Jamelão e Alice<br />
“A lenda das sereias, Rainhas do mar”<br />
A Verde e Branco entrou vacilante e atravessando o lindo samba. Cresceu depois, evitando um desastre
maior. Visualmente estava linda, porém, o número excessivo de componentes custou a perda de cinco pon-<br />
tos em cronometragem.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 105,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Paulo Brasão, Rodolpho e Irani<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Flavio Rangel e Geraldo Sobreira (Fantasias e alegorias)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sonia Lemos e Antonio Grande<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Marly<br />
“Invenção de Orfeu”<br />
O desfile da Vila foi bom e correto. O enredo da Azul e Branco levou para a avenida o universo de Jorge<br />
de Lima, que apesar do desenvolvimento um pouco confuso, mostrou grande plasticidade.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 116,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tolito e Ruben da Mangueira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ber<strong>na</strong>rdo Goldwasser<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Neide<br />
“No Reino da Mãe do Ouro”<br />
Através de um samba que estava <strong>na</strong> boca do povão e abusando do ouro e da prata <strong>na</strong>s fantasias, a Man-<br />
gueira contou a bonita lenda gaúcha. Passou pouco empolgada, talvez pelo receio de atravessar. Faltou<br />
o verde e faltou o arrepio <strong>na</strong> espinha que ela sempre incita.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 116,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 59
60 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Toco e Djalma Crill<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Elza Soares e Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bebeto e Maria Alice<br />
“Mãe Menininha do Gantois”<br />
Foi a que melhor se comunicou. A Bateria, toda de cabeça raspada, dessa vez foi nota 1000. Os figurinos<br />
e as alegorias criadas por Arlindo Rodrigues brilharam <strong>na</strong> passarela. E o povão gritava em coro o famoso<br />
“Já Ganhou!”<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 108,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Noca, Colombo e Edir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Hiran Araújo e Mauricio de Assis<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvinho do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“O Homem do Pacoval”<br />
Evitando o gigantismo, desta vez a Azul e Branco fez um desfile técnico e quase perfeito. Com um samba<br />
difícil, desfilou de forma discreta para um público cansado que permaneceu estático. Mesmo com todos<br />
os cuidados, perdeu 5 pontos em cronometragem.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 75,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Gibi, Sereno e Guga<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edson Machado<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jeremias Ferraz<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tião e Mocinha da Imperatriz
“Por mares nunca dantes <strong>na</strong>vegados”<br />
Com alas evoluindo bem, muito samba no pé e cantando <strong>na</strong> garganta as Grandes Navegações, sem<br />
atravessar, a Verde e Branco fez boa presença encerrando a marato<strong>na</strong> de samba.<br />
As Escolas de Samba Lins Imperial (11º), Unidos de Lucas (12º), Em Cima da Hora (13º) e Tupi de Brás de<br />
Pi<strong>na</strong> (14º), foram rebaixadas para o Grupo II. | As Escolas de Samba Império da Tijuca (1º) e Unidos do Ca-<br />
buçu (2º), Campeãs do Grupo II, subiram para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria | Samba-Enredo | Harmonia | Evolução | Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Enredo | Fanta-<br />
sias | Comissão de Frente | Alegorias<br />
27 julgadores (03 por quesito) | Ausentes 03 julgadores, nos seguintes quesitos: Harmonia, Enredo e<br />
Fantasia. | Total de notas válidas: 24 | Cada quesito com variação de 1 a 5 pontos | Os quesitos Letra do<br />
Samba e Melodia, são unificados como Samba-Enredo | Bonificação de 05 pontos em cronometragem<br />
| Bonificação de 05 pontos em concentração | As Escolas de Samba Acadêmicos do Salgueiro, Império<br />
Serrano e Portela, não receberam a bonificação de 05 pontos da cronometragem por terem ultrapassa-<br />
do o tempo máximo permitido para o desfile. | Desempate entre a 2ª e a 3ª, a 6ª e a 7ª, a 8ª e 9ª e a 10ª<br />
e a 11ª colocadas, deu-se no quesito Bateria | Total máximo de pontos possível: 130<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Maurício Salgueiro, Roberto Pontual, Sérgio Ribeiro | BATERIA: João Paulo, Jorge Silva,<br />
Ro<strong>na</strong>ldo Correia | COMISSÃO DE FRENTE: Vicente Sales, Vilma Rocha, Zembra Alkmin | CRONOM. E CONCENT.:<br />
Comissão de Desfiles | ENREDO: Ademar Nóbrega, Darwin Brandão | EVOLUÇÃO: Eva Maria Teixeira, Marcelo<br />
Coelho, Marília Azevedo | FANTASIA: Nelson Peña, Osmar Pereira | HARMONIA: João D’ângelo, Sérgio Freitas<br />
| MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlos Moraes, Dennis Gray, Edmundo Carijó | SAMBA-ENREDO: Ar<strong>na</strong>ldo Sch-<br />
neider, Sérgio Ricardo, Vanja Orico<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 61
62 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• Que marato<strong>na</strong> esse desfile de 1976, heim ?.....14 Escolas de Samba desfilaram por quase 20 horas. A<br />
Imperatriz, última a desfilar, saiu da avenida quase às 15 horas....<br />
• O desfile voltou à Av. Presidente Vargas (Mangue) sentido Cidade Nova – Praça 11.<br />
• Segundo depoimento da Profª Maria Augusta Rodrigues, car<strong>na</strong>valesca da Ilha em 76, 77 e 78, a<br />
concentração era um lamaçal só...<br />
• O Puxador do samba da União da Ilha, Aroldo Melodia, criou o famoso ouriço ‘Segura Marimba’<br />
• Ainda <strong>na</strong> União da Ilha, o Mestre-Sala Robertinho, de ape<strong>na</strong>s 13 anos, fez grande sucesso, ganhan-<br />
do, inclusive, o Estandarte de Ouro da categoria.<br />
• A Escola de Samba Em Cima da Hora desfilou sem nenhuma alegoria. A forte chuva que caiu antes<br />
do início do desfile destruiu todas elas.<br />
• No Abre-Alas da Tupi de Brás de Pi<strong>na</strong> estava escrito, em letras garrafais, o título do seu enredo ‘Ri-<br />
quesas Áureas de Nossa Bandeira’. Alguém alertou sobre o erro ortográfico, e a letra S desapareceu<br />
num passe de mágica. O painel então ficou assim: Rique as Áureas de Nossa Bandeira’ (sic!).<br />
• Irene, a Porta-Bandeira da Portela, desfilou grávida. Ainda assim, foi a única a garantir nota 15 (má-<br />
xima no quesito).<br />
• A Portela resgatou a evolução em estilo cobrinha. Realizou um grande desfile.<br />
• Já o Império Serrano, não foi tão feliz. Pudera... trouxe, com certeza, mais de seis mil componentes. Trágico...<br />
• Os componentes da bateria nota 10 de Padre Miguel, vieram todos de cabeça raspada. Uma de-<br />
ferência ao candomblé da Bahia e à Mãe Menininha. Devoção total à agremiação. Naquela época,<br />
cabeça raspada não era moda não...<br />
• Esse foi o primeiro ano em que houve camarotes <strong>na</strong> avenida. Excelente ideia do empresário<br />
Mauricio Mattos.<br />
• A Mocidade Independente de Padre Miguel recusou-se a participar do desfile das campeãs incon-<br />
formada com a sua 3ª colocação.
• Nesse car<strong>na</strong>val os carros alegóricos das escolas vieram pelo Viaduto dos Marinheiros, o que repre-<br />
sentou grande desafio devido ao aclive e declive acentuados.<br />
• E fi<strong>na</strong>lmente, caía o tabu das ‘Quatro Grandes’. Pela primeira vez desde 1937 (quando a vitoriosa<br />
foi a Vizinha Faladeira) a campeã não saía do grupo formado pela elite do samba - Acadêmicos do<br />
Salgueiro, Estação Primeira de Mangueira, Império Serrano e Portela.<br />
• Quando a Beija-Flor de Nilópolis começou o seu desfile, ao amanhecer do dia, surgiu no céu um<br />
belíssimo arco-íris. Premonição?<br />
• Me impressio<strong>na</strong>ram muito as alegorias da Beija-Flor. A roleta espelhada que girava no Abre-Alas e o<br />
carro que trazia um casal de negros proletários sonhando com um premio milionário, arrebataram<br />
não só a mim mas a todos os presentes. E a cantora Maria Alci<strong>na</strong> estava impagável fantasiada de<br />
‘Veado Real’.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Walter da Imperatriz (compositor)<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 63
| | 1977 1977 1977<br />
GRUPO I – 20/02 – AV. PRESIDENTE VARGAS - MANGUE (SENTIDO: PRAÇA XI – CORREIOS)<br />
64 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
12 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã e Campeã do Grupo II de 1976<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Cabuçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 55,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Waldir Prateado<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cláudio Souza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Beto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cidinho<br />
“Os sete povos das missões”<br />
A Azul e Branco abriu o desfile com simplicidade, graça e demonstrando um certo nervosismo. A difi-<br />
culdade fi<strong>na</strong>nceira era visível. Os seus pontos altos foram: a boa Bateria e o Mestre-Sala Cidinho, que<br />
ganhou o Estandarte de Ouro.<br />
Império da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 66,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Biel Reza Forte, Adilson da Viola e Chipolletti<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Geraldo Cavalcanti<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Adilson da Viola
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jorge Bossa Nova e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“O mundo de barro de Mestre Vitalino”<br />
A Escola do Morro da Formiga não soube aproveitar o rico enredo (Estandarte de Ouro) e o bom samba.<br />
Tudo indica que faltou dinheiro para a Verde e Branco realizar um car<strong>na</strong>val mais bonito. A viagem de<br />
retorno ao Grupo II parecia garantida.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 75,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Dico da Viola e Jurandir Prateado<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Augusto Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tião e Soninha<br />
“Samba, marca registrada do Brasil”<br />
Veio com um car<strong>na</strong>val riquíssimo. Trouxe carros alegóricos e destaques luxuosos para contar a história<br />
do samba. Desta vez foi a famosa Bateria que criou alguns problemas, acelerando demais o ritmo em<br />
alguns momentos.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 82,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Rodolpho, Gemeu e Dida<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues e Luiz da Silva Ferreira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jorge Goulart<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Isaura de Assis<br />
“Ai que saudades que eu tenho”<br />
A Vila fez um desfile de Campeã. Cantou em Azul e Branco as delicias do Rio Antigo, num trabalho<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 65
primoroso de Arlindo Rodrigues em fantasias e alegorias. A Bateria (Estandarte de Ouro) deu um<br />
verdadeiro show.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 76,0<br />
66 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Jajá e Tantinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Neide<br />
“Pa<strong>na</strong>panãm, o segredo do amor”<br />
Na Comissão de Frente, Cartola e outros bambas fizeram pulsar mais forte o coração verde e rosa. Cantou,<br />
com louvor, a bonita lenda tupiguarani. Foi pura tradição, mas perdeu 5 pontos em cronometragem.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 74,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Walter da Imperatriz, Carlinhos Madrugada e Nelson Lima<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Abílio Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“Viagem encantada às terras do Ibirapitanga”<br />
Apresentou alas com boa evolução e desfilou bastante compacta. A Bateria da Verde e Branco vacilou<br />
em alguns momentos, e as alegorias estavam irregulares e com problemas de acabamento. Mas, de um<br />
modo geral, passou bem.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 85,0
AUTORES DO SAMBA: Dedé da Portela, Catoni, Jabolo e Waltenir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães e Licia Lacerda<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvinho do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Benício e Vilma Nascimento<br />
“Festa da aclamação”<br />
Chegou elegante, vaidosa, mas com simplicidade. Compacta, passou sem cansar, em tons claros de azul<br />
bebê e ouro, para exaltar a coroação de D.João VI num belo trabalho de Rosa Magalhães e Lícia Lacerda.<br />
E a volta de Vilma, a Porta-Bandeira, foi o melhor dos presentes. Estava linda!<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 85,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Aurinho da Ilha, Ione do Nascimento, Ademar Vinhaes e Waldir da Vala<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Maria Augusta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Nancy<br />
“Domingo”<br />
A grande surpresa do desfile de 77 surgiu multicolorida ao clarear do dia. Sem luxo, mas com muita<br />
criatividade, a car<strong>na</strong>valesca Maria Augusta trouxe um cativante Domingo carioca pra avenida. INES-<br />
QUECÍVEL! Assim como o belíssimo samba-enredo.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 85,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Geraldo Babão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong><br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Noel Rosa de Oliveira e Joel Teixeira<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldo e Celi<strong>na</strong><br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 67
68 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Do Cauim ao Efó, com moça branca, branquinha”<br />
No começo, o desfile prometia. A Escola optou mais pelo branco para mostrar as comidas típicas do<br />
Brasil através do enredo jocoso concebido por Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong>. O samba, muito pobre em melodia,<br />
não permitiu uma boa evolução. E o Salgueiro acabou passando desanimado...desanimado.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 79,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Lucas e Roberto Ribeiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Moacyr Rodrigues e Lielzo de Azambuja<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roberto Ribeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sérgio Jamelão e Alice<br />
“Brasil, berço dos imigrantes”<br />
O enredo da Verde e Branco foi desenvolvido sem nenhum compromisso estético. Uma a<strong>na</strong>rquia multi-<br />
cor que provocou alguns <strong>na</strong>rizes torcidos. Muito numerosa, estourou o tempo oficial perdendo 5 pontos<br />
em cronometragem.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 86,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Savinho da Beija-Flor e Luciano da Beija-Flor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Juju Maravilha<br />
“Vovó e o Rei da Saturnália <strong>na</strong> Corte Egipcia<strong>na</strong>”<br />
A sátira imagi<strong>na</strong>tiva de Joãosinho Trinta, levou, não só a Vovó, mas todos os presentes ao desfile da Azul<br />
e Branco, a terem saudade do alegre car<strong>na</strong>val do passado. A animação das alas, mesmo sob sol escal-<br />
dante, e a beleza das alegorias, levaram a Beija-Flor à conquista do Bicampeo<strong>na</strong>to.
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 70,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Dominguinhos do Estácio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Geraldo Sobreira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudionor e Sandra<br />
“Alô, Alô Brasil! Quarenta anos da Rádio Nacio<strong>na</strong>l”<br />
Faltaram recursos para a Vermelho e Branco custear ricas fantasias e grandes alegorias. Mas a Escola<br />
desfilou com muita dignidade. A famosa Bateria e a maravilhosa ala das baia<strong>na</strong>s arrancaram aplausos de<br />
quem ficou para ver sua passagem.<br />
As Escolas de Samba Imperatriz Leopoldinense (9º), Unidos de São Carlos (10º), Império da Tijuca (11º) e<br />
Unidos do Cabuçu (12º), foram rebaixadas para o Grupo II. | As Escolas de Samba Arrastão de Cascadura<br />
(1º) e Arranco do Engenho de Dentro (2º), Campeãs do Grupo II, subiram para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria | Samba-Enredo | Harmonia | Evolução | Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Enredo | Fanta-<br />
sias | Comissão de Frente | Alegorias<br />
18 julgadores (02 por quesito) | Um dos julgadores do quesito Bateria foi substituído, por não ter se<br />
sentido bem, quando faltavam as duas últimas Escolas a desfilar. | Anulados os votos dados por um dos<br />
julgadores do quesito Comissão de Frente. | Total de notas válidas: 17 | Cada quesito com variação de 1<br />
a 5 pontos | Bonificação de 05 pontos em cronometragem | Bonificação de 05 pontos em concentração<br />
| As Escolas de Samba Estação Primeira de Mangueira e Império Serrano, não receberam a bonificação<br />
de 05 pontos da cronometragem por terem ultrapassado o tempo máximo permitido para o desfile. |<br />
Desempate entre a 2ª e a 3ª colocada deu-se no quesito Bateria. | Desempate entre a 3ª e a 4ª colocada<br />
deu-se no quesito Samba-Enredo. | Total máximo de pontos possível: 95<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 69
70 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Roberto Miranda, Roberto Moriconi | BATERIA: Chico Batera, Egberto Gismontil¹ |<br />
COMISSÃO DE FRENTE: Antonio Pedro², Dalton | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Bráulio<br />
Pedroso, Evanildo Bechara | EVOLUÇÃO: Luiz De Lima, Marcelo Coelho | FANTASIA: Ferdy Carneiro, Pedro<br />
Correia De Araújo | HARMONIA: Júlio Medaglia, Luiz Abrahão | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Leda Iuque,<br />
Zelito Vian<strong>na</strong> | SAMBA-ENREDO: Geraldo Carneiro, John Neschling<br />
¹ Passou mal e foi substituído por João D’Ângelo quando faltavam duas escolas a desfilar. | ² Nota anulada<br />
Rapidinhas<br />
• O sentido do desfile foi invertido em 77: Praça 11 – Cidade Nova.<br />
• A Estação Primeira de Mangueira emocionou ao trazer seus baluartes <strong>na</strong> Comissão de Frente. Car-<br />
tola, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça e outros bambas, estavam elegantérrimos apresentando<br />
a Escola.<br />
• Aliás, essa foi a primeira vez que a Mangueira fantasiou os componentes da sua bateria.<br />
• Vilma Nascimento, a cintilante Porta-Bandeira, voltou a defender o pavilhão portelense escoltada<br />
por Benício. Um presente inesquecível.<br />
• A Unidos de Vila Isabel trouxe uma belíssima bailari<strong>na</strong> como primeira Porta-Bandeira. Isaura de Assis<br />
deu um verdadeiro show de dança ao lado do elegante Elcio PV.<br />
• A Campeã Beija-Flor, esbanjou luxo <strong>na</strong> passarela. Desfilando sob um sol escaldante, fez brilhar, pela<br />
primeira vez, a sua cinderela negra, Pi<strong>na</strong>h.<br />
• A grande surpresa do ano foi o fantástico desfile da União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor. Absolutamente<br />
inovador, o enredo “Domingo” foi desenvolvido pela car<strong>na</strong>valesca Maria Augusta . O colorido, a<br />
simplicidade origi<strong>na</strong>l, o samba perfeito e a bateria competentíssima, formaram um conjunto inigua-<br />
lável. Como esquecer as pranchas de surf, as pipas, a gafieira e os cavaleiros da Comissão de Frente?<br />
Segundo Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong> “uma verdadeira pintura de Volpi”. Não venceu, mas foi considerado<br />
o melhor desfile do ano.
| 1978<br />
1978 1978 |<br />
GRUPO I – 05/02 – RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ (SENTIDO: CATUMBI – PRES. VARGAS)<br />
10 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã e Campeã do Grupo II de 1977<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Arranco do Engenho de Dentro . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 105,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Aldyr do Arranco e Sinval<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Helio Soares de Andrade<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulo Samara<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Givanildo e Wilma<br />
“Sonho infantil”<br />
Não foi uma boa arrancada a estreia da Azul e Branco no Grupo Principal. O samba atravessou, as ale-<br />
gorias decepcio<strong>na</strong>ram e o enredo, mal explorado, não fez ninguém sonhar. A forte chuva prejudicou-a<br />
ainda mais. Salvou-se a boa Bateria de Mestre Picapau.<br />
Arrastão de Cascadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 109,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Pesta<strong>na</strong> e Jorginho do Pandeiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luiz Fer<strong>na</strong>ndes e Ricardo Aquino e Cláudio de Souza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Adilson Madureira<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 71
72 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sinésio e Lilica<br />
“Talaque, Talaque...O romance da Maria Fumaça”<br />
A Verde e Branco também foi muito prejudicada pela chuva. Desfilou com alas muito separadas e sem<br />
animação, apesar do samba razoável. A falta de uma melhor organização e de um pouco mais de garra,<br />
acabaram arrastando a Escola de volta para o Segundo Grupo.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 147,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Re<strong>na</strong>to de Verdade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong><br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldo e Celi<strong>na</strong><br />
“Do Yorubá à luz, a Aurora dos Deuses”<br />
Todos tropeçaram <strong>na</strong> letra do samba de bonita melodia. Pouca coisa se salvou <strong>na</strong> Vermelho e Branca da<br />
Tijuca, entre elas, as bonitas fantasias e a exibição do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 152,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Djalma Santos, Loiola e Domeniu<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Soninha<br />
“Brasilia<strong>na</strong>”<br />
A classe e o requinte do car<strong>na</strong>valesco Arlindo Rodrigues refletiu-se <strong>na</strong>s fantasias e alegorias da<br />
Verde e Branco, que cantou o folclore <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Aliados a sua excepcio<strong>na</strong>l Bateria, provou que era
definitiva. Realizou um belíssimo espetáculo.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 148,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jair Amorim e Evaldo Gouveia<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães e Licia Lacerda<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvinho do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Benício e Vilma Nascimento<br />
“Mulher à brasileira”<br />
Ah, se a Azul e Branco tivesse tido um samba a altura da beleza do seu desfile....O enredo, de Rosa<br />
Magalhães, exaltou quinze mulheres famosas. A Bateria ousou, e por isso, cometeu alguns equívocos.<br />
Porém, Vilma e Benício, defendendo o pavilhão portelense, num bailar mágico, dançaram como nunca.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 139,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Jarbas, Garganta de Ferro, Boanésio e Augusto Messias<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Antonio Grande e Zé Carlos<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Isaura de Assis<br />
“Dique, um mar de amor”<br />
Sob uma chuva fi<strong>na</strong> e insistente, a Azul e Branco definhou num cortejo monótono, preguiçoso e sono-<br />
lento. Foi muita mitologia Afro pra pouco peito.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 150,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 73
74 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: João Sergio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Maria Augusta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Nancy<br />
“O Amanhã”<br />
Desafiando a chuva forte, a azul, vermelho e branco veio leve, com muito ritmo e entusiasmo, para<br />
conquistar o público. Conseguiu. O delicioso samba, de letra fácil e simples, conquistou a todos.<br />
Através de cartomantes, horóscopos e crendices, o enredo foi mesmo mágico. Destaque para a Ba-<br />
teria premiada com o Estandarte de Ouro.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 139,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Ni<strong>na</strong> Rodrigues, Aidno Sá e Ubirajara Cardoso<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roberto Ribeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquito e Alice<br />
“Oscarito, car<strong>na</strong>val e samba – Uma chanchada no asfalto”<br />
Com um orçamento pequeno, a Verde e Branco de Madureira apelou para o lado popularesco do tema<br />
escolhido pelo car<strong>na</strong>valesco Fer<strong>na</strong>ndo Pinto. Mesmo com um samba fraco, problemas <strong>na</strong> harmonia e<br />
fantasias e alegorias muito simples, o Império agradou, ao amanhecer do dia.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 166,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Neguinho da Beija-Flor, Gilson Dr. e Mazinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Juju Maravilha
“A criação do mundo <strong>na</strong> tradição Nagô”<br />
Um desfile fantástico. Nada saiu errado. Há muito tempo não se via uma Escola de Samba atingir tal<br />
nível de perfeição em todos os sentidos. Os aplausos recebidos pela agremiação azul e branca, em toda<br />
a extensão da passarela, foram justíssimos. Enquanto Joãosinho Trinta ia cultivando o hábito de ser Cam-<br />
peão, a Beija-Flor caminhava rumo ao Tricampeo<strong>na</strong>to.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 163,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Rubem da Mangueira e Jurandir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos e Kalma Murtinho (figurinos)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Delegado e Neide<br />
“Dos Carroceiros do Imperador, ao Palácio do Samba”<br />
A Verde e Rosa passou feliz comemorando seus cinquenta anos de glórias. As fantasias eram muito sim-<br />
ples e os carros alegóricos se desfaziam sob a chuva fi<strong>na</strong> da manhã. Mas quem se importou? Com uma<br />
Bateria nota dez, Neide e Delegado dançando como se tivessem asas nos pés, e um coroado Cartola <strong>na</strong><br />
Comissão de Frente, junto com outros baluartes, para que mais? Valeu Mangueira!<br />
As Escolas de Samba Império Serrano (7º), Unidos de Vila Isabel (8º), Arrastão de Cascadura (9º) e Arranco<br />
do Engenho de Dentro (10º), foram rebaixadas para o Grupo I B. | As Escolas de Samba Unidos de São<br />
Carlos (Estácio de Sá) (1º) e Imperatriz Leopoldinense (2º), Campeãs do Grupo II, subiram para o Grupo I A.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria (1 a 10) | Samba-Enredo (1 a 10) | Harmonia (1 a 10) | Evolução (1 a 10) | Mestre-Sala e<br />
Porta-Bandeira (1 a 10) | Enredo (1 a 10) | Fantasias (1 a 10) | Comissão de Frente (1 a 10) | Alegorias e<br />
Adereços (1 a 5)<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 75
18 julgadores (02 por quesito) | Anulados os votos dados por um dos julgadores do quesito: Mestre-Sala e<br />
Porta-Bandeira | Total de notas válidas: 17 | Bonificação de 05 pontos em cronometragem (tempo máximo de<br />
desfile: 75 min.) | Bonificação de 05 pontos em concentração | Total máximo de pontos possível: 170<br />
76 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Alberto Reis, Luiz De Lima | BATERIA: Geraldo Carneiro, Mário Bruno Manzolillo | CO-<br />
MISSÃO DE FRENTE: Adelson do Prado, Germano Blum | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO:<br />
Bráulio Pedroso, Paulo César Sarraceni | EVOLUÇÃO: A<strong>na</strong> Maria King, Sônia Estrela | FANTASIA: Ferdy Car-<br />
neiro, José Da Paixão Silva | HARMONIA: George André, Newton Cavalcanti | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA:<br />
Armando Nesi, Edmundo Carijó³ | SAMBA-ENREDO: Ary Vasconcelos, Lourival Faissal<br />
Rapidinhas<br />
³ Nota Anulada<br />
• O desfile foi transferido, definitivamente, para a Rua Marquês de Sapucaí, sentido Catumbi – Av.<br />
Pres. Vargas (o inverso do que é atualmente).<br />
• A União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor realizou, mais uma vez, um belíssimo desfile, dessa vez debaixo de<br />
muita chuva. O gostoso samba tornou-se antológico.<br />
• Adorei as luzes piscando <strong>na</strong>s alegorias do Império Serrano. Fer<strong>na</strong>ndo Pinto utilizou-as para passar<br />
um clima de espetáculo circense e teatral. Esse cara era demais...<br />
• A Beija-Flor de Nilópolis fez um grande car<strong>na</strong>val. Alegorias maravilhosas e figurinos, de Viriato Ferreira,<br />
impressio<strong>na</strong>ntemente belos. Chamou muita atenção a nudez parcial das esculturais mulatas no Abre-<br />
-Alas (usaram meias de nylon transparentes sobre os seios). Como tinha mulher bonita nesse desfile...<br />
• A Mangueira não veio luxuosa para comemorar seu cinquentenário. Em compensação, quanta garra<br />
...quanta empolgação....<br />
• Com esse tricampeo<strong>na</strong>to da Beija-Flor, Joãosinho Trinta tornou-se pentacampeão (vinha de um bicampeo<strong>na</strong>to<br />
no Salgueiro, 1974-1975).<br />
• O enredo da Beija-Flor era bastante similar ao do Salgueiro.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Candeia (1935-1978) ∙ Ismael Silva (1905-1978).
| 1979<br />
1979 1979 |<br />
GRUPO I – 25/02 – RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ (SENTIDO: CATUMBI – PRES. VARGAS)<br />
8 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã e Campeã do Grupo II de 1978<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 140,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Gibi, Darci Nascimento e Dominguinhos do Estácio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Barcelos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“Oxumaré, a lenda do Arco-íris”<br />
Poucas vezes se viu uma Escola passar tão bem ao abrir um desfile. Animada e com um bom samba, a<br />
Verde e Branco de Ramos trouxe muitos Orixás para a pista marcando boa presença.<br />
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 138,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Elinto Pires e Leleco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Nascimento, Elizabeth Filipeck, Célia Oliveira e Paulo Luís<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Elza Soares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cidinho e Sandra<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 77
78 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Das trevas ao sol, uma odisseia dos Carajás”<br />
A excelente Bateria da Vermelho e Branco do Estácio, que ganhou o Estandarte de Ouro, não foi suficiente<br />
para ajudar a evolução embolada e o samba difícil de cantar. As alegorias estavam fracas e as<br />
fantasias, sem origi<strong>na</strong>lidade.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 159,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tolito, A<strong>na</strong>nias e Elmo José dos Santos (Rato do Tamborim)<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Delegado e Neide<br />
“Avatar, e a terra transformou-se em ouro”<br />
A essa altura, a pista já estava totalmente invadida por penetras, o que prejudicou muito o expetáculo.<br />
Com a Verde e Rosa o asfalto transformou-se em ouro para contar a história do cacau no Brasil. Não deu<br />
para disputar o título, mas a Escola cumpriu seu papel com dignidade.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 154,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Didi e Aroldo Melodia<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Adalberto Sampaio<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“O que será?”<br />
A Tricolor da Ilha firmou de vez o seu estilo alegre e descontraído. Foi a que melhor se comunicou com<br />
o público, e a que deixou um gostinho de quero mais após sua passagem.
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 151,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bala, Cuíca e Luis Marinheiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ivan Jorge, Stoessel Cândido e Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“O Reino encantado da Mãe Natureza contra o Rei do mal”<br />
A Vermelho e Branco é mesmo uma Escola diferente. Antes mesmo do tema ecologia virar moda, o<br />
Salgueiro já alertava o planeta para os perigos da poluição. O samba, pouco divulgado, não ajudou a<br />
evolução. Foi um desfile mediano. Faltou aquele algo mais...<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 163,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Toco e Djalma Crill<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Soninha<br />
“Descobrimento do Brasil”<br />
Só mesmo um gênio como Arlindo Rodrigues para desenvolver, de forma tão gloriosa e competente, um<br />
tema tão suado e batido. A Verde e Branco de Padre Miguel apresentou um visual lindo e sofisticado. O<br />
samba poderia ser melhor, mas foi um grande desfile de car<strong>na</strong>val.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 160,0<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia, Tião Nascimento e J. Rodrigues<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Viriato Ferreira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David Correia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Benício e Vilma Nascimento<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 79
80 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Incrível, fantástico, extraordinário...”<br />
A Águia da Azul e Branco, dessa vez surgiu majestosa e pousada <strong>na</strong> avenida. O enredo de Viriato Ferreira,<br />
que trabalhara com Joãosinho Trinta <strong>na</strong> Beija-Flor, exaltava a própria história do car<strong>na</strong>val. Vilma,<br />
a Porta- Bandeira, passou com a elegância de um cisne trajando uma magnífica colombi<strong>na</strong> em preto e<br />
branco. Embalada por um samba delicioso, a Portela foi incrível, fantástica e extraordinária.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 161,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Savinho, Luciano e Walter de Oliveira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Juju Maravilha<br />
“O Paraíso da loucura”<br />
Já era dia quando os foliões de Nilópolis chegaram, tentando buscar o Tetracampeo<strong>na</strong>to. Logo foi<br />
possível perceber que seria uma conquista improvável. Dessa vez, apesar da suntuosidade e riqueza,<br />
a Azul e Branco passou com uma evolução pesada e, inclusive, atravessou o samba. O tema, do<br />
fantástico Joãosinho Trinta, cantava o Reino da Ilusão, mas garanto que até hoje tem gente tentando<br />
entender o enredo.<br />
Nenhuma Escola foi rebaixada para o Grupo I B. | As Escolas de Samba Unidos de Vila Isabel (1º) e Império<br />
Serrano (2º), Campeãs do Grupo I B, subiram para o Grupo I A.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria (5 a 10) | Samba-Enredo (5 a 10) | Harmonia (5 a 10) | Evolução (5 a 10) | Mestre-Sala e<br />
Porta-Bandeira (5 a 10) | Enredo (5 a 10) | Fantasias (5 a 10) | Comissão de Frente (5 a 10) | Alegorias e<br />
Adereços (1 a 5)
18 julgadores (02 por quesito) | Anulados os votos dados por um dos julgadores do quesito Enredo. | Total de<br />
notas válidas: 17 | Bonificação de 05 pontos em cronometragem | Bonificação de 05 pontos em concentração.<br />
| Total máximo de pontos possível: 170<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Emílio Castelar, Sátiro Marques | BATERIA: Anselmo Mazzoni, Jo<strong>na</strong>s Travassos | COMIS-<br />
SÃO DE FRENTE: Colmar Diniz, Germano Blum | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Cláudio<br />
Bojunga¹, Neusa Fer<strong>na</strong>ndes | EVOLUÇÃO: Eduardo Suce<strong>na</strong>, Nelly Laport | FANTASIA: Adelson do Prado, Ney<br />
Barrocas | HARMONIA: Adhemar Nóbrega, Henrique Morelembaun | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Maria<br />
Luiza Noronha, Marlene Belardi | SAMBA-ENREDO: Lourival Faissal, Rildo Hora<br />
Rapidinhas<br />
1 Nota Anulada<br />
• Impressio<strong>na</strong>nte e inexplicável a ‘invasão’ da pista de desfiles no período compreendido entre 1978<br />
e 1983. Eram cente<strong>na</strong>s de bicões caminhando a vontade pela avenida. As Escolas de Samba precisavam<br />
esgueirar-se através de um estreito corredor humano para conseguir evoluir. Não consigo<br />
entender até hoje essa permissividade...<br />
• O requinte das fantasias e alegorias criadas por Arlindo Rodrigues para o desfile da Mocidade Independente<br />
de Padre Miguel extasiou o grande público.<br />
• Adoráveis os balões coloridos das fantasias de uma das alas da União da Ilha.<br />
• A grande Destaque Wanda Batista, da Portela, arrebatou a Sapucaí com a sua premiadíssima fantasia<br />
de Borboleta.<br />
• Na minha opinião, a Portela realizou o melhor desfile do ano. O bonito samba, a beleza e a leveza<br />
das alegorias criadas por Viriato Ferreira, somados à classe de Vilma e Benício, garantiram o espetá-<br />
culo grandioso. Merecia o campeo<strong>na</strong>to.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 81
| | 1980 1980 1980<br />
GRUPO I A – 19/02 – RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ (SENTIDO: PRESIDENTE VARGAS – CATUMBI)<br />
82 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
10 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo I B de 1979<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 80,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Durval Nery e Joaquim Aguiar<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro de Almeida, Bira, Vandinho e José Eugenio<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roberto Ribeiro e Darcy Maravilha<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sergio Jamelão e Alice<br />
“Império das Ilusões – Atlântida, Eldorado, sonho e aventura”<br />
Com um enredo confuso e não muito bem realizado, a Verde e Branco de Madureira iniciou o desfile<br />
tentando manter suas tradições. A ilusão do Eldorado, entretanto, passou bem distante da Escola.<br />
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 70,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Elinto Pires e Sidney da Conceição<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Francisco Fabian<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Zaira<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Júlio Cesar e Sandra
“Deixa Falar”<br />
A Vermelho e Branco do Estácio prestou home<strong>na</strong>gem à primeira Escola de Samba, da qual é herdeira<br />
direta. O grande imprevisto ficou por conta da queda acidental do destaque Mauro Rosas, de cima de<br />
uma alegoria, que chocou o público e os passistas, esfriando de vez um desfile que já vinha morno.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 88,0 *<br />
AUTORES DO SAMBA: Martinho da Vila, Rodolpho e Graú<strong>na</strong><br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Costa e Silvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marcos Moran<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Maria<br />
“Sonho de um sonho”<br />
Sob o ritmo perfeito de sua Bateria (Estandarte de Ouro) e no embalo do enredo baseado em um poema<br />
de Drummond, a Azul e Branco realizou, de fato, um desfile de sonho. O maravilhoso samba de Marti<br />
nho da Vila, Rodolpho e Tião Graú<strong>na</strong>, considerado o melhor do ano, realçou ainda mais a explosão do<br />
“Já Ganhou” <strong>na</strong> arquibancada.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 87,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé Di, Zuzuca, Edinho, Haydée, Moacir Arantes e Pompeu<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ney Ayãn e Jorge Nascimento<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“O bailar dos ventos, relampejou mas não choveu”<br />
Por causa da preocupação com o visual, a Vermelho e Branco da Tijuca substituiu, em cima da hora,<br />
o origi<strong>na</strong>l enredo sobre Lamartine Babo que havia levado o ano inteiro preparando. Acho que não<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 83
deu muito certo não. A Escola passou sem comprometer, mas fez uma apresentação discreta e ape-<br />
<strong>na</strong>s correta.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 93,0 *<br />
84 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé Maranhão, Wilson Bombeiro e Alceu<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Juju Maravilha<br />
“Sol da meia-noite, uma viagem ao país das maravilhas”<br />
A Beija-Flor conseguiu fazer com que o sol brilhasse, mesmo à meia-noite. Passou prateada e linda. A<br />
perfeição do conjunto uniu-se harmonicamente ao ritmo da sua competente Bateria. Mergulhando no<br />
mundo infantil, levou um novo campeo<strong>na</strong>to para Nilópolis.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 88,0 *<br />
AUTORES DO SAMBA: Djalma Santos, Arsênio e Domenil<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Soninha<br />
“Tropicália Maravilha”<br />
A Verde e Branco de Padre Miguel abusou do dourado pensando no Bi. Enfrentou alguns contratempos<br />
com sua Comissão de Frente, composta por lindas mulatas, que chegou atrasada e, também, com a<br />
interpretação do enredo de Fer<strong>na</strong>ndo Pinto. Suas alegorias fizeram sucesso.
Estação Primeira de Mangueiro . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 82,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlos Roberto, Ney da Mangueira e Aylton da Mangueira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Lia<strong>na</strong> Silveira e Érica Cirne<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Delegado e Neide<br />
“Coisas nossas”<br />
A Verde e Rosa resolveu inovar nesse ano. Procurou trocar um pouco a tradição pelo luxo das fantasias e<br />
alegorias. Infelizmente, ficou à meio caminho entre os dois estilos. O enredo trouxe as coisas boas do Brasil.<br />
Sentado num carro alegórico estava o craque Mané Garrincha, uma figura melancólica, que provocou palmas<br />
e lágrimas. A Mangueira ficou devendo uma apresentação a altura da grande Escola que é.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 93,0 *<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia, Norival Reis e Jorge Macedo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Viriato Ferreira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David Correia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Mauricinho e Eny<br />
“Hoje tem marmelada”<br />
Os portelenses levaram um circo completo para a avenida. O desfile foi, realmente, um sucesso: coe-<br />
so, animado e luxuoso. A Azul e Branco mostrou a sua força com um ótimo samba e muita vibração.<br />
A Águia Majestosa do Abre-Alas conduziu os componentes à conquista do vigésimo campeo<strong>na</strong>to<br />
de sua história, ao amanhecer do dia.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 88,0 *<br />
AUTORES DO SAMBA: Robertinho Devagar, Jorge Ferreira e Edinho Capeta<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 85
86 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Adalberto Sampaio<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Bom, bonito e barato”<br />
A Ilha usou todas as cores possíveis para tirar partido do desfile, já sob a luz do sol da manhã. O<br />
samba era quente, conhecido e delicioso. Contou sua própria história com uma alegria contagiante,<br />
e o povão aprovou e cantou junto. O pessoal da Ilha provou que é possível fazer um grande car<strong>na</strong>val<br />
sem gastar muito dinheiro.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 93,0 *<br />
AUTORES DO SAMBA: Darci Nascimento e Dominguinhos do Estácio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“O que é que a Bahia tem?”<br />
Enfim, Grande... Beleza, garra e criatividade foram a marca registrada da Verde e Branco de Ramos.<br />
O tema foi muito bem explorado por Arlindo Rodrigues. Um fecho de ouro para um dos melhores<br />
desfiles de Escolas de Samba de todos os tempos.<br />
A Escola de Samba Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) foi rebaixada para o Grupo I B. | A Escola de Samba<br />
Unidos da Tijuca, Campeã do Grupo I B, subiu para o Grupo I A. | Merece menção o desfile maravilhoso<br />
que a Escola Azul-Pavão e Ouro realizou no Grupo I B contando a saga de Delmiro Gouveia, perso<strong>na</strong>gem<br />
de primeira grandeza <strong>na</strong> história do nordeste, grande empresário que criou <strong>na</strong> região a primeira Usi<strong>na</strong><br />
Hidrelétrica e uma importante fábrica de linhas usando matéria-prima totalmente <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Como todo<br />
grande pioneiro, que ousou enfrentar o capital estrangeiro, acabou assassi<strong>na</strong>do. O enredo foi desenvolvido,<br />
de forma magistral, pelo car<strong>na</strong>valesco Paulo César Cardoso, utilizando belíssimas fantasias e alegorias
grandiosas concebidas por Re<strong>na</strong>to Lage. Poderia, sem dúvida, ter disputado o título do Grupo Princi-<br />
pal. Simplesmente inesquecível!<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria (5 a 10) | Samba-Enredo (5 a 10) | Harmonia (5 a 10) | Evolução (5 a 10) | Enredo (5 a 10)<br />
| Fantasias (5 a 10) | Alegorias e Adereços (1 a 5) | Conjunto *<br />
7 julgadores (01 por quesito) | Apesar de obrigatórios no desfile, a Comissão de Frente e a exibição do casal de<br />
Mestre-Sala e Porta-Bandeira, não constituíram quesitos em 1980. A Comissão de Frente voltaria a ser quesito<br />
em 1981 e a exibição do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira voltaria a ser quesito em 1982. |Os julgadores<br />
dos quesitos Bateria, Samba-Enredo, Harmonia, Evolução, Enredo e Fantasias, atribuíram uma nota de 1 a 3 para<br />
cada agremiação pelo Conjunto | Total de notas válidas: 07 | Bonificação de 05 pontos em cronometragem |<br />
Bonificação de 05 pontos em concentração | Três Escolas empatadas com a nota máxima. | As três agremiações<br />
empatadas <strong>na</strong> 2ª colacação não passaram por processo de desempate. | Total máximo de pontos possível: 93<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Sandro Do<strong>na</strong>tello Teixeira | BATERIA: José Adilson Werneck | CRONOM. E CONCENT.: Co-<br />
missão de Desfiles | ENREDO: Wanda Sabian | EVOLUÇÃO: Emílio Martins | FANTASIA: João Miranda Filho |<br />
HARMONIA: Sérgio Da Silva Araújo Ferreira | SAMBA-ENREDO: Wilson Falcão<br />
Rapidinhas<br />
• O sentido do desfile foi invertido a partir desse ano, de forma definitiva: Av. Pres. Vargas-Catumbi.<br />
• Esse foi o melhor desfile de Escolas de Samba que eu assisti nesses 40 anos.<br />
• Adorei os efeitos de ilusão de ótica e os módulos cúbicos espelhados <strong>na</strong> abertura da apresentação<br />
da União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor.<br />
• Aliás, a União da Ilha demonstrou grande respeito pelo seu casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira<br />
(vieram dançando em cima de um carro alegórico) justamente num ano em que a exibição não valia<br />
nota como quesito.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 87
• A melancólica figura de Mané Garrincha (que parecia sedado), sentado num carro da Mangueira, foi<br />
um dos momentos tristes desse ano.<br />
• Um outro momento de grande tensão, foi a dramática queda do Destaque Mauro Rosas durante a<br />
passagem da Unidos de São Carlos (atual Estácio de Sá).<br />
• A famosa ala Sente o Drama, do Império Serrano, deu um verdadeiro show de passo marcado <strong>na</strong><br />
passarela.<br />
• Arlindo Rodrigues trouxe 16 imensas baia<strong>na</strong>s (que giravam com seus tabuleiros cheios de quitutes <strong>na</strong><br />
cabeça) <strong>na</strong> home<strong>na</strong>gem que a Imperatriz Leopoldinense prestou à Bahia. Causou grande impacto.<br />
• O gostoso refrão do samba-enredo da Beija-Flor de Nilópolis incorre em erro ao pronunciar a pa-<br />
lavra bruxa <strong>na</strong> língua do pê. A letra do samba diz “...pê bê - pê ru - pê xá...” e o correto seria “...pê<br />
bru – pê xá...”, pois nessa linguagem específica, o ‘pê’ vem sempre antes das sílabas e não das letras..<br />
Ok!!! Fica como licença poética de car<strong>na</strong>val, vai...<br />
• O tríplice empate foi legal. Mas o desfile da Portela foi, além de irrepreensível, emocio<strong>na</strong>nte e ines-<br />
quecível.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Mestre André (1932-1980) ∙ Mestre Cartola (1908-1980) ∙<br />
Neide Porta-Bandeira (1940-1980) ∙ Amaury Jório (1925-1980)<br />
88 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| | 1981 1981 1981<br />
GRUPO I A – 01/03 – RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ (SENTIDO: PRESIDENTE VARGAS – CATUMBI)<br />
10 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo I B de 1980<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 131,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Celso Trindade, Nega, Azeito<strong>na</strong>, Ro<strong>na</strong>ldinho, Ivar, Buquinha e Edmundo Araújo Santos<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo César Cardoso e Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sobrinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Quim e Delacy<br />
“O que dá prá rir, dá prá chorar”<br />
Criativa e cheia de embalo, a Azul-Pavão e Ouro buscou o seu enredo <strong>na</strong>s pági<strong>na</strong>s do livro Manuscrito<br />
Holandês, de Manoel Proença Cavalcanti. Através das bonitas alegorias criadas por Re<strong>na</strong>to Lage, abriu o<br />
desfile de forma bastante popular, apesar do atraso que acabou lhe custando a perda de cinco pontos<br />
em concentração.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 130,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jo<strong>na</strong>s, Lino Roberto e Tião Grande<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Silvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marcos Moran<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Maria<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 89
90 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Dos Jardins do Éden à Era de Aquárius”<br />
Com um tipo de enredo subjetivo demais, em que cabe qualquer coisa, a Vila teve problemas com a<br />
quebra de carros alegóricos, que, por si<strong>na</strong>l, estavam lindíssimos porém em número excessivo. Por essas<br />
e outras, a Azul e Branco apresentou-se com pouca animação.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 147,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jurandir, Comprido e Arroz<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alcione Barreto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Delegado e Mocinha<br />
“De Nonô a JK”<br />
Nesse ano a Verde e Rosa rendeu tributo ao grande presidente que construiu Brasília. Sem a sofisticação<br />
e a riqueza das Escolas mais ricas, veio de samba e coração. Sua apresentação dividiu opiniões.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 127,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Lucas e Edson Paiva<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luiz Fer<strong>na</strong>ndes e Ricardo Aquino<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roberto Ribeiro e Abílio Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sergio Jamelão e Alice<br />
“Na Terra do Pau Brasil, nem tudo Caminha viu”<br />
Reviveu uma epopeia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l numa exaltação em Verde e Branco. Apesar da animação e do otimismo<br />
dos imperianos, deixou muito a desejar. O samba, muito fraco, não ajudou a harmonia e prejudicou o<br />
conjunto. Problemas também <strong>na</strong>s alegorias e nos figurinos.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 161,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Neguinho da Beija-Flor, Dicró e Picolé
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Juju Maravilha<br />
“Car<strong>na</strong>val brasileiro, a oitava maravilha do mundo”<br />
Através do enredo de Joãosinho Trinta, a Azul e Branco deitou e rolou no luxo e esplendor. O erro conceitual<br />
do tema, que considerou as Muralhas da Chi<strong>na</strong> como uma das maravilhas, não preocupou o<br />
pessoal de Nilópolis. Passou vibrante e contagiou o público. Favoritíssima ao campeo<strong>na</strong>to.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 158,0<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia e Jorge Macedo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Viriato Ferreira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David Correia e As Gatas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Mauricinho e Eny<br />
“Das maravilhas do mar fez-se o esplendor de uma noite”<br />
A Portela tinha o samba mais bonito e mais conhecido. Um verdadeiro mar azul claro e prata formou um<br />
conjunto visual bonito, porém um pouco monótono. Problema mais sério foi com a Bateria que atravessou<br />
ao deixar o recuo. Aí a Escola se complicou e o Bicampeo<strong>na</strong>to ficou difícil.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 140,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Buguinho, Henrique Rodrigues Filho e Mauro Torrão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Geraldo Sobreira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“Rio de Janeiro”<br />
A Vermelho e Branco da Tijuca honrou suas raízes populares e trouxe um samba que cresceu durante<br />
a home<strong>na</strong>gem à cidade, que aniversariava. Já com o dia claro, partiu para um car<strong>na</strong>val mais livre e animado,<br />
superando crises inter<strong>na</strong>s. Só não conseguiu superar alguns erros estratégicos, como a saída,<br />
hesitante, da Bateria do boxe, que comprometeu o seu conjunto.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 91
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 138,0<br />
92 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Franco, Barbicha, Jangada e Dazinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Adalberto Sampaio<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“1910 – Burro <strong>na</strong> cabeça”<br />
A Ilha estava colorida e alegre como sempre. Mas a intenção de fazer uma crítica político-econômico-social<br />
ao início do século XX passou meio despercebida devido ao desenvolvimento confuso<br />
do tema. O samba, sem ser nenhuma obra-prima, e a excelente Bateria, sustentaram bem o desfile.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 167,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé Catimba, Gibi e Serjão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“O teu cabelo não nega”<br />
Contando a vida de Lamartine Babo, a Escola da Leopoldi<strong>na</strong> levantou a Marquês de Sapucaí com alegorias<br />
bonitas, funcio<strong>na</strong>is e fantasias belíssimas, com o predomínio do branco e do dourado. A harmonia foi sempre<br />
perfeita e o samba cresceu à medida que a Verde e Branco evoluía em direção ao Bicampeo<strong>na</strong>to.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 139,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Ney Vian<strong>na</strong> e Zezinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Soninha<br />
“Abram alas para a folia, aí vem a Mocidade”
A Folia abriu suas alas para receber o melhor da Verde e Branco de Padre Miguel. Sem grandes pretensões,<br />
deu o seu recado cheio de cor e samba. A ala das baia<strong>na</strong>s foi um destaque à parte.<br />
Nenhuma Escola foi rebaixada para o Grupo I B. | As Escolas de Samba Unidos de São Carlos (Estácio de Sá)<br />
(1°) e Império da Tijuca (2°), Campeãs do Grupo I B, subiram para o Grupo I A.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria(1 a 10) | Samba-Enredo (1 a 10) | Harmonia (1 a 10) | Evolução (1 a 10) | Enredo (1 a 10)<br />
| Fantasias (1 a 10) | Comissão de Frente (1a 10) | Alegorias e Adereços (1 a 10) | Conjunto (1 a 5)<br />
18 julgadores (02 por quesito) | A Comissão de Frente voltou a ser apreciada como quesito a partir de 1981. |<br />
Anulados os votos dados por um dos julgadores do quesito Conjunto. | Total de notas válidas: 17 | Bonificação de<br />
05 pontos em cronometragem | Bonificação de 05 pontos em concentração | A Escola de Samba Unidos da Tijuca<br />
perdeu 05 pontos em concentração por ter atrasado o início do seu desfile. | Total máximo de pontos possível: 175<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Albery da Cunha, Samir Mattar | BATERIA: Milton Ba<strong>na</strong><strong>na</strong>, Russo do Pandeiro | CO-<br />
MISSÃO DE FRENTE: Amir Haddad, Evaldo Lemos | CONJUNTO: Gracindo Júnior¹, Mario Borriello | CRONOM. E<br />
CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Lauro César Muniz, Paulo Mendes Campos | EVOLUÇÃO: A<strong>na</strong> Maria<br />
Botafogo, Leda Iuque | FANTASIA: Kalma Murtinho, Marília Carneiro | HARMONIA: Maestro Nelsinho, Raul de<br />
Barros | SAMBA-ENREDO: Ivan Paulo, Maria D’apparecida<br />
Rapidinhas<br />
1 Nota Anulada<br />
• Nesse ano, a confusão e a invasão da pista de desfiles foi tão grande, mas tão grande, que ficou<br />
decidido que nenhuma Escola de Samba seria rebaixada de grupo.<br />
• A Unidos da Tijuca, primeira agremiação a se apresentar, recusou-se a iniciar o seu desfile antes<br />
que as emissoras de televisão começassem a transmitir o espetáculo. Sofreu pe<strong>na</strong>lização no quesito<br />
concentração.<br />
• Muito boa a ideia de tor<strong>na</strong>r obrigatória a presença de uma ala de crianças a partir desse ano.<br />
• A Estação Primeira de Mangueira trouxe uma Comissão de Frente muito elegante. Era composta por<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 93
apazes negros fantasiados de ‘Presidente da Republica em dia posse’, com direito a fraque e faixa<br />
presidencial. A coreografia agradou muito também.<br />
• No enredo da Beija-Flor, sobre as sete maravilhas do mundo antigo (o car<strong>na</strong>val seria a oitava maravilha),<br />
o Mausoléo de Halicar<strong>na</strong>sso foi completamente ignorado. Já a Muralha da Chi<strong>na</strong>, que não<br />
é uma das sete maravilhas do mundo antigo, foi cantada em prosa e verso e dominou um grande<br />
setor do desfile (sic!).<br />
• O samba-enredo da Beija-Flor foi completamente ‘manipulado’ pelo car<strong>na</strong>valesco Joãosinho Trinta<br />
para que pudesse servir melhor ao desenvolvimento do enredo.<br />
• As alegorias da agremiação de Nilópolis estavam, como de costume, um deslumbramento. Só não<br />
entendi muito bem o desleixo no carro do Colosso de Rodes onde o motorista estava grosseiramente<br />
visível <strong>na</strong> lateral frontal do mesmo.<br />
• Quase todos os Destaques que vieram em carros tiveram que se abaixar para não encostarem nos<br />
fios de alta tensão em certos trechos da avenida. Wanda Batista e Pedrinho Rodrigues, da Portela,<br />
talvez tenham sido os que mais vezes protagonizaram essa ce<strong>na</strong> bizarra.<br />
• O belíssimo samba-enredo da Portela “Das Maravilhas do Mar fez-se o esplendor de uma Noite”(<br />
David Correia e Jorge Macedo) estava <strong>na</strong> boca do povão. O desfile fluía bem até o momento da saída<br />
da bateria do recuo, quando ocorreu um verdadeiro desastre... a Escola abriu um imenso buraco<br />
e tanto o ritmo quanto o canto atravessaram completamente. Uma pe<strong>na</strong>....<br />
• Também não consegui entender a estratégia da bateria do Salgueiro. Ao ameaçar sair do boxe e<br />
desistir da manobra, estrangulou ainda mais a pista comprometendo, completamente, o desfile<br />
da Escola.<br />
• Emocio<strong>na</strong>nte a home<strong>na</strong>gem que a Mocidade Independente de Padre Miguel prestou ao Mestre<br />
André (falecido no ano anterior): trouxe o seu filho, Andrezinho (um menino <strong>na</strong>quela época), vestido<br />
igual ao pai a frente da bateria.<br />
• E a Imperatriz foi Bicampeã com um desfile simplesmente maravilhoso!<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Juve<strong>na</strong>l Lopes.<br />
94 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| | 1982 1982 1982<br />
GRUPO I A – 21/02 – RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ (SENTIDO: PRESIDENTE VARGAS – CATUMBI)<br />
12 agremiações - Tempo: Bom<br />
Segundo o regulamento de 1982 as Escolas ficavam proibidas de colocar figuras vivas em cima dos<br />
carros alegóricos. | Nesse ano as Escolas que ascenderam não abriram o desfile.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 158,0<br />
AUTORES DO SAMBA: J. Albertino<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Viriato Ferreira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marcos Moran<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zequinha e Irene<br />
“Noel Rosa e os poetas da Vila <strong>na</strong>s batalhas do Boulevard”<br />
A Vila não abafou ninguém, mas mostrou muita garra e classe. Simples e sem maiores pretensões, a Azul e<br />
Branco do Martinho da Vila saiu com muito samba no pé e desenvolveu com competência o seu enredo.<br />
Unidos de São Carlos (Estácio de Sá) . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 149,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Djalma Branco e Caruso<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edílson Ferreira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Abílio Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Sandra<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 95
96 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Onde há rede há renda”<br />
Muitos claros entre as alas, samba atravessado várias vezes e componentes que não cantavam e nem diziam<br />
no pé. Esse foi o retrato desolador que fez com que a Vermelho e Branco do Estácio, em momento algum,<br />
conseguisse contagiar o público. Não correspondeu à força de suas tradições e retornou ao Grupo II.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 180,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Didi e Mestrinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Amauri e Hele<strong>na</strong><br />
“É hoje”<br />
A explosão de cores das fantasias de Max Lopes trouxe para a avenida um toque de bom gosto e grandiosi-<br />
dade. O enredo, inspirado no livro de Lan, foi muito bem desenvolvido e embalado ao som do samba que se<br />
tornou antológico. A Tricolor da Ilha agradou em cheio e tornou-se uma das favoritas do público.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 180,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Flavinho Machado, Heraldo Faria e Tolito<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Delegado e Mocinha<br />
“As mil e uma noites cariocas”<br />
A Verde e Rosa prometeu mil e uma, mas mostrou bem menos. Como sempre a Bateria e a sua garra foram os<br />
destaques. Não aconteceu a química aguardada entre o car<strong>na</strong>valesco Fer<strong>na</strong>ndo Pinto e a tradicio<strong>na</strong>l Estação<br />
Primeira. O resultado ficou meio desbotado.
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 170,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé Di e Cezar Veneno<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“No Reino do faz de conta”<br />
A crise político-fi<strong>na</strong>nceira inter<strong>na</strong>, impediu a Vermelho e Branco de realizar um desfile melhor. Mesmo<br />
assim, os salgueirenses deram a volta por cima e se apresentaram com altivez e entusiasmo.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 179,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilson Bombeiro, Carlinhos Bagunça e Joel Menezes<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Juju Maravilha<br />
“O olho azul da serpente”<br />
Joãosinho Trinta foi buscar <strong>na</strong> literatura de cordel a inspiração para o grandioso desfile da Azul e Branco.<br />
O conjunto esteve perfeito. Infelizmente perdeu seis pontos por não respeitar o regulamento, colocando<br />
destaques sobre os carros alegóricos.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 163,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Adriano<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 97
98 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sobrinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jorge Bossa Nova e Marly<br />
“Lima Barreto – Mulato pobre, mas livre”<br />
Foi um desfile discipli<strong>na</strong>do e entusiástico. Muita gente não compreendeu o lado construtivo do enredo<br />
de Re<strong>na</strong>to Lage, interpretando-o exatamente ao contrário. De qualquer forma, a Azul-Pavão e Amarelo<br />
do Borel deu o seu recado.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 185,0<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia e Jorge Macedo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David Correia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Átila e Eny<br />
“Meu Brasil Brasileiro”<br />
O povo não se conteve diante do esplendor da Azul e Branco de Madureira e, ao amanhecer do<br />
dia, delirou. O enredo abordou as muitas manifestações populares da nossa cultura, e até mesmo o<br />
controverso samba cresceu muito <strong>na</strong> avenida. Foi um deslumbramento.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 176,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Adil, Dico da Viola e Roça<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Maria Carmem de Souza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Soninha<br />
“O Velho Chico”
A Mocidade fez um desfile de muita criatividade com fantasias simples, porém origi<strong>na</strong>is e de muito<br />
efeito. A Bateria da Verde e Branco, mais uma vez, sustentou o desfile e sacudiu a galera.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 183,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tuninho, Darci Nascimento e Dominguinhos do Estácio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Onde canta o sabiá”<br />
Poucas vezes se viu tanta riqueza e suntuosidade num desfile de Escolas de Samba. O enredo criado<br />
por Arlindo Rodrigues, baseado <strong>na</strong> Canção do Exílio de Gonçalves Dias, exaltou as belezas do Brasil<br />
de forma primorosa. A Verde e Branco de Ramos, assim como a Beija-Flor, também perdeu seis pon-<br />
tos no quesito alegorias e adereços por não respeitar o regulamento que nesse ano proibia figuras<br />
vivas sobre os carros.<br />
Império da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 155,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Melodia<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Pereira e Mario Barcelos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Almir Saint-Clair<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquito e Genilda<br />
“Iara, ouro e pinhão, <strong>na</strong> Terra da Gralha Azul”<br />
A Verde e Branco do morro da Formiga, chegou com simplicidade, mas bonita. Home<strong>na</strong>geou o<br />
estado do Paraná com um car<strong>na</strong>val barato porém com boa disposição para permanecer no Grupo<br />
Principal. Ficou para a próxima.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 99
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 187,0<br />
100 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto Sem Braço e Aluísio Machado<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães e Lícia Lacerda<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sergio Jamelão e Mariazinha<br />
“Bum Bum Paticumbum Prugurundum”<br />
Foi um desfile limpo, impecável e inesquecível. Criticou de forma contundente o gigantismo das<br />
Escolas de Samba. Passou leve e encantadora. Sucesso, desde muito antes do car<strong>na</strong>val, o sambaen-<br />
redo enlouqueceu a arquibancada consagrando, para sempre, a passagem da Campeã de 82.<br />
As Escolas de Samba Império da Tijuca (11°) e Unidos São Carlos (Estácio de Sá) (12°) foram rebaixadas<br />
para o Grupo I B. | As Escolas de Samba Caprichosos de Pilares (1°) e Unidos da Ponte (2°), Campeãs do<br />
Grupo I B em 1982, subiram para o Grupo I A.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria (1 a 10) | Samba-Enredo (1 a 10) | Harmonia (1 a 10) | Evolução (1 a 10) | Enredo (1 a 10)<br />
| Fantasias (1 a 10) | Comissão de Frente (1 a 10) | Alegorias e Adereços (1 a 10) | Mestre-Sala e Porta-<br />
-Bandeira (1 a 5) | Conjunto (1 a 5)<br />
20 julgadores (02 por quesito) | A exibição do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira voltou a ser apre-<br />
ciada como quesito a partir de1982. | Assim como já ocorria com a Ala das Baia<strong>na</strong>s, a Ala de Crianças<br />
passou a ser obrigatória | Foi mantida a proibição de levar figuras vivas sobre os carros alegóricos ape-<br />
<strong>na</strong>s em 1982. | Total de notas válidas: 20 | Bonificação de 05 pontos em cronometragem | Bonificação<br />
de 05 pontos em concentração | Desempate entre a 4ª e a 5ª colocada deu-se no quesito Bateria. | Total<br />
máximo de pontos possível: 190
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Gianguido Bonfanti, Heloísa Lustosa | BATERIA: Dirceu Santos Machado, Nelson de<br />
Macedo | COMISSÃO DE FRENTE: Adelson do Prado, Emília do Rego Barros | CONJUNTO: Alair Gomes, Celeida<br />
Tostes | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Emanuel Brasil, Maria Alice Barroso | EVOLU-<br />
ÇÃO: Alice Colino, Lourdes Bastos | FANTASIA: Lucy Barocinski, Luiz Carlos Ripper | HARMONIA: Abelardo<br />
Magalhães, Armando Vieira | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Áurea Hämmerli, Nora Esteves | SAMBA-ENREDO:<br />
Regi<strong>na</strong>ldo Bessa, Terésia de Oliveira<br />
Rapidinhas<br />
• A barcaça do carro Abre-Alas da União da Ilha estava linda demais!<br />
• E mais uma vez a União da Ilha nos brindou com um samba que entrou para a posteridade. “É hoje<br />
o dia, da alegria e a tristeza não pode pensar em chegar”. Diga, espelho meu, é lindo ou não é essa<br />
obra-prima de Didi e Mestrinho?<br />
• Incompreensível a decisão da Beija-Flor e da Imperatriz Leopoldinense de descumprir o regulamen-<br />
to de 1982, trazendo figuras vivas sobre os carros alegóricos. Será que chegaram a pensar que não<br />
seriam punidas?<br />
• A Imperatriz, luxuosíssima, nem precisava disso. Trouxe o carro mais bonito do ano, o do Sarau, onde<br />
bonecos-manequins, representando a nobreza rural, assistiam o poeta Gonçalves Dias declamar <strong>na</strong><br />
varanda de um casarão colonial do século XIX. A perfeição foi tanta, que até as botinhas das sinhás<br />
e sinhazinhas foram importadas da França. Preciosismos de Arlindo Rodrigues.<br />
• A imensa serpente dourada que girava em cima de um carro da Beija-Flor, me impressionou pela<br />
beleza e perfeição no acabamento.<br />
• Mas o ano foi mesmo do Império Serrano. Com o som onomatopaico do seu “Bumbum Paticumbum<br />
Prugurundum”, realizou um desfile inesquecível, entrando para a história do car<strong>na</strong>val.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Antonio Rufino (1907-1982) ∙ Antonio Caetano (1900-1982).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 101
| | 1983 1983 1983<br />
GRUPO I A – 13/02 – RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ (SENTIDO: PRESIDENTE VARGAS – CATUMBI)<br />
102 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
12 agremiações - Tempo: Nublado / Chuvoso (noite) e Bom (manhã)<br />
A partir de 1983 volta a ser permitida a presença de destaques sobre carros alegóricos. | O desfile<br />
foi aberto pela Vice-Campeã e Campeã do Grupo I B de 1982.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 160,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Mazinho, Ambrozio e Re<strong>na</strong>tinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Geraldo Cavalcanti<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Grilo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Hamilton e Nicinha<br />
“E Eles verão a Deus”<br />
Prestando home<strong>na</strong>gem aos grandes artistas plásticos brasileiros, de Aleijadinho a Di Cavalcanti, a Azul<br />
e Branco de Meriti abriu o desfile de forma modesta e um pouco nervosa. Alegorias fracas, fantasias<br />
pouco criativas e uma evolução arrastada, marcaram a passagem da estreante, que teve <strong>na</strong> Bateria, o<br />
seu ponto mais forte.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: Hors-Concours | PONTUAÇÃO: ---<br />
AUTORES DO SAMBA: Ratinho e Jorge Barbudo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Lilico e Beth<br />
“Um cardápio à brasileira”<br />
Quando a Azul e Branco de Pilares começava a animar a arquibancada com seu empolgante desfile, que falou da<br />
culinária regio<strong>na</strong>l brasileira, um fato inédito ocorreu: boa parte da passarela ficou às escuras devido a um problema<br />
técnico com a ilumi<strong>na</strong>ção da pista. Dessa forma, a Escola não pôde ser julgada, desfilando “hors-concours”.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 183,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Rodolpho, David da Vila, Jo<strong>na</strong>s e Jorge King<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Costa<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marcos Moram<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bebeto e Ivone<br />
“Os Imortais”<br />
São Pedro guardou a única chuva da noite para a Vila, mas a Escola procurou não desanimar e evoluiu<br />
embalada pelo bom samba e pela ótima Bateria para exaltar os escritores e a Academia Brasileira de<br />
Letras. Desfile ape<strong>na</strong>s mediano.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 180,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Djalma e Eli<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Yarema Ostrower<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sobrinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jorge Bossa Nova e Irene<br />
“Brasil: Devagar com o andor que o santo é de barro”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 103
Mostrando um pouco do folclore do norte e nordeste através de obras do artesa<strong>na</strong>to em barro, a Azul-Pavão<br />
e Ouro fez um desfile morno apresentando sérios problemas nos quesitos fantasia e alegorias/ adereços.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 193,0<br />
104 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Flavinho Machado, Heraldo Faria e Geraldo das Neves<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Delegado e Mocinha<br />
“Verde que te quero rosa, semente viva do samba”<br />
A Verde e Rosa cantou a si própria e, de quebra, prestou uma home<strong>na</strong>gem muito legal a Cartola. O<br />
samba cresceu <strong>na</strong> voz do insubstituível Jamelão e a evolução foi, mais uma vez, o ponto forte da velha<br />
Manga. As fantasias estavam mais bonitas e as alegorias, razoáveis. Mas inesquecível mesmo, foi a mar-<br />
cação única e redondíssima da sua excepcio<strong>na</strong>l Bateria, que apesar de ter entrado sem chapéu, deu um<br />
verdadeiro show de ritmo.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 190,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Robertinho e Armandinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Wani Araújo e Viriato Ferreira (figurinos)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“Toma lá, dá cá”<br />
A Azul, Vermelho e Branco da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor decidiu inovar: trocou a sua simplicidade, leve e ir-<br />
reverente, por um car<strong>na</strong>val mais pesado e com muito mais luxo. Eram gigantescas as alegorias que o<br />
car<strong>na</strong>valesco Wani Araújo criou para ilustrar o enredo que fazia uma elegia às mãos. Não sei não, mas<br />
acho que a Escola acabou entrando pela contramão.
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 188,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Celso Trindade e Bala<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Augusto César Vanucci e Lan<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Amauri e Rita<br />
“Traços e Troças”<br />
Até que o desfile começou bem e animado, mas logo se viu que a Escola não tinha uma organização<br />
de conjunto para sustentar tal empolgação. Deixando muitos claros entre as alas, a Vermelho e Branco<br />
acabou por atravessar, de leve, o fortíssimo samba que home<strong>na</strong>geava a arte da caricatura no Brasil. E o<br />
Salgueiro tropeçou <strong>na</strong> evolução. Que pe<strong>na</strong>...<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 201,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Hilton Veneno e Mazinho da Piedade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvinho da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Átila e Andréa<br />
“A Ressurreição das Coroas – Reisado, Reino e Rei<strong>na</strong>do”<br />
Amanhecia quando a imensa Águia branca coroada surgiu poderosa <strong>na</strong> avenida maravilhando o públi-<br />
co ao cantar todos os tipos de coroas, desde os cocares indíge<strong>na</strong>s até as das realezas atuais. A Bateria<br />
marcou firme o bom samba-enredo. O grande problema da Azul e Branco foi o exagero: no número de<br />
componentes, no tamanho das alegorias, <strong>na</strong> correria das alas e, até mesmo, <strong>na</strong> quantidade de coroas.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 200,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 105
106 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto Sem Braço e Aluísio Machado<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong> (tema)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sergio Jamelão e Mariazinha<br />
“Mãe Baia<strong>na</strong> Mãe”<br />
Repetindo a mesma fórmula que lhe deu o título em 82, a Verde e Branco de Madureira trouxe um enre-<br />
do com elementos da cultura popular, um samba dos mesmos autores, uma Bateria de arrepiar, fantasias<br />
leves e alegorias pouco luxuosas, mas de grande impacto visual. O tema representava as características<br />
da mulher negra da Bahia (e do Brasil). O Império voltou a fazer o público delirar e encerrou seu desfile<br />
aos gritos de “Já Ganhou!”. O Bi parecia certo.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 198,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Mathias de Freitas, Carlinhos Boemia e Nelson Lima<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David Correia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“O Rei da Costa do Marfim visita Chica da Silva em Diamanti<strong>na</strong>”<br />
A Escola entrou meio fria, debaixo de forte calor, mas aos poucos foi se soltando, o que lhe valeu aplau-<br />
sos calorosos. O enredo de Arlindo Rodrigues misturou o africano selvagem com o Barroco mineiro.<br />
Tudo com muito luxo, adereços e verdadeiras obras de arte nos carros alegóricos. A Verde e Branco<br />
deixou a pista certa de ter realizado um grande car<strong>na</strong>val.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 193,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Adil, Dico da Viola , Paulinho Mocidade e Tiãozinho da Mocidade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Soninha<br />
“Como era verde o meu Xingu”<br />
A Mocidade optou por um enredo ecológico. Defendeu o índio, o meio ambiente e protestou contra a<br />
devastação das terras brasileiras. Fer<strong>na</strong>ndo Pinto usou e abusou do verde e amarelo e ainda se deu ao<br />
luxo de misturar ao branco outras cores que se encaixaram perfeitamente ao tema. Um desfile quase<br />
irrepreensível, de grande categoria e que terminou sob o coro de “É Campeã”.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 204,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Neguinho da Beija-Flor e Nêgo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Juju Maravilha<br />
“A grande constelação das estrelas negras”<br />
A Azul e Branco de Nilópolis realizou um desfile correto, compacto, muito animado e com o luxo<br />
de sempre. O enredo era uma home<strong>na</strong>gem à algumas perso<strong>na</strong>lidades negras que se destacavam<br />
em várias atividades. Tudo bem ao estilo Joãosinho Trinta, porém com menos requinte do que o<br />
habitual. A Beija-Flor conquistava assim o seu quinto título de Campeã, uma vitória que muitos<br />
consideraram surpreendente.<br />
Devido ao fato da Escola de Samba Caprichosos de Pilares não ter sido julgada em razão do apagão du-<br />
rante o seu desfile, nenhuma Escola foi rebaixada para o Grupo I B. | As Escolas de Samba Estácio de Sá<br />
(1º) e Império da Tijuca (2º), Campeãs do Grupo I B, subiram para o Grupo I A.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 107
108 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente;Alegorias e<br />
Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
20 julgadores (02 por quesito) | Cada quesito com variação de 1 a 10 pontos | Total de notas válidas: 20<br />
| Volta a ser permitida a presença de figuras vivas sobre os carros alegóricos. | Bonificação de 05 pontos<br />
em cronometragem | Bonificação de 05 pontos em concentração | Desempate entre a 5ª e a 6ª colocada<br />
deu-se no quesito Samba-Enredo. | Total máximo de pontos possível: 210<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Messias Neiva, Sylvio Pinto | BATERIA: Hélio Villar, João D’ângelo | COMISSÃO DE FRENTE:<br />
Sônia Vieira, Vera Martins | CONJUNTO: Edinha Diniz, Waldir Alves | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfi-<br />
les | ENREDO: Jezebel Irigaray, Olga Savary | EVOLUÇÃO: Déa Peçanha, Tília Norka | FANTASIA: Aladyr Azevedo,<br />
Lúcia Medawar | HARMONIA: Hélio Cordovil, Maria Alice Saraiva | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Denise<br />
Casoni, Maria Tereza Soldatelli | SAMBA-ENREDO: Ivete Garcia, Sérgio Ferreira<br />
Rapidinhas<br />
• Jamais poderia imagi<strong>na</strong>r que algum dia eu assistiria uma Escola de Samba desfilar no escuro. Aconteceu<br />
com a Caprichosos de Pilares.<br />
• Achei muito interessante os elegantes painéis explicativos utilizados pelo car<strong>na</strong>valesco Re<strong>na</strong>to Lage para<br />
dividir o seu enredo em setores. O car<strong>na</strong>valesco repetiria essa mesma ideia em car<strong>na</strong>vais futuros.<br />
• A imponente e suntuosa coroa espelhada da Imperatriz Leopoldinense, foi uma das mais bonitas que eu<br />
já vi até hoje. Criação de Arlindo Rodrigues.<br />
• Também fiquei maravilhado com o carro que representava o casarão de Chica da Silva. Sem a presença<br />
de figuras vivas, esbanjou beleza.<br />
• A bateria da Imperatriz Leopoldinense saiu muito cedo do recuo deixando quase 2/3 da Escola sem<br />
sustentação de ritmo.
• As últimas alas da Mocidade Independente de Padre Miguel, formadas por índios andando de bicicleta<br />
ou deslizando sobre patins, estavam simplesmente fantásticas.<br />
• A modelo Monique Evans i<strong>na</strong>ugurou, <strong>na</strong> Mocidade, a era do glamour das Rainhas de Bateria famosas.<br />
• As alegorias da Beija-Flor, leves e espelhadas, não ajudaram a ilustrar o enredo. Funcio<strong>na</strong>ram, <strong>na</strong> verdade,<br />
como simples suportes para os Destaques. O mais interessante é que elas balançavam ao som do samba.<br />
Disso eu gostei.<br />
• Max Lopes dosou magnificamente o verde e o rosa <strong>na</strong>s fantasias da Estação Primeira de Mangueira.<br />
Craque é craque...<br />
• Na minha opinião pessoal, a Mocidade Independente realizou o melhor desfile do ano.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Clara Nunes (1942-1983) ∙ Mestre Waldomiro (1905-1983).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 109
| 1984<br />
110 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
1984 1984 |<br />
GRUPO I A – 03 E 04/03 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
Pelo regulamento de 1984, as três melhores colocadas de cada dia de desfile classificaram-se<br />
para um supercampeo<strong>na</strong>to no fi<strong>na</strong>l de sema<strong>na</strong> posterior<br />
DOMINGO, 03/03<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela 10ª colocada do Grupo I A em 1983.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 143,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Melodia, Jorge Moreira e Nogueirinha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães e Luiz Carlos Cruz<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sobrinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Matilde<br />
“Salamaleikum, a Epopeia dos insubmissos Malês”<br />
Primeira agremiação do Grupo I A a estrear o asfalto do Sambódromo, a Escola da Tijuca teve um início<br />
confuso com problemas os mais diversos: alas atrasadas, quebra de carros, a roupa da Comissão de<br />
Frente que não apareceu, entre outros. O complicado enredo (sobre uma etnia de escravos politizados)<br />
e as pouco criativas fantasias em branco, azul-pavão e dourado, não ajudaram a empolgar o conjunto.
Império da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 157,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Ailton e Tibu<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Almir Saint-Clair<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“9215”<br />
O enredo trazia o número da lei que acabou com o jogo no Brasil durante o governo Dutra. Os componentes<br />
da Verde e Branco clamaram pela reabertura dos cassinos, com fantasias e alegorias modestas. Não empol-<br />
gou muito e nem conseguiu entusiasmar a Apoteose.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 193,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Almir de Araújo, Balinha, Marquinhos Sorriso Lessa e Hércules<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Lilico e Beth<br />
“A visita da nobreza do riso à Chico Rei, num palco nem sempre ilumi<strong>na</strong>do”<br />
E a Azul e Branco brilhou como nunca!!! Cantou, de forma alegre, as amarguras dos tempos de crise sem<br />
transformar seu desfile crítico em discurso panfletário. Home<strong>na</strong>geou, também, a todos os palhaços e humo-<br />
ristas brasileiros. Com um samba marcheado, mas muito animado, a Caprichosos levantou a galera e criou<br />
um estilo próprio que a acompanharia por alguns anos.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 192,0<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia e Jorge Macedo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 111
112 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David Correia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Amauri e Rita<br />
“Skindô Skindô”<br />
Quando a Vermelho e Branco entrou <strong>na</strong> passarela, o car<strong>na</strong>val se encheu de beleza. O bonito enredo de<br />
Arlindo Rodrigues contava a história do Samba em lindas fantasias e alegorias. A Bateria deu um show<br />
de competência. Lamentavelmente, faltou um samba melhor capaz de levantar o povão. Conclusão: o<br />
Salgueiro iluminou, mas não aqueceu.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 188,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Didi e Aurinho da Ilha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Geraldo Cavalcanti<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tiãozinho e Juju Maravilha<br />
“Quem pode, pode, quem não pode...”<br />
Desfilando provérbios, a Tricolor da Ilha não chegou a definir uma tendência entre a simplicidade e o luxo.<br />
Sobressaíram-se, isoladamente, os figurinos e a Bateria: lindos os primeiros, eficientíssima a segunda. Não<br />
conseguiu levar às últimas consequências o seu enredo. Desfile ape<strong>na</strong>s mediano.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 203,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Dedé da Portela e Norival Reis<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Regi<strong>na</strong><br />
“Contos de areia”
O dia amanhecia enquanto a Águia da Portela deslizava pela Avenida invocando os Orixás Oraniã, Oxossi<br />
e Iansã para home<strong>na</strong>gear, através de um belíssimo samba, três portelenses ilustres: Paulo da Portela,<br />
Natal e Clara Nunes que havia falecido, prematuramente, no ano anterior. As alas luxuosas, or<strong>na</strong>das de<br />
dourados, prateados e diversas to<strong>na</strong>lidades de azul passaram cheias de brilho e emoção. Lenços brancos<br />
<strong>na</strong>s arquibancadas saudaram a passagem da Escola de Madureira. Foi lindo demais...<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 201,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bicalho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong> e Paulo Samara<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sergio Jamelão e Mariazinha<br />
“Foi malandro, é”<br />
Toda a raça, classe e beleza de uma grande Escola de Samba despejou <strong>na</strong> passarela, sutilmente, a malandra-<br />
gem brasileira desde o descobrimento. Re<strong>na</strong>to Lage criou alegorias, adereços e fantasias, muito bonitas, em<br />
verde, branco, dourado e amarelo escancarando um car<strong>na</strong>val muito divertido no Sambódromo. Com uma<br />
deslumbrante ala de baia<strong>na</strong>s, o Império foi sangue <strong>na</strong>s veias. Alegria marota de quem foi malandro, é.<br />
SEGUNDA, 04/03<br />
7 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo I B de 1983.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 173,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Dominguinhos do Estácio, Darcy do Nascimento e Jangada<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 113
114 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Silvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Nedinho e Sandra<br />
“Quem é você?”<br />
A antiga São Carlos abriu o desfile de segunda-feira com um enredo inspirado em Chico Buarque, fa-<br />
lando de máscaras e amores car<strong>na</strong>valescos. Exibindo bonitas fantasias tradicio<strong>na</strong>is e uma Bateria conta-<br />
giante, a Vermelho e Branco do Estácio conseguiu garantir sua presença no Grupo Especial.<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 168,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorginho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Barcelos e Orlando Pereira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Grilo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Hamilton e Nicinha<br />
“Oferendas”<br />
A Azul e Branco de São João de Meriti entrou meio que vacilante <strong>na</strong> passarela para louvar os Orixás, arriando<br />
oferendas no asfalto. Pecou em harmonia, alegoria e no conjunto, além de não conseguir executar o enredo<br />
de forma clara. Faltou, ainda, entusiasmo e evolução para identificar melhor o toque místico.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 201,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Edson Show e Romildo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Soninha<br />
“Mamãe eu quero Ma<strong>na</strong>us”
Bem realizado, bem bolado e origi<strong>na</strong>l, o enredo de Fer<strong>na</strong>ndo Pinto empolgou as arquibancadas contan-<br />
do a história do contrabando no Brasil. Os carros e as alegorias de mão estavam repletos de muambas.<br />
A sátira foi maliciosamente deliciosa. Pe<strong>na</strong> que a Bateria, e logo ela, vacilou feio.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 183,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Martinho da Vila<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Costa<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marcos Moran, Gera, Zé Carlos e Valcir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“Pra tudo se acabar <strong>na</strong> quarta-feira”<br />
A beleza do enredo, do desfile e do ótimo samba, de Martinho da Vila, agradaram em cheio. O tema<br />
nostálgico home<strong>na</strong>geou, através da inspiração em Vinícius de Moraes, os artistas anônimos do car<strong>na</strong>val:<br />
pintores, escultores, ferreiros, costureiras, chapeleiros e etc. Sem dúvida, uma bela apresentação.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 189,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Velha, Guga, Tuninho e Alvinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães e Lícia Lacerda<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Lea Porto, Valquíria e Edu<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Alô Mamãe!”<br />
O enredo de Rosa Magalhães e Lícia Lacerda assumiu o tom de protesto e deu um toque descontraído e<br />
alegre ao desfile da Verde e Branco de Ramos. No carro Abre-Alas, o então deputado Ag<strong>na</strong>ldo Timóteo,<br />
ao telefone, parodiava a si mesmo. O samba correu bem, mas não conseguiu sacudir o povão.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 115
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 193,0<br />
116 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Neguinho da Beija-Flor e Nêgo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor, As Ciga<strong>na</strong>s e as Estrelas Negras<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Dóris<br />
“Gigante em berço esplêndido”<br />
Joãosinho Trinta garantiu que o seu enredo não era ufanista e nem pretendia ser contestador, procurava<br />
ape<strong>na</strong>s mostrar a capacidade do Brasil em se transformar num grande país. Para variar, a Azul e Branco<br />
passou riquíssima e belíssima aos primeiros raios de sol, mas, dessa vez, não conseguiu entusiasmar.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 208,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jurandir, Helio Turco, Comprido, Arroz e Jajá<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Delegado e Mocinha<br />
“Yes nós temos Braguinha”<br />
Inesquecível! A Verde e Rosa fechou o car<strong>na</strong>val com uma verdadeira consagração popular. Jamelão pu-<br />
xou o samba-empolgação e levou o público a cantar e vibrar. As fantasias, as alegorias e os adereços,<br />
criados por Max Lopes, eram de uma maravilha sem fim, e provaram o porquê de o car<strong>na</strong>valesco ser<br />
chamado “o mago das cores”. Ousada, a Mangueira deu a volta <strong>na</strong> Apoteose e retornou à pista enlou-<br />
quecendo a galera.<br />
SUPERCAMPEONATO, 10/03<br />
Passarela do Samba
Desfilaram as três primeiras colocadas de cada dia de desfile do Grupo I A e mais a Campeã e a vice<br />
do Grupo I B. | Resultado fi<strong>na</strong>l: 1º Mangueira – Supercampeã, 2º Portela, 3º Mocidade Independente<br />
de Padre Miguel, 4º Império Serrano, 5º Beija-Flor de Nilópolis, 6º Caprichosos de Pilares, 7º Unidos do<br />
Cabuçu e 8º Acadêmicos de Santa Cruz. | As Escolas de Samba Unidos da Tijuca e Unidos da Ponte, úl-<br />
timas colocadas, respectivamente, de Domingo e segunda-feira, foram rebaixadas para o Grupo I B. | As<br />
Escolas de Samba Unidos do Cabuçu (1º), Acadêmicos de Santa Cruz (2º), Em Cima da Hora (3º) e São<br />
Clemente (4º), primeiras colocadas do Grupo I B, subiram para o Grupo I A.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente;Alegorias e<br />
Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
O desfile foi dividido em 2 dias com julgadores diferentes. | 20 julgadores (02 por quesito) no Do-<br />
mingo | 20 julgadores (02 por quesito) <strong>na</strong> Segunda-Feira | Cada quesito com variação de 5 a 10<br />
pontos | Total de notas válidas: 20 (Domingo) | Total de notas válidas: 20 (Segunda-Feira) | Bonifica-<br />
ção de 05 pontos em cronometragem (tempo de desfile: até 85 min.) | Bonificação de 05 pontos em<br />
concentração | Total máximo de pontos possível: 210<br />
Julgadores<br />
DOMINGO ALEGORIAS E ADEREÇOS: L. Figueiredo, Ruben Breitner | BATERIA: Bené Nunes, Milton Rodrigues<br />
| COMISSÃO DE FRENTE: Le<strong>na</strong> Frias, Maria Luiza Noronha | CONJUNTO: Antônio Carlos Austragésilo de Athayde,<br />
Guilherme Araújo | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Caribé da Rocha, João Antônio<br />
| EVOLUÇÃO: Armando Nesi, Eloísa Vasconcelos | FANTASIA: Mari<strong>na</strong> Massari, Tatia<strong>na</strong> Memória | HARMONIA:<br />
Ricardo Cravo Albin, Ro<strong>na</strong>ldo Miranda | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Antônio Faro, Irene Orazem | SAMBA-<br />
-ENREDO: Fátima Guedes, Geraldo de Mello Mourão<br />
SEGUNDA ALEGORIAS E ADEREÇOS: Ascânio M.M.M., Haroldo Barbosa | BATERIA: Henrique Morelembaun,<br />
Orlando Silveira | COMISSÃO DE FRENTE: Nelma Quadros, Jorge Sales | CONJUNTO: Olga Savary, Wolf Maia |<br />
CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Alfredo Brito, Ferdy Carneiro | EVOLUÇÃO: Elia<strong>na</strong> Panto-<br />
ja, Wanda Garcia | FANTASIA: Adelson do Prado, Joãozinho Miranda | HARMONIA: Glauco Ferreira, Ricardo<br />
Tacuchian | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Johnny Franklyn, Márcia Rodrigues | SAMBA-ENREDO: Ilmar de<br />
Carvalho, Walmir Leal<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 117
SUPERCAMPEONATO BATERIA: Luiz Anunciação, Sebastião Gonçalves | COMISSÃO DE FRENTE: Edilberto<br />
Coutinho, João Baptista Vargens | CONJUNTO: Jane Ilhant, Paulo Ubiratan | CRONOM. E CONCENT.: Comissão<br />
de Desfiles | EVOLUÇÃO: Dennis Gray, Lourdes Bastos | HARMONIA: Alan Caruso, Turíbio Santos | MESTRE-SALA<br />
E PORTA-BANDEIRA: Jorge Siqueira, Márcia Barroso do Amaral | SAMBA-ENREDO: José Louzeiro, Roberto Balay<br />
118 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• I<strong>na</strong>uguração da Passarela do Samba. Belíssima obra de Oscar Niemeyer apelidada, carinhosamente, de<br />
Sambódromo. Passa a ser, definitivamente, o palco, a céu aberto, do maior espetáculo da Terra. Apesar<br />
da grande distância entre as arquibancadas e a pista (o que esfria um pouco a interação entre o povão e<br />
as Escolas) e da equivocada utilização da Praça da Apoteose (um imenso espaço onde o cortejo linear se<br />
perdia completamente) nos dois primeiros anos, a Passarela respondeu ao anseio de todos os sambistas.<br />
• O desfile passa a se realizar em dois dias. Lembro que <strong>na</strong> época não gostei muito dessa medida por achar<br />
que tiraria um pouco da magia pela disputa do campeo<strong>na</strong>to.<br />
• A fundação da LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba) fortaleceu as agremiações que são,<br />
enfim, as grandes estrelas desse show maravilhoso.<br />
• A Escola de Samba Unidos de São Carlos mudou o seu nome para Estácio de Sá.<br />
• Depois de um racha interno, algumas das mais tradicio<strong>na</strong>is alas portelenses deixaram a Escola e funda-<br />
ram uma nova agremiação: Tradição.<br />
• A grande surpresa do ano foi a Escola de Samba Caprichosos de Pilares. Fez um desfile deliciosamente<br />
entusiasmado contagiando todo mundo que estava no sambódromo.<br />
• Mas quem arrebentou mesmo foi a Estação Primeira de Mangueira. Aproveitando-se do fato de ser a<br />
última a se apresentar, deu a volta <strong>na</strong> Praça da Apoteose e retornou à pista no sentido inverso ao do<br />
desfile para levar ao delírio o povão que permanecia <strong>na</strong>s arquibancadas.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Mano Décio da Viola (1909-1984).
| 1985<br />
1985 1985 |<br />
GRUPO I A – 17 E 18/02 - PASSARELA DO SAMBA ( RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
16 agremiações<br />
DOMINGO, 17/02<br />
8 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela 3ª colocada do Grupo I B em 1984.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Em Cima da Hora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 16º | PONTUAÇÃO: 160,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Nunes, Reco e Re<strong>na</strong>to<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edson Mendes e Cid Camilo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): César do Vale<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marinho e Andréia<br />
“Me acostumo, mas não me amanso”<br />
O desfile da Em Cima da Hora ficou marcado por um detalhe irônico: ela chegou depois da hora, per-<br />
dendo dez pontos em concentração. Seu tema procurava mostrar a saga dos nordestinos que vêm para<br />
a cidade grande. A Azul e Branco bem que tentou empolgar a galera, mas faltou animação. A volta para<br />
o Grupo I B, foi, então, inevitável.<br />
Unidos do Cabuçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 182,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 119
AUTORES DO SAMBA: J. Leão, João do Cabuçu, Celsinho, João do Cavaco e Jorginho Harmonia<br />
120 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Stoelsson<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Celsinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zerinho e Nega Flor<br />
“A festa é nossa, ninguém tasca ou Quem ri por último, ri melhor”<br />
A Escola azul e branca entrou com garra e cantou para quem quis ouvir e entender, que a nossa indepen-<br />
dência foi feita pela aristocracia, mas quem pagou foi o povo. Descartou o luxo e a riqueza e concentrou seu<br />
desfile <strong>na</strong> sátira bem humorada.<br />
Império da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 200,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Canuto, Ademir Jacaré e Moacyr Mangueira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ney Ayan, Darcy Giorno e Osmar Frazão<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Almir Saint-Clair e Alcir de Paula<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bebeto e A<strong>na</strong>lice<br />
“Se a Lua contasse...”<br />
A Verde e Branco Tijuca<strong>na</strong> cantou Custódio Mesquita, reconstruindo, com muito capricho, o fausto da socie-<br />
dade brasileira dos anos 30. Apesar das limitações inerentes a uma Escola peque<strong>na</strong>, realizou um bom desfile<br />
com muito samba no pé.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 214,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bala, Jorge Melodia e Jorge Moreira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Amaury e Rita
“Anos Trinta, vento sul – Vargas”<br />
Com um enredo politicamente discutível a Vermelho e Branco apresentou um belo visual. Entrou com<br />
muita vibração <strong>na</strong> avenida e mostrou porque sempre foi uma Escola grande e diferente.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 186,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Didi, Aurinho da Ilha e Arita<strong>na</strong><br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Orlando<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho e Elza Soares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Juju Maravilha<br />
“Um Herói, uma canção, um enredo”<br />
Famosa pela simpatia, leveza e irreverência, a Tricolor da Ilha decidiu se sofisticar. Trouxe carros imensos e novi-<br />
dades tecnológicas como a utilização de raio laser. Não deu certo. O carro Abre-Alas quebrou e o tal raio laser,<br />
<strong>na</strong>da acrescentou à sua apresentação. Assim, a home<strong>na</strong>gem ao herói da Revolta da Chibata, João Cândido, se<br />
transformou num verdadeiro pesadelo. Perdeu 10 pontos em concentração e por pouco não caiu para o Grupo I B.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 217,0<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia, Jorge Macedo e Tião Grande<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David Correia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“Parece que foi ontem”<br />
O dia amanhecia enquanto a Azul e Branco do bairro de Noel oferecia uma deliciosa volta à infância,<br />
com todo o lirismo das brincadeiras de roda e dos contos de fada. O tema conduziu a Passarela a um<br />
mundo de sonho e magia através das belíssimas fantasias e de alegorias encantadoras e fasci<strong>na</strong>ntes.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 121
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 207,0<br />
122 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Helio Turco, Jurandir e Darcy da Mangueira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Elói Machado, Edinha Diniz e Bia Dumont<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jurandir e Lula<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Lilico e Mocinha<br />
“Abram alas que eu quero passar”<br />
A Verde e Rosa escolheu o caminho do luxo e do esplendor para contar a vida e a obra de Chiquinha Gon-<br />
zaga. Não conseguiu. O enredo apresentou falhas no seu desenvolvimento e as alegorias, enormes, eram<br />
pouco criativas. O contingente numeroso só fez comprometer o conjunto. Na verdade, o gigantismo afastou<br />
a possibilidade do Bicampeo<strong>na</strong>to.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 228,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Gibi, Tiãozinho e Arsênio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Soninha<br />
“Ziriguidum 2001, car<strong>na</strong>val <strong>na</strong>s estrelas”<br />
O desfile foi um deslumbramento total em verde, branco e dourado. Coeso, compacto, animado e vibrante.<br />
Visualmente impecável, com fantasias e alegorias perfeitas, bonitas, criativas e descritivas do enredo genial<br />
de Fer<strong>na</strong>ndo Pinto. Uma apresentação absolutamente maravilhosa, daquelas de entrar para história.
SEGUNDA, 18/02<br />
8 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela quarta colocada do Grupo I B de 1984.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 179,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Rodrigo, Isías de Paula e Helinho 107<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Carlos d’Andrade e Roberto Costa<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Isaías de Paula<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rui Geléia e Rosângela<br />
“Quem casa quer casa”<br />
A agremiação amarela e preto de Botafogo abriu o desfile de Segunda-Feira com um excelente car<strong>na</strong>val,<br />
embalado por um ótimo samba. Assumiu o humor por inteiro e compensou os poucos recursos com um<br />
superávit de imagi<strong>na</strong>ção. Castigou o problema habitacio<strong>na</strong>l brasileiro através do espirituoso enredo. A<br />
Comissão de Frente (Estandarte de Ouro) que trouxe doze integrantes, cada um, perso<strong>na</strong>lizando noivo/<br />
noiva, estava impagável. No encerramento um caixão-quitinete representava a última morada do mutu-<br />
ário. Podia ser melhor?<br />
Acadêmicos de Santa Cruz . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 180,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé de Angola e Grajaú<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Gil Ricon<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquitinho e Natália<br />
“Ibrahim, de leve eu chego lá”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 123
Em flagrante contraste com a Escola que a antecedeu, a Verde e Branco de Santa Cruz home<strong>na</strong>geou o High<br />
Society brasileiro resumido, com muita propriedade, <strong>na</strong> figura do colunista social Ibrahim Sued. Atrasou o<br />
desfile por duas horas devido a problemas com suas alegorias, o que acabou lhe custando a perda de 10<br />
pontos em concentração.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 200,0<br />
124 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Djalma Branco, Caruso, Jangada e Djalma das Mercês<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Alvarez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Nedinho e Isaura de Assis<br />
“Chora Chorões”<br />
Com um tema bem brasileiro a Vermelho e Branco do Morro de São Carlos home<strong>na</strong>geou o Chorinho. Foi<br />
um car<strong>na</strong>val de muita tradição, embalado ao som do samba (Estandarte de Ouro), que foi considerado<br />
o mais bonito do ano.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 214,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto Sem Braço<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Corvo e Irene<br />
“Samba, suor e cerveja – o combustível da ilusão”<br />
De repente a passarela se cobriu de Verde e Branco para deixar passar a beleza imponente da Serrinha.<br />
Contou a história da “Loirinha bem gelada”, desde sua invenção pelos egípcios, até a atualidade. Apesar<br />
do visual fabuloso que dominou a Escola de ponta a ponta, ao alvorecer, a cerveja bem que poderia<br />
estar mais gelada.
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 210,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Sideral, Doutor, Amaurizão e Guga<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felício dos Santos, José Felix Garcez e Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sobrinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Adolã, a cidade mistério”<br />
A Verde, Branco e Ouro de Ramos enfrentou muitos contratempos: Seu car<strong>na</strong>valesco abandonou a Es-<br />
cola às vésperas do car<strong>na</strong>val (substituído às pressas por Arlindo Rodrigues), o carro Abre-Alas quebrou<br />
<strong>na</strong> concentração e foi rebocado durante o desfile, e o enredo, ultrasurrealista, que contava uma lenda<br />
ligada a civilização Marajoara, não foi bem compreendido por ninguém. Problemas à parte, impressio-<br />
nou pela beleza visual.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 222,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé do Cavaco, Carlinhos Bagunça, Car<strong>na</strong>val, H.O. e Patrício<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Dóris<br />
“A Lapa de Adão e Eva”<br />
Dessa vez Joãosinho Trinta trouxe um enredo pra lá de delirante. Fez do Rio o Paraíso Terrestre. Sem abrir<br />
mão do luxo soberbo, a Azul e Branco de Nilópolis teve <strong>na</strong>s fantasias exuberantes e nos enormes carros<br />
alegóricos seus grandes trunfos. A controvertida Bateria (com sua batida um tanto marcial) sustentou<br />
bem o samba e segurou o público, que aderiu em peso à sua empolgação. Deixou a avenida como uma<br />
das favoritas ao campeo<strong>na</strong>to.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 125
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 214,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Almir de Araújo, Balinha, Marquinhos Sorriso Lessa, Hércules e Carlinhos de Pilares<br />
126 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tiãozinho e Patrícia<br />
“E por falar em Saudade...”<br />
Mantendo um estilo leve e cheio de humor a Azul e Branco lembrou o passado com um tema incremen-<br />
tado pelo molho da sátira política. Embora tenha apresentado alguns problemas no seu conjunto, fez<br />
um desfile extraordinário. O samba marcheado (mas muito gostoso) com uma letra super- maliciosa,<br />
levantou o povão <strong>na</strong>s arquibancadas. A triunfal apresentação de Pilares deixou a passarela debaixo do<br />
coro de “Já Ganhou, Já Ganhou”.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 216,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Noca da Portela, J. Rocha, Edir e Poly<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvinho da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cizinho e Sandra<br />
“Recordar é viver”<br />
Quando a imensa Águia branca batendo as asas pousou <strong>na</strong> Avenida o relógio marcava 13 horas e a<br />
temperatura beirava os 40° C. Todavia, esse não foi seu único desafio: chegou desfalcada da sua ala<br />
mais tradicio<strong>na</strong>lista, que rompera com a Escola, formando a Tradição. Passou com classe e categoria em<br />
tons azul turquesa, branco e prata, recordando os cassinos, as vedetes famosas e os antigos car<strong>na</strong>vais.<br />
Encerrou sua exibição como forte candidata ao primeiro lugar.<br />
As Escolas de Samba Acadêmicos de Santa Cruz (14°), São Clemente (15°) e Em Cima da Hora (16°) foram
ebaixadas para o Grupo I B. | As Escolas de Samba Unidos da Ponte (1°) e Unidos da Tijuca (2°), Campeãs<br />
do Grupo I B, subiram para o Grupo I A.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
A partir desse ano o desfile passa a ser dividido em 2 dias, porém com julgamento unificado. | 20 julgadores<br />
(02 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de 5 a 10 pontos |<br />
Total de notas válidas: 20. | Bonificação de 10 pontos em cronometragem | Bonificação de 10 pontos em concentração<br />
| As Escolas de Samba Em Cima da Hora e União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor, perderam a bonificação de<br />
10 pontos, referentes a concentração, por atrasarem o inicio dos seus respectivos desfiles. | A Escola de Samba<br />
Acadêmicos de Santa Cruz foi punida com a perda de 10 pontos por descumprir o regulamento trazendo<br />
veículo motorizado ao seu desfile. | Desempate entre a 5ª, a 6ª e a 7ª colocada deu-se no quesito Bateria. |<br />
Desempate entre a 10ª e a 11ª colocada deu-se no quesito Bateria. | Total máximo possível de pontos: 230<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Jorge Lage, Ruben Breitner | BATERIA: Caíque Botkay, Cláudio Luiz Matheus | COMISSÃO DE<br />
FRENTE: Sueli Romeiro Barbosa, Vera Martins | CONJUNTO: Cláudio Ferreira, Mário Petraglia | CRONOM. E CONCENT.:<br />
Comissão de Desfiles | ENREDO: José Nilo Tavares, Rosa Maria Barbosa Araújo | EVOLUÇÃO: Nelice Fachinnetti,<br />
Sônia Vieira | FANTASIA: Guiomar Pinheiro, Maria A<strong>na</strong>lgiza Ridzi | HARMONIA: Anísio Guimarães, Emanuel Brasil |<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alice Colino, Marly Leal | SAMBA-ENREDO: Altamiro Batista, Hélio Rocha<br />
Rapidinhas<br />
• A LIESA criou um selo próprio para a gravação do disco com os sambas-enredo das Escolas e passou a<br />
negociar valores de royalties dos direitos de transmissão do desfile com as emissoras de televisão. * Na<br />
Unidos do Cabuçu, o menino Celso Junior deu um verdadeiro show ajudando a puxar o samba.<br />
• Na Unidos do Cabuçu, o menino Celso Junior deu um verdadeiro show ajudando a puxar o samba.<br />
• As alegorias da Unidos de Vila Isabel estavam encantadoras. Uma delas trazia a casa do Sítio do Pica-pau<br />
Amarelo em tamanho <strong>na</strong>tural, toda mobiliada, inclusive com corti<strong>na</strong>s <strong>na</strong>s janelas. Uma graça.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 127
• Na Mangueira, a estrutura que formava o carramanchão efeitado com flores do carro que representava o<br />
jardim da casa de Chiquinha Gonzaga, terminou de ser montado quando a Escola já estava em pleno desfile.<br />
• A Comissão de Frente da São Clemente foi uma das mais criativas e bem humoradas que eu já vi em<br />
desfiles. Rapazes e moças perso<strong>na</strong>lizavam, simultaneamente, o noivo (com casaca preta) e a noiva (com<br />
vestido branco e gri<strong>na</strong>lda). Uma delícia...<br />
• Devido a um problema com o seu Abre-Alas, a Imperatriz Leopoldinense trocou a ordem de apresentação<br />
com o Império Serrano.<br />
• O Mestre-Sala Chiquinho - da Imperatriz Leopoldinense - me informou que desfilou com 40° de febre<br />
e um furúnculo embaixo do braço o que, <strong>na</strong>turalmente, limitava os seus movimentos. Muito inventivo,<br />
Chiquinho criou, então, o passo em câmara lenta. Foi também nesse ano que adaptou o estilo Michael<br />
Jackson ao bailado do Mestre-Sala. Conclusão: levou o Estandarte de Ouro. Já a sua mãe, a divi<strong>na</strong> Porta-<br />
-Bandeira Maria Hele<strong>na</strong>, mostrou uma técnica especial, um segredo seu, fazendo com que as plumas da<br />
barra de sua roupa acompanhem o ritmo do samba. Esse casal é mesmo nota 1000.<br />
• A Caprichosos de Pilares enlouqueceu a galera com o seu “tem bumbum de fora pra chuchu...”, mesmo<br />
debaixo de um sol de quase 40° graus ao meio-dia.<br />
• A Portela fez um desfile muito bonito. Os tripés imitando lustres de cristal e o carro alegórico que trouxe<br />
a imensa roleta do cassino, estavam deslumbrantes.<br />
• O carro abre-alas da União da Ilha era imenso. Representava a Baía de Gua<strong>na</strong>bara e trazia muita, mas<br />
muita água mesmo numa imensa pisci<strong>na</strong>. Conclusão: o eixo do chassi não aguentou o peso e quebrou.<br />
Toda a água teve que ser retirada fazendo com que o desfile sofresse um grande atraso. Uma lástima.<br />
• Mas o ano foi mesmo da Mocidade Independente de Padre Miguel. Que desfile maravilhoso... A Comissão<br />
de Frente (com robozinhos empunhando peque<strong>na</strong>s bandeiras do Brasil), as baia<strong>na</strong>s siderais aladas<br />
(todas em matelassé branco-furtacor com asas transparentes levíssimas) e a competente bateria (fantasiada<br />
de astro<strong>na</strong>utas em dourado metálico), estavam de uma beleza sem fim.<br />
• Pela primeira vez eu vi carros acoplados num desfile. Foi o carro da <strong>na</strong>ve-mãe da Mocidade que rebocava<br />
outros três menores. Chiquinho, diretor de car<strong>na</strong>val da Escola, montou um esquema bastante criativo<br />
com os diretores de harmonia: a cada parte acoplada que passava sem problema por certos setores da<br />
avenida, balões de gás eram soltos. Dessa forma sabiam que tudo ia bem no desfile.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Antonio Gentil (presidente da Estácio de Sá) ∙ Evandro de Cas-<br />
tro Lima (1920-1985).<br />
128 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 1986<br />
1986 1986 |<br />
GRUPO I A – 09 E 10/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
15 agremiações<br />
DOMINGO, 09/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo I B em 1985.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 170,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Grilo, Freitas, Dilcinho e Denise<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Pereira e Miltinho<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Grilo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Miúdo e Nice<br />
“Tá <strong>na</strong> hora do samba, que fala mais alto, que fala primeiro”<br />
A Azul e Branco de São João de Meriti prestou uma linda home<strong>na</strong>gem ao compositor Herivelto Martins,<br />
que veio feliz em cima de um grande violão prateado enfeitado com notas musicais. O enredo procurou<br />
mostrar um pouco do lirismo de suas canções. Sem muito luxo, apresentou um car<strong>na</strong>val simples, bonito<br />
e marcado, principalmente, pela emoção.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 187,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 129
130 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Darcy do Nascimento e Dominguinhos do Estácio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Nedinho e Isaura de Assis<br />
“Prata da Noite”<br />
Excelente a ideia de prestar home<strong>na</strong>gem aos setenta anos de Grande Otelo. O car<strong>na</strong>valesco Oswaldo Jardim<br />
mostrou, com grande competência, todas as fases da vida do grande ator. Merece destaque a fantástica Ba-<br />
teria fantasiada de Al Jolson com os rostos pintados de negro. A Vermelho e Branco dedicou o espetáculo a<br />
Antonio Gentil, seu ex-presidente, assassi<strong>na</strong>do dois meses antes.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 201,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Dudu, Jorginho Medeiros eTiãozinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Irinéia<br />
“Bruxarias e estórias do Arco da Velha”<br />
Dessa vez a Verde e Branco não conseguiu levar o público ao delírio como aconteceu no ano anterior. Esban-<br />
jando riqueza e efeitos especiais, a Escola passou com uma evolução pesada e um enredo desenvolvido de<br />
forma confusa. O Bicampeo<strong>na</strong>to, então, ficou muito distante.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 209,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Aluísio Machado, Luís Carlos do Cavaco e Jorge Nóbrega<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Lillian Rabelo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Irene
“Eu quero...”<br />
O grito de protesto da Verde e Branco cantou alto, através do samba mais bonito do ano (Estandarte de<br />
Ouro), os sonhos do povo brasileiro. O enredo, de Re<strong>na</strong>to Lage e Liliam Rabello, revelou uma espécie<br />
de utopia democrática. Lindas e leves, as alegorias ilustraram os principais sonhos que os brasileiros<br />
perseguem. Um sentimento de esperança tomou conta da Avenida após a apresentação compacta e<br />
animada do Império.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 186,0<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia e Jorge Macedo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David Correia e Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“De alegria cantei, de alegria pulei, de três em três pelo mundo rodei”<br />
A ideia do enredo de Max Lopes era muito interessante e origi<strong>na</strong>l: mostrar a participação de outros países e cul-<br />
turas no cancioneiro do car<strong>na</strong>val brasileiro. As fantasias e as alegorias da Azul e Branco estavam belas e de muito<br />
bom gosto. Tudo corria bem, até que um carro enfrentou problemas <strong>na</strong> concentração, provocando um imenso<br />
claro <strong>na</strong> Avenida. Daí pra frente, o que se viu foi muita correria e samba atravessado. Uma pe<strong>na</strong>, pois a Escola veio<br />
preparada para vencer.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 192,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Almir de Araújo, Balinha, Marquinhos Sorriso Lessa, Hércules e Carlinho de Pilares<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinho de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tiãozinho e Patrícia<br />
“Brazil com Z, não seremos jamais, ou seremos?”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 131
O azul e o branco da Caprichosos foi substituído pelo verde e amarelo para defender a soberania <strong>na</strong>cio-<br />
<strong>na</strong>l contra o imperialismo norte americano e o neocolonialismo cultural. Mas faltou sutileza. De qualquer<br />
forma, apesar do humor um tanto quanto óbvio, a Escola foi simpática e deu o seu recado.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 207,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Ary do Cavaco, Carlito Cavalcante, Vanderlei, Nilson Melodia e Paulinho<br />
132 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvinho da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cizinho e Gisele<br />
“Morfeu no car<strong>na</strong>val, a utopia brasileira”<br />
Mais uma a cantar as esperanças e os pesadelos do povo brasileiro, a Azul e Branco de Madureira fez uma<br />
apresentação de autêntica Campeã. Através das excelentes fantasias e alegorias, o enredo foi muito bem de-<br />
senvolvido por Alexandre Louzada. Evoluiu com desenvoltura, amparada por um afi<strong>na</strong>díssimo time de ritmis-<br />
tas (Estandarte de ouro). Enquanto o dia amanhecia, a Portela deixava claro que poderia dar Águia a cabeça.<br />
SEGUNDA, 10/02<br />
8 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo I B de 1985.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 169,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Anchieta, Vicente das Neves, Manelzinho Poeta e Azeito<strong>na</strong><br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Wani Araújo
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquitinho e Delaci<br />
“Cama, mesa e banho de gato”<br />
Um discutido desfile em ritmo de sexo explícito e muito mau gosto. A Azul-Pavão e Ouro decidiu trocar<br />
o tradicio<strong>na</strong>l pelo êxtase e pela malícia. Sem a riqueza das grandes Escolas, o pessoal do Borel resolveu<br />
apelar para um enredo polêmico que muitos consideraram, até, pornográfico. Cantando em seu samba<br />
pérolas como : “...tem piranha no almoço, tem virado no jantar, pra quem tem fome qualquer prato é<br />
caviar...” e “...tudo que vier eu traço, prepara a cama que hoje tem banho de gato...”, trilhou o caminho<br />
para o Segundo Grupo.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 211,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Betinho e Jorge Canuto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Dóris<br />
“O mundo é uma bola”<br />
“...E o dilúvio fez-se <strong>na</strong> Terra...”. Contando, magistralmente, a história do futebol desde seus primórdios até os<br />
dias atuais, a Azul e Branco quase teve que trocar de esporte e falar de water polo tal a quantidade de chuva<br />
que caiu, ape<strong>na</strong>s, durante o seu desfile. Apesar disso, ou até por isso, a Escola veio com uma garra impres-<br />
sio<strong>na</strong>nte. Passou com fantasias luxuosas e alegorias deslumbrantes, como a imensa bola do carro Abre-Alas<br />
que acabou requisitada para a abertura da copa do mundo no México. Foi uma apresentação para lavar a<br />
alma e o corpo de todo mundo.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 205,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Robertinho Devagar, Marcio Andrezinho, Armandinho e Barbicha<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 133
134 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Juju Maravilha<br />
“Assombrações”<br />
Assim como a Mocidade, a Tricolor da Ilha também trouxe assombrações para a passarela. Porém, o<br />
car<strong>na</strong>val idealizado por Arlindo Rodrigues apresentou uma visão diferente mostrando, desde o que as-<br />
sombrou as <strong>na</strong>us portuguesas, até os fantasmas atuais, como o imposto de renda, o FMI, a AIDS, etc. A<br />
Ilha também foi prejudicada pela forte chuva que pegou <strong>na</strong> concentração, mas “arrebentou a boca do<br />
balão”, como diz o seu samba.<br />
Império da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 176,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Pedrinho da Flor, Baster, Belandi e Marinho da Muda<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez e Darcy Giorno<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Pedrinho da Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Irene<br />
“Tijuca: cantos, recantos e encantos”<br />
Com muita alegria e empolgação, a massa tijuca<strong>na</strong> exaltou as belezas do seu bairro em verde e branco.<br />
Aproveitou, também, para home<strong>na</strong>gear as demais agremiações daquele grande reduto de samba. O<br />
simpático tema permitiu até que se perdoassem alguns problemas <strong>na</strong> sua harmonia e no seu conjunto.<br />
Assim, exaltando sua raiz, a Império da Tijuca foi muito feliz.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 214,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Ivo Meireles, Paulinho e Lula<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão e Lula
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Lilico e Mocinha<br />
“Caymi mostra ao mundo, o que a Bahia e a Mangueira tem”<br />
Ao som do refrão forte “Tem xim xim e acarajé, tamborim e samba no pé...” o Sambódromo tremeu. Com<br />
uma apresentação surpreendente, a Estação Primeira deslizou pela passarela num mar forte em verde e<br />
rosa. Fiel ape<strong>na</strong>s à si mesma, não deu muita bola para a adequação da música e das fantasias ao enredo.<br />
Com sua autenticidade teimosa e um maravilhoso samba, puxado pela voz potente de Jamelão, a velha<br />
Manga encerrou seu desfile ao som de “É Campeã! É Campeã!”.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 204,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Melodia, Paulo Emílio, Bicho de Pe<strong>na</strong> e Marcelo Lessa<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ney Ayan, Mário Monteiro e Yarema Ostrower<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Amauri e Rita<br />
“Tem que se tirar da cabeça o que não se tem no bolso”<br />
A Vermelho e Branco da Tijuca, que não é melhor nem pior, ape<strong>na</strong>s diferente, apresentou-se de<br />
forma suntuosa para exaltar Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong> que, com pouco dinheiro, muita criatividade e<br />
imagi<strong>na</strong>ção, deu quatro títulos ao Salgueiro. O samba, uma copilação dos desfiles criados pelo<br />
home<strong>na</strong>geado, foi reforçado por belas fantasias, uma maravilhosa ala de Baia<strong>na</strong>s e uma primorosa<br />
exibição de Rita e Amauri<br />
Unidos do Cabuçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 172,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto Per<strong>na</strong>da, Orlando, Ney, Celsinho e Fer<strong>na</strong>ndo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Celsinho, Di Miguel e Beto do Cabuçu<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zerinho e Wilma<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 135
“Deu a louca <strong>na</strong> história! E agora Stanislaw, como é que fica?”<br />
Acho que nem mesmo o saudoso Sergio Porto, autor do livro O samba do Crioulo Doido, conseguiria<br />
entender o confuso enredo da agremiação azul e branca. O que poderia ter sido uma deliciosa crítica aos<br />
enredos mirabolantes inventados por alguns car<strong>na</strong>valescos, transformou-se, ao amanhecer, num cortejo<br />
sem imagi<strong>na</strong>ção, recheado de clichês e lugares comuns.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 197,0<br />
136 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Niltinho Tristeza, Guga, Jurandir e Tuninho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Alvarez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tuninho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Um jeito pra ninguém botar defeito”<br />
A Imperatriz trocou o luxo pela empolgação para ganhar a simpatia e o incentivo do público, que cantou<br />
com ela a história do futebol, do car<strong>na</strong>val e da política brasileira. A ingenuidade das fantasias e a simpli-<br />
cidade quase infantil das alegorias, não foram suficientes para arrefecer ou desanimar os passistas que<br />
sambaram com muita energia. Mesmo sendo a última a desfilar, a Verde e Branco conseguiu entusiasmar<br />
o povão que tentava resistir ao cansaço.<br />
A Escola de Samba Unidos da Tijuca (15°) foi rebaixada para o Grupo I B. | As Escolas de Samba Unidos do<br />
Jacarezinho (1°) e São Clemente (2°), Campeãs do Grupo I B, subiram para o Grupo I A.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.
20 julgadores (02 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com varia-<br />
ção de 5 a 10 pontos | Total de notas válidas: 20 | Implantação do tempo mínimo de desfile de 75<br />
minutos. | Bonificação de 05 pontos em cronometragem (tempo de desfile: até 90 min) | Bonificação<br />
de 05 pontos em concentração. | Bonificação de 05 pontos em dispersão. | Total máximo de pontos<br />
possível: 215<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Adriano de Aquino, Tereza Gureg | BATERIA: Sérgio Ricardo, Sócrates | COMISSÃO DE<br />
FRENTE: Ângela Gutiérrez, Frederico de Moraes | CONJUNTO: Fer<strong>na</strong>ndo Bicudo, Paulo Casé | CRONOM. E CON-<br />
CENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Alan Caruso, Alberto Chaves | EVOLUÇÃO: Leon Hirzman, Maria S.<br />
Sibiandi | FANTASIA: Fer<strong>na</strong>nda Colagrossi, Maria Hele<strong>na</strong> Guinle | HARMONIA: Edialeda Nascimento, Milton<br />
Gonçalves | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bertha Rozanova, Lélia Gonzalez | SAMBA-ENREDO: Caribé da Ro-<br />
cha, Yara Vargas<br />
Rapidinhas<br />
• Nesse ano foram instalados relógios eletrônicos <strong>na</strong> Passarela do Samba.<br />
• Fim do grande espaço formado pela Praça da Apoteose. O desfile voltava a ser linear. O mundo do sam-<br />
ba agradecia penhorado tal medida.<br />
• O impressio<strong>na</strong>nte carro alegórico que representava a França no desfile da Unidos de Vila Isabel, contendo<br />
enormes painéis imitando vitrais, ficou preso embaixo do viaduto São Sebastião ainda <strong>na</strong> área de concentra-<br />
ção. Provocou a formação de um imenso buraco no desfile da Escola. Foi um horror... Baia<strong>na</strong>s, crianças e o<br />
pessoal da velha guarda sendo empurrados e caindo em ple<strong>na</strong> avenida...Muito triste de se ver.<br />
• E a Luiza Brunet, maravilhosa, começava a sua trajetória como rainha de Bateria da Portela.<br />
• Pouco após o início do desfile da Beija-Flor começou a cair o maior dilúvio a atingir uma Escola de Samba<br />
até os dias de hoje. A água chegou a altura da canela dos componentes. Impressio<strong>na</strong>nte... Mesmo assim<br />
o pessoal de Nilópolis fez uma apresentação de gala.<br />
• A atriz Regi<strong>na</strong> Duarte veio no último carro alegórico da União da Ilha incorporando a perso<strong>na</strong>gem Viúva<br />
Porci<strong>na</strong>, da novela “Roque Santeiro”, superpopular <strong>na</strong> época. Estava lindíssima em uma fantasia com plu-<br />
mas rosas e adornos de muito bom gosto. Foi delirantemente aplaudida pelo público.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 137
• Não entendi quando vi no turbante das baia<strong>na</strong>s mangueirenses uma quantidade tão grande de plumas.<br />
Sabendo que a Mangueira não estava muito rica, estranhei o fato. Ao chegar mais perto de uma delas,<br />
percebi que eram, <strong>na</strong> verdade, pedaços de espuma cortados bem fininho criando um efeito de grande<br />
perfeição. Que delícia essa criatividade do car<strong>na</strong>val, não é mesmo?<br />
• Pela primeira vez, Serginho do Pandeiro iniciava suas acrobáticas exibições <strong>na</strong> Estação Primeira. Sabiam<br />
que Serginho quando menino fazia os seus malabarismos utilizando uma lata de goiabada?<br />
• Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong> não se sentiu muito confortável com a home<strong>na</strong>gem que a Acadêmicos do Salgueiro<br />
prestou a alguns dos seus grandes momentos <strong>na</strong> agremiação. Acredito que tenha sido porque em vários<br />
deles o trabalho foi realizado em parceria com Arlindo Rodrigues, ignorado pela sinopse do enredo.<br />
• Teve xim xim, acarajé e muito samba no pé <strong>na</strong> apresentação da Mangueira Campeã.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto (1945-1986) ∙ Nelson Cavaquinho (1911-1986).<br />
138 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 1987<br />
1987 1987 |<br />
GRUPO I – 01 E 02/03 - PASSARELA DO SAMBA ( RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
16 agremiações<br />
DOMINGO, 01/03<br />
8 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo II em 1986.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Jacarezinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 170,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Milton de Lu<strong>na</strong>, Madeira, Bené do Feitiço, Lúcio Bacalhau e J. Andrade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Flavio Tavares<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Eliezer, Batista e Carvalho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alex e Irene<br />
“Lupicínio Rodrigues, dor de cotovelo”<br />
O compositor serviu de inspiração para a Escola Rosa e Branca transformar a passarela num cabaré. Infe-<br />
lizmente, poucas sema<strong>na</strong>s antes do car<strong>na</strong>val um incêndio destruiu algumas de suas alegorias, o que, fatal-<br />
mente, prejudicou o seu desfile. Outro problema foi a irritante marcação marcheada do fraco samba, com o<br />
objetivo, em vão, de animar as alas e o público. De qualquer maneira, valeu a intenção da home<strong>na</strong>gem.<br />
Império da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 152,0 ↓<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 139
AUTORES DO SAMBA: Pedrinho da Flor, Baster, Belandi e Marinho da Muda, João Quadrado<br />
140 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez e Darcy Giorno<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Pedrinho da Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Irene<br />
“Viva o povo brasileiro”<br />
O enredo pintou um retrato em verde e branco, dos sonhos, tristezas, alegrias e superstições do povo brasi-<br />
leiro, através dessa obra de João Ubaldo Ribeiro. Enfrentou toda sorte de percalços: atrasos, alas desfalcadas<br />
e o estouro do tempo de desfile, o que comprometeu sua harmonia e seu conjunto. Perdeu 20 pontos em<br />
concentração e cronometragem. A volta para o Grupo II estava, então, decretada.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 219,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Darcy do Nascimento, Djalma Branco e Dominguinhos do Estácio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães e Lícia Lacerda<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Nedinho e Sandra<br />
“O Ti Ti Ti do Sapoti”<br />
Tudo bem que o samba da Vermelho e Branco do Morro de São Carlos era uma marchinha. Mas que era de-<br />
licioso, era. Assim como delicioso foi o seu vibrante desfile que encheu as arquibancadas de alegria com sua<br />
beleza e descontração. O enredo, uma brincadeira armada por Rosa Magalhães e Lícia Lacerda sobre a fruta<br />
mexica<strong>na</strong> que conquistou o Brasil e acabou virando matéria - prima da goma de mascar, também resgatou a<br />
espontaneidade e a inocência dos antigos car<strong>na</strong>vais. Para não se esquecer jamais!<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 196,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Evandro Bóia, Naldo do Cavaco e Toninho 70<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinho de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tiãozinho e Patrícia<br />
“Eu Prometo”<br />
Satirizando os políticos em geral, a Azul e Branco cobrou os principais anseios dos brasileiros, que ao<br />
depositarem seus votos <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s, esperam, no mínimo, honestidade e dignidade por parte dos parla-<br />
mentares e dirigentes. Só que a crítica saiu muito ácida e pouco sutil, levando à imagens grotescas e de<br />
gosto duvidoso. Faltou humor e sobrou picardia.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 216,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Didi, Bala e Cezar Veneno<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Lílian Rabello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa e Dalmir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Andréa<br />
“E por que não?”<br />
Riquíssima, a Vermelho e Branco entrou <strong>na</strong> Sapucaí pedindo passagem para as transformações históricas,<br />
científicas e tecnológicas, resumidas no enredo desenvolvido por Re<strong>na</strong>to Lage e Liliam Rabello. Porém, nem<br />
as belíssimas fantasias e alegorias foram suficientes para a compreensão de um tema tão complicado. Passou<br />
com a vibração de sempre.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 219,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Mazinho e Gilson Doutor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Dóris<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 141
142 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“As mágicas luzes da Ribalta”<br />
No palco da Marquês de Sapucaí, a Azul e Branco contou, com muito luxo, luz e riqueza, toda a magia<br />
da Ribalta, no enredo criado por Joãosinho Trinta sobre a história do teatro (incluindo o circo) através<br />
dos séculos. Não houve quem não se deixasse contagiar pela beleza infinita. Ainda assim, a evolução foi<br />
um pouco pesada e a plateia mal cantou e vibrou, enquanto o dia clareava.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 203,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé Catimba, Niltinho Tristeza, Guga e Bil Amizade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Arlindo Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Alexandre da Imperatriz e Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Estrela Dalva”<br />
A Estrela Dalva de Oliveira brilhou em verde e branco. O enredo, muito bem costurado por Arlindo Rodrigues,<br />
contou a trajetória da cantora, desde sua infância até a explosão do sucesso. As fantasias estavam lindas e<br />
os carros alegóricos arrebatadores. Problemas com a sua harmonia prejudicaram o conjunto, e a Imperatriz<br />
deu adeus ao campeo<strong>na</strong>to.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 224,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Rody, Verinha e Bira do Ponto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Lilico e Mocinha<br />
“No Reino das palavras – Carlos Drummond de Andrade”<br />
Mais preocupados com a tradição do que com o luxo, os mangueirenses mostraram, com muito samba
no pé, que a Estação Primeira queria muito o Bicampeo<strong>na</strong>to. Deitou e rolou <strong>na</strong> avenida louvando o Poeta<br />
Maior. Trouxe fantasias origi<strong>na</strong>is e carros alegóricos quase ingênuos, porém funcio<strong>na</strong>is. A empolgação<br />
foi tanta que quase atrapalhou o desfile, obrigando as últimas alas a acelerarem para não perder pontos<br />
em cronometragem. Ao fi<strong>na</strong>l, a Velha Manga deu a volta por cima e levou o Bi.<br />
SEGUNDA, 02/03<br />
8 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo II de 1986.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 197,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Isías de Paula, Jorge Moreira e Manuelzinho Poeta<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Carlos d’Andrade e Roberto Costa<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Geraldão e Isaías de Paula<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Nerinha<br />
“Capitães do asfalto”<br />
O enredo escolhido fez uma dura crítica à maneira como é tratado o menor abando<strong>na</strong>do no Brasil,<br />
mostrando também, a realidade da sua vivência e experiência no universo urbano. Apesar do tema meio<br />
pesado, a agremiação preto e amarela de Botafogo apresentou-se bastante car<strong>na</strong>valesca. Personificando<br />
meninos de rua, a fantástica, e já famosa, Comissão de Frente garantiu, com uma coreografia brincalho-<br />
<strong>na</strong> e irreverente, mais um Estandarte de Ouro para a sua coleção.<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 188,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 143
144 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Silvio da Ponte e Zoinho da Ponte<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Pereira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Grilo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Periquitinho e Nicinha<br />
“Grêmio Recreativo Escola de Samba Saudade”<br />
A Azul e Branco reverenciou os grandes sambistas já desaparecidos. A maior parte das alegorias resumia-se<br />
a tripés em forma de troféus que exaltavam os perso<strong>na</strong>gens mais importantes de uma Escola de Samba. O<br />
desfile arrastado não conseguiu impressio<strong>na</strong>r nem os saudosistas mais otimistas.<br />
Unidos do Cabuçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 197,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Adilson Gavião, Adalto Magalha e Sergio Mag<strong>na</strong>ta<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Celsinho, Di Miguel<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zerinho e Preta<br />
“No Reino de Momo, que Rei sou eu?”<br />
Escola peque<strong>na</strong>, a Cabuçu fez de Roberto Carlos o tema do seu enredo. Desenvolvido pelo car<strong>na</strong>valesco<br />
Ilvamar Magalhães, mostrou uma colagem da vida e da obra desse filho de Cachoeiro do Itapemirim<br />
que, segundo a Azul e Branco, foi abençoado pelo Deus Apolo com o dom da música. Mesmo tímido, e<br />
meio desajeitado, o Rei passou no último carro alegórico cantando e mandando beijinhos bem ao estilo<br />
da festa. Foi bonito...<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 221,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto Sem Braço, Aluísio Machado e Bicalho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ney Ayan<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Irene<br />
“Com a boca no mundo, quem não se comunica se trumbica”<br />
Comemorando seus 40 anos de glórias, a Pérola da Serrinha veio vibrante, bonita e com muito samba<br />
no pé e no gogó para contar a história da comunicação e defender o direito à informação. Contagiou o<br />
público com sua simplicidade e bom gosto. Chacrinha, o maior comunicador brasileiro, surgiu como Ve-<br />
lho Guerreiro <strong>na</strong> alegoria que encerrou o desfile. A comunicativa turma da Verde e Branco de Madureira<br />
cumpriu o que prometeu: Arrebentou <strong>na</strong> Passarela.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 216,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Martinho da Vila, Ovídio Bessa e Azo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“Raízes”<br />
A Azul e Branco da Vila trouxe para a Avenida a lenda dos índios Kaapor sobre o surgimento das quatro<br />
estações do ano, embalada pelo maravilhoso samba-enredo, sem rimas, de autoria de Martinho da Vila,<br />
Ovídio Bessa e Azo. Max Lopes desenvolveu o enredo de forma primorosa e utilizou cores distintas para<br />
representar cada um dos quatro períodos do ano. Seu desfile não enlouqueceu a galera, mas ficou mar-<br />
cado como um dos mais belos da história da Escola.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 190,0<br />
AUTORES DO SAMBA: J. Brito e Bujão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Juju Maravilha<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 145
146 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Extra! Extra!”<br />
A Azul, Vermelho e Branca utilizou também outras cores para contar a história do jor<strong>na</strong>lismo impresso<br />
no Brasil. O gigantismo imperou <strong>na</strong> Ilha. As alegorias imensas e o número excessivo de componentes<br />
provocaram problemas serissímos <strong>na</strong> evolução, <strong>na</strong> harmonia e no conjunto em geral.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 221,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Neném, Mauro Silva, Arizão, Isaac e Carlinhos<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Geraldo Cavalcanti<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dedé da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cizinho e Gisele<br />
“Adelaide, a Pomba da Paz”<br />
Enquanto o dia clareava, as imensas asas da Águia Azul e Branca protegiam o voo frater<strong>na</strong>l de Adelaide,<br />
a pomba do enredo criado por Geraldo Cavalcante, baseado num conto de Walmir Ayala. Vertendo <strong>na</strong><br />
passarela a fau<strong>na</strong> e a flora amazônica, os componentes transformaram-se em porta-vozes da esperança.<br />
Apesar de um certo exagero de cores berrantes em algumas alas, a beleza da Portela arrebatou a todos.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 223,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Gibi, Chico Cabeleira, Nino Batera e J. Muinhos<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Irinéia<br />
“Tupinicópolis”<br />
Um Assombro! Quando a Mocidade entrou <strong>na</strong> Avenida o público fi<strong>na</strong>lmente delirou. E não era pra me-<br />
nos; a Verde e Branco somou criatividade, ironia e espírito car<strong>na</strong>valesco. Fer<strong>na</strong>ndo Pinto usou toda a
imagi<strong>na</strong>ção a que tinha direito para contar a história, Pop Tropicalista, de uma utópica metrópole, onde a<br />
sociedade indíge<strong>na</strong> ganha status de consumista aculturada. Um enredo de primeira classe que recebeu<br />
o Estandarte de Ouro da categoria. As fantasias e as alegorias foram as mais aplaudidas dos dois dias<br />
de desfiles. O bom humor e a grande vibração marcaram a apresentação empolgante que terminou, é<br />
claro, ao som do “Já Ganhou! “<br />
As Escolas de Samba Unidos do Jacarezinho (11°) e Império da Tijuca (12º) foram rebaixadas para o Grupo II. |<br />
As Escolas de Samba Unidos da Tijuca (1°) e Tradição (2°) , Campeãs do Grupo II, subiram para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Ferira. | Cada quesito com va-<br />
riação de 5 a 10 pontos | A nota mais alta e a nota mais baixa de cada quesito foi descartada. |<br />
Total de notas válidas: 20 | Bonificação de 10 pontos em cronometragem | Bonificação de 10 pontos<br />
em concentração. | Bonificação de 05 pontos em dispersão. | A Escola de Samba Império da Tijuca<br />
perdeu tanto a bonificação de 10 pontos referente a cronometragem, quanto a bonificação de 10<br />
pontos referente a concentração. | Não houve desempate entre as agremiações com o mesmo total<br />
de pontos. | Total máximo de pontos possível: 225<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Amélia Zaluar, João Serran, Marília Kranz, Rubem Guerschman | BATERIA: Djalma Cor-<br />
rea, João de Aquino, Marco Antônio Lavigne, Wagner Tiso | COMISSÃO DE FRENTE: João Baptista Vargens,<br />
Nelson Rodrigues Filho, Regi<strong>na</strong> Braga, Souza Dantas | CONJUNTO: Eduardo Coutinho, Ítala Nandi, Mari<strong>na</strong><br />
Montini, Miguel Falabella | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Cláudio Pinheiro, Ivone Ma-<br />
ggi, Márcio Souza, Muniz Sodré | EVOLUÇÃO: Januário Garcia, João das Neves, José da Paixão Silva, Labanca<br />
| FANTASIA: A<strong>na</strong>lu Prestes, Bizza Via<strong>na</strong>, Ferdy Carneiro, Marília Valle | HARMONIA: Alexandre Cardoso, Alfredo<br />
Brito, Luiz Gazaneo, Telma Costa | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlota Portela, Emanuel Brasil, Pedro<br />
Cardoso, Procópio Mariano | SAMBA-ENREDO: Aluízio Alves, Chico Júnior, Guilherme de Brito, Moacir Andrade<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 147
148 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• Realmente, de gosto muito duvidoso a suástica no esplendor de um dos Destaques da Caprichosos de<br />
Pilares. Até explicar para os turistas judeus e descendentes que a fantasia fazia alusão ao governo Vargas<br />
dos anos 40 shiiiiiiiiiii....<br />
• A escultura de Charles Chaplin como o ‘vagabundo’, criada por Júlio Mattos para o desfile da Mangueira,<br />
estava muito bem feita.<br />
• Extremamente criativas as fantasias das baia<strong>na</strong>s e de Irene, a primeira Porta-Bandeira do Império Serra-<br />
no. Foram confeccio<strong>na</strong>das com jor<strong>na</strong>is e pági<strong>na</strong>s de revistas plastificadas. Além de inseridas completa-<br />
mente no enredo, o efeito foi absolutamente fantástico.<br />
• Pela primeira vez eu vi uma Bateria inteira sentar-se <strong>na</strong> pista de desfiles. Façanha triunfal dos ritmistas<br />
da Estácio.<br />
• A magnífica apresentação da Unidos de Vila Isabel não conseguiu empolgar o povão <strong>na</strong> passarela. Per-<br />
doai-os, Senhor...<br />
• Mas para mim, o melhor desfile do ano foi o da Mocidade Independente de Padre Miguel. A sua metró-<br />
pole tupiniquim-urbanizada-consumista foi uma das maiores manifestações de criatividade que eu já vi<br />
<strong>na</strong> minha vida. Não dá pra esquecer o Shopping Boitatá, a Boate Saci, o Motel Peri etc....<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Clementi<strong>na</strong> de Jesus (1902-1987) ∙ Arlindo Rodrigues (1931-1987) ∙<br />
Padeirinho da Mangueira (1927-1987) ∙ Carlos Dória – Presidente da Estação Primeira de Mangueira.
| 1988<br />
1988 1988 |<br />
GRUPO I – 14 E 15/02 - PASSARELA DO SAMBA ( RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
16 agremiações<br />
DOMINGO, 14/02<br />
8 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo II em 1987.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 194,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nêgo, Beto do Pandeiro, Vaguinho da Ladeira, Monteiro, Ivar e Carlos do Pagode<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Silvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“Templo do absurdo”<br />
A Escola do Pavão azul-real do Morro do Borel abriu a noite com o pé direito transformando a avenida num<br />
grande bar Brasil onde se discute política, futebol e a carestia, entre uma e outra loura gelada. Um desfile<br />
quase perfeito, muito harmônico e que manteve a alegria e a empolgação o tempo todo.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 207,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Ferreira, J. Muinhos e João das Rosas<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 149
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pinto (in memorian) e Cláudio do Amaral Peixoto<br />
150 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Roxinho e Irinéia<br />
“Beijin, Beijin, Bye Bye Brasil”<br />
A Verde e Branco de Padre Miguel entrou <strong>na</strong> Passarela botando pra quebrar. Se bem que do meio para o fi<strong>na</strong>l sua<br />
empolgação caiu um pouco. O car<strong>na</strong>valesco Fer<strong>na</strong>ndo Pinto, falecido num acidente em 1987, deixou o enredo<br />
praticamente pronto, mas foi possível perceber a falta do seu toque pessoal. Hilária e inesquecível foi a Comissão<br />
de Frente composta por catorze negros parrudos paramentados de Xuxa e enviando beijinhos. Foi demais...<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 210,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Robertinho Devagar e Marcio Andrezinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“Aquarilha do Brasil”<br />
A Tricolor da Ilha não se importou com a chuva que começou a cair durante o seu desfile. A empolgação<br />
tomou conta dos seus componentes e o gostoso samba, que home<strong>na</strong>geava Ary Barroso, contagiou as ar-<br />
quibancadas e os camarotes. Max Lopes foi muito feliz ao desenvolver o tema através das geniais alegorias<br />
e graciosas fantasias. A Bateria foi um show a parte.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 186,0<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia, Zé Catimba, Guga e Gabi<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Alexandre da Imperatriz<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong>
“Conta outra que essa foi boa”<br />
A chuva prejudicou muito a apresentação da Imperatriz que terminou, inclusive, perdendo nove pontos<br />
em cronometragem. Trocando o requinte pela irreverência, traçou um contundente retrato do humor<br />
brasileiro. O anedotário popular misturou-se à tragicomédia do mundo político e a vários episódios da<br />
história do Brasil. Ironia das ironias: Faltou alegria ao desfile da Verde e Branco de Ramos.<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 197,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Isaías de Paula, Helinho 107 e Chocolate<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Costa e Carlos d’Andrade<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Isaías de Paula<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Vera Lúcia<br />
“Quem avisa amigo é...”<br />
Até a chuva fi<strong>na</strong> parou para ver a Escola amarela e preto de Botafogo execrar a violência, com o seu canto<br />
de paz. Para não perder a viagem, aproveitou para pedir o fim dos “monstros” que destroem a <strong>na</strong>tureza e o<br />
próprio homem. Desfile médio, recado dado.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 204,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Djalma Branco e Hércules Caruso<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bicho Novo e Cristiane<br />
“O Boi dá Bode”<br />
A Estácio veio com tudo. A car<strong>na</strong>valesca Rosa Magalhães usou a trajetória dos bovinos, desde o antigo<br />
Egito até o famigerado “boi gordo” da época do Plano Cruzado, para arrebatar a Avenida. Com um sam-<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 151
a animado e cadenciado, uma estupenda Bateria, muita beleza e origi<strong>na</strong>lidade <strong>na</strong>s fantasias e alegorias,<br />
a Vermelho e Branco provou, ao alvorecer do dia, que vinha para disputar o campeo<strong>na</strong>to.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 219,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Arizão, Alaor Macedo, Rolando Medeiros, Jorginho da Cadeira,<br />
152 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Gilberto Tobias, Buguinho, Henrique do Salgueiro, Mauro Torrão e Rixxa<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mário Monteiro e Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Norminha<br />
“Em busca do ouro”<br />
A Vermelho e Branco da Tijuca vestiu-se de dourado para mergulhar <strong>na</strong> história e mostrar os sucessos e os<br />
fracassos <strong>na</strong> eter<strong>na</strong> busca pelo ouro, desde o período Barroco até Serra Pelada. E já que o tema era o ouro,<br />
vale ressaltar a riqueza das alegorias que ofuscaram os olhos dos que presenciaram a sua passagem.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 211,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Neném, Mauro Silva, Luizinho, Isaac e Carlinhos Madureira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Geraldo Cavalcanti<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dedé da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tatu e Gisele<br />
“Lenda carioca, os sonhos do Vice-Rei”<br />
Com um tema baseado num romance de Câmara Cascudo, contando uma história de amor ambientada<br />
no Rio de Janeiro do século XVII, a Azul e Branco de Oswaldo Cruz apresentou um car<strong>na</strong>val luxuoso. O<br />
desfile foi um pouco frio, por culpa, talvez, do enredo de difícil leitura e de um samba que carecia de<br />
melhor qualidade. O voo da Águia dessa vez foi ape<strong>na</strong>s rasante.
SEGUNDA, 15/02<br />
8 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo II de 1987.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 207,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: João Rosendo e Jorge Luiz Vilela<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Candanga e João Nogueira<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Vilma Nascimento<br />
“O melhor da Raça, o melhor do car<strong>na</strong>val”<br />
Dissidente da Portela, a Azul e Branco de Campinho, com ape<strong>na</strong>s quatro anos de existência, fascinou<br />
o público com um visual leve, limpo e luxuoso. O enredo contou, com muita competência e beleza, a<br />
presença do negro, do índio e do branco, <strong>na</strong> formação do povo brasileiro. A volta de Vilma, a maior das<br />
Porta-Bandeiras, qual um cisne branco a deslumbrar a passarela, foi só emoção.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 207,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Milton da Lu<strong>na</strong>, Zé Maria D’Angola, Grajaú, Jacó, Zeca do Lins e Madeira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Lílian Rabello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinho de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tiãozinho e Patrícia<br />
“Luz, Câmera, Ação”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 153
A Caprichosos, que em anos anteriores fez crítica social, dessa vez evocou a história da sétima arte. Os lanter-<br />
ninhas da Comissão de Frente, que vigiavam, de perto, os casais de <strong>na</strong>morados no cineminha do Abre-Alas,<br />
estavam sensacio<strong>na</strong>is. Charmosos tripés representando câmeras, spots e outros elementos de filmagem,<br />
além dos suaves painéis com transparências indicando o gênero cinematográfico enfocado em cada setor,<br />
deram um toque de classe ao desfile. A Azul e Branco de Pilares, dessa vez, caprichou mesmo.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 222,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Ivancué, Claudio Inspiração, Aloísio Santos e Marcelo Guimarães<br />
154 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Dóris<br />
“Sou negro, do Egito à liberdade”<br />
Uma das favoritas, a Beija-Flor exibiu os alicerces da cultura negra com muita pompa. Joãosinho Trinta<br />
embrenhou-se em pesquisas para criar o enredo que foi buscar no Antigo Egito as raízes do negro bra-<br />
sileiro, além de questio<strong>na</strong>r sua libertação e proclamar sua tradição e sabedoria. A Azul e Branco passou<br />
luxuosa, faiscante e coreografada, num projeto definitivo de um Brasil de igualdades.<br />
Unidos do Cabuçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 188,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Adilson Gavião, Adalto Magalha e Sergio Mag<strong>na</strong>ta<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): J. Leão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zerinho e Néia<br />
“O mundo mágico dos Trapalhões”<br />
A alegria e a magia passaram em Azul e Branco, <strong>na</strong> Sapucaí, para exaltar o talentoso quarteto tra-<br />
palhão. Através das particularidades individuais de cada um dos home<strong>na</strong>geados, a Cabuçu buscou
ealçar aspectos reveladores do povo brasileiro. A Passarela do Samba entendeu e aplaudiu. Foi<br />
tudo muito divertido.<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 190,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Mazinho, Branco e Ambrósio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Pereira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Grilo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jorge e Nicinha<br />
“O Bem Amado Paulo Gracindo”<br />
Sem luxo, mas com muita simpatia, a Azul e Branco de Meriti contou os 55 anos de carreira do ator Pau-<br />
lo Gracindo. O home<strong>na</strong>geado veio no último carro alegórico caracterizado de Odorico Paraguaçu e foi<br />
saudado com carinho pelo público. A evolução foi um pouco arrastada e as alegorias não apresentaram<br />
um bom acabamento, mas a home<strong>na</strong>gem foi bastante válida.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 224,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Rodolpho, Jo<strong>na</strong>s e Luís Carlos da Vila<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Siqueira, Paulo César Cardoso e Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlinhos Brilhante e Maria<br />
“Kizomba, Festa da Raça”<br />
Kizomba significa o encontro de pessoas que se identificam em uma festa de confraternização da Raça Ne-<br />
gra. O samba fantástico, a graça dos movimentos, o jogo de cintura, as ráfias, a palha, o sisal e os tecidos com<br />
estampados africanos, jamais serão esquecidos. Tudo funcionou com perfeição e muita emoção. Uma nova<br />
concepção artística e um novo conceito estético. E a Azul e Branco levantou o público num grito só, em uma<br />
festa linda! Foi considerado o melhor desfile de uma Escola de Samba em todos os tempos. Valeu Zumbi!<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 155
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 208,0<br />
156 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Luiz Carlos do Cavaco, Lula e Jarbas da Cuíca<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong> (tema) e Ney Ayan<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cizinho e Juju Maravilha<br />
“Para com isso, dá cá o meu”<br />
Junto com a manhã, o pessoal da Verde e Branco da Serrinha entrou <strong>na</strong> avenida com muita garra e<br />
vontade de mostrar como era o Rio de Janeiro antes da fusão. O enredo, desenvolvido por Ney Ayan,<br />
reproduziu toda uma época da cidade que deixou saudades. Foi um desfile estândar, sem muita criativi-<br />
dade, porém bastante competente.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 223,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Helio Turco, Jurandir e Alvinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Lilico e Mocinha<br />
“Cem anos de liberdade. Realidade ou ilusão?”<br />
Com a autoridade de quem sabe tudo de car<strong>na</strong>val, a Verde e Rosa exaltou a raça negra com muitas<br />
indagações sobre o futuro e a tal liberdade. Com um olho no Tri a Mangueira foi absoluta cantando a<br />
negritude através do lindo samba e de uma primorosa evolução. Mesmo as alegorias, criadas por Julio<br />
Matos, não sendo esplendorosas, a Estação Primeira foi a única que realmente mostrou samba no pé e<br />
levantou a passarela.
Por razões impossíveis de se explicar até os dias atuais, nenhuma Escola foi rebaixada para o Grupo II. | As Esco-<br />
las de Samba Arranco do Engenho de Dentro (1º) e Unidos do Jacarezinho (2º), Campeãs do Grupo II, subiram<br />
para o Grupo I.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação<br />
de 5 a 10 pontos | A nota mais alta e a nota mais baixa de cada quesito foi descartada. | Cada julgador<br />
só pôde dar a nota máxima para oito agremiações. | Total de notas válidas: 20 | Bonificação de 10 pontos<br />
em cronometragem | Bonificação de 10 pontos em concentração. | Bonificação de 05 pontos em disper-<br />
são. | A Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense perdeu 9 pontos em cronometragem (1 ponto por<br />
minuto de atraso). | Não houve desempate entre as agremiações com o mesmo total de pontos. | Total<br />
máximo de pontos possível: 225<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Flávio M. Rego, José Roberto Penteado, Maurício Salgueiro, Sandra Burstein | BA-<br />
TERIA: Anselmo Mazzoni, Antonio Espírito Santo, José Maria Flores, Caíque Botkay | COMISSÃO DE FRENTE:<br />
Carlos Medeiros, Fer<strong>na</strong>nda Moro, Marilda Fonseca, Raphael David | CONJUNTO: Aderbal Júnior, Francisco<br />
Ferraz, Mário Cardoso, Nelson Xavier | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Afonso Carlos M.<br />
dos Santos, Carlos Moura, José Clécio Quesado, Maria Laura Cavalcanti | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Cláudio<br />
Cunha, Ele Semog, Luiz Eduardo Rezende | FANTASIA: Dulce Tupy, Marcelo Silva, Oswaldo Pereira, Ro<strong>na</strong>ld<br />
Lins | HARMONIA: Bertha Nutels, Edson Cabral, Francisco Moreno, Miguel Re<strong>na</strong>to Macedo Bastos | MESTRE-<br />
-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlos Wilson, Ilclemar Nunes, Luís Olimecha, Roberto Roney | SAMBA-ENREDO: Edu-<br />
ardo Athayde, Ivan Cavalcanti Proença, João Máximo, Ro<strong>na</strong>ldo Souza<br />
Rapidinhas<br />
• Pela primeira e última vez, a Passarela do Samba foi enfeitada com decoração artística lembrando as<br />
décadas de 60 e 70. Pe<strong>na</strong> que foi somente nesse ano.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 157
• Impressionou o número de turistas estrangeiros que desfilaram nesse ano. Fiquei sabendo que eles<br />
compravam ‘pacotes’ que já incluíam a fantasia para o desfile. Assim não dá, né?<br />
• A modelo (sic!) e juíza do trabalho (sic!) Enoli Lara, saiu <strong>na</strong> União da Ilha com o corpo pintado com as<br />
cores do C.R.Flamengo e mais <strong>na</strong>da. Ahh sim...esqueci que ela usou botas pretas de cano longo também.<br />
Causou furor <strong>na</strong> época.<br />
• A roupa do primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Imperatriz Leopoldinense, Chiquinho<br />
e Maria Hele<strong>na</strong> (mãe e filho), foi um capítulo trágico de 1988. A do Chiquinho estava apertada e a da<br />
Maria Hele<strong>na</strong> desfez-se durante o desfile, espalhando plumas por toda a extensão da passarela. Apesar<br />
das lágrimas, sua exibição foi majestosa e imponente assegurando, inclusive, o Estandarte de Ouro da<br />
categoria. Bravo! Casal nota 100000.<br />
• Que satisfação ver Bicho Novo, aos 78 anos, como o primeiro Mestre-Sala da Estácio de Sá.<br />
• Emocio<strong>na</strong>nte o desfile da Unidos de Vila Isabel. A começar pela Comissão de Frente - guerreiros africa-<br />
nos - impressio<strong>na</strong>ntemente bela. Sem brilhos ou plumas mas com muita ráfia e palha, um samba-enredo<br />
contagiante e uma garra sem igual, a Vila foi mesmo uma festa de congraçamento <strong>na</strong> Avenida. Com<br />
certeza, o negro nunca foi tão bem cantado num desfile de Escola de Samba. INESQUECÍVEL!<br />
• Maria Augusta, Fer<strong>na</strong>ndo Pamplo<strong>na</strong>, Hiran Araújo e Ricardo Cravo Albim apontam esse desfile com um<br />
dos melhores de todos os tempos.<br />
• Soube que o car<strong>na</strong>valesco Milton Siqueira idealizou todo o car<strong>na</strong>val da Vila em maquetes.<br />
• Um dos carros mais bonitos que já vi passar <strong>na</strong> avenida, foi o dos Orixás, da Unidos de Vila Isabel. Sem a<br />
presença de figuras vivas, era todo coberto com um alvíssimo pano branco sobre o qual se espalhavam es-<br />
culturas representando as entidades (produzidas com um material que imitava ferro batido). Estava demais...<br />
• A Vila provou que é possível sim vencer o car<strong>na</strong>val com pouco dinheiro, boas ideias e um extremo bom gosto.<br />
• Esse foi o único ano em que não houve desfile das campeãs. Motivo: estado de calamidade provocado<br />
por fortes chuvas. Foi, sem dúvida alguma, uma grande pe<strong>na</strong>...<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Geraldo Babão (1926-1988) ∙ Noel Rosa de Oliveira (1920-<br />
1988) ∙ Zequinha - inesquecível Mestre-Sala . Flávio Rangel (1934-1988).<br />
158 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 1989<br />
1989 1989 |<br />
GRUPO I – 05 E 06/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
18 agremiações<br />
DOMINGO, 05/02<br />
9 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo II em 1988.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Arranco do Engenho de Dentro . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 17º | PONTUAÇÃO: 172,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Espanhol, Silvio Paulo e Jarbas da Cuíca<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sérgio Faria<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Silvio Paulo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Silvinho e Neide<br />
“Quem vai querer?”<br />
O Arranco resolveu virar o Brasil pelo avesso num grande acerto de contas ético e moral. No seu tema fanta-<br />
sioso e cheio de criatividade, os réus conde<strong>na</strong>vam os juízes, a fau<strong>na</strong> ameaçada enjaulava os seus matadores,<br />
e o povão ia à forra contra os políticos. Desfilando com leveza e muito bom humor, a Azul e Branco do En-<br />
genho de Dentro disse a que veio.<br />
Unidos do Cabuçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 184,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 159
160 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto Per<strong>na</strong>da, Rebello, Ney do Cabuçu e Jadir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Beto Sol<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Di Miguel<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zerinho e Néia<br />
“Milton Nascimento, sou do mundo, sou Mi<strong>na</strong>s Gerais”<br />
A simpática Cabuçu continuou no filão do ano anterior, mas dessa vez seguiu os caminhos de Mi<strong>na</strong>s. A de-<br />
fesa da ecologia pintou por tabela no desfile da Azul e Branco, porque o home<strong>na</strong>geado exigiu que todas as<br />
plumas e enfeites de origem animal fossem abolidos. Foi uma apresentação bem legal, e Milton, no alto do<br />
carro “Planeta Blue”, foi delirantemente aplaudido.<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 179,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorginho do Axé, Re<strong>na</strong>to Comunguelo e Gerson PM<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sancler Boiron e Cid Camillo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Nicinha<br />
“Verde que te quero viva”<br />
A Escola de São João de Meriti levou ao Sambódromo um grito de alerta preservacionista. A alegoria que<br />
trazia um grande sapato social masculino cujo bico era uma grande boca de jacaré, estava ótima. Provando<br />
que consciência ecológica também dá samba, a Azul e Branco realizou um desfile bastante digno.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 203,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Paulinho Mocidade, Dico da Viola e Cadinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ely Perón e Rogério Figueiredo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ney Vian<strong>na</strong><br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alexandre e Babi
“Elis, um trem chamado emoção”<br />
Em matéria de intenção, cadência e ritmo, não poderia ter sido melhor. O enredo sobre a inesquecível<br />
Pimentinha tinha tudo para ganhar o público pela emoção. Pe<strong>na</strong> que faltou comunicação (tônica da vida<br />
de Elis) aos componentes da Verde e Branco. Um desperdício indesculpável.<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 16º | PONTUAÇÃO: 172,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: João Rosendo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Candanga e Simone<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Vilma Nascimento<br />
“Rio, samba, amor e Tradição”<br />
As plumas azuis e brancas esvoaçavam, em todas as alas da Tradição, alvoroçadas com a voz de Simone<br />
puxando o samba que exaltava as belezas do Rio. O capricho e a riqueza das fantasias contrastavam com o<br />
desleixo <strong>na</strong>s alegorias. Um desfile muito irregular que conduziu a Escola de volta ao Segundo Grupo.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 209,0<br />
AUTORES DO SAMBA: J. Brito e Bujão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ney Ayan<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peninha e Adriane<br />
“Festa Profa<strong>na</strong>”<br />
A Azul, Vermelho e Branco consagrou <strong>na</strong> Passarela a festa profa<strong>na</strong> que contou as origens das manifes-<br />
tações car<strong>na</strong>valescas. A turma da Ilha fez um desfile leve, cheio de garra, cor e alegria, dando o porre de<br />
felicidade” prometido no refrão do samba, deliciosamente marcheado, sacudindo as arquibancadas e os<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 161
camarotes. A Bateria levou o Estandarte de Ouro da categoria, com muita justiça.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 194,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Wanderley Novidade, Paulinho Rocha, Wanico do Beco, Walter Pardal e Jorge 101<br />
162 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Lílian Rabello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): J.Leão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinhos e Patrícia<br />
“O que é bom todo mundo gosta”<br />
Ao raiar do dia, a moçada da Azul e Branco de Pilares expôs, com muita malícia e ironia, o crônico processo de<br />
exploração do Brasil desde os tempos de Cabral. As realísticas alegorias, criadas por Re<strong>na</strong>to Lage, mostraram<br />
os principais produtos comerciais que compõem a nossa pauta de exportação. Tudo didático demais. Faltou<br />
humor e um pouco mais de animação.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 207,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Arizão, Alaor Macedo, Helinho do Salgueiro, Demá Chagas e Rubinho do Afro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis e Flavio Tavares<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Dóris<br />
“Templo negro em tempo de consciência negra”<br />
Na certeza da afirmação da beleza Negra, a Escola da Tijuca se tingiu de vermelho, ouro, prata e preto,<br />
deslumbrando a todos. Evocando seus antigos enredos que cantaram o Negro, o Salgueiro arrepiou o<br />
Sambódromo. O número excessivo de desfilantes e a evolução muito lenta, devido à coreografia da im-<br />
ponente ala infantil, que dançou o minueto <strong>na</strong> pista, acabaram tirando a chance do campeo<strong>na</strong>to.
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 197,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Ney João, Adilson da Viola e Fandinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Júlio Mattos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Lilico e Tidinha<br />
“Trinca de Reis”<br />
Sob uma chuva fi<strong>na</strong> e persistente a velha Manga contou a história da noite carioca home<strong>na</strong>geando<br />
Walter Pinto, Carlos Machado e Chico Recarey. Com fantasias muito mais rosas do que verdes e carros<br />
alegóricos um tanto ou quanto toscos, a Estação Primeira ficou devendo.<br />
SEGUNDA, 06/02<br />
9 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo II de 1988.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Jacarezinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 18º | PONTUAÇÃO: 169,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Barbeirinho do Jacarezinho, Jorge Pi, Serginho da Banda,<br />
Macambira, Batista do Jacarezinho e Lúcio Bacalhau<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Lucas Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Edinho e Norminha<br />
“Mitologia, astrologia, horóscopo - Uma benção para o car<strong>na</strong>val brasileiro”<br />
Com um enredo muito abrangente, alguns carros alegóricos que quebraram logo <strong>na</strong> saída e muitas alas<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 163
atrasadas, a Escola rosa e branco do Jacarezinho verde fez o que pôde. Infelizmente, não foi o suficiente<br />
para que ela escapasse da última colocação e voltasse para o Grupo II. Parece que os astros não ajuda-<br />
ram muito não.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 210,0<br />
164 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Niltinho Tristeza, Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós”<br />
A Branca e Verde da Leopoldi<strong>na</strong> bancou <strong>na</strong> avenida a volta do enredo tradicio<strong>na</strong>l e se deu muito bem. O<br />
samba-enredo (Estandarte de Ouro), melodioso e fácil de cantar, transformou o Sambódromo em um grande<br />
e animado coral. Jogando com um magnífico efeito cenográfico domi<strong>na</strong>do pelo ouro e pela prata, Max Lo-<br />
pes deu à Imperatriz, grandiosidade e uma beleza sem par. Um memorável desfile que entrou para a História.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 201,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nêgo, Beto do Pandeiro, Vaguinho da Ladeira, Vicente das Neves e Gilmar L. Silva<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Monteiro<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nego<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cizinho e Irene<br />
“De Portugal à Bie<strong>na</strong>l no país do car<strong>na</strong>val”<br />
A Tijuca conseguiu mesclar o samba e a arte de forma extraordinária. As fantasias e as alegorias for-<br />
maram verdadeiros painéis vivos da nossa cultura. Uma aula de car<strong>na</strong>val dada por Mario Monteiro e<br />
Chiquinho Spinoza. Uma dádiva, em azul-pavão e dourado, para o público da Sapucaí.
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 189,0<br />
AUTORES DO SAMBA: João Carlos Grilo, Ricardo Goes, Ro<strong>na</strong>ldinho Soares e Sérgio Fer<strong>na</strong>ndes<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Costa<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Geraldão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Vera Lúcia<br />
“Made in Brazil, yes nós temos ba<strong>na</strong><strong>na</strong>”<br />
Mais uma Escola a denunciar a dilapidação das nossas riquezas. A criatividade alegre da gente boa<br />
de Botafogo tomou o lugar do luxo. Nem é necessário dizer que as cores verde e amarelo estiveram<br />
presentes, em quase todas as alas, alertando e tentando despertar o gigante adormecido.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 200,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Djalma das Mercês, Déo, Gustavo, Beijão, Marinho e Pereira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bira do Havaí<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alex e Irene<br />
“Um, dois, Feijão com Arroz”<br />
A Estácio arrebentou a avenida com o seu samba. A ferocidade do Leão do Abre-Alas e a combi<strong>na</strong>ção<br />
do lamé dourado e do cetim verde com o vermelho e o branco <strong>na</strong>s fantasias agradaram muito. Rosa<br />
Magalhães contou a trajetória do arroz e do feijão, desde a Chi<strong>na</strong> e da Arábia, até o prato principal da<br />
mesa dos brasileiros. Infelizmente uma falha no sistema de som oficial prejudicou o seu desfile que,<br />
apesar disso, não perdeu o bom tempero.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 207,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 165
AUTORES DO SAMBA: Jorge King, Serginho Tonelada, Fer<strong>na</strong>ndo Partideiro, Zé Antonio e J.C. Couto<br />
166 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlinhos Brilhante e Maria<br />
“Direito é Direito”<br />
Tentando levar o Bi a Vila veio querendo abafar de novo. Aproveitando os quarenta anos de assi<strong>na</strong>tura da<br />
Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Azul e Branco conclamou o povo a lutar pelo respeito e pela<br />
dignidade da pessoa. Muito intelectualizado e com alegorias e fantasias em tons muito escuros para desfile<br />
noturno, não conseguiu repetir a consagração do ano anterior. Valeu pela denúncia, pela mensagem e, prin-<br />
cipalmente, pela Comissão de Frente (Estandarte de Ouro) que trouxe quinze mulheres grávidas, represen-<br />
tando o direito à vida.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 206,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Neném, Mauro Silva e Carlinhos Madureira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Silvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dedé da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tatu e Gisele<br />
“Achado não é roubado”<br />
A Águia surgiu simulando voo e emitindo sons, o que surpreendeu a todos. Muita pompa e trajes so-<br />
fisticados foram utilizados para contar a disputa pelo território brasileiro, por fim, “achado” por Cabral.<br />
A Azul e Branco de Madureira passou com uma evolução sonolenta devido ao samba fraco que não<br />
conseguiu entusiasmar nem ao público e nem os seus componentes.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 210,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Betinho, Gyvaldo, Zé Maria e Osmar
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Popó e Rosália<br />
“Ratos e urubus, larguem minha fantasia”<br />
Mais uma vez Joãosinho Trinta reinventou o car<strong>na</strong>val. Um escracho corrosivo e sofisticadíssimo, onde o<br />
tabu da miséria e da pobreza foi quebrado abrindo espaço para a representação ple<strong>na</strong> da realidade. O<br />
car<strong>na</strong>valesco e o figurinista Viriato Ferreira, despejaram <strong>na</strong> passarela o luxo do lixo, e o desfile da Azul<br />
e Branco ganhou uma dimensão absolutamente explosiva. O público jamais esquecerá o banquete dos<br />
desvalidos aos pés da enorme alegoria que trouxe o Cristo Mendigo embrulhado em plástico preto que,<br />
mesmo proibido pela igreja católica, continuou a olhar por nós.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 199,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto Sem Braço, Aluisio Machado, Bicalho e Arlindo Cruz<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulo Samara e Serginho Primavera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Aluísio Machado e Andréa<br />
“Jorge Amado Axé Brasil”<br />
A tradicio<strong>na</strong>l Verde e Branco encheu-se de cores para home<strong>na</strong>gear Jorge Amado, trazendo sua obra e<br />
seus perso<strong>na</strong>gens à Sapucaí. Com um car<strong>na</strong>val simples e origi<strong>na</strong>l, que empregou materiais alter<strong>na</strong>tivos,<br />
e um samba-enredo ape<strong>na</strong>s mediano, a Serrinha encerrou sua passagem com o amado Jorge todo em<br />
branco ao lado de Oxalá, o Orixá da criação, em cima do último carro alegórico. Uma Glória!<br />
As Escolas de Samba Unidos da Ponte (15°), Tradição (16°), Arranco do Engenho de Dentro (17°) e Unidos do<br />
Jacarezinho (18º), foram rebaixadas para o Grupo II. | As Escolas de Samba Acadêmicos de Santa Cruz (1°) e Lins<br />
Imperial (2°), Campeãs do Grupo II, subiram para o Grupo I.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 167
168 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
30 julgadores (03 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
5 a 10 pontos | A nota mais baixa de cada quesito foi descartada. | Total de notas válidas: 20 | Bonificação<br />
de 10 pontos em concentração. | Em 1989 as agremiações passam a perder um ponto em cronometra-<br />
gem para cada minuto que exceder o tempo máximo permitido para o desfile. | Desempate entre a 1ª e a<br />
2ª colocada deu-se no quesito Samba-Enredo. | Desempate entre a 4ª e a 5ª colocada deu-se no quesito<br />
Samba-Enredo. | Desempate entre a 16ª e a 17ª colocada deu-se no quesito Bateria. | Total máximo de<br />
pontos possíveis: 210<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Henrique M. de Carvalho, Lula Vieira, Ricardo Rizzo | BATERIA: Cláudio Luiz Matheus,<br />
Luiz Carlos Torquato Reis, Téo Lima | COMISSÃO DE FRENTE: Anibal Lavalle, Maria Elisa Proença, Orlando Mi-<br />
randa | CONJUNTO: Mário Cardoso, Pedro Ângelo, Regi<strong>na</strong> Gomes de Oliveira | CRONOM. E CONCENT.: Comissão<br />
de Desfiles | ENREDO: Pedro Arídio, Rogério Fróes, Sebastião José de Oliveira | EVOLUÇÃO: Cláudio Cunha,<br />
Joel Rufino, Luiz Eduardo Rezende | FANTASIA: Marcelo Silva, Paulo Coelho, Suely Stambowsky | HARMONIA:<br />
Denira Rosário, Glaucemira Maximinia<strong>na</strong>, Walter Lopes de Carvalho | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Beatriz<br />
Badejo, Carlos Wilson, Ilclemar Nunes | SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Hilton Prado, João Máximo<br />
Rapidinhas<br />
• Num dos melhores anos de desfile de Escolas de Samba, a nota triste foi o falecimento do Destaque<br />
Neuza Monteiro, da Escola de Samba Arranco do Engenho de Dentro, em decorrência da queda de cima<br />
de um dos carros alegóricos.<br />
• Muito criativa a alegoria que representava um grande sapato em formato de Jacaré da Unidos da Ponte.<br />
A bocarra do imenso sapato-réptil, abrindo-se e fechando-se, estava ótima. Adorei...<br />
• A Unidos do Cabuçu desfilou sem uma pluma sequer... Exigência do home<strong>na</strong>geado, o cantor/compositor<br />
e ecologista, Milton Nascimento.
• A cantora Simone, no auge da fama, ajudou a puxar o sambaenredo da Tradição. Com seu forte sotaque<br />
baiano, definitivamente, não agradou a todos não.<br />
• Enoli Lara, Destaque da União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor, depois de desfilar com o corpo pintado no ano anterior,<br />
surgiu completamente nua (coberta ape<strong>na</strong>s por um véu transparente) sobre o carro alegórico que<br />
representava as satur<strong>na</strong>is roma<strong>na</strong>s. Esse fato acabou gerando mudança no regulamento da Liga que passou<br />
a proibir e a punir a ostentação da genitália desnuda por parte dos componentes das agremiações.<br />
• O Salgueiro fez um belo desfile. A elegante ala das crianças reproduziu o minueto do desfile que home<strong>na</strong>geou<br />
Chica da Silva em 1963. Só houve um problema: a evolução coreográfica era muito lenta para uma Escola que<br />
estava muito grande. Conclusão: correria no terço fi<strong>na</strong>l da apresentação da simpática agremiação da Tijuca.<br />
• Não acreditei no que eu estava vendo... Aquela Escola de Samba que encerrou os desfiles do primeiro dia, não<br />
podia ser a ‘grande’ Estação Primeira de Mangueira de tantas glórias e tradições. Mas era ela sim...<br />
• Um dos jurados tirou pontos preciosos da Comissão de Frente da Unidos de Vila Isabel (composta por 14<br />
moças grávidas elegantemente vestidas em branco). Pensou que elas estivessem usando barrigas falsas.<br />
Dá para acreditar?<br />
• A apresentação da Imperatriz Leopoldinense foi de um esplendor sem fim.. Os tripés do Abre-Alas representando<br />
a República e a coroa, símbolo da Escola, estavam suntuosos. Um conjunto de requinte e bom<br />
gosto que contou uma passagem importante da nossa história sem parecer chato ou didático demais.<br />
Um dos mais impactantes desfiles de todos os tempos.<br />
• A fantasia do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Imperatriz era deslumbrante. Maria Hele<strong>na</strong> me<br />
contou que a sua roupa (criação do grande Sperandini) era muito pesada, mas que ela se sentiu muito<br />
bem e deu um verdadeiro show, só para variar.<br />
• Um outro episódio interessante ocorreu no desfile da Imperatriz Leopoldinense: o Destaque que representava<br />
Duque de Caxias, recusou-se a subir no altíssimo cavalo que apresentava um balanço ameaçador.<br />
O problema foi resolvido pelo Babalorixá Zacarias de Oxossi que tomou o lugar do assustado rapaz.<br />
• A abertura da apresentação da Beija-Flor de Nilópolis arrepiou a todos que estavam no Sambódromo. Para<br />
onde quer que se olhasse as pessoas estavam estáticas e boquiabertas. Também, não era para menos: a visão<br />
do Cristo coberto por plástico preto com deze<strong>na</strong>s de mendigos e desvalidos a seus pés, foi, realmente, uma<br />
ce<strong>na</strong> impressio<strong>na</strong>nte. Esse desfile, sem dúvida alguma, entrou para história eter<strong>na</strong> do car<strong>na</strong>val carioca...<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Ney Vian<strong>na</strong> (1942-1989) ∙ Silvinho cabeleireiro- destaque de<br />
chão da Portela (1945-1989).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 169
| 1990<br />
170 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
1990 1990 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 25 E 26/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
16 agremiações<br />
DOMINGO, 25/02<br />
8 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela última classificada do Grupo Especial em 1989.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Cabuçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 16º | PONTUAÇÃO: 473,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Aloisinho, João A<strong>na</strong>stácio, Walter da ladeira e Carlinhos do Grajaú<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Beto Sol<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Di Miguel<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: José Carlos e Wilma<br />
“Será que votei certo para presidente?”<br />
A Cabuçu abriu o desfile do Grupo Especial sem medo de ser feliz. Para compensar a falta de gra<strong>na</strong>, a Azul e<br />
Branco entrou com garra destacando os principais problemas enfrentados pelos brasileiros. Mesmo com um<br />
samba de letra fácil, o enredo político, mal desenvolvido, não conseguiu convencer.<br />
Acadêmicos de Santa Cruz . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 507,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé Carlos, Carlos Henri, Carlinhos de Pilares, Doda, Mocinho e Luís Sergio
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alex e Irene<br />
“Heróis da Resistência”<br />
A Verde e Branco de Santa Cruz home<strong>na</strong>geou os fundadores do “Pasquim”, o mais importante jor<strong>na</strong>l alter<strong>na</strong>-<br />
tivo do Brasil que, apesar de todas as dificuldades, conseguiu se manter de pé durante os anos de chumbo.<br />
Foi um desfile irreverente, mas que enfrentou sérios problemas em harmonia e evolução.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 518,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jarbas da Cuíca, Evaldo Santos, Grajaú, Carlinhos Democrático e Fer<strong>na</strong>ndo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Norminha<br />
“Com a boca no mundo”<br />
Através desse enredo origi<strong>na</strong>l, Pilares encontrou a forma ideal para falar de: teatro, futebol, amor, política e<br />
até da realidade das próprias Escolas de Samba. Surpreendeu pelo luxo das fantasias, porém, a concepção<br />
dos carros alegóricos deixou uma sensação de déjà-vu. Além da pouca animação de algumas alas, acabou<br />
perdendo, ainda, cinco pontos em dispersão. Foi boca demais para pouco apetite.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 540,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jangada, Tico do Gato, Zito, Ibrain, Solidão e Edgard do Agogô<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Gil Ricon<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tico do Gato<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Mara<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 171
172 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“História da nossa História”<br />
O verde e o branco do Império deu lugar ao ouro do Brasil colonial. O enredo, inspirado <strong>na</strong> obra de Frei<br />
Vicente do Salvador, foi realizado de forma um pouco confusa. Os imperianos prometeram um desfile<br />
como os de antigamente, mas após sua passagem acadêmica, o que se viu foi uma expressão enfadonha<br />
<strong>na</strong> galera que lotava a passarela.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 529,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Tropical, Jorginho Pereira, Anninha Guedes, Antonio Grande, Vilani Silva e Bom Bril<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlinhos Brilhante e Maria<br />
“Se essa terra... se essa terra fosse minha...”<br />
Com um tema polêmico, a Vila entrou <strong>na</strong> avenida misturando purpuri<strong>na</strong> com reforma agrária. Seu gigantis-<br />
mo criou um sério problema para a harmonia do conjunto e lhe custou a perda de dez pontos: cinco em cro-<br />
nometragem e mais cinco em dispersão. Esses problemas não impediram que a Azul e Branco apresentasse<br />
pontos positivos, como a beleza e a criatividade dos seus carros alegóricos.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 564,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Betinho, Jorginho, Bira e Aparecida<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marco Aurélio e Rosália<br />
“Todo mundo <strong>na</strong>sceu nu”<br />
Dessa vez a Beija-Flor atacou de high- tec e efeitos super especiais. O enredo, desenvolvido por João-
sinho Trinta, contou os dramas e os prazeres do homem, costurando os monstros da pré-história aos<br />
monstros de hoje. A mega-alegoria das Máqui<strong>na</strong>s foi uma das que mais impressionou por sua magnitu-<br />
de, e o homem primitivo sendo “devorado” ao vivo, causou grande impacto. E assim, o tecnosamba da<br />
Azul e Branco empolgou a passarela.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 564,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Arizão, Alaor Macedo, Demá Chagas , Pedrinho da Flor e Fer<strong>na</strong>ndo Baster<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Dóris<br />
“Sou amigo do Rei”<br />
Ao amanhecer, a Vermelho e Branco defendeu o enredo (Estandarte de Ouro), de Rosa Magalhães, com a<br />
pompa devida a Carlos Magno e seus doze pares. A luta entre o bem e o mal foi revivida em folguedos regio-<br />
<strong>na</strong>is pelo Brasil, num belo jogo de cores fortes, fantasias luxuosas e carros alegóricos com muito movimento.<br />
A fantástica Comissão de Frente, composta por cavaleiros medievais, também levou o prêmio.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 546,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Cila da Portela, Espanhol e Sílvio Paulo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Silvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sílvio Paulo, Espanhol, Elmo Bombeiro e Cila da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tatu e Gisele<br />
“É de ouro e de prata esse chão”<br />
A Portela revelou, em Azul e Branco, a vitalidade da cultura verde e amarela para sintetizar a magia das<br />
três raças que formaram o povo brasileiro. Quando, de manhã cedo, surgiu <strong>na</strong> avenida a Águia Majes-<br />
tosa (pela primeira vez em tons de marrom) o público percebeu que algo de novo vinha por ali. O bom<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 173
samba e a ótima Bateria sustentaram a harmonia até o fim do desfile. Infelizmente, um problema <strong>na</strong><br />
roupa da Porta-Bandeira Gisele e a perda de cinco pontos em dispersão tiraram a Escola do páreo.<br />
174 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
SEGUNDA, 26/02<br />
8 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A de 1989.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Lins Imperial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 513,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Russo, J. Mercadante, Neguinho Andrade e Homero Guiné<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sergio Faria<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jovaci<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Zerinho e Regi<strong>na</strong><br />
“Madame Satã”<br />
Essa foi a boa surpresa do ano. Seu enredo, contando a história de um dos mais bizarros boêmios do Rio,<br />
foi muito bem desenvolvido. O ótimo samba ajudou a Verde e Rosa do Lins de Vasconcelos a garantir a<br />
sua permanência no Grupo Especial.<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 559,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Helinho 107, mais Velho, Nino e Chocolate<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Costa, Carlinhos d’Andrade e Cezar d’Azevedo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Isaías de Paula<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Vera Lúcia
“E o samba sambou”<br />
Foi a melhor apresentação da São Clemente até então. A crítica mordaz e oportu<strong>na</strong> à comercialização e<br />
profissio<strong>na</strong>lização <strong>na</strong>s Escolas de Samba atingiu, diretamente, o alvo desejado. Com muita classe, sim-<br />
plicidade e bom humor, a amarelo e preto de Botafogo deixou o alerta no ar para tentar conscientizar.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 550,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Helio Turco, Jurandir e Alvinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ernesto Nascimento e Fabio Borges<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Lilico e Tidinha<br />
“Deu a louca no Barroco”<br />
A Verde e Rosa centralizou em Sinhá Olímpia a linda home<strong>na</strong>gem a Ouro Preto. A beleza do desfile que emocio-<br />
nou e sacudiu o público com o samba que todos cantaram, e impressionou pelo luxo das fantasias, só foi ofuscado<br />
pela quebra, em ple<strong>na</strong> pista, do deslumbrante e gigantesco carro alegórico representando o barroco mineiro, que<br />
provocou o atraso de algumas alas. Resultado: perda de cinco pontos em cronometragem. Uma pe<strong>na</strong>, uma pe<strong>na</strong>...<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 565,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Toco, Jorginho Medeiros e Tiãozinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Lílian Rabello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alexandre e Babi<br />
“Vira, virou, a Mocidade chegou.”<br />
Com a Verde e Branco de Padre Miguel, o samba realmente virou a Passarela. O enredo, de Re<strong>na</strong>to Lage e Lílian<br />
Rabelo, contou a história da própria Escola, década a década, com muito talento, beleza e emoção. O desfile foi um<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 175
colírio para os olhos dos espectadores que se maravilharam com as alegorias que lembravam enredos vitoriosos e<br />
campeões. Houve quem dissesse que os carros alegóricos estavam ainda mais bonitos que os origi<strong>na</strong>is. Um luxo só.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 562,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé Catimba, Preto Jóia, Tuninho Petróleo, Baianinho e Jorginho da Barreira<br />
176 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Terra Brasilis, o que se plantou, deu”<br />
A Imperatriz surgiu muito bonita e suntuosa para exaltar as coisas boas do Brasil. As alegorias fugiram<br />
do aspecto crítico e vieram mais tradicio<strong>na</strong>is. A Escola ressentiu-se um pouco da falta do verde em suas<br />
fantasias, que abusaram dos tons de azul, rosa e lilás. O Bicampeo<strong>na</strong>to ficou mais distante com a possi-<br />
bilidade da perda de cinco pontos em dispersão, o que, de fato, acabou ocorrendo.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 561,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Magalhães, Adilson Gavião, Adalto Magalha e Maneco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mário Monteiro<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Adriane<br />
“Langsdorff, delírio <strong>na</strong> Sapucaí”<br />
O car<strong>na</strong>valesco Mário Monteiro levou para a Avenida as aluci<strong>na</strong>ções de um barão russo que viu assombrações<br />
<strong>na</strong>s florestas brasileiras. Tudo com muita beleza num trabalho cenográfico perfeito. A famosa Bateria da Verme-<br />
lho e Branco , dessa vez, não colaborou com a costumeira eficiência e cometeu o grande erro de não entrar no<br />
boxe, partindo a harmonia e comprometendo o seu conjunto. O samba também não conseguiu contagiar os<br />
componentes que, com certeza, continuam, até hoje, sem saber, ou entender, quem foi Langsdorff.
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 546,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nêgo, Vaguinho da Ladeira, Vicente das Neves,<br />
Gilmar L. Silva, Azeito<strong>na</strong>, Ditão,Valtinho, Ivan e Beto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis e Flavio Tavares<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Juju Maravilha<br />
“E o Borel descobriu... Navegar foi preciso”<br />
Com um bonito samba, uma excelente Bateria e um enredo de fácil leitura, a Azul-Pavão e Ouro apresen-<br />
tou-se correta, solta, com muita alegria e emoção. Pe<strong>na</strong> que as fantasias, pouco criativas, apresentaram<br />
problemas de acabamento. Vale ressaltar a força e a garra dos desfilantes que garantiram, com muito<br />
entusiasmo, o seu bom desempenho.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 551,0<br />
AUTORES DO SAMBA: J. Brito e Bujão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ney Ayan<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“Sonhar com Rei dá João”<br />
Um verdadeiro achado esse enredo sobre Joãosinho Trinta, ovacio<strong>na</strong>do pelo público ao passar em cima do<br />
último carro. A ótima Bateria e a correta harmonia foram fundamentais para o vibrante desfile da Tricolor da<br />
Ilha, que só não foi feliz ao tentar reproduzir os elementos alegóricos que glorificaram o home<strong>na</strong>geado. Na<br />
verdade, as réplicas não passaram de um pastiche (imitação sem a mesma qualidade) dos modelos origi<strong>na</strong>is.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 177
As Escolas de Samba Acadêmicos de Santa Cruz (15°) e Unidos do Cabuçu (16°) foram rebaixadas para o<br />
Grupo A. | As Escolas de Samba Unidos do Viradouro (1°) e Acadêmicos do Grande Rio (2°), Campeãs do<br />
Grupo A, subiram para o Grupo Especial.<br />
178 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
30 julgadores (03 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de 5 a 10<br />
pontos | A nota mais baixa de cada quesito foi descartada. | Total de notas válidas: 20 | O somatório das notas<br />
válidas, foi multiplicado pelo peso correspondente a cada quesito. Os quesitos Mestre-Sala e Porta-Bandeira<br />
e Comissão de Frente tinham peso 2, o restante tinha peso 3. | Bonificação de 05 pontos em cronometragem.<br />
| Bonificação de 05 pontos em dispersão. | Perderam os 05 pontos de bonificação em dispersão as seguintes<br />
agremiações: Caprichosos de Pilares, Portela, Mocidade Independente de Padre Miguel e Imperatriz Leopoldi-<br />
nense. | A Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira perdeu a bonifcação de 05 pontos em cronometra-<br />
gem. | A Escola de Samba Unidos de Vila Isabel perdeu os 05 pontos de bonificação tanto em dispersão quanto<br />
em cronometragem. | Desempate entre a 2ª e a 3ª colocada deu-se no quesito Harmonia | Desempate entre a<br />
9ª e a 10ª colocada deu-se no quesito Samba-Enredo. | Total máximo de pontos possíveis: 570<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Maurício Salgueiro, Paulo Coelho, Sara Candal | BATERIA: Cláudio Luiz Matheus,<br />
Luiz Carlos Torquato Reis, Téo Lima | COMISSÃO DE FRENTE: Maria Elisa Manzolillo, Orlando Miranda, Ra-<br />
phael David | CONJUNTO: Aderbal Júnior, Mário Cardoso, Ricardo Rizzo | CRONOM. E CONCENT.: Comissão<br />
de Desfiles | ENREDO: José Clécio Quesado, Rogério Fróes, Sebastião José de Oliveira | EVOLUÇÃO: Carlos<br />
Pousa, Luiz Eduardo Rezende, Lula Vieira | FANTASIA: Catari<strong>na</strong> Guedes, Mauro Rosas, Suely Stambowsky<br />
| HARMONIA: Anselmo Mazzoni, Joãozinho Athayde, Rivaldo Santos | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Be-<br />
atriz Badejo, Carlos Wilson, Marly Leal | SAMBA-ENREDO: Dulce Tupy, Eri Galvão, Salete Lisboa<br />
Rapidinhas<br />
• A genitália desnuda passa a ser proibida nos desfiles de Escolas de Samba.
• A alegoria da Acadêmicos de Santa Cruz que traría o Superhomem sentado no vaso sanitário com o bilau<br />
de fora, acabou sendo a primeira vítima dessa proibição. O órgão genital teve que ser coberto.<br />
• Já o ator Jorge Lafond ao vir nu em cima do carro do vulcão <strong>na</strong> Beija-Flor de Nilópolis, não provocou<br />
nenhum tipo de punição à agremiação. Fantasiou o ‘garotão’ com uma malha cheia de brilhos e ficou<br />
tudo bem. Vai entender....<br />
• Ainda <strong>na</strong> Beija-Flor, o imenso dinossauro que trouxe um figurante debatendo-se, em total agonia, sobre<br />
sua língua, estava demais...<br />
• A partir desse ano passa a ser proibida, também, a presença de homens <strong>na</strong>s alas de Baia<strong>na</strong>s. Ainda bem.<br />
Eu achava muito esquisito ver barbado no meio das simpáticas senhoras.<br />
• Foi muito triste ver a Porta-Bandeira da Portela sentar-se, aos prantos, no meio-fio da avenida. A arma-<br />
ção da sua roupa estava completamente avariada...Fiquei conster<strong>na</strong>do por você Gisele.<br />
• A Comissão de Frente da São Clemente, mais uma vez deu um verdadeiro show de origi<strong>na</strong>lidade criativa.<br />
Mostrava os ‘presidentes’ das agremiações, qual ventríloquos, carregando os seus ‘bonecos Mestres-<br />
-Sala’. Crítica prá lá de mordaz.<br />
• Zacarias de Oxossi, o corajoso Destaque que encarou o desafio de montar o tal cavalo do Duque de<br />
Caxias <strong>na</strong> Imperatriz em 89, dessa vez, desfilando pelo Salgueiro em cima do carro alegórico que repre-<br />
sentava o castelo medieval, acabou ‘preso’ <strong>na</strong> torre de TV sobre a passarela.<br />
• Falando em problemas com carros alegóricos, eu nunca havia visto um ‘engarrafamento’ de imensas ale-<br />
gorias como o que ocorreu no desfile da Estação Primeira de Mangueira. Uma pe<strong>na</strong>, pois a apresentação<br />
da Verde e Rosa, até então, estava magnífica.<br />
• Fabuloso e emocio<strong>na</strong>nte o desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel. Home<strong>na</strong>geou Arlindo<br />
Rodrigues e Fer<strong>na</strong>ndo Pinto, revivendo seus grandes momentos. Re<strong>na</strong>to Lage e Lílian Rabello realizaram<br />
um trabalho de primeiríssima qualidade. As grandes ampulhetas, marcando a passagem do tempo e<br />
dividindo o enredo, deram um toque de requinte.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Isabel Valença (1926-1990) ∙ Elizeth Cardoso (1920-1990).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 179
| 1991<br />
180 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
1991 1991 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 10 E 11/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
16 agremiações<br />
DOMINGO, 10/02<br />
8 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 1990.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 16º | PONTUAÇÃO: 204,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Ventura, Andrade e Leovenir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Wani Araújo e Fer<strong>na</strong>ndo Lopes da Paz<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Dóris<br />
“Antes, durante e depois, o Despertar do homem”<br />
Desfilando pela primeira vez no Grupo Especial, a Verde, Vermelho e Branco de Caxias, ainda sob o sol<br />
do fim da tarde, sentiu a responsabilidade e tremeu. Ousou ao escolher um enredo muito amplo, sobre a<br />
evolução da vida, e pecou ao não parar a Bateria no recuo devido a uma certa lentidão <strong>na</strong> sua evolução.<br />
Esbanjou riqueza, mas faltou competência. Havia, ainda, muito a aprender.<br />
Lins Imperial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 264,0 ↓
AUTORES DO SAMBA: João Ba<strong>na</strong><strong>na</strong>, Serjão, Jorge Paulo, Tuca e Paulinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ricardo Ferrador, Paulo Costa e Sonia d’Almeida<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Celino Dias<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinhos Sorriso e Regi<strong>na</strong><br />
“Chico Mendes, o arauto da <strong>na</strong>tureza”<br />
Em uma apresentação multicolorida, com muito de verde e um rosa quase imperceptível, a Escola foi muito<br />
mais Lins do que Imperial. O enredo, fácil de desenvolver, oferecia muitas soluções criativas, mas o que se viu foi<br />
o óbvio. Passou modesta, sem cometer erros graves, mas faltou vibração. Chico Mendes merecia muito mais.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 281,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Franco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ely Perón e Rogério Figueiredo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bagdá e Irene<br />
“De bar em bar, Didi, um poeta”<br />
Foi um desfile alegre sobre um tema bem carioca: o espírito boêmio do botequim. Didi, advogado e pro-<br />
curador do Estado, compositor de alguns sambas da Ilha, também foi home<strong>na</strong>geado. Todo o conjunto<br />
funcionou satisfatoriamente. As alegorias estavam leves e, houve também, muita animação ao som do<br />
samba marcheado que atendeu às características da Tricolor da Ilha.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 293,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Preto Jóia, Tuninho, Niltinho Tristeza, Guga, Guará da Empresa e Flavinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Viriato Ferreira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 181
182 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“O que é que a ba<strong>na</strong><strong>na</strong> tem?”<br />
Foi de alto nível o desfile da Verde e Branco de Ramos. Muito correto, quase impecável e com ba<strong>na</strong><strong>na</strong>s<br />
para dar e vender. O car<strong>na</strong>valesco Viriato Ferreira desenvolveu com perfeição um enredo que, de tão<br />
simples, correu o risco de se tor<strong>na</strong>r ba<strong>na</strong>l. A Escola mostrou que fantasias simples e confortáveis também<br />
podem ser belas. Com muito samba no pé e uma empolgação contagiante, a Imperatriz passou leve e<br />
bonita sem escorregar em nenhuma casca de ba<strong>na</strong><strong>na</strong>.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 290,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Pelé, Claudio Inspiração, Tonho Magrinho e Paulo Roberto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marco Aurélio e Rosa<strong>na</strong><br />
“Alice no Brasil das Maravilhas”<br />
O enredo da Azul e Branco que falava de uma Alice tropicalizada, foi muito enigmático e de difícil compre-<br />
ensão para o público. Muitos ficaram em dúvida se o tema contava fatos da história do Brasil, se tecia uma<br />
consideração política ou se era uma crítica pura e simples. Apesar de alguns buracos e de algumas alas<br />
emboladas, desfilou solta e alegre. A Beija-Flor brilhou de novo, mesmo sem a ousadia de outros tempos.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 269,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Helio Turco, Jurandir e Alvinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ernesto Nascimento e Cláudio Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robertinho e Tidinha<br />
“As três rendeiras do Universo”
A simplicidade da renda em verde e rosa se transformou, aos poucos, em cansativa monotonia. Os toscos carros<br />
alegóricos além de não trazerem <strong>na</strong>da de criativo, também não ajudaram a desenvolver o enredo. O samba<br />
mediano também não conseguiu contagiar todos os componentes e muitos, pasmem, cometeram a suprema<br />
he resia de arrastar os pés em ple<strong>na</strong> pista. A bem da verdade, faltou a Mangueira no desfile da Mangueira.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 290,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Maneco, Orlando e Jangada<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mário Monteiro<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Adriane<br />
“Brasil, brega e kitsch”<br />
Criticando o consumismo desenfreado e a alie<strong>na</strong>ção brasileira pela importação de valores culturais es-<br />
trangeiros, a Vermelho e Branco arrebatou a multidão <strong>na</strong> Sapucaí. O enredo de Mario Monteiro foi muito<br />
bem realizado e, artisticamente, “deu um passeio”, integrando perfeitamente seus carros e fantasias ao<br />
gostoso samba. No desfile da Estácio faltou um pouquinho mais de evolução, mas a Bateria funcionou<br />
muito bem. Sobrou competência, dessa vez temperada com uma generosa dose de origi<strong>na</strong>lidade.<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 265,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Monoelzinho Poeta, Jorge Moreira, Severo, Jorge Melodia e Haroldo Pereira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Costa, Carlinhos d’Andrade e Cezar d’Azevedo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sidney Moreno<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“Já vi esse filme”<br />
O enredo da Amarelo e Preto da Zo<strong>na</strong> Sul viajou ao pretender fazer um sátira ácida à história do<br />
Brasil e ao momento político de então. Abandonou o caminho da leveza e passou amarga, pesada e<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 183
mal humorada. A impressão geral foi de que a São Clemente cedeu aos subjetivos e aos intelectuais,<br />
perdendo, assim, sua graça origi<strong>na</strong>l.<br />
184 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
SEGUNDA, 11/02<br />
8 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A de 1990.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 290,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Gelson, Rubinho, Odir Sereno e Adir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes e Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Bravíssimo Dercy, o retrato de um povo”<br />
Que estreia no Grupo Especial!!! A Viradouro escolheu como tema um ícone da arte popular brasileira.<br />
Nem a claridade do entardecer e nem a chuva, que danificou algumas fantasias, atrapalharam o brilho<br />
do desfile da Vermelho e Branco de Niterói. Dercy Gonçalves estava lá: inteira, gloriosa com os seios à<br />
mostra, ovacio<strong>na</strong>da pelo público, emocio<strong>na</strong>díssima e sambando do começo ao fim do desfile. Um mo-<br />
mento inesquecível!<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 275,0<br />
AUTORES DO SAMBA: João Carlos e Gabriel Moura<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudio e Norminha<br />
“Terceiro Milênio, em busca do juízo fi<strong>na</strong>l”<br />
A Azul e Branco trouxe um tema “Nostradâmico” e fez um desfile quase soturno. As fantasias, apesar de<br />
bonitas e adequadas ao enredo, careciam de criatividade. A Bateria não entrou no boxe prejudicando<br />
muito sua harmonia e o seu conjunto.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 289,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Nêgo, Carlinhos Melodia , Antonio C. Conceição<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Juju Maravilha<br />
“Tá <strong>na</strong> mesa Brasil”<br />
A ideia do tema foi mostrar um banquete oferecido no palácio do Rei Momo para celebrar a existência<br />
do car<strong>na</strong>val. As alegorias oscilaram em beleza, e as fantasias, descomplicadas, não comprometeram. O<br />
samba cresceu muito <strong>na</strong> avenida e a Bateria esteve muito bem, consequemente, a Azul-Pavão e Amarelo<br />
do Borel foi uma das mais animadas. Todo mundo digeriu muito bem a grande comilança dos sonhos.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 290,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Madureira, Café da Portela e Iran Silva<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Silvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dedé da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Tatu e Gisele<br />
“Tributo à vaidade”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 185
A apresentação da Azul e Branco de Madureira justificou a sua falta de modéstia. Passou vaidosa, des-<br />
lumbrante e majestosa. A Águia, dessa vez <strong>na</strong>s cores oficiais, trouxe uma Escola aguerrida e valente, com<br />
harmonia e evolução irretocáveis. O samba, vencedor do Estandarte de Ouro, serviu como grande ponto<br />
de irradiação para esse sucesso. Foi a ressurreição da Velha Portela.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 297,0<br />
186 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Toco, Jorginho Medeiros e Tiãozinho da Mocidade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Lílian Rabello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alexandre e Babi<br />
“Chuê, Chuá as Águas vão rolar”<br />
Um impecável car<strong>na</strong>val inundou a Sapucaí de alegria, dando um banho de imagi<strong>na</strong>ção e entusias-<br />
mo. A Verde e Branco superou, e até transcendeu, ao abstratismo do tema, chegando a fatos do<br />
cotidiano. Re<strong>na</strong>to Lage e Lílian Rabello criaram fantasias e alegorias de tirar o fôlego. Ao fi<strong>na</strong>l do<br />
desfile, a multidão lançou o veredito: “Já Ganhou! Já Ganhou!”. Estavam certos. O Bicampeo<strong>na</strong>to<br />
estava garantido.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 295,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Sereno, Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis e Diogo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Rita<br />
“Me masso se não passo pela Rua do Ouvidor”<br />
O Salgueiro trouxe um excelente samba para emoldurar o enredo (Estandarte de Ouro), de Rosa Ma-
galhães, que marcou a importância da Rua do Ouvidor como centro cultural, social e de comércio, no<br />
século XIX. Passou compacta e com uma harmonia perfeita. As fantasias e as alegorias da Vermelho e<br />
Branco, eram verdadeiras obras de arte. Foi um desfile muito técnico e praticamente perfeito, só não<br />
conseguiu mexer com o coração do público.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 274,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Adil, Celsinho, Jorge Secretário e Helinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlinhos Brilhante e Maria<br />
“Luiz Peixoto, e tome polca”<br />
Foi uma apresentação que deixou bem clara a dificuldade econômica pela qual a Azul e Branco atraves-<br />
sava. Fantasias e alegorias, muito simples, contaram a história do compositor carioca que também foi<br />
um importante caricaturista e teatrólogo do início do século XX. O samba era bom e cresceu <strong>na</strong> avenida.<br />
A Vila fez o melhor que pôde. Infelizmente muito pouco para o Grupo Especial.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 258,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilson Solidã, Ibrain, Beto Per<strong>na</strong>da, Valdir Sargento, Edu do Pagode e Elcy<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ney Ayan<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tico do Gato<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cizinho e Selmynha Sorriso<br />
“É por aí que eu vou”<br />
Com um tema, que home<strong>na</strong>geava os caminhoneiros, a Serrinha optou pelo caminho da realidade e<br />
não da fantasia. Substituiu as plumas e os paetês pelo preto da graxa e a estética dura da sucata do<br />
ferro velho. Além de não causar o impacto desejado, perdeu cinco pontos por infringir o regulamento,<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 187
colocando cinco carretas verdadeiras e motorizadas no desfile. E o Império, que passou sem brilho e<br />
desfigurada, não só <strong>na</strong>s suas cores mas também <strong>na</strong> sua maneira de ser, acabou seguindo pela estrada<br />
que a levou para o grupo de Acesso. Que pe<strong>na</strong>!<br />
As Escolas de Samba São Clemente (13°), Lins Imperial (14°), Império Serrano (15º) e Acadêmicos do Gran-<br />
de Rio (16º), foram rebaixadas para o Grupo A. | As Escolas de Samba Tradição (1°) e Leão de Nova Iguaçu<br />
(2°) Campeãs do Grupo A em 1991 e, também, a Acadêmicos de Santa Cruz que não foi julgada por ter<br />
faltado energia durante a sua apresentação, subiram para o Grupo Especial.<br />
188 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
30 julgadores (03 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
5 a 10 pontos | Cai o descarte de notas. | Total de notas válidas: 30 | A partir desse ano todos os quesitos<br />
voltam a ter o mesmo peso. | A partir desse ano fica instituído o meio ponto. | A partir desse ano as agre-<br />
miações passam a perder 01 ponto em cronometragem para cada minuto que exceder o tempo máximo<br />
permitido para o desfile. | Bonificação de 01 ponto em concentração. | As transgressões ao quesito dis-<br />
persão passam a ser punidas com multa e não mais com perda de pontos. | A Escola de Samba Império<br />
Serrano foi pe<strong>na</strong>lizada em 05 pontos por ferir o regulamento levando dois caminhões motorizados para<br />
o desfile e por exibir “merchandising” nos mesmos. | Desempate entre a 4ªe a 5ª colocada deu-se no<br />
quesito Bateria. | Desempate entre a 5ª e a 6ª colocada deu-se no quesito Samba-Enredo. | Desempate<br />
entre a 6ª e a 7ª colocada deu-se no quesito Bateria. | Total máximo de pontos possíveis: 301<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Juciê Mendes, Maurício Salgueiro, Paulo César Soares | BATERIA: Anselmo Mazzoni,<br />
Cláudio Luiz Matheus, Ivan Paulo | COMISSÃO DE FRENTE: Miriam Duarte da Costa, Orlando Miranda, Raphael<br />
David | CONJUNTO: Aderbal Júnior, Regi<strong>na</strong> Gomes de Oliveira, Wilson Gonzáles | CRONOM. E CONCENT.: Comissão<br />
de Desfiles | ENREDO: José Clécio Quesado, Sebastião José de Oliveira, Thilmar Barquiro Graça | EVOLUÇÃO: A<strong>na</strong><br />
Ber<strong>na</strong>cchi, Carlos Pousa, Otoniel Serra | FANTASIA: Catari<strong>na</strong> Guedes, Márcia Barroso do Amaral, Suely Stambo-
wsky | HARMONIA: Denira Rosário, Joãozinho Athayde, Hélio Capucchi | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Beatriz<br />
Badejo, Marly Leal, Roberto Roney | SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Mauro Senise, Selysette de Almeida<br />
Rapidinhas<br />
• Que espetáculo poder ver a Primeira Bailari<strong>na</strong> do Teatro Municipal, A<strong>na</strong> Maria Botafogo, arrebentar<br />
sambando <strong>na</strong> ponta da sapatilha em cima de um dos carros alegóricos da União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor...<br />
• A modelo paulista Melissa Benson, parou tudo ao desfilar tomando banho no carro do chafariz <strong>na</strong><br />
Imperatriz Leopoldinense.<br />
• Fiquei muito impressio<strong>na</strong>do com a exagerada simplicidade da Estação Primeira de Mangueira nesse ano.<br />
• Arrebatador o circo dos leões do carro Abre-Alas da Estácio de Sá.<br />
• Tempos Modernos: A Mocidade Independente de Padre Miguel e a Beija-Flor de Nilópolis usaram<br />
computadores para organizar os seus respectivos desfiles.<br />
• A magnífica Dercy Gonçalves, home<strong>na</strong>geada pela Unidos do Viradouro, não titubeou e mostrou os<br />
seios para toda a Sapucaí... Delírio geral.<br />
• Ainda <strong>na</strong> Viradouro, a ala das crianças fantasiada de pereca da vizinha foi um dos grandes momen-<br />
tos desse ano.<br />
• A Portela fez um dos seus melhores desfiles da última década. Vaidosa, passou maravilhosa.<br />
• O requinte e a suntuosidade das alegorias do Salgueiro, extasiaram a todos. Os carros que represen-<br />
tavam a relojoaria e a confeitaria, pareciam feitos de porcela<strong>na</strong> e biscuit.<br />
• Contudo, mais uma vez, o ano foi mesmo da Mocidade Independente de Padre Miguel. Os escafan-<br />
dristas da Comissão de Frente, os ritmistas-mergulhadores, o feto imerso no globo terrestre trans-<br />
parente do Abre-Alas, o carro das hidrelétricas e a sereia - Mamãe Oxum - de bruços com a cauda<br />
para cima, ajudaram, com certeza, a garantir o título de campeã.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Alcebíades de Souza (1926-1991) ∙ Alcides Gregório<br />
(1919-1991) ∙ Djalma das Mercês (grande compositor da Estácio de Sá) ∙ Eloy Machado (figurinista e<br />
car<strong>na</strong>valesco) ∙ Mirabeau (1924-1991) ∙ Nelson Abrahão David (1939-1991) ∙ Ney Ayan (1947-1991).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 189
| 1992<br />
190 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
1992 1992 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 01 E 02/03 - PASSARELA DO SAMBA ( RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
15 agremiações<br />
DOMINGO, 01/03<br />
8 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Escola que desfilou “Hors-Concours” devido<br />
a um blackout durante sua apresentação no Grupo A em 1991.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Acadêmicos de Santa Cruz . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 236,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Da Roça, Geovani, Nei, Luiz Carlos e Jaime Burucutu<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Albeci Pereira e Ney Ayan (in memorian)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sobrinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Dóris<br />
“De quatro em quatro eu chego lá”<br />
Depois de ganhar <strong>na</strong> justiça o direito de desfilar no Grupo Especial, esperava-se da Verde e Branco muita<br />
garra e empolgação quando entrasse <strong>na</strong> avenida ao cair da tarde do Domingo de car<strong>na</strong>val. Não foi o que<br />
aconteceu. Faltou energia, samba, harmonia e conjunto. O enredo abordando a força do número quatro,<br />
subjetivo demais, não conseguiu ser bem desenvolvido. Com carros quebrados, alas incompletas e uma<br />
Bateria, excelente, mas que preferiu não entrar no recuo, a Santa Cruz assegurou sua volta ao Grupo A.
Leão de Nova Iguaçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 270,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Pretinho, Tavinho da Fé e José Jorge<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fabio Borges, Adalmir Braga e Paulo Sottero<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jairo Bráulio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Leão <strong>na</strong> Selva das Ilusões de Janete Clair”<br />
A estreante levou um enorme <strong>na</strong>ipe de artistas, poucas vezes visto <strong>na</strong> Sapucaí, para home<strong>na</strong>gear a grande<br />
autora de novelas. O conjunto da Escola foi comprometido pela evolução que deixou a desejar. O equilíbrio de<br />
cores e o desenho das fantasias e alegorias, não foram lá dos mais felizes. Dessa forma, a Vermelho, Amarelo e<br />
Branco da Baixada marcou presença ape<strong>na</strong>s pela simpatia.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 292,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Helio Turco, Jurandir e Alvinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Ircléia<br />
“Se todos fossem iguais a você...”<br />
Um verdadeiro poema em verde e rosa reverenciou o maestro Tom Jobim. O bom samba animou a ar-<br />
quibancada que parecia, ainda, um pouco fria. A Escola tingiu levemente de branco e prata algumas de<br />
suas alas. O resultado foi um desfile bonito e correto que, surpreendentemente, não emocionou tanto<br />
quanto se esperava.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 294,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Tuninho Professor, Jurandir, Helinho e Nilson Melodia<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 191
192 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Não existe pecado do lado de baixo do Equador”<br />
A car<strong>na</strong>valesca Rosa Magalhães estreou com o pé direito <strong>na</strong> Verde e Branco de Ramos e trouxe como<br />
tema a expedição de Colombo, que encontrou um verdadeiro paraíso no Hemisfério Sul. Tudo foi mos-<br />
trado de forma claríssima e com muito requinte e bom gosto. A Bateria sobrou, mas faltou canto e ani-<br />
mação. O samba também não ajudou.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 279,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Barbudo, Heloir e Zé Carlos da Saara<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada e Washington Luiz<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Norminha<br />
“Brasil feito à mão... do barro ao car<strong>na</strong>val”<br />
Com um enredo meio careta, a Azul e Branco de Pilares levou para a avenida alas e mais alas de artesa<strong>na</strong>to,<br />
intercaladas por bonitas alegorias. Foi uma apresentação mor<strong>na</strong>, com boa harmonia e alguma animação.<br />
Nem sombra da Caprichosos brincalho<strong>na</strong>, e às vezes debochada, que nos divertia tanto.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 294,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bala, Efe Alves, Preto Velho, Sobral e Tiãozinho do Salgueiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Vanderli e Taninha
“O negro que virou ouro <strong>na</strong>s terras do Salgueiro”<br />
A Vermelho e Branco da Tijuca contou a história do café. Um tema perfeitamente adaptado a sua tradição de<br />
cantar o Negro. Abusou da palha e da ráfia com muito bom gosto. A maravilhosa Bateria sustentou o samba<br />
bem cantado pelos componentes. Como novidade, a Escola tentou dar um toque de humor <strong>na</strong>s alegorias para<br />
realçar o seu caráter festivo. Não funcionou. De algum modo, o café do Salgueiro pareceu meio requentado.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 281,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Heraldo Faria, Flavinho Machado, Gelson e Rubinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes e Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“E a magia da sorte chegou”<br />
A Viradouro cantando a saga do povo cigano não foi capaz de prever o seu próprio futuro. Houve luxo,<br />
um ótimo samba, uma Bateria forte, muita garra e uma beleza estonteante. Mas um capricho do destino<br />
arrasou o moral dos componentes e a chance de vitória: um dos seus mais belos carros, o das geleiras<br />
da Rússia, ironia das ironias, foi destruído pelo fogo em ple<strong>na</strong> avenida, atrasando o desfile e provocando<br />
a perda de treze pontos em cronometragem. Decididamente, a sorte não tocou a Escola vermelho e<br />
branco de Niterói.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 288,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Dinoel Sampaio e Itinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marco Aurélio e Rosa<strong>na</strong><br />
“Há um ponto de luz <strong>na</strong> imensidão”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 193
O vitorioso Joãosinho Trinta criou um enredo exaltando a tecnologia e a influência da televisão<br />
<strong>na</strong> formação cultural brasileira. Seu Abre-Alas, feericamente ilumi<strong>na</strong>do, esbanjou efeitos especiais.<br />
Empolgada, como sempre, a Azul e Branco de Nilópolis não conseguiu emocio<strong>na</strong>r. Faltou um pouco<br />
mais de qualidade ao seu samba. Perdeu dois pontos por descumprir o regulamento que proíbe a<br />
genitália desnuda, e olha que o material do modelo, que usava ape<strong>na</strong>s tinta prateada e purpuri<strong>na</strong>,<br />
não era nenhuma apoteose.<br />
194 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
SEGUNDA, 02/03<br />
7 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A de 1991.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 264,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Moisés, Luizinho e Toninho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jorge Luiz Vilela<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Moisés Santiago<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Vilma Nascimento<br />
“O espetáculo maior... As Flores”<br />
As coisas termi<strong>na</strong>ram para a Azul, Branco e Ouro de Campinho, exatamente como começaram: mal. As pesa-<br />
díssimas fantasias prejudicaram a evolução que sofria a cada passo. A belíssima exibição do primeiro casal de<br />
Mestre-Sala e Porta-Bandeira, em frente aos jurados, abriu um enorme claro <strong>na</strong> pista, o mesmo acontecendo<br />
depois com o segundo casal. Os diretores de harmonia multiplicavam-se <strong>na</strong> pista, ape<strong>na</strong>s para fazer absolu-<br />
tamente <strong>na</strong>da a não ser sambar e se divertir. O retorno do Condor ao Grupo A estava então, sacramentado.
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 270,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Sidney Sá, Miro J.R. , Carlinhos da Vila, Claudinho do Orvalho e Arthurzinho Só<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Gil Ricon<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlinhos Brilhante e Maria<br />
“A Vila vê o ovo e põe às claras”<br />
A Azul e Branco do bairro de Noel conseguiu trazer um toque crítico, questio<strong>na</strong>dor e verdadeiro. Seu enredo<br />
foi uma sátira, contundente e ecológica, ao estaba<strong>na</strong>do descobrimento da América por Colombo. A empol-<br />
gação e a garra dos componentes contrastaram com as fantasias sem charme e a precariedade dos carros<br />
alegóricos. Faltou criatividade para compensar a falta de recursos. A gemada da Vila ficou meio amarga.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 298,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Maneco, Djalma Branco, Déo e Caruso<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mário Monteiro e Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Pauliceia desvairada – 70 anos de modernismo no Brasil”<br />
A Estácio estava, simplesmente, arrebatadora. Pisou <strong>na</strong> avenida com a vontade de cantar e sambar de<br />
sempre. Empolgação, jamais faltou. Além disso sobraram fantasias ricas e bonitas, alegorias criativas<br />
e de muito bom gosto, harmonia e conjunto irretocáveis e um belíssimo enredo (Estandarte de Ouro)<br />
muito bem desenvolvido. O refrão do samba ganhou as arquibancadas e camarotes, e ninguém deixou<br />
de cantar o “...me dê me dá me dá me dê, onde você for eu vou com você...”. Os passos dos componentes<br />
da Vermelho e Branco do Estácio traçaram no chão o desenho triunfante da vitória.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 284,5<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 195
196 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Gilmar Silva, Vicente das Neves e Beto do Pandeiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Juju Maravilha<br />
“Gua<strong>na</strong>baram, o seio do mar”<br />
A Escola fez o que se poderia chamar de um desfile correto, sem maiores pretensões. O que não impediu<br />
certas ousadias: o uso de espuma revestida de plástico furta cor em algumas fantasias e, as fantásticas<br />
paradinhas da marcante Bateria. O tema da Azul-Pavão e Ouro era a Baía de Gua<strong>na</strong>bara e, é claro, o<br />
aspecto ecológico esteve sempre presente. O samba animou a arquibancada, mas foi pouco para sonhar<br />
com as primeiras colocações.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 297,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Paulinho Mocidade, Dico da Viola e Moleque Silveira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Lílian Rabello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alexandre e Lucinha Nobre<br />
“Sonhar não custa <strong>na</strong>da”<br />
O desfile da Verde e Branco foi, visualmente, espetacular. Os luxuosos carros alegóricos estavam muitís-<br />
simo bem acabados e as fantasias, riquíssimas. Como nos velhos tempos, a Bateria esteve maravilhosa e<br />
garantiu o Estandarte de Ouro. O tema abstrato permitia à Escola todos os devaneios possíveis. Mas ela<br />
não sonhou tão alto e ficou ape<strong>na</strong>s a meio caminho do delírio. Ao despertar, percebeu que seus méritos<br />
não foram suficientes para abiscoitar o Tri.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 280,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Fuzil, Maurício 100 e Marquinhos do Banjo
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis e José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alex e Irene<br />
“Sou mais minha Ilha”<br />
A Tricolor da Ilha começou a sua apresentação à meia-luz. Por alguns momentos, intercalados, o bla-<br />
ckout foi total devido a uma pane no fornecimento de energia à passarela. O enredo, inventivo, mais<br />
uma vez apelou para a auto-exaltação. Indefinida entre o luxo e a criatividade, a agremiação acabou<br />
fazendo do seu bem amarrado desfile, uma sucessão de altos e baixos.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 292,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Madureira, Café da Portela e Ary do Cavaco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Silvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dedé da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Edson e Márcia<br />
“Todo o azul que o azul tem”<br />
O enredo foi a síntese da própria Portela. Fez uma viagem ao interior de si mesma, em vários tons de<br />
azul. Mostrou fantasias leves e de bom gosto, foi caprichosa <strong>na</strong>s alegorias, e desfilou com ânimo e sa-<br />
bedoria. Tudo muito bonito, sem dúvida, mas um pouco cansativo também. Mais uma vez viu adiado o<br />
sonho da vitória.<br />
As Escolas de Samba Leão de Nova Iguaçu (13°) , Tradição (14°) e Acadêmicos de Santa Cruz (15º), foram<br />
rebaixadas para o Grupo A. | As Escolas de Samba Acadêmicos do Grande Rio (1°) e Unidos da Ponte (2°),<br />
Campeãs do Grupo A em 1992, subiram para o Grupo Especial.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 197
198 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
30 julgadores (03 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
5 a 10 pontos | Total de notas válidas: 30. | Bonificação de 01 ponto em concentração. | A Escola de Sam-<br />
ba Beija-Flor de Nilópolis perdeu 02 pontos em obrigatoriedades por ferir o regulamento apresentando<br />
um componente com a “genitália desnuda”. | A Escola de Samba Unidos do Viradouro perdeu 13 pontos<br />
em cronometragem por ultrapassar em 13 minutos o tempo máximo de desfile. | Desempate entre a<br />
12ªe a 13ª colocada deu-se no quesito Bateria. | Total máximo de pontos possíveis: 301<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Amaury Sebastião Chaves, Henrique M. de Carvalho, Juciê Mendes | BATERIA: Cláudio<br />
Luiz Matheus, Luiz Carlos Reis, Téo Lima | COMISSÃO DE FRENTE: Maria Elisa Proença, Míriam Glória de Castro,<br />
Orlando Miranda | CONJUNTO: Aderbal Júnior, Mário Cardoso, Regi<strong>na</strong> Gomes de Oliveira | CRONOM. E CONCENT.:<br />
Comissão de Desfiles | ENREDO: José Regi<strong>na</strong>ldo Bastos, Pedro Arídio, Sebastião José de Oliveira | EVOLUÇÃO:<br />
A<strong>na</strong> Ber<strong>na</strong>cchi, Carlos Pousa, Otoniel Serra | FANTASIA: Leda Bastos, Nancy Serpes, Suely Stambowsky | HARMO-<br />
NIA: Benvindo Siqueira, Denira Rosário, Hélio Capucchi | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ilclemar Nunes, Marly<br />
Leal, Roberto Roney | SAMBA-ENREDO: Dulce Tupy, Fer<strong>na</strong>nda de Tola, Rui Maurity<br />
Rapidinhas<br />
• Muito criativa a ala da comunidade da Imperatriz Leopoldinense. Os componentes vieram sob um plás-<br />
tico que imitava o oceano ape<strong>na</strong>s com a cabeça enfeitada por peixes aparecendo para o público.<br />
• O Abre-Alas do Salgueiro trouxe um Preto Velho de 4 metros de altura socando o café no pilão. Um<br />
espetáculo de alegoria.<br />
• A Unidos do Viradouro estava maravilhosa. Abriu seu desfile com carroças e grandes bonecos de ciganos e ci-<br />
ga<strong>na</strong>s com movimentos articulados.Tudo muito luxuoso. Ahhh se não fosse o incêndio no carro das geleiras.....<br />
• E a Beija-Flor tornou-se a primeira Escola punida por causa da genitália desnuda de um componente.
• A Tradição deve ter entrado para o livro Guinnes dos recordes tal a quantidade de ‘diretores’ que não<br />
faziam absolutamente <strong>na</strong>da durante o seu desfile.<br />
• Os efeitos de ilusão de ótica do carro dos sonhos da Mocidade Independente de Padre Miguel im-<br />
pressio<strong>na</strong>ram.<br />
• A União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor passou parte da sua apresentação <strong>na</strong> penumbra devido a um pro-<br />
blema técnico <strong>na</strong> ilumi<strong>na</strong>ção do sambódromo. Inconcebível.<br />
• Muito interessantes e car<strong>na</strong>valescos os caramujos da Comissão de Frente da Unidos da Tijuca. O<br />
casulo do molusco estava super bem confeccio<strong>na</strong>do em espuma coberta por plástico transparente.<br />
Criatividade nota dez.<br />
• O maestro Tom Jobim estava muito emocio<strong>na</strong>do com a home<strong>na</strong>gem da Estação Primeira de Man-<br />
gueira, mas ficou bastante preocupado com a altura do seu carro alegórico, que trazia um piano de<br />
cauda no centro de um jardim.<br />
• A grande estrela desse ano foi mesmo a Estácio de Sá. Com um enredo francamente paulista, o que<br />
representava um certo perigo, a Escola deu um verdadeiro show de beleza e competência. O povão<br />
foi ao delírio com o samba contagiante. As arquibancadas fizeram coreografia e não se cansaram de<br />
aplaudir a monumental apresentação. O Trenzinho Caipira estava um charme.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Arroz (compositor da Vila Isabel e da Mangueira) ∙ Mauro<br />
Rosas (1934-1992) ∙ Viriato Ferreira (1930-1992). Herivelto Martins (1912-1992).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 199
| 1993<br />
200 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
1993 1993 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 21 E 22/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 21/02<br />
7 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 1992.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 279,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Adilson Xavier<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Geraldão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Luisinho e Ni<strong>na</strong><br />
“A Face do disfarce”<br />
A Ponte foi muito prejudicada pela chuva persistente, que castigou sua passagem, encharcando suas<br />
fantasias e provocando a quebra de dois dos seus carros alegóricos mais importantes. Contando a his-<br />
tória das máscaras através dos tempos, a Azul e Branco de São João de Meriti sentiu a responsabilidade<br />
e fez uma apresentação extremamente tímida.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 287,0
AUTORES DO SAMBA: Martinho da Vila<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlinhos Brilhante e Maria<br />
“Gbala – viagem ao templo da criação”<br />
A Vila desfilou muito bem, mesmo debaixo de chuva. Mostrou a criação do mundo segundo a cultura ne-<br />
gra, perfeitamente sintetizada no maravilhoso samba de Martinho da Vila (Estandarte de Ouro). Abusando<br />
da espuma e do plástico, Oswaldo Jardim produziu fantasias e alegorias de grande beleza arrancando<br />
muitos aplausos Sobrou samba e sedução <strong>na</strong> Azul e Branco do bairro de Noel.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 279,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bicudo, Djalma Falcão e Guará da Empresa<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sílvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Mauricio Cem<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio Marcio e Regi<strong>na</strong><br />
“Os maiores Espetáculos da Terra”<br />
Quando a Azul, Vermelho e Branco armou sua lo<strong>na</strong> <strong>na</strong> avenida, a chuva deu uma trégua. Trouxe o circo<br />
tradicio<strong>na</strong>l, o circo da Fórmula-1, a parafernália da televisão e da mídia eletrônica em geral. Informação<br />
demais...Ficou devendo um espetáculo mais empolgante.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 289,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Heraldo Faria, Flavinho Machado e Gelson<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes e Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 201
202 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Amor sublime amor”<br />
O enredo da Vermelho e Branco de Niterói resgatou os grandes amores da nossa história e, também, foi<br />
a senha para uma imensa troca de emoções com o público. Max Lopes e Mauro Quintaes encheram o<br />
desfile de luz, cor e luxo, mas o conteúdo ficou um pouco perdido e meio pesado, o que atrapalhou a<br />
sua evolução e o seu conjunto.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 295,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Serafin Adriano, Edu e Antonio Andrade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alexandre e Babi<br />
“Marraio, Feridô, sou Rei”<br />
A Verde e Branco apostou no jogo e não deu chance para o azar. O enredo, de Re<strong>na</strong>to Lage, foi do jogo<br />
de dados às Olimpíadas, e agitou o povão com uma fabulosa exibição tecnológica. Foi perfeita em qua-<br />
se tudo, das surpreendentes alegorias ao luxo das fantasias. Porém, do meio para o fi<strong>na</strong>l, passou meio<br />
apagada. Faltou um bom samba para levantar as arquibancadas e garantir o título de Campeã.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 279,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilson Cruz, Cláudio Russo e Jorginho Estrela Negra<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mário Monteiro<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dedé da Portela<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Edson e Márcia<br />
“Cerimônia de casamento”<br />
Dessa vez, a antes solitária Águia veio devidamente acompanhada de esposa e filhos. Todos esperavam mais
da Azul e Branco de Madureira. O samba-enredo, elogiado pela crítica, não conseguiu empolgar os compo-<br />
nentes que começaram animados e termi<strong>na</strong>ram o desfile arrastando os pés. Águia e família voaram baixo <strong>na</strong><br />
avenida frustrando o sonho portelense.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 298,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcio Andrezinho, Alvinho, Aranha e Alexandre da Imperatriz<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jerônimo e Neide<br />
“Marquês que é Marquês do sassarico é freguês”<br />
A ideia era mostrar a evolução do car<strong>na</strong>val e home<strong>na</strong>gear os grandes car<strong>na</strong>valescos. Mas a Verde e Branco foi<br />
muito além, arrebatando e encantando o coração de todos que estavam no Sambódromo. Do requinte das<br />
alegorias criadas por Rosa Magalhães, ao excelente samba que contagiou a todos, foi tudo absolutamente<br />
impecável. A ala das Baia<strong>na</strong>s e a fantástica Comissão de Frente, ambas premiadas com o Estandarte de Ouro,<br />
abrilhantaram, ainda mais, o inesquecível espetáculo.<br />
SEGUNDA, 22/02<br />
7 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A de 1992.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 286,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nêgo, Jaci Inspiração, Mais Velho, G. Martins, Dicró, Juarez dy Galvoza,<br />
Carlinhos PZ, Adão da Conceição, Rocco Filho e Ro<strong>na</strong>ldinho<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 203
204 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Rita<br />
“No mundo da Lua”<br />
Encoberta pelas nuvens, a lua não compareceu à Sapucaí para assistir à belíssima apresentação da Verde, Ver-<br />
melho e Branco de Duque de Caxias. Azar o dela. O desfile foi grandioso, muito animado e impressionou pelo<br />
luxo e bom gosto das fantasias e alegorias. Nem a chuva intermitente atrapalhou a disposição dos passistas,<br />
que brincaram com as verdades e mentiras que envolvem o satélite <strong>na</strong>tural da Terra.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 275,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcos Lessa, Tico do Gato, Carlos Ortiz, Luizito e Karlinho’s de Madureira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Marcio Souto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Não existe pecado do lado de cá do Túnel Rebouças”<br />
Faltou criatividade e sobrou polêmica à passagem da Azul e Branco de Pilares. A ideia de exaltar o su-<br />
búrbio bem que poderia ter sido desenvolvida sem o ressentimento latente que pontuou o desfile. As<br />
fantasias e alegorias pesadas não conseguiram brincar com o tema. Perfeitamente dispensável o Abre-<br />
-Alas, de mau gosto, mostrando um turista sendo assaltado e um travesti fazendo trottoir <strong>na</strong>s ruas da<br />
Zo<strong>na</strong> Sul carioca. Pegou mal...<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 300,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Bala, Demá Chagas, Arizão e Celso Trindade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Vanderli e Taninha<br />
“Peguei um Ita no Norte”<br />
Com muita garra, beleza e empolgação, a Vermelho e Branco tijuca<strong>na</strong> <strong>na</strong>vegou pela avenida, exaltando<br />
os migrantes do Norte e Nordeste que saíam em busca do sonho no Sul Maravilha, percorrendo os mais<br />
variados Brasis. A espetacular viagem do suntuoso Ita, registrando a surpresa da chegada e a tristeza da<br />
partida, levantou a plateia num entusiasmo ensurdecedor aos gritos de “É Campeã! É Campeã!” embar-<br />
cando a uma só voz “..Na maior felicidade...”. Ganhou, merecidamente, os Estandartes de Ouro de Melhor<br />
Escola, Enredo, Bateria e Ala das Crianças. Uma jor<strong>na</strong>da para não se esquecer jamais.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 278,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Dario Lima, Espanhol, Paulo Ribeiro e Azeito<strong>na</strong><br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Shangai<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Vaguinho da Ladeira<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marco Aurélio e Nice<br />
“Dança Brasil”<br />
A Azul-Pavão e Amarelo apostou no colorido para contar a trajetória dessa arte no Brasil. Das cerimônias<br />
indíge<strong>na</strong>s aos bailes da Corte, dos rituais dos Orixás ao Rock, e da Lambada ao Funk, tudo foi mostrado<br />
num desfile diferente e muito quente. Faltou somente um pouco mais de esmero <strong>na</strong> parte visual e de<br />
organização, para um melhor conjunto harmônico.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 289,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilsinho Paz e Luciano Primo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 205
206 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“A dança da lua”<br />
Em busca do Bicampeo<strong>na</strong>to, a Vermelho e Branco do Estácio contou uma lenda Carajá sobre as fases da<br />
lua. Mas nem mesmo a força desse astro impediu a falta de sorte que perseguiu a Escola. Logo <strong>na</strong> en-<br />
trada o sistema de som pifou, perdurando por todo o trajeto, provocando claros entre as alas e correria<br />
no fi<strong>na</strong>l do desfile. No mais, das fantasias às alegorias, estava tudo muito bonito.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 296,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilson Bombeiro, Sérgio Fonseca e Edeor de Paula<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Maria Augusta Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Edmar e Juju Maravilha<br />
“Uni-Duni-Tê, a Beija-Flor escolheu: é você”<br />
A Beija-Flor encenou <strong>na</strong> passarela do samba a magia e os sonhos do mundo infantil, e fez da sua fan-<br />
tasia um alegre car<strong>na</strong>val. Mostrou sua nova cara: colorida, suntuosa e mais leve. Bem ao estilo da sua<br />
nova car<strong>na</strong>valesca, Maria Augusta. Foi um desfile tecnicamente perfeito ao qual faltou uma certa dose<br />
de empolgação.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 292,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Verinha, Bira do Ponto, Dirceu,<br />
Fer<strong>na</strong>ndo de Lima, Eraldo Caê, Preto, Ney Mattos e Gustavo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Ircléia<br />
“Dessa fruta eu como até o caroço”
A Mangueira passou compacta, com a garra e com a vibração de sempre. Só faltaram mesmo, o verde<br />
e o rosa. Para contar a história da manga, desde a Índia e da África, o car<strong>na</strong>valesco Ilvamar Magalhães<br />
abusou do branco, prata, ouro, vermelho, amarelo, laranja e, até mesmo, alguns tons de marrom. Supe-<br />
rando algumas crises inter<strong>na</strong>s, surpreendeu ao realizar o seu melhor desfile em anos.<br />
Inexplicavelmente, nenhuma Escola de Samba foi rebaixada para o Grupo A. | As Escolas de Samba Tradi-<br />
ção (1°) e Império Serrano (2°), Campeãs do Grupo A em 1993, subiram para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
30 julgadores (03 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação<br />
de 5 a 10 pontos | Total de notas válidas: 30. | Bonificação de 01 ponto em concentração. | Total máximo<br />
de pontos possíveis: 301<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Adria<strong>na</strong> Filardis, Amaury Sebastião Chaves, A<strong>na</strong> Ber<strong>na</strong>cchi | BATERIA: Cláudio Luiz Ma-<br />
theus, Ivan Paulo, Luiz Carlos Reis | COMISSÃO DE FRENTE: Anibal Lavalle, Orlando Miranda, Raphael David | CON-<br />
JUNTO: Aderbal Júnior, Heloísa Marques, Ricardo Rizzo | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO:<br />
Pedro Arídio, Sebastião José de Oliveira, Thilmar Barquiro Graça | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Joel Rufino, Lula<br />
Vieira | FANTASIA: Catari<strong>na</strong> Guedes, Leda Bastos, Suely Stambowsky | HARMONIA: Denira Rosário, Joãozinho<br />
Athayde, Rivaldo Santos | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ilclemar Nunes, Roberto Roney, Tito Canha | SAMBA-<br />
-ENREDO: Dulce Tupy, Eri Galvão, Fer<strong>na</strong>nda de Tola<br />
Rapidinhas<br />
• Muito interessante o desfile da Unidos de Vila Isabel. Os guardiões do templo da criação montados<br />
em seres alados (feitos com espuma e plástico) <strong>na</strong> Comissão de Frente, os carros alegóricos com<br />
ilumi<strong>na</strong>ção inter<strong>na</strong> e indireta e, principalmente, a alegoria do templo da criação, misturando figu-<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 207
antes com um material que imitava argila (em minha opinião a primeira alegoria ‘viva’ do car<strong>na</strong>val),<br />
deixaram todos boquiabertos.<br />
• Começava a ‘era’ das magníficas Comissões de Frente da Imperatriz Leopoldinense. A desse ano, perfei-<br />
tamente coreografada, trouxe nobres usando capas negras e máscaras prateadas. O carro alegórico com<br />
imensos bonecos-marionetes estava bem legal também.<br />
• A Caprichosos de Pilares não precisava trazer um turista sendo assaltado por ladrão armado em um dos<br />
seus carros alegóricos, não é mesmo?<br />
• Bastante aplaudido o carro da Mocidade Independente que trouxe um enorme garoto de bruços jogan-<br />
do vídeo game. Seus olhos eram dois grandes aparelhos de televisão.<br />
• Funcionou bem a Comissão de Frente da Mocidade. Os jogadores de basquete imitando um time da<br />
NBA em exibição, estavam demais...<br />
• A car<strong>na</strong>valesca Maria Augusta acertou em cheio criando visual mais leve e colorido para a Beija-Flor.<br />
O pião prateado que rodopiava no Abre-Alas estava encantador.<br />
• O Salgueiro fez explodir o coração de todo mundo “...<strong>na</strong> maior felicidade...”. Que desfile!!!...Que desfile!!!....<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Abílio Martins (grande intérprete) ∙ Aniceto (1913-1993)<br />
∙ Babaú da Mangueira (1914-1993) ∙ Beto sem Braço (1940-1993) ∙ Calixto dos pratos (1921-1993) ∙<br />
Oscar Bigode (grande compositor portelense). ∙ Jorge Luiz Vilela (car<strong>na</strong>valesco).<br />
208 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 1994<br />
1994 1994 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 13 E 14/02 - PASSARELA DO SAMBA ( RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
16 agremiações<br />
DOMINGO, 13/02<br />
8 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela última classificada do Grupo Especial em 1993.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 269,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nilson Chamego, Charles Santa<strong>na</strong> e Chiquinho do Banjo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Washington Luiz<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Serginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Nira<br />
“Marrom da cor do samba”<br />
A Azul e Branco entrou <strong>na</strong> avenida, ainda com o dia claro, para glorificar, com muita categoria, a Mar-<br />
rom. O enredo foi bem desenvolvido e a presença de Alcione permeou todo o desfile <strong>na</strong> medida em<br />
que o folclore maranhense também foi bem explorado. A Bateria, perfeita, permitiu um andamento mais<br />
cadenciado e compassado, levando os componentes a evoluírem melhor e a se divertirem mais. As ale-<br />
gorias poderiam ter sido mais criativas, mas a home<strong>na</strong>gem foi linda e supermerecida.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 16º | PONTUAÇÃO: 258,5<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 209
210 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Lula, Zito e Beto Per<strong>na</strong>da<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sid Camillo e Sancler Boiron<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roger da Fazenda<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Rita<br />
“Uma festa brasileira”<br />
O Império Serrano e a Imperatriz Leopoldinense apresentaram enredos muito semelhantes: a exibição<br />
de índios brasileiros <strong>na</strong> Corte dos Reis de França no século XVI. Além do mesmo tema, ambas são Verde<br />
e Branco e possuem a coroa imperial como símbolo. Mas as coincidências pararam por aí. O desfile do<br />
Império, que prometia ser grandioso, transformou-se num verdadeiro pesadelo. Muitos carros quebraram<br />
comprometendo completamente a evolução e o conjunto. Uma noite para os imperianos esquecerem.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 270,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Gilberto L. Silva, Vicente das Neves, Beto do Pandeiro e Grego<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sílvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Tidinha<br />
“Só...Rio é Verão”<br />
Cantando o sol, o calor e os prazeres dos esportes, radicais ou não, do verão carioca, a Azul-Pavão e<br />
Ouro da Tijuca trouxe um tema apropriadíssimo. Tanto as fantasia leves, que possibilitaram uma boa<br />
evolução, quanto as alegorias, estavam divertidas e perfeitamente adaptadas ao enredo.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 294,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Claudio Fabrino, Paulo Cesar Portugal, Jorge Baiano e Rico Medeiros<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“Tereza de Benguela, uma Rainha Negra no Panta<strong>na</strong>l”<br />
A Viradouro apresentou a saga da escrava Rainha que viveu no Panta<strong>na</strong>l Matogrossense e lá fundou um<br />
importante Quilombo. Apesar do luxo e da suntuosidade, marca registrada do car<strong>na</strong>valesco Joãosinho<br />
Trinta, a Vermelho e Branco de Niterói apresentou figurinos repetitivos e carros alegóricos que pesaram<br />
no desfile. Ainda assim, arrancou muitos aplausos e conseguiu uma boa colocação.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 287,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Fer<strong>na</strong>ndo de Lima, David Correia, Carlos Se<strong>na</strong> e Paulinho de Carvalho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Ircléia<br />
“Atrás da Verde e Rosa só não vai quem já morreu”<br />
Home<strong>na</strong>geando os Doces Bárbaros: Bethânia, Gal, Caetano e Gil, a candidata, favoritíssima ao título de<br />
Campeã, acabou não correspondendo à expectativa inicial. Levantou a passarela desfilando com garra e<br />
vibração, mas a falta de criatividade e a quebra de um dos carros alegóricos comprometeram, definiti-<br />
vamente, a apresentação da Estação Primeira.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 289,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Evandro Bocão, Andrezinho Diniz e Bom Bril<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Carlinhos Brilhante e Marcia<br />
“Muito prazer! Isabel de Bragança e Drumond Rosa da Silva, mas pode me chamar de Vila”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 211
A forma simples, quase poética, que a Azul e Branco encontrou para falar do bairro onde viveu Noel e de<br />
si mesma, contagiou a todos que estavam no sambódromo. Embalada pelo melhor samba-enredo do ano<br />
(Estandarte de Ouro) e com fantasias e alegorias multicoloridas e hipercriativas, idealizadas pelo car<strong>na</strong>valesco<br />
Oswaldo Jardim, a Vila lembrou os car<strong>na</strong>vais antigos de um Rio que não volta mais. Um passeio delicioso que<br />
deu mesmo muito prazer de assistir.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 290,0<br />
212 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Jefinho, Dico da Viola e Jorge Gannen<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerio e Lucinha Nobre<br />
“Avenida Brasil. Tudo passa. Quem não viu?”<br />
A Mocidade fez um grande desfile. Conseguiu provar que é possível combi<strong>na</strong>r perfeitamente high tech com<br />
lirismo, luxo com criatividade e bom gosto com exuberância. Re<strong>na</strong>to Lage efetuou um meticuloso trabalho de<br />
imagi<strong>na</strong>ção e confecção para desenvolver o enredo da Verde e Branco de maneira absolutamente clara, didáti-<br />
ca e inovadora. Foi de uma beleza cristali<strong>na</strong>...<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 298,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcio Andrezinho, Alvinho, Aranha e Alexandre da Imperatriz<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Catari<strong>na</strong> de Medices <strong>na</strong> Corte dos Tupi<strong>na</strong>mbôs e Tabajeres”<br />
A Imperatriz ofereceu um espetáculo de grande gala. Rosa Magalhães realizou um trabalho cuidadoso e<br />
coerente. As fantasias elegantes e a delicadeza das alegorias fizeram da Verde e Branco a mais perfeita
plasticamente. Se além da coincidência de enredos a Escola tivesse tido um samba como o do Império<br />
Serrano, o desfile teria sido, incontestavelmente, perfeito. Se os índios brasileiros enlouqueceram, com seu<br />
exotismo, os nobres da França no século XVI, a Imperatriz Leopoldinense enlouqueceu o sambódromo<br />
com a sua beleza e grandiosidade no domingo de car<strong>na</strong>val.<br />
SEGUNDA, 14/02<br />
8 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela penúltima colocada do Grupo Especial de 1993.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 287,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcos Lessa, Tico do Gato, Carlos Ortiz, Garibaldi e Almir de Araujo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizito<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Estou amando loucamente uma coroa de quase noventa anos”<br />
A Caprichosos chegou solta e descontraída, ao fi<strong>na</strong>l da tarde, para contar a história da Avenida Rio Branco. A<br />
chuva que caiu durante todo o seu desfile não esmoreceu o ânimo do pessoal de Pilares, mas surpreendeu o<br />
Mestre de Bateria que “esqueceu” de cobrir com plástico os surdos de marcação fazendo com que as batidas<br />
soassem chochas. De qualquer forma, foi uma apresentação melhor que a do ano anterior.<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 291,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Jurandir da Tradição, Sandro Waneca, Jorge Macumba, Tonho e Jajá Maravilha<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 213
214 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Lícia Lacerda<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Edmilton da Tradição<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“Passarinho, passarola quero ver voar”<br />
Talvez, em consideração ao enredo que falava de aviões, asas deltas e outras engenhocas voadoras, o<br />
céu tratou de interromper a chuva que caíra sobre a agremiação anterior. A Azul, Branco e Ouro passou<br />
muito empolgada e cantou o samba de cabo a rabo. Os carros alegóricos, pequenos, funcio<strong>na</strong>ram bem<br />
e deram maior leveza ao desfile. Mas se sobrou garra e bom humor, faltou um pouco mais de vaidade,<br />
pois percebeu-se um certo desleixo em relação às fantasias. O voo da Tradição pode não ter sido tão<br />
alto, mas ela certamente aterrissou no Grupo Especial para ficar.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 292,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Almir da Ilha e Franco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alexandre e Babi<br />
“Abrakadabra, o despertar dos Mágicos”<br />
A Escola investiu no misticismo e o car<strong>na</strong>valesco Chiquinho Spinoza ofereceu um espetáculo grandioso e<br />
realmente mágico. As fantasias e alegorias, além de muito bonitas, descreveram perfeitamente o enredo<br />
Há muito tempo não se via a Tricolor da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor tão vibrante e com tanto samba no pé. Sua<br />
Bateria enlouqueceu o povão <strong>na</strong>s arquibancadas pois além das paradinhas criou também um paradão.<br />
Dessa forma, a magia envolveu toda a Sapucaí.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 274,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Helinho 107, Mais Velho, Rocco Filho e Pipoca
ENREDO/CARNAVALESCO: Lucas Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Ivone<br />
“Os Santos que a África não viu”<br />
A Grande Rio trouxe um enredo muito origi<strong>na</strong>l sobre a Umbanda no Brasil conquistando, inclusive, o<br />
Estandarte de Ouro. Mas apesar do bom samba, da vibração dos componentes, das suntuosas alegorias<br />
e das fantasias luxuosas e adequadas ao tema, o desfile não aconteceu, esbarrando <strong>na</strong> frieza da plateia.<br />
A Verde, Vermelho e Branco de Caxias bem que se esforçou, porém não houve Santo que a ajudasse a<br />
levantar as arquibancadas.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 291,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Ar<strong>na</strong>ldo Matheus, J. Santos e Almir Sereno<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Edmar e Juju Maravilha<br />
“Margareth Mee, a Dama das bromélias”<br />
A Beija-Flor contou a vida da nobre inglesa que trocou o conforto de Londres pela aventura de viver em<br />
ple<strong>na</strong> Amazônia catalogando espécies raras de plantas. O samba, ape<strong>na</strong>s mediano, cresceu <strong>na</strong> avenida<br />
graças a valentia dos componentes. A mistura de uma grande quantidade de elementos e a profusão<br />
de cores, de gosto duvidoso, causaram uma certa poluição visual não conseguindo traduzir toda a deli-<br />
cadeza da obra de Madame Mee. Um incêndio no último carro desarrumou a Azul e Branco da Baixada<br />
comprometendo, ao fi<strong>na</strong>l, a harmonia do conjunto.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 295,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bala, Demá Chagas, Arizão , Celso Trindade e Guaracy<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 215
216 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinzinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Dionísio Mendes e Taninha<br />
“Rio de lá pra cá”<br />
Em oitenta minutos de samba o Salgueiro mostrou o Rio por inteiro. Com carros alegóricos majestosos,<br />
alas maravilhosas, e o melhor do seu vermelho e branco, numa animação irresistível, levantou as arqui-<br />
bancadas que juntaram sua voz para “deixar essa cidade louca...”. Foi um verdadeiro frenesi.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 274,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Fininho, Pereira, Edimilson e Marinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Saara... a Estácio chegou no Lê Lê Lê do Alalaô”<br />
Trazendo a S.A.A.R.A., área de comércio popular do Rio onde a convivência entre árabes e judeus é<br />
amistosa e pacífica, a Vermelho e Branco arrastou-se <strong>na</strong> passarela com a dificuldade de quem enfrenta<br />
os desafios de um deserto. Alguns carros alegóricos quebrados, fantasias que não traduziam de forma<br />
muito clara o enredo, um samba que <strong>na</strong> avenida pareceu ainda mais marcheado, e um conjunto harmô-<br />
nico inexistente, acabaram por golpear a animação e o desfile compacto, que costumam ser as principais<br />
características da simpática Escola do Morro de São Carlos.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 290,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilson Cruz, Cláudio Russo e Zé Luiz<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dedé da Portela
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jerônimo e Neide<br />
“Quando o samba era samba”<br />
A Águia famosa dessa vez chegou de malandro carioca, com direito a chapéu e tudo o mais, para<br />
contar a história do samba. Conseguiu. E fez mais: confirmou a ressurreição da própria Portela que<br />
há muitos anos não desfilava com tanto empenho, sabedoria e compenetração. A Azul e Branco<br />
trouxe alas bem fantasiadas, carros com boa concepção e bom acabamento, um samba bem rit-<br />
mado e uma Bateria firme, que manteve a cadência i<strong>na</strong>lterada do começo ao fim, contagiando os<br />
componentes que evoluíram com leveza e muito entusiasmo. Encerrou com muita emoção o desfile<br />
do Grupo Especial.<br />
Inexplicavelmente (mais uma vez), nenhuma Escola foi rebaixada para o Grupo A. | As Escolas de Samba Unidos<br />
de Vila Rica (1°) e São Clemente (2°), Campeãs do Grupo A em 1994, subiram para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
30 julgadores (03 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação<br />
de 5 a 10 pontos | Total de notas válidas: 30. | Bonificação de 01 ponto em concentração. | A Escola de<br />
Samba Império Serrano foi pe<strong>na</strong>lizada em 05 pontos por ter desfilado com menos de 8 carros alegóri-<br />
cos, quantidade mínima permitida <strong>na</strong> época. | Total máximo de pontos possíveis: 301<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Adria<strong>na</strong> Ferreira, Fer<strong>na</strong>ndo Augusto dos Santos, Maurício Salgueiro | BATERIA: Sér-<br />
gio Coelho, Téo Lima, Tom da Bahia | COMISSÃO DE FRENTE: Cláudia Costa, Dolores Sales, Raphael David |<br />
CONJUNTO: José Re<strong>na</strong>to Sales, Marilene Abirached, Ricardo Rizzo | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Des-<br />
files | ENREDO: Bárbara Heliodora, J. Flávio Barros, Re<strong>na</strong>to Ferrari | EVOLUÇÃO: André Lázaro, Carlos Pousa,<br />
Lula Vieira | FANTASIA: Elizabeth Naid, Glória Rabelo, Helô Amado | HARMONIA: Joãozinho Athayde, Luiz<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 217
Felipe Ferraço, Orlei Gonçalves | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Emanuel Brasil, Irene Orazen, Tito Canha<br />
| SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Joel Rufino, Rui Maurity<br />
218 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• Anunciado o tombamento da Passarela do Samba.<br />
• A Beija-Flor de Nilópolis convidou, pela primeira vez, artistas de Parintins para articular os movimentos<br />
das suas alegorias. Daí pra frente, felizmente, quase todas as Escola de Samba desfilam com a contribui-<br />
ção do trabalho desse pessoal maravilhoso. As canoas indíge<strong>na</strong>s também estavam perfeitas.<br />
• Que deslumbramento a coreografia e o figurino da Comissão de Frente da Imperatriz, que leques<br />
maravilhosos...<br />
• Parabéns Vila Isabel pela criatividade dos seus carros alegóricos. Muito simples, abusaram de mate-<br />
riais alter<strong>na</strong>tivos como, por exemplo, capim vegetal.<br />
• Na União da Ilha, o carro que representava a Era de Aquarius, trouxe milhares de garrafas ‘pet’<br />
(cheias de um líquido azul) para simular as águas do oceano e reproduzir o balanço do mar. Adorei!<br />
• Uma pe<strong>na</strong> que as alegorias do Salgueiro não apresentaram um bom acabamento. Um dos compo-<br />
nentes da Comissão de Frente desfilou sem uma das boti<strong>na</strong>s da rica fantasia. A agremiação tijuca<strong>na</strong><br />
perdia assim a chance do Bicampeo<strong>na</strong>to.<br />
• A Mocidade Independente fez um desfile de campeã. Somente no Abre-Alas foram utilizados 1 km<br />
de néon.<br />
• Já a alegoria que representava o caos provocado por uma enchente <strong>na</strong> Avenida Brasil estava de uma<br />
criatividade sem limite.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Jésus Henrique (grande destaque da Beija-Flor) ∙ Júlio<br />
Mattos (o artífice da Mangueira) ∙ Mestre Marçal (1930-1994) ∙ Paulo Brazão (o grande baluarte da<br />
Vila Isabel) ∙ Mestre-Sala Periquito (1940-1994) ∙ Mussum (1941-1994).
| 1995<br />
1995 1995 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 26 E 27/02 - PASSARELA DO SAMBA ( RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
18 agremiações<br />
DOMINGO, 26/02<br />
9 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 1994.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 17º | PONTUAÇÃO: 261,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Helinho 107, Leo<strong>na</strong>rdo Alegria, Vaguinho da Ladeira e Cláudio Filé<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Vaguinho da Ladeira<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Taninha<br />
“O que é, o que é...que não é...mas será?”<br />
A São Clemente abriu o car<strong>na</strong>val, mas não disse a que veio. Se o seu enredo procurou ressaltar a ideia<br />
de um Brasil com o qual todos sonham, essa utopia em momento algum ficou muito clara. A Amarelo<br />
e Preto de Botafogo mostrou, até, alguma animação, mas com um tema politicamente correto demais,<br />
deixou a sensação de que aquela Escola leve e brincalho<strong>na</strong> que costumava trazer enredos críticos, irre-<br />
verentes, e bem humorados, tornou-se monóto<strong>na</strong> e padronizada.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 286,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 219
220 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Espanhol e Dario Lima<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: José Luiz e Nicinha<br />
“Os nove bravos do Guarani”<br />
A Tijuca misturou samba com música clássica e violino com cuíca para prestar uma caprichada home<strong>na</strong>-<br />
gem ao compositor Carlos Gomes. Um som não atrapalhou o outro, combi<strong>na</strong>ram muito bem até. O boni-<br />
to samba-enredo contando, <strong>na</strong> primeira pessoa, a trajetória do home<strong>na</strong>geado, funcionou perfeitamente.<br />
Infelizmente a quebra de um dos carros alegóricos que representavam as óperas, provocou um sério<br />
problema <strong>na</strong> evolução e <strong>na</strong> harmonia, maculando a apresentação da Escola Azul-Pavão e Ouro do Borel.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 299,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bira, Jorginho, Tião Barbudo, Zé Carlos do Cavaco e Dequinha Poittiêr<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Edmar e Juju Maravilha<br />
“Bidu Sayão e o canto de cristal”<br />
Foi mesmo uma noite em que a música clássica cintilou <strong>na</strong> passarela. Com muita garra, grandiosidade e<br />
luxo, a Azul e Branco de Nilópolis resgatou uma figura de muita importância para a história cultural do<br />
país, a cantora lírica Bidu Sayão. O car<strong>na</strong>valesco Milton Cunha inovou com os cisnes de diversas cores,<br />
que abriam cada setor do desfile e, exageros a parte, os carros alegóricos e as suntuosas fantasias con-<br />
taram, com muita competência e beleza, o enredo que emocionou a Sapucaí.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 288,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Almir da Ilha e Franco
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Aroldo Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Babi<br />
“Todo dia é dia de índio”<br />
O enredo da Azul, Vermelho e Branco, tentou fazer um resgate cultural brasileiro lembrando o manifesto<br />
antropofágico de Oswald de Andrade. Surpreendentemente, apesar de esbanjar criatividade, o desfile<br />
foi muito mais acadêmico do que crítico, e muito mais mecânico do que vibrante.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 16º | PONTUAÇÃO: 268,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcos do Açougue, Paulo Mumunha, Adão Conceição e Anísio Silva<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Lucas Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rodrigo e Cíntia<br />
“Estória para ni<strong>na</strong>r um povo patriota”<br />
O car<strong>na</strong>valesco Lucas Pinto misturou a história do estado do Amazo<strong>na</strong>s com contos infantis. Conclusão:<br />
ninguém entendeu absolutamente <strong>na</strong>da. Alegorias e fantasias sem muita imagi<strong>na</strong>ção, e um samba que não<br />
conseguiu contagiar nem o público e nem os próprios componentes, foram os elementos principais que<br />
transformaram a apresentação da Tricolor de Duque de Caxias num momento menor da grande noite.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 298,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcio Paiva, Adalto Magalha e Quinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Vanderli e Andréa<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 221
222 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“O caso do por acaso”<br />
Com um desfile empolg,ante e muito contagiante, a Vermelho e Branco Tijuca<strong>na</strong> polemizou ao colocar em<br />
dúvida a veracidade da história oficial sobre o descobrimento do Brasil. Apesar dos problemas com os carros<br />
alegóricos – muitos não fi<strong>na</strong>lizados ou mal acabados – e com a sua Comissão de Frente que se apresentou<br />
com a fantasia incompleta, o Salgueiro deu um show de alegria e levantou o povão <strong>na</strong> arquibancada.<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 284,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Jurandir da Tradição, Lourenço, Jorge Macumba, Marcos Glorioso, J. Nascimento e Lima<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Lícia Lacerda<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Edmilton da Tradição<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“Gira roda, roda gira”<br />
O Condor da Azul e Branco de Campinho começou a alçar o seu voo enquanto a luz da manhã surgia. O enredo<br />
simples e de fácil leitura contou o progresso da humanidade através da evolução da roda. As alegorias vazadas<br />
proporcio<strong>na</strong>ram leveza ao desfile e as fantasias apresentaram muita criatividade e bom humor. A Tradição girou<br />
bem redondinha pra fazer o público vibrar <strong>na</strong> passarela.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 299,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Noca da Portela, Colombo e Gelson<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jerônimo e Andréia<br />
“Gosto que me enrosco”<br />
Foi um magnífico desfile. Até a Águia imponente veio fantasiada com chapéu de pierrô, máscara prateada
e guizos no bico, para contar a história do car<strong>na</strong>val e da própria Escola. Esbanjou unidade, criatividade e<br />
elegância, ao som do melhor samba-enredo do ano (Estandarte de Ouro), embalada por uma Bateria im-<br />
pecável. Nas fantasias, o mais tradicio<strong>na</strong>l estilo portelense e o predomínio da combi<strong>na</strong>ção de vários tons<br />
de azul com o branco. A Portela encantou por ter conseguido levar para a avenida a sua alma. O público<br />
entendeu e saudou sua passagem com gritos de “É Campeã! É Campeã!”.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 275,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Maurição, Jorge Lucas e Luis Carlos do Cavaco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Lílian Rabello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roger da Fazenda<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Rita<br />
“O tempo não pára”<br />
Com um enredo que prometia ser metafísico-pop-modernoso, a Verde e Branco levou ao sambódro-<br />
mo a eter<strong>na</strong> luta do homem para se manter a frente do seu tempo. Não foi muito bem sucedida não.<br />
Prejudicada por desfilar com o dia já bem claro, a Escola passou completamente apagada, com fanta-<br />
sias e carros alegóricos totalmente desprovidos de imagi<strong>na</strong>ção. Por sua tradição, merecia muito mais.<br />
SEGUNDA, 27/02<br />
9 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela penúltima colocada do Grupo Especial de 1994.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 284,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 223
224 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Wanderlei Novidade, Walter Pardal e Walnei Rocha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Washington Luiz<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Serginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Elcio PV e Nira<br />
“Paraná, esse estado leva a sério o meu Brasil”<br />
Levando a sério o seu samba, a Azul e Branco de São João de Meriti passou com competência e animação.<br />
Veio sem luxo, mas compensou com muita alegria e uma excelente Bateria premiada, inclusive, com o Es-<br />
tandarte de Ouro. Uma das mais divertidas foi a formada por quinhentos imigrantes e descendentes, que ao<br />
misturar coreografias de danças típicas com o samba carioca, deu um toque exótico e colorido ao desfile.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 296,5<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia, Caruso, Adilson Torres e Déo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Uma vez Flamengo...”<br />
O “Flamengo” da Estácio entrou em campo para abafar. O desfile de um modo geral foi brilhante, mas<br />
apresentou, também, algumas soluções infelizes: fantasias um pouco repetitivas, o ritmo aluci<strong>na</strong>ntemen-<br />
te rápido com que o delicioso samba foi puxado e os grandes craques do clube que vieram ocultos no<br />
carro do pagode japonês. Entretanto, a esplêndida Comissão de Frente, trazendo jogadores com uma<br />
imensa bandeira rubro-negra, a excelente Bateria e os hiperempolgados componentes compensaram,<br />
com sobras, os pequenos deslizes.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 295,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Evandro Bocão, Andrezinho Diniz
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera e Jorge Tropical<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Marcia<br />
“Cara ou Coroa, as duas faces da moeda”<br />
Não é que o vil metal acabou dando samba? E samba dos bons. A Azul e Branco comprou a ideia do<br />
car<strong>na</strong>valesco Max Lopes e não poupou esforços para contar a história do dinheiro. Tudo parecia perfeito<br />
com carros e fantasias bem executados, uma Bateria que sustentou, com qualidade, o bom samba e a<br />
evolução vibrante dos componentes. Até que o terço fi<strong>na</strong>l da Escola passou em disparada prejudicando<br />
o conjunto. Não deu para ganhar o campeo<strong>na</strong>to, mas a Vila, sem dúvida, enriqueceu o espetáculo.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 299,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Marquinhos PQD, Wanderley Marcação, Santa<strong>na</strong> e Cardoso do Cavaco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alexandre e Lucinha Nobre<br />
“Padre Miguel, olhai por nós”<br />
Com um enredo (premiado pelo Estandarte de Ouro) abordando as crenças do povo brasileiro, a Verde<br />
e Branco entrou <strong>na</strong> Sapucaí com fé de Campeã e excelentes ingredientes: um bom samba, cantado a<br />
plenos pulmões pelo público, belíssimas fantasias, e, como sempre, carros alegóricos fasci<strong>na</strong>ntes. Foi um<br />
desfile quase perfeito. O único pecadilho venial foi causado pela correria de algumas alas, que tentavam<br />
corrigir alguns claros, que, teimosamente, apareceram após a passagem da Bateria. De qualquer modo,<br />
foi uma apresentação para assistir rezando, tal o seu deslumbramento.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 289,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlos Ortiz<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 225
226 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizito<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Da terra brotei, negro sou e ouro virei”<br />
A Caprichosos fez um desfile muito diferente do estilo pelo qual ficou famosa. Trocou a irreverência<br />
pelo luxo gratuito e o tom crítico e jocoso pelo discurso ufanista do car<strong>na</strong>val exaltação. Parece que essa<br />
metamorfose não foi muito bem sucedida. A apresentação conservadora da Azul e Branco serviu ape<strong>na</strong>s<br />
para garantir a sua vaga no Grupo Especial em 96.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 300,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Eduardo Medrado, João Estevam, Waltinho Honorato e César Som Livre<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Mais vale um jegue que me carregue que um camelo que me derrube lá no Ceará”<br />
A exemplo do ano anterior, quando arrancou para o título com uma Comissão de Frente arrebatadora, a<br />
Verde e Branco de Ramos brilhou novamente. Os leques de 94 deram lugar às sombrinhas coloridas que<br />
geraram uma coreografia extasiante garantindo mais um Estandarte de Ouro. O estilo Rosa Magalhães<br />
e fez presente com muito luxo, inventividade e, até, bom humor. A quebra do penúltimo carro compro-<br />
meteu a evolução, mas, ainda assim, a Imperatriz mostrou um belo car<strong>na</strong>val.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 297,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Fer<strong>na</strong>ndo de Lima, Verinha, Rody e Paulinho de Carvalho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“A Esmeralda do Atlântico”<br />
A Mangueira buscou inspiração <strong>na</strong>s lendas da Rainha Alamoa, lá de Fer<strong>na</strong>ndo de Noronha, para desen-<br />
volver o seu enredo. A Bateria esteve perfeita, e o samba, que não era lá grande coisa, cresceu muito<br />
<strong>na</strong> voz de Jamelão, só para variar. As fantasias e os carros alegóricos apresentaram qualidade de acaba-<br />
mento e um bom gosto surpreendente. Com tudo isso, a Verde e Rosa entrou quente e poderia ter saído<br />
como uma das favoritas. Contudo, do meio para o fim, a Escola serenou, com muitas alas passando sem<br />
cantar. O problema é que a Velha Manga nunca foi de dar sereno pra ninguém.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 294,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Claudio Fabrino, Paulo Cesar Portugal, José Antonio, Gonzaga,<br />
Olivério, Wilsinho, Gilberto, João Sergio, Ber<strong>na</strong>rdo e Rico Medeiros<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rico Medeiros<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“O Rei e os três espantos de Debret”<br />
A Viradouro resolveu mostrar como as belezas do Brasil, e mais especificamente do Rio de Janeiro,<br />
“espantaram” o famoso artista que fez parte da Missão Francesa que aqui chegou no período Colonial.<br />
Trouxe carros alegóricos imensos, fantasias de bom gosto e algumas alas muito animadas, mas, definiti-<br />
vamente, não conseguiu empolgar o que restava de público <strong>na</strong>s arquibancadas. O car<strong>na</strong>valesco Joãosi-<br />
nho Trinta realizou um bonito trabalho, mas é inegável que a Vermelho e Branco de Niterói apresentou,<br />
para espanto de muitos, um car<strong>na</strong>val menos requintado.<br />
Unidos da Vila Rica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 18º | PONTUAÇÃO: 255,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Melodia, Antonio da Conceição e Nêgo Vando<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 227
228 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sílvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Sereno, Nêgo Vando, Lucas e Moisés da Tradição<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinhos e Tidinha<br />
“Deu pano pra Manga”<br />
A Escola Azul e Amarela de Copacaba<strong>na</strong> desfilou para uma arquibancada praticamente vazia. O enredo<br />
contou a história do tecido, num desfile despido de imagi<strong>na</strong>ção. Passou arrastada e abriu imensos bu-<br />
racos entre as alas comprometendo a harmonia, a evolução e o conjunto. Um fi<strong>na</strong>l melancólico para um<br />
espetáculo tão grandioso.<br />
As Escolas de Samba São Clemente (14°) e Unidos da Vila Rica (15º) foram rebaixadas para o Grupo A. | As<br />
Escolas de Samba Unidos do Porto da Pedra (1°) e Império da Tijuca (2°), Campeãs do Grupo A, subiram para<br />
o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
50 julgadores (05 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação<br />
de 5 a 10 pontos | A nota mais alta e a nota mais baixa de cada quesito foi descartada. | Total de notas<br />
válidas: 30. | A partir desse ano cai a bonificação de 01 ponto em concentração. | Desempate entre a 3ªe<br />
a 4ª colocada deu-se no quesito Harmonia. | Desempate entre a 13ªe a 14ª colocada deu-se no quesito<br />
Bateria. | Total máximo de pontos possíveis: 300<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Chica Granchi, Farida Marum, João Carlos Moura, Luiz Augusto Olivieri, Marisa<br />
Guimarães | BATERIA: Cláudio Luiz Matheus, Henrique Cazes, Nelson Niremberg, Sérgio Coelho, Tom da<br />
Bahia | COMISSÃO DE FRENTE: Armindo Blanco, Cecília Kershe, Estela Pinheiro, Liane Santos, Raphael David<br />
| CONJUNTO: Aderbal Júnior, Angelo Ferrari, Emílio Kalil, Marilene Abirached, Nato Kandhal | CRONOM. E
CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Beatriz Resende, Carlos Alberto Serpa, Carlos La Roque, José<br />
Flávio Pessoa, Ricardo Castro | EVOLUÇÃO: André Lázaro, Carlos Pousa, Lula Vieira¹, Oscar Bolão, Otoniel<br />
Serra | FANTASIA: Cristi<strong>na</strong> Franco, Elizabeth Naid, Glorinha Para<strong>na</strong>guá, Regi<strong>na</strong> Germann, Regi<strong>na</strong> Martelli |<br />
HARMONIA: Gustavo Mello², Hélio Capucci, Léa Maria, Leile Quintanilla, Passarinho | MESTRE-SALA E PORTA-<br />
-BANDEIRA: Emanuel Brasil, Irene Orazen, Nilza de Oliveira, Syomara Guerra, Vera Maria Aragão Sanchez |<br />
SAMBA-ENREDO: Beto Villas Boas, Eri Galvão, Fátima Rodrigues, Fred Góes, Willian Taranto<br />
Rapidinhas<br />
¹ Nota anulada. | ² Nota anulada.<br />
• Esse ano a música erudita fez parceria com o samba. A Beija-Flor trouxe violinos para acompanhar o<br />
seu desfile. Na Unidos da Tijuca, três violinistas tocavam a introdução da ópera ‘O Guarani’ durante<br />
a paradinha da bateria.<br />
• Carlinhos da Cuíca saiu em 25 Escolas de Samba nesse ano. Dez, só no Grupo Especial. Haja fôlego...<br />
• Luíza Brunet trocou a Portela pela Imperatriz Leopoldinense. Confesso que fiquei um pouco decepcio<strong>na</strong>do.<br />
• Nesse ano, a Comissão de Frente da Imperatriz trouxe uma coreografia muito baca<strong>na</strong> com sombri-<br />
nhas verde e douradas.<br />
• Começava a fama de que a Imperatriz Leopoldinense realizava desfiles muito técnicos porém pouco<br />
animados. A Escola foi campeã mesmo sem ter conseguido colocar <strong>na</strong> avenida o seu principal carro<br />
alegórico que quebrou ainda <strong>na</strong> concentração. Mistério...<br />
• Fantástico: pela primeira vez uma escola de samba utilizou efeitos especiais de fogos de artifício em<br />
um carro alegórico. Foi a Mocidade Independente de Padre Miguel<br />
• E a Portela, com um dos mais belos desfiles da sua história, não conseguiu conquistar o sonhado título.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Ma<strong>na</strong>céia (1921-1995).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 229
| 1996<br />
230 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
1996 1996 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 18 E 19/02 - PASSARELA DO SAMBA ( RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
18 agremiações<br />
DOMINGO, 18/02<br />
9 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 1995.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Império da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 17º | PONTUAÇÃO: 254,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlinhos Melodia, Antonio da Conceição,<br />
Nogueirinha, Ricardinho do Pandeiro e Rosangela Matos<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Miguel Falabela e Natan Silva<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Edson Bombeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Taninha<br />
“O Reino Unido Independente do Nordeste”<br />
O Império passou longe de mostrar o Nordeste dos sonhos idealizado pelo ator Miguel Falabella. Toda<br />
a apresentação da Verde e Branco foi marcada pelo improviso. Muitos atrasos e carros quebrados aca-<br />
baram transformando a ilusão da fantasia em um verdadeiro pesadelo real.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 286,5
AUTORES DO SAMBA: Barbeirinho, Bebeto do Arrastão e Jaílson da Grande Rio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rodrigo e Graciléa<br />
“Na Era dos Felipes o Brasil era espanhol”<br />
A Tricolor de Duque de Caxias enfrentou muitos problemas para dar a sua aula de história do Brasil <strong>na</strong><br />
passarela. O carro Abre-Alas quebrou logo no início, causando um enorme corre-corre entre os seus com-<br />
ponentes. O atraso acabou sendo inevitável. Apesar de tudo foi um bom desfile, com bonitos carros ale-<br />
góricos, uma Bateria fantástica (Estandarte de Ouro) e um samba-enredo que sacudiu o povão com seu<br />
delicioso refrão.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 283,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Almir Araújo, Marcos Lessa e José Paulo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizito e Carlinhos de Pilares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Samba sabor chocolate”<br />
Distribuindo bombons, a Caprichosos entrou <strong>na</strong> avenida com uma Comissão de Frente formada por<br />
bailarinos do Teatro Municipal muito bem fantasiados. Os aplausos do início não resistiram até o fi<strong>na</strong>l.<br />
Mesmo realizando o seu melhor desfile dos últimos anos, a Azul e Branco não conseguiu se comunicar<br />
com o público.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 297,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcio Paiva, Eduardo Dias, Adalto Magalha e Quinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fabio Borges<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 231
232 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Vanderli e Andréa<br />
“A<strong>na</strong>rquistas sim, mas nem todos”<br />
Os quinze pierrôs em vermelho, branco e prata que formaram a Comissão de Frente e garantiram, com<br />
muita justiça, o Estandarte de Ouro da categoria, foram o prenúncio do belíssimo desfile que home-<br />
<strong>na</strong>geou a imigração italia<strong>na</strong>. Só que o Salgueiro deixou escapar o favoritismo no fi<strong>na</strong>l da apresentação<br />
quando algumas alas tiveram que correr para não ultrapassar o tempo máximo permitido. Chamou<br />
atenção, também, o grande número de “diretores convidados” que só fizeram poluir o visual da Escola.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 286,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Alberto Varjão e Vicentinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ito Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Marcinha<br />
“A viagem da Pintada Encantada”<br />
Contando a história da multiplicação de galinhas d’Angola pelo mundo, a Tricolor da Ilha passou encantadora<br />
e bela a começar pela espetacular Comissão de Frente formada por treze homens que carregavam caravelas<br />
nos ombros simulando o seu <strong>na</strong>vegar. Com uma evolução muito lenta, não parou a Bateria no recuo e foi<br />
obrigada a correr no fi<strong>na</strong>l. Adeus conjunto...Adeus campeo<strong>na</strong>to...<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 291,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorginho Dom, Picolé da Portela, Re<strong>na</strong>tinho Sambola e Carlinhos Careca<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jerônimo e Andréia
“Essa gente bronzeada mostra seu valor”<br />
A Azul e Branco de Madureira exaltou os grandes nomes da MPB, mas não conseguiu empolgar nin-<br />
guém. O público assistiu passivamente a sua apresentação sem se animar e nem cantar o samba. A Esco-<br />
la fez um desfile muito arrastado e estourou o tempo, perdendo assim, dois pontos em cronometragem.<br />
Conclusão: a Portela demorou, mas não abalou...<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 284,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Heraldo Farias, Flavinho Machado, Jorge Baiano e Mocotó<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“Aquarela do Brasil no ano 2000”<br />
A Viradouro veio cantando o Brasil. O problema é que tudo foi demais: gente, adereços, folclore, estados, colori-<br />
do e carros alegóricos com problemas. Enfim, bonita estava, mas era tanta informação que ninguém aguentava<br />
mais. Parece que dessa vez Joãosinho Trinta errou a mão e a agremiação Vermelho e Branca de Niterói ficou<br />
mesmo para trás.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 300,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto Correa, Dico da Viola, Jefinho e Joãozinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Lucinha Nobre<br />
“Criador e criatura”<br />
A Mocidade começou o seu desfile com quase três horas de atraso devido a problemas que as Escolas que<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 233
a antecederam tiveram <strong>na</strong> dispersão. As magníficas alegorias, muitas delas em cores metálicas, utilizando<br />
muitas luzes e efeitos especiais haviam sido confeccio<strong>na</strong>das para desfile noturno. Apesar de prejudicada<br />
pela claridade da manhã, a Verde e Branco impressionou a todos com um show delirante de beleza e cria-<br />
tividade ao exaltar os gênios, os inventores e os artistas no enredo premiado, inclusive, com o Estandarte<br />
de Ouro. Foi um verdadeiro bombardeio de deslumbramento.<br />
Unidos da Ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 18º | PONTUAÇÃO: 251,0 ↓<br />
234 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Serginho do Porto e Andrezinho Fullgaz<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Washington Luiz<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Serginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ubirajara (Bira) e Ivone<br />
“As sombras da folia”<br />
Para falar de guarda-chuvas, a Azul e Branco de São João de Meriti viajou no tempo. Os componentes<br />
fizeram o que puderam para animar o sonolento público que insistiu em permanecer até o fi<strong>na</strong>l. O desfile<br />
só conseguiu ser um pouco mais tépido porque, a essa altura, o sol forte já ilumi<strong>na</strong>va a passarela.<br />
SEGUNDA, 19/02<br />
9 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A de 1995.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 289,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Billy Boy, Cesar Reis e Élio Sabino
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Antonio e Beth<br />
“Um car<strong>na</strong>val dos car<strong>na</strong>vais”<br />
Sob os últimos raios de sol do fim da tarde de Segunda-Feira, a Porto da Pedra fez sua estreia no Grupo<br />
Especial. E que estreia! Impondo-se entre as “grandes”, a Vermelho e Branco de São Gonçalo transformou-se<br />
<strong>na</strong> maior surpresa do ano. O Tigre, seu símbolo, rugiu bem alto para contar como são os car<strong>na</strong>vais mundo<br />
a fora. Um enredo meio manjado, mas que foi mostrado de um jeito fabuloso através de lindas fantasias e<br />
alegorias que encheram a Sapucaí de cor e beleza. Ganhou dois Estandartes de Ouro: um como a Revelação<br />
do ano e outro com a maravilhosa ala das Baia<strong>na</strong>s.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 294,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Aluísio Machado, Lula, Beto Per<strong>na</strong>da, Arlindo Cruz e Índio do Império<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ernesto Nascimento e Actir Nascimento<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jorginho do Império<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Rita<br />
“Verás que um filho teu não foge à luta”<br />
Emoção <strong>na</strong> passarela! Com um enredo forte sobre justiça social, a Verde e Branco de Madureira provou<br />
que folia pode rimar, sim, com conscientização e que alegria pode combi<strong>na</strong>r muito bem com seriedade.<br />
Alguns problemas aconteceram, mas <strong>na</strong>da foi capaz de apagar a determi<strong>na</strong>ção da Escola aguerrida que<br />
desfilou ao som de um belíssimo samba e foi escoltada pelo seu home<strong>na</strong>geado, o sociólogo Herbert de<br />
Souza, o “anjo” Betinho, que fez o público chorar, balançar os braços e lançar beijinhos. Uma verdadeira<br />
apoteose. Uma autêntica comoção popular.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 287,5<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 235
236 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Orlando, Adilson Gavião, Deo e Caruso<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sílvio Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marco Aurélio e Babi<br />
“De um novo mundo eu sou, uma nova cidade serei”<br />
O enredo da Estácio saudou a modernização do Rio e o seu Teleporto, construído exatamente onde fôra<br />
a quadra da Escola. Como sempre, a Bateria deu uma verdadeira aula de ritmo, mas os carros alegóricos<br />
não apresentaram um bom acabamento e pareciam vazios de informação. A maior das ironias foi que,<br />
apesar do tema, a Vermelho e Branco não conseguiu se comunicar com o público.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 283,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto do Pandeiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Lucas Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: José Luiz e Nicinha<br />
“Ganga-Zumbi, Expressão de uma raça”<br />
A Escola Azul-Pavão e Amarela do Borel prestou uma bonita home<strong>na</strong>gem ao líder negro Zumbi dos<br />
Palmares, nos trezentos anos da sua morte. O princípio de incêndio no Abre-Alas e o festival de carros<br />
alegóricos quebrados esfriou, de vez, o desfile que já vinha morno. Mas, o pior mesmo foi a correria no<br />
fi<strong>na</strong>l do desfile que acabou comprometendo a evolução, a harmonia e o conjunto.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 292,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tião Grande e Cafu Ouro Preto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera e Jorge Tropical
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Tuca<br />
“A heroica cavalgada de um povo”<br />
A Azul e Branco do bairro de Noel trouxe um enredo já meio surrado sobre o Rio Grande, sua história e<br />
seus costumes. O samba fraco não ajudou muito a empolgar seus componentes e animar o público <strong>na</strong>s<br />
arquibancadas. A Escola também enfrentou problemas com os carros alegóricos e com as fantasias que,<br />
embora bonitas, não apresentavam soluções criativas. Um desfile convencio<strong>na</strong>l que em <strong>na</strong>da lembrou a<br />
Vila guerreira de outros car<strong>na</strong>vais.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 299,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Jurandir, Dominguinhos do Estácio, De Marco e Chi<strong>na</strong><br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“A Imperatriz Leopoldinense honrosamente apresenta: Leopoldi<strong>na</strong>, a Imperatriz do Brasil”<br />
A Pérola de Ramos fez um desfile exuberante para tentar conquistar o inédito Tricampeo<strong>na</strong>to. Um enre-<br />
do histórico, muito luxo e alegorias que se destacaram pelo rigor no acabamento e primor nos detalhes,<br />
foi a receita do sucesso da Verde e Branco, que dessa vez, devido ao tema imperial, usou bastante dou-<br />
rado também. O único detalhe preocupante foram as fantasias um pouco pesadas que acabaram inter-<br />
ferindo <strong>na</strong> evolução e <strong>na</strong> desenvoltura de algumas alas. O Estandarte de Ouro considerou a Imperatriz a<br />
Melhor Escola e premiou igualmente, com muita justiça, o seu enredo.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 299,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Miro Barbosa<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 237
238 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Aurora do povo brasileiro”<br />
A Beija-Flor foi em busca do elo perdido lá <strong>na</strong> Serra da Capivara, no Piauí, para dar a sua versão sobre a<br />
Pré-história no Brasil. Com ricas alegorias e fantasias que estiveram, em geral, bem adequadas ao enre-<br />
do, a Azul e Branco alternou momentos grotescos bem humorados, como a presença de órgãos sexuais<br />
ultradimensio<strong>na</strong>dos reproduzindo pinturas rupestres, com momentos de inovação, como os destaques<br />
que voaram pela avenida pendurados ape<strong>na</strong>s por uma haste de ferro a nove metros e meio de altura.<br />
Fora isso, o de sempre: evolução compacta e o prazer eterno do componente nilopolitano em desfilar.<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 16º | PONTUAÇÃO: 275,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Moisés Santiago e Luizinho Professor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Junior<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Edmilson de Bem<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“Do barril ao Brasil”<br />
Com o dia clareando, a Azul e Branco entrou <strong>na</strong> avenida sem nenhuma empolgação, para contar a histó-<br />
ria da cerveja, do cauim e da cachaça. Passou tensa e arrastada, com alegorias inexpressivas e fantasias<br />
preguiçosas. O desânimo contagiou a todos e a Tradição, cambaleante, seguiu rumo ao Grupo A.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 297,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Chiquinho Campo Grande e Marcondes<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong>
“Os tambores da Mangueira <strong>na</strong>s terras da encantaria”<br />
A Mangueira fechou com chave verde e rosa os dois dias de desfiles, encantando a todos com as lendas<br />
do Maranhão. Se o tema não era origi<strong>na</strong>l, a concepção criada pelo car<strong>na</strong>valesco Oswaldo Jardim deu um<br />
enfoque totalmente novo. Os carros alegóricos não primaram pelo requinte, embora não se possa quei-<br />
xar da falta de origi<strong>na</strong>lidade dos mesmos. Veio bem vestida, leve e divertida. Como poucas, transmitiu<br />
essa alegria às arquibancadas que se sentiram recompensadas por aguardá-la.<br />
As Escolas de Samba Caprichosos de Pilares (15°), Tradição (16º), Império da Tijuca (17º) e Unidos da Ponte<br />
(18º), foram rebaixadas para o Grupo A. | As Escolas de Samba Acadêmicos de Santa Cruz (1°) e Acadêmicos da<br />
Rocinha (2°), Campeãs do Grupo A, subiram para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços; Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
50 julgadores (05 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação<br />
de 5 a 10 pontos | A nota mais alta e a nota mais baixa de cada quesito foi descartada. | Total de notas<br />
válidas: 30. | A Escola de Samba Portela perdeu 02 pontos em cronometragem por ter ultrapassado o<br />
tempo limite de desfile em 2 minutos. | Desempate entre a 14ªe a 15ª colocada deu-se no quesito Bate-<br />
ria. | Total máximo de pontos possíveis: 300<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Álvaro Fer<strong>na</strong>ndes, Emil Ferreira, Lúcia Ribas, Marlene Erssucy, Maurício Salgueiro |<br />
BATERIA: Carlos Sarvalha, Flávio Se<strong>na</strong>, Jorge Cardoso, Mário Jorge Bruno, Nelson Nóbrega | COMISSÃO DE<br />
FRENTE: Cláudia Kopke, Lúcia Costa, Maysa Chebabi, Raphael David, Ique | CONJUNTO: A<strong>na</strong> Zarur, André<br />
Teixeira, Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis Vian<strong>na</strong>, Paulo Reis, Ricardo Rizzo | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles<br />
| ENREDO: Fer<strong>na</strong>nda Guimarães, Manoel Castelo, Marcelo Tas, Mauro Multedo, Sebastião José de Oliveira<br />
| EVOLUÇÃO: Edílson Silva, Lula Barbosa, Marília Reis Ferolla, Tereza Frota, Wilson Coutinho | FANTASIA: A<strong>na</strong><br />
Peixoto, Carla Roberto, Catari<strong>na</strong> Guedes, Márcia Barroso do Amaral, Tália Paranhos | HARMONIA: Alceu<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 239
Maia, Denira Rosário, Lídia Veloso, Moacil My Boy, Tutuca Barbosa | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ales-<br />
sandra di Calafiore, Cristi<strong>na</strong> Martinelli, Jaime Aroxa, Lúcia Costa, Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Dalma Beloti,<br />
Eri Galvão, Glória Bicho, João de Aquino, Vinícius Sá<br />
240 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• A Unidos do Porto da Pedra foi a grande surpresa do ano.<br />
• D. Maria do Carmo, de 125 anos, desfilou pela Unidos da Tijuca. Tornou-se a pessoa mais idosa a<br />
pisar <strong>na</strong> avenida em todos os tempos.<br />
• A presença do Betinho no carro ‘fome zero’ do Império Serrano, foi um momento de luz desse ano.<br />
Acho que todo muito sentiu isso.<br />
• Como estavam pesadas e escuras as alegorias da Beija-Flor de Nilópolis... E, sinceramente, aqueles<br />
imensos e desproporcio<strong>na</strong>is órgãos sexuais masculinos, exibidos pelos rapazes que vinham no carro<br />
das pinturas rupestres, protagonizaram o momento mais chocante de 1996.<br />
• A Imperatriz Leopoldinense fez um belo desfile. A neve ‘caindo’ no carro do Tirol, foi pura magia.<br />
Em compensação, esqueceram a bandeira da Escola <strong>na</strong> quadra. Maria Hele<strong>na</strong>, a Porta-Bandeira que<br />
de boba não tem <strong>na</strong>da, havia levado, providencialmente, o pavilhão do ano anterior. Chiquinho, seu<br />
filho e Mestre-Sala, teve que fazer muitos malabarismos com o braço para tentar ocultar dos julga-<br />
dores o ano de 1995 bordado <strong>na</strong> bandeira.<br />
• À frente da União da Ilha veio uma imensa galinha d’angola movimentada por pessoas em seu interior.<br />
• Mesmo prejudicada pela luz do dia, a Mocidade Independente de Padre Miguel fez um desfile irre-<br />
preensível. Foi, merecidamente, a grande campeã do car<strong>na</strong>val.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Roberto Ribeiro (1940-1996).
| 1997<br />
1997 1997 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 09 E 10/02 - PASSARELA DO SAMBA ( RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
16 agremiações<br />
DOMINGO, 09/02<br />
8 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 1996.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Acadêmicos da Rocinha . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 16º | PONTUAÇÃO: 153,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Gilson da Ilha Porchat, Carlinhos Mustang, Wilsinho Sarava e Jorge Mirinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Flavio Tavares e Miguel Falabella<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Alexandre D’Mendes<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: José Luiz e Tânia<br />
“A viagem encantada do Zé Carioca à Disney”<br />
A Escola Verde, Azul e Branco fez uma viagem de Primeira Classe para prestar uma home<strong>na</strong>gem de<br />
Terceira, a começar pelo próprio tema. Com tanta coisa, lugar, e gente por aqui, a Rocinha resolveu<br />
exaltar...a Disney World ? Faça-me um favor!...O Zé Carioca entrou de inocente útil <strong>na</strong> história. Além do<br />
mais, foi tudo muito mal explicado com fantasias óbvias demais e alegorias que acabaram pesando o<br />
desfile. Como vovó sempre dizia: “A humildade é uma arte...” e “Quem não tem competência...”. Perdeu<br />
três pontos por ferir o regulamento ao exibir marca comercial. Ahhh... Rocinha!<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 168,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 241
242 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Edson Fio e Maurílio Theodoro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Lucas Pinto<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Serginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Juju Maravilha<br />
“Viagem pitoresca pelos cinco continentes num jardim”<br />
A Escola do Morro do Borel também fez uma viagem. Mas dessa vez, passeou pelas flores do mundo,<br />
detendo-se no Jardim Botânico, criado por D.João VI e onde Tom Jobim costumava visitar. Na simplicidade<br />
do seu realismo didático, muitas outras cores foram incorporadas ao azul-pavão e amarelo para emoldurar<br />
o animado desfile. Seus carros alegóricos, que não pareciam bem acabados, muito oportu<strong>na</strong>mente jogaram<br />
pétalas de rosas e borrifaram perfume <strong>na</strong> plateia.<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 177,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Vadinho, Carlinhos e Pinto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Toninho e Andréa<br />
“No Reino da Folia, cada louco com sua mania”<br />
A apresentação da Vermelho e Branco de São Gonçalo, literalmente, enlouqueceu a passarela. Sem ostentar<br />
luxo excessivo, a Porto da Pedra fez um car<strong>na</strong>val alegre, divertido, bonito e empolgadíssimo. O<br />
samba envolvente, os carros alegóricos supercriativos e as fantasias encantadoras, ajudaram a transformar<br />
o melhor enredo (premiado com o Estandarte de Ouro) no desfile mais delicioso do ano, deixando,<br />
em todos, uma vontade quase latente de assistir a tudo outra vez. Uma verdadeira loucura!<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 15º | PONTUAÇÃO: 162,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlos Se<strong>na</strong>, Maurição, Arlindo Cruz e Índio do Império<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jerônimo Guimarães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jorginho do Império
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Rita<br />
“O mundo dos sonhos de Beto Carrero”<br />
No ano da comemoração do seu Jubileu de Ouro a Verde e Branco da Serrinha decidiu home<strong>na</strong>gear...<br />
Beto Carrero. O luxo e os efeitos especiais prometidos para a apresentação não surtiram o resultado<br />
esperado. O público assistiu apático ao desfile não se entusiasmando, nem mesmo, quando o coubói<br />
brasileiro surgiu todo de branco, sobre uma nuvem branca no último, e mais caro, carro alegórico. O Império<br />
foi punido com a perda de quatro pontos: um em dispersão e três por ter exibido marca comercial<br />
(o que fere o regulamento). Só mesmo a fabulosa Bateria se salvou garantindo mais um Estandarte de<br />
Ouro para a sua coleção.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 169,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Sabará, Muralha, Jarbas da Cuíca e Grajaú<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Madeira-Mamoré, a volta dos que não foram lá no Guaporé”<br />
Um dia essa estrada-de-ferro teria que servir para alguma coisa, não é? Virou, então, enredo de Escola de<br />
Samba. Assim como a malfadada ferrovia, o desfile da Verde, Vermelho e Branco de Caxias não deu muito<br />
certo não. As dez cruzes, que traziam bonecos representando a morte de 1500 operários, não impressio<strong>na</strong>ram<br />
tanto quanto o enorme número de artistas e famosos que vieram numa ala (sic!) de “convidados especiais”,<br />
comprometendo, e muito, a sua evolução. A Escola ainda perdeu um ponto em dispersão.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 178,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Chiquinho Campo Grande, Leque e Jorge Magalhães<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 243
244 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“O Olimpo é Verde e Rosa”<br />
Na Mangueira, o sonho olímpico misturou-se ao desejo de ganhar o car<strong>na</strong>val. Mas o desfile foi marcado<br />
pela irregularidade. Após um início de pura emoção e empolgação, a Escola foi perdendo o fôlego e<br />
terminou a sua apresentação de forma arrastada e repetitiva. Ainda não foi dessa vez que a Verde e Rosa<br />
garantiria a sua medalha de ouro.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 177,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Zé Catimba, Chopinho, Amaurizão e Tuninho Professor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Eu sou da Lira, não posso negar”<br />
A Imperatriz passou linda pela Marquês de Sapucaí com sua Chiquinha Gonzaga. Embora não tenha empolgado<br />
o público, a Verde e Branco fez um desfile alegre, mostrando o capricho e o bom gosto de sempre <strong>na</strong>s<br />
fantasias e alegorias. A quase obsessão pelo perfeccionismo só não evitou que um carro alegórico apresentasse<br />
um problema técnico, próximo à Praça da Apoteose, atrapalhando a sua evolução. Não fosse esse incidente, a<br />
Escola teria feito uma apresentação absolutamente perfeita.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 177,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcio Paiva, Eduardo Dias, Adalto Magalha, Tico do Gato e Guaracy<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e A<strong>na</strong> Paula<br />
“De Poeta, Car<strong>na</strong>valesco e louco, todo mundo tem um pouco”<br />
Com o dia já claro, a Vermelho e Branco da Tijuca trouxe um enredo que questionou o espaço entre a<br />
arte e a demência. Mas a “loucura” parece ter ficado mesmo <strong>na</strong> passagem da Porto da Pedra que apre-
sentando tema semelhante conseguiu dar seu recado de maneira muito mais clara. O excesso de eruditismo<br />
tornou o desfile difícil de ser compreendido levando a uma resposta fria por parte do público.<br />
SEGUNDA, 10/02<br />
8 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A de 1996.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Acadêmicos de Santa Cruz . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 163,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Carroça, Pepe e Carlinhos 18<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Albeci Pereira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Claudinho Tricolor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Vanderli e Cíntia<br />
“Não se vive sem bandeira”<br />
A Verde e Branco de Santa Cruz não se saiu muito bem com esse enredo sobre bandeiras. Apesar da felicidade<br />
em voltar ao Grupo Especial, a simpática Escola, pelo que se viu, não contou com muitos recursos e<br />
nem com a criatividade que parece ter passado bem longe dali. A verdade é que complicações não faltaram<br />
à Santa Cruz que ainda acabou perdendo um ponto em dispersão.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 180,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Heraldo Farias, Flavinho Machado, Dominguinhos do Estácio e Mocotó<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 245
246 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Trevas ! Luz ! A explosão do Universo”<br />
A Viradouro explodiu a passarela com um desfile impecável que fascinou pela beleza e pela ousadia.<br />
Joãosinho Trinta descomplicou um enredo, aparentemente hermético demais, que pôde ser percebido<br />
em cada detalhe. A evolução foi perfeita e a Bateria brilhou com uma batida funk no refrão, que em<br />
momento algum agrediu o delicioso samba cantado a plenos pulmões pelo povão das arquibancadas e<br />
dos camarotes. A Escola vermelho e branco de Niterói foi considerada a Melhor pelo júri do Estandarte<br />
de Ouro. Um triunfo completo e absoluto, brindado com o grito espontâneo de “É Campeã!”<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 166,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bujão, Carlinhos Fuzil e Wanderley Novidade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ito Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jerônimo e Andréia<br />
“Cidade Maravilhosa, o sonho de Pereira Passos”<br />
O sonho do prefeito, que remodelou a cidade no início do século XX, transformou-se em pesadelo<br />
durante a apresentação da Tricolor da Ilha. Quase <strong>na</strong>da deu certo: os carros estavam incompletos e mal<br />
acabados; as alas mal evoluíram por não terem se sentido a vontade com a quantidade de roupa que<br />
vestiam; e o samba que, simplesmente, não aconteceu <strong>na</strong> avenida. Salvaram-se a brilhante Bateria de<br />
Mestre Paulão, que deu um verdadeiro show, e o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira que cumpriu,<br />
com maestria, sua obrigação.<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 163,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Basílio, Zé Luiz, Gabrielzinho do Pandeiro e Baby<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marco Aurélio e Gleice Simpatia<br />
“Através da fumaça, o mágico cheiro do car<strong>na</strong>val”
A Vermelho e Branco do Estácio refletiu <strong>na</strong> passarela a crise fi<strong>na</strong>nceira, que vinha enfrentando, apresentando-<br />
-se pobre, com fantasias incompletas e carros mal acabados. A Escola teve <strong>na</strong> Bateria e <strong>na</strong> evolução dos<br />
componentes, os seus pontos positivos. Isto, contudo, foi pouco para livrá-la da má colocação e do descenso,<br />
uma vez que, além de todos os problemas que enfrentou no desfile ainda perdeu quatro pontos por ferir o<br />
regulamento (um por trazer menos de cem baia<strong>na</strong>s e três por exibir marca comercial). Lastimável...<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 179,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Chico Cabeleira, Muca, J. Brito e Joãozinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Lucinha Nobre<br />
“De corpo e alma <strong>na</strong> avenida”<br />
Num sonho de luxo e tecnologia, a Mocidade recriou o corpo humano <strong>na</strong> avenida apresentando uma<br />
monumental lição de a<strong>na</strong>tomia. Reeditando seu estilo high tech, Re<strong>na</strong>to Lage superou-se em beleza e<br />
iventividade com carros e fantasias que esbanjaram bom gosto, arrojo e muito charme. Embalada pela<br />
euforia dos seus integrantes, pelo melhor samba-enredo do ano (Estandarte de Ouro) e pelo ritmo forte<br />
da Bateria, que vibrava qual sangue bombeando <strong>na</strong>s veias, a Verde e Branco encerrou sua passagem aos<br />
gritos de “Bi.... Campeã !...”<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 174,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Doutor, Re<strong>na</strong>to Vale, Tonico da Portela e Eli Penteado<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alexandre e Babi<br />
“Linda, eter<strong>na</strong>mente Olinda”<br />
A quebra da garra direita da Águia Prateada, símbolo da Azul e Branco, minutos antes do começo da sua apresentação,<br />
pareceu antecipar que o desfile sería, de fato, bastante atribulado. A animação das primeiras alas não<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 247
esistiu por muito tempo e a Escola acabou perdendo o rumo. Acelerou, abriu vários buracos, e evidenciou uma<br />
sucessão de falhas <strong>na</strong> concepção dos seus modestos carros alegóricos. A Bateria mostrou-se valente, como<br />
sempre, mas a Portela não conseguiu “invadir seu coração...” como prometia em seu samba-enredo.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 178,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilson Bombeiro, J. Santos, Ar<strong>na</strong>ldo Matheus e Almir Sereno<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
248 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“A Beija-Flor é festa <strong>na</strong> Sapucaí”<br />
Nem o enredo aparentemente careta sobre as festas do ano, foi suficiente para abalar o brio dos passistas<br />
de Nilópolis. Mas a empolgação dos componentes não encontrou eco em outros setores da Azul e<br />
Branco. Com um dos sambas mais fracos da safra 97, alegorias hiperburocráticas e a alternância de fantasias<br />
pesadas demais com um excesso de nudez gratuita, a Beija-Flor passou do favoritismo à decepção<br />
com um desfile que não conseguiu contagiar a galera. Nada a festejar.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 173,5<br />
AUTORES DO SAMBA: J. C. Couto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jorge Freitas e Cláudio Vieira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera e Jorge Tropical<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Tuca<br />
“Não deixe o samba morrer”<br />
A Vila Isabel iniciou o seu desfile quando os primeiros raios de sol ilumi<strong>na</strong>ram a Sapucaí. Animadíssima<br />
e cantando o seu ótimo samba resgatou as fantasias, a alegria e, principalmente, o clima dos antigos<br />
car<strong>na</strong>vais. A Vila, claramente com um car<strong>na</strong>val de poucos recursos, conseguiu se dar ao luxo de criticar,<br />
com muito bom humor, a forma e o conteúdo dos desfiles atuais. E assim, com a performance simples e<br />
honesta de uma verdadeira Escola de Samba, caiu o pano fi<strong>na</strong>l dessa festa grandiosa.
As Escolas de Samba Estácio de Sá (13°), Acadêmicos de Santa Cruz (14º), Império Serrano (15º) e Acadêmicos<br />
da Rocinha (16º), foram rebaixadas para o Grupo A. | As Escolas de Samba Tradição (1°) e Caprichosos de Pilares<br />
(2°), Campeãs do Grupo A, subiram para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços e Mestre-Sala e Porta-Bandeira.<br />
36 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | O Conjunto deixa de ser avaliado<br />
como quesito a partir de 1997. Volta a ser quesito a partir do ano 2000. | Cada quesito com variação de 7 a 10<br />
pontos | A nota mais alta e a nota mais baixa de cada quesito foi descartada. | Total de notas válidas: 18. | A<br />
Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha perdeu 03 pontos em obrigatoriedades (merchandising). | A Escola<br />
de Samba Império Serrano perdeu 4 pontos: 01 em dispersão e 03 em Obrigatoriedades (merchandising). | A<br />
Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio perdeu 01 ponto em dispersão. | A Escola de Samba Acadêmicos<br />
de Santa Cruz perdeu 01 ponto em dispersão. | A Escola de Samba Estácio de Sá perdeu 04 pontos em<br />
obrigatoriedades (merchandising e quantidade de baia<strong>na</strong>s inferior ao mínimo exigido). | Desempate entre<br />
a 5ªe a 6ª colocada deu-se no quesito Samba-Enredo. | Desempate entre a 13ªe a 14ª colocada deu-se no<br />
quesito Bateria. | Total máximo de pontos possíveis: 180<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Emil Ferreira, Lúcia Ribas, Maurício Salgueiro, Walber Ângelo de Freitas | BATERIA:<br />
Álvaro Medeiros Antônio José Espírito Santo, Carmem Silva Rocha, Mário Jorge Bruno | COMISSÃO DE<br />
FRENTE: Ique, João Wlamir, Raphael David, Sulamita Trzci<strong>na</strong> | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles |<br />
ENREDO: Aderbal Júnior, Lia<strong>na</strong> Barcelos, Luís Antônio de Araújo, Maria Fer<strong>na</strong>nda Guimarães | EVOLUÇÃO:<br />
Luís Fer<strong>na</strong>ndo Reis Vian<strong>na</strong>, Lula Bastos, Marília Reis Ferolla, Ricardo Rizzo | FANTASIA: A<strong>na</strong> Maria Sá Ferrer,<br />
Lalá Guimarães, Lula Vieira, Salete Almeida | HARMONIA: Célia Souto, Denira Rosário, Nilton Rodrigues da<br />
Silva, Rui Maurity | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alessandra di Calafiore, Ilclemar Nunes, Lúcia Costa,<br />
Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Álvaro Costa e Silva, Dalma Beloti, Nely Fragoso dos Santos, Vinícius Sá<br />
Rapidinhas<br />
• A Unidos do Porto da Pedra e a Acadêmicos do Salgueiro trouxeram enredos muito similares. A<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 249
Escola de São Gonçalo desenvolveu o tema de forma muito mais eficiente realizando, mais uma<br />
vez, um excelente desfile. Fantásticos os ‘Lelés da Cuca’ da Comissão de Frente. Vibrei também com<br />
o carro Sagração da Primavera (obra de Nijinski), que com três andares, um palco e uma passarela<br />
ilumi<strong>na</strong>dos, permitiu grande movimentação dos componentes.<br />
• A ilumi<strong>na</strong>ção em néon do Abre-Alas da Mocidade Independente de Padre Miguel, falhou e apagou,<br />
diminuindo muito o seu impacto.<br />
• Esse ano a Comissão de Frente da Imperatriz Leopoldinense apresentou uma coreografia bastante<br />
interessante representando teclados de pianos <strong>na</strong> capa das fantasias dos componentes, movimentadas<br />
de modo a passar essa <strong>imagem</strong>.<br />
• Não funcionou muito bem a fantasia de bailari<strong>na</strong> com as per<strong>na</strong>s a mostra da Porta-Bandeira Lucinha<br />
Nobre da Mocidade Independente de Padre Miguel.<br />
• Gostei muito do imenso boneco representando Nero no desfile da Mangueira. Marca registrada do<br />
Car<strong>na</strong>valesco Oswaldo Jardim.<br />
• A Viradouro fez um desfile nota 1000. A abertura em negro formou um espetacular contraste com<br />
o branco imaculado dos carros e alas seguintes.Uma apresentação grandiosa em muito valorizada<br />
pela batida funk criada por Mestre Jorjão.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Candonga (o anjo da guarda dos ritmistas) ∙ Castor de<br />
Andrade (1926-1997) ∙ Catoni (compositor portelense) ∙ Jajá (compositor mangueirense) ∙ Roxinho<br />
(Grande Mestre-Sala) ∙ Tolito (1917-1997) ∙ Yarema Ostrower (artista plástico e car<strong>na</strong>valesco).<br />
250 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 1998<br />
1998 1998 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 22 E 23/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 22/02<br />
7 agremiações - Tempo: Nubaldo<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 1997.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 253,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Noquinha, Flavio Quintino, Sidinho da Zoeira, J.B. e Zé Carlos do Saara<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jerônimo Guimarães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jackson Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinhos Sorriso e Marcella<br />
“Negra origem, Negro Pelé, Negra Bené”<br />
A Azul e Branco abriu o desfile com uma apresentação correta. Trazendo um dos melhores sambas do<br />
ano, Pilares home<strong>na</strong>geou a raça negra de forma simples, dig<strong>na</strong> e bonita. Paradoxalmente, parecia haver<br />
bem mais brancos do que negros entre os seus componentes. A ausência dos dois principais home<strong>na</strong>-<br />
geados também foi bastante sentida. Apesar dos pesares... Missão cumprida!<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 261,5<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 251
252 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Paulo Onça<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Parintins, a ilha do Boi-bumbá”<br />
A Vermelho e Branco entrou <strong>na</strong> avenida com jeito de favorita sustentada pela extraordinária Bateria (Estandarte<br />
de Ouro). Exibiu em seus carros alegóricos imagens de animais e monstros das lendas do estado do Amazo<strong>na</strong>s.<br />
Mas a animação foi minguando numa apresentação certinha, porém sem brilho. E a Escola tijuca<strong>na</strong> percebeu<br />
que nem sempre um desfile caprichado é capaz de fazer da conquista do título algo garantido.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 246,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Sergio Freitas, Helinho, Mascote e David da Vila<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jorge Freitas<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera e Jorge Tropical<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Tuca<br />
“Lágrimas, suor e conquistas no mundo em transformação”<br />
Foi com muito suor e lágrimas no rosto que o pessoal da Vila Isabel percebeu que ia ser muito difícil<br />
conquistar uma boa colocação. Afi<strong>na</strong>l, a Azul e Branco enfrentou diversa dificuldades: carros quebrados,<br />
atrasos de alas, evolução irregular, Bateria que não parou no recuo e um enredo complicadíssimo sobre<br />
as guerras que transformaram o mundo. Sobraram problemas, faltou o Martinho.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 258,5<br />
AUTORES DO SAMBA: João Carlos, Carlinhos Fiscal e Quaresma<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Prestes, o Cavaleiro da Esperança”<br />
Comemorando o centenário de Luiz Carlos Prestes a Tricolor de Duque de Caxias aprontou a melhor sur-<br />
presa do primeiro dia de desfiles. Com um samba muito bem interpretado (o refrão “...Ah! Eu tô maluco<br />
amor...” alastrou-se rapidamente pela Sapucaí), uma Bateria que executou com perfeição viradas difíceis,<br />
alas que evoluíram com empolgação, fantasias e alegorias bonitas e coloridas, a Escola foi saudada pela<br />
arquibancada com os únicos gritos de “É Campeã” da noite.<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 233,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Índio do Império, Tião Teles, Paulo Roberto e Jorge Dodi<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Toninho e Andréa<br />
“Samba no pé e mãos ao alto, isto é um assalto”<br />
Uma decepção o desfile da Porto da Pedra. Se o seu enredo pretendia pregar o fim da impunidade para<br />
diversos crimes de roubo, parece que o tiro saiu pela culatra. Quase tudo <strong>na</strong> Escola Vermelho e Branco de<br />
São Gonçalo foi de gosto duvidoso. A própria concepção car<strong>na</strong>valesca não conseguiu decidir-se pela origi<strong>na</strong>-<br />
lidade ou pelo luxo, escolhendo o caminho do óbvio e do inconveniente. Que saudades da “loucura” de 97.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 261,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Gui<strong>na</strong>, Muca, J. Brito e Joãozinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Lucinha Nobre<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 253
254 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Brilha no céu a Estrela que me faz sonhar”<br />
A Mocidade desfilou burocrática pouco lembrando os seus grandes e geniais momentos. O enredo ficou<br />
completamente indefinido entre a astronomia e a home<strong>na</strong>gem póstuma a seu patrono. Passou arrastada<br />
e triste. Até mesmo algumas alegorias e efeitos especiais, criados pelo grande Re<strong>na</strong>to Lage, “sumiram”<br />
<strong>na</strong> pista. Para complicar ainda mais a evolução, as últimas alas tiveram que correr para não estourar o<br />
tempo. E a estrela da Verde e Branco, dessa vez, não conseguiu brilhar...<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 264,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Noca da Portela, Colombo, J. Rocha e Darcy Maravilha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alexandre e Andréia Cristi<strong>na</strong><br />
“Os olhos da noite”<br />
A Portela foi um colírio para os olhos nessa noite de paixão. O lindo samba (Estandarte de Ouro), de an-<br />
damento empolgante, mexeu com a Escola que evoluiu com disposição. O tema, muito amplo, em alguns<br />
momentos pareceu vacilante. De um modo geral, a Azul e Branco de Madureira conseguiu um bonito<br />
efeito visual numa apresentação dig<strong>na</strong> da tradição portelense.<br />
SEGUNDA, 23/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A de 1997.<br />
ORDEM DE DESFILE
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 247,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Taroba, Lima da Tradição, Sandro Maneca,<br />
Jo<strong>na</strong>s Camiseta, Marcos Glorioso e Arismar Ubaldino<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Junior<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Taroba<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“Viagem fantástica ao Pulmão do Mundo”<br />
Mais uma Escola a falar da Amazônia, a Tradição atravessou a avenida de forma preocupante. Dando enfoque ao<br />
aspecto ecológico, o enredo cometeu um erro de síntese ao afirmar que a região é o “Pulmão do Mundo”. Mas<br />
esse foi o menor dos deslizes. Difícil foi perceber fantasias e alegorias pouco origi<strong>na</strong>is, com acabamento bastante<br />
irregular, a Bateria que soou em alguns momentos qual um pelotão em marcha e, o pior de tudo, a correria de-<br />
senfreada contra o cronômetro no fi<strong>na</strong>l do desfile. A Azul e Branco de Campinho mais uma vez ficou devendo.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 270,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Nelson Dalla Rosa, Carlinhos das Camisas, Nelson Csipai e Villas Boas<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão e Eraldo Caê<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“Chico Buarque da Mangueira”<br />
Foi com um car<strong>na</strong>val empolgante, que emocionou o público e os sambistas, que a Verde e Rosa derra-<br />
mou poesia <strong>na</strong> passarela para exaltar o poeta no enredo que foi a grande marca desse car<strong>na</strong>val. A im-<br />
pressio<strong>na</strong>nte Comissão de Frente (Estandarte de Ouro), composta por malandros cariocas em extasiante<br />
coreografia, foi o prelúdio de um fenome<strong>na</strong>l espetáculo maculado, ape<strong>na</strong>s, pela falta de criatividade das<br />
fantasias de algumas alas. Nada comprometedor. O carisma do home<strong>na</strong>geado, o sucesso do samba-<br />
-enredo, tão injustamente criticado, e a garra apaixo<strong>na</strong>nte de cada componente fizeram o público da<br />
Sapucaí levantar-se para aclamar o desfile triunfal, que surpreendeu pela simplicidade comovente e<br />
assegurou o Estandarte de Ouro de Melhor Escola de 98.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 255
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 269,5<br />
256 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Darcy do Nascimento, Flavinho, Guga e Preto Jóia<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Quase no ano 2000...”<br />
A Imperatriz viajou no tempo para desvendar um futuro belo, luxuoso e fasci<strong>na</strong>nte. As alegorias estive-<br />
ram perfeitas, irretocáveis e as fantasias impressio<strong>na</strong>ram pelo requinte, como a das baia<strong>na</strong>s, que repre-<br />
sentavam lindamente os cinco continentes em suas saias, e a dos ritmistas-robôs, que criaram um efeito<br />
simplesmente delirante com suas bolas prateadas. Ambas as alas foram premiadas com o Estandarte de<br />
Ouro. A Verde e Branco de Ramos conseguiu novamente deslumbrar, mas ainda não foi dessa vez que<br />
conseguiu atingir o ponto ideal para se comunicar com o público.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 262,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Gilberto Gomes, Mocotó, Gustavo do Clarão da Lua, P.C. Portugal e Dadinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“Orfeu o negro do car<strong>na</strong>val”<br />
A Viradouro foi pura paixão. Mesclando três enredos – o mito grego Orfeu, a transposição do seu<br />
trágico amor por Eurídice para os dias atuais, e a história do car<strong>na</strong>val – Joãosinho Trinta ajudou a<br />
Vermelho e Branco de Niterói a arrancar gritos de “Bicampeã” do início ao fim do desfile. O bom<br />
samba, cantado com muita raça, a confiável Bateria, que segurou firme o ritmo durante os onze<br />
minutos de apagão do sistema de som, e as fantasias leves que facilitaram bastante a boa evolução,<br />
foram os principais fatores para tanto sucesso. O Bicampeo<strong>na</strong>to só ficou mesmo ameaçado por um
problema com a peruca da Porta-Bandeira Patrícia e pelas alegorias pouco impactantes. No mais,<br />
“aclamação geral”.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 270,0*<br />
AUTORES DO SAMBA: Alencar de Oliveira, Baby, Wilsinho Paz, Noel Costa e Marcão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Pará, o mundo místico dos Carua<strong>na</strong>s <strong>na</strong>s águas do Patu-Anu”<br />
Faltou alma ao mundo místico da Beija-Flor. Faltou também empatia com a plateia. As fantasias e carros<br />
alegóricos luxuosos e de bom gosto (apesar de um pouco pesados e grandes demais) não conseguiram<br />
cumprir, com precisão, a função de descrever o difícil e discutível tema que compreendia as tradições<br />
dos índios marajoaras. A harmonia também sofreu com algumas alas emboladas e a correria <strong>na</strong> reta<br />
fi<strong>na</strong>l. Foi um bom desfile, mas não um desfile Campeão. Mistérios da Criação...<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 238,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Adalto Magalha, Marcio Paiva, Adilson Gavião e Serginho do Porto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Serginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Vanderli e Juju Maravilha<br />
“De Gama a Vasco, a Epopeia da Tijuca”<br />
A Escola entrou em campo, isto é, <strong>na</strong> avenida, para home<strong>na</strong>gear o centenário do clube da Cruz de Malta. Como<br />
o enredo era, de certa forma, “perigoso”, tratou de disfarçar lembrando os 500 anos da viagem do <strong>na</strong>vegador<br />
português às Índias. Com seu estilo próprio, Oswaldo Jardim, conseguiu um bom efeito com carros e alegorias<br />
cobertos de espuma. Amparada por um samba-enredo de fácil assimilação, a Azul-Pavão e Amarela da Tijuca<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 257
teve sua melhor apresentação dos últimos anos quase arrui<strong>na</strong>da pelo “cartola” vascaíno, que provocou uma<br />
grande confusão com a imprensa em frente à cabine dos jurados, no setor nobre do Sambódromo.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 255,0<br />
258 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcio Andrezinho, Almir da Ilha e Mauricio 100<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Jerônimo e Andréia<br />
“Fatumbi, a Ilha de Todos os Santos”<br />
A Azul, Vermelho e Branca da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor, passou de forma correta, porém, “mor<strong>na</strong>” para con-<br />
tar a história do fotógrafo francês Pierre Verger que converteu-se ao candomblé <strong>na</strong> Bahia. O enredo<br />
(considerado o Melhor pelo Estandarte de Ouro) foi razoavelmente desenvolvido pela Escola através de<br />
fantasias media<strong>na</strong>s e alegorias que se desfaziam durante o desfile. De melhor mesmo, ficou o esforço<br />
dos componentes que cantaram, com muita vibração, o delicioso samba-enredo.<br />
As Escolas de Samba Unidos da Tijuca (12º) e Unidos do Porto da Pedra (13º), foram rebaixadas para o Grupo A. | As<br />
Escolas de Samba Império Serrano (1º) e São Clemente (2º), Campeãs do Grupo A, subiram para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços e Mestre-Sala e Porta-Bandeira.<br />
45 julgadores (05 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Neste ano foi elimi<strong>na</strong>do o quesito<br />
Conjunto. | Cada quesito com variação de 7 a 10 pontos | A nota mais alta e a nota mais baixa de cada quesito<br />
foi descartada. | Total de notas válidas: 27 | Desempate entre a 5ªe a 6ª colocada deu-se no quesito Samba-<br />
Enredo. | Total máximo de pontos possíveis: 270
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Gláucia Farias Miscow, Jaime Vieira Sampaio, Marco Antônio Khair, Maria do Carmo<br />
Ferreira, Marli Crespo Mazeredo | BATERIA: Luís Antônio Paiva e Silva, Manoel Mello, Ricardo Barbieri Durão,<br />
Roberto Scarambone, Wilson das Neves | COMISSÃO DE FRENTE: Fer<strong>na</strong>ndo de Almeida, Larissa Elias, Marcus Antônio<br />
Mendes de Miranda, Maria Elisa Proença, Naum Moyses Ajhaenblat | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de<br />
Desfiles | ENREDO: Antônio Idaló Neto, Carlos Eduardo Novaes, Cesar Teixeira Honorato, José Louzeiro, Mário<br />
Bruno Manzolillo | EVOLUÇÃO: Cid Maurício Coeli, Jaqueline Campos, Luís Eduardo Lima, Maureen Drummond,<br />
Míriam Magalhães Rocha | FANTASIA: Cláudia Bertoche, Lillian Mussi dos Santos, Lúcia Lewin Reis, Maria Magdale<strong>na</strong><br />
Bicalho, Marta Myriam Leal | HARMONIA: José Re<strong>na</strong>to Baptista, Luiz Ramos de Oliveira, Mariza Estrela,<br />
Miguel José Gonçalves, Roberto Horcades | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ângela Cristi<strong>na</strong> Bonissolo, Elizabeth<br />
Placereani, Luiz Felipe Ferreira, Rita de Cássia Costa, Vera Maria Aragão Sanchez | SAMBA-ENREDO: Antônio<br />
Cyro da Costa, Antônio Mendonça, Marcílio Rodrigues, Diney Siqueira Cunha, Sidney Lobo<br />
Rapidinhas<br />
• A bateria da Imperatriz Leopoldinense formou um conjunto cenográfico ímpar. Os ritmistas carregavam<br />
varas de pescar, altíssimas, sobre os ombros com bolas prateadas <strong>na</strong> ponta. O efeito foi sideral<br />
e espetacular. Vale mencio<strong>na</strong>r que estavam levíssimas e não atrapalharam, em momento algum, o<br />
movimento dos integrantes do coração da Escola.<br />
• Já a Bateria da Viradouro, levou uma batida em ritmo de baião. Mestre Jorjão não sabia mais o que inventar...<br />
• A confusão que o tal dirigente vascaíno aprontou com a imprensa em frente ao setor 9, bem embaixo do modulo<br />
3 dos jurados, prejudicou a Escola que acabou caindo para o Grupo de Acesso. Foi, no mínimo, ridículo.<br />
• Muito bonita a roda dos Orixás da União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor.<br />
• Mangueira, o teu cenário estava uma beleza... A home<strong>na</strong>gem a Chico Buarque de Holanda só poderia<br />
mesmo ter resultado em triunfo. A Comissão de Frente, composta por passistas representando a<br />
Ópera do Malandro, apresentou uma coreografia perfeita.<br />
• A última ala, ‘retrato em branco e preto’, trouxe painéis que ao se juntarem formavam o rosto do<br />
próprio home<strong>na</strong>geado. Um grande momento que ninguém jamais conseguirá esquecer.<br />
• O próprio Chico Buarque veio com muita simplicidade e timidez no carro dos baluartes reverenciando<br />
os grandes nomes da Escola durante todo o desfile. Muito bonito mesmo.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Joveli<strong>na</strong> Pérola Negra (1944-1998) ∙ Djalma Arruda (1934-1998).<br />
∙ Alberto Lo<strong>na</strong>to (Compositor portelense).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 259
| 1999<br />
260 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
1999 1999 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 14 E 15/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 14/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 1998.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 233,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Ricardo Góes, Ro<strong>na</strong>ldinho Soares, Chocolate e Antonio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jaime Cezário<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Serginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cristiano e Cíntia<br />
“A São Clemente comemora e traz Rui Barbosa para os braços do povo”<br />
Com um enredo muito erudito (uma home<strong>na</strong>gem aos 150 anos de <strong>na</strong>scimento do advogado, jor<strong>na</strong>lista,<br />
diplomata e se<strong>na</strong>dor baiano, que ganhou fama também, por não ser lá muito amigo do samba) a Amare-<br />
lo e Preto de Botafogo enfrentou alguns problemas em seu desfile. Faltaram: criatividade, empolgação,<br />
samba no pé, evolução e conjunto. Deixou a avenida como séria candidata ao descenso.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 253,0
AUTORES DO SAMBA: Bicudo, Djalma Falcão, Ditto e Jotta Erre<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Mauricio 100 e Roger<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Barbosa Lima, 101 anos do Sobrinho do Brasil”<br />
A Tricolor da Ilha superou muitas dificuldades para contar, com muita garra, a vida do acadêmico e jor<strong>na</strong>lista<br />
Barbosa Lima Sobrinho. Com uma estética até certo ponto duvidosa, a Comissão de Frente formada por Drag<br />
Queens grávidas (?) abriu o desfile que em alguns momentos chegou a empolgar o público. A Bateria foi o<br />
grande destaque. O car<strong>na</strong>valesco Milton Cunha soube misturar, com criatividade, o mapa do Brasil e a figura de<br />
Barbosa. Apresentação ape<strong>na</strong>s simpática.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 256,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Noca da Portela, Colombo, J. Rocha e Darcy Maravilha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rogerinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marcelinho e Rute<br />
“De volta aos caminhos de Mi<strong>na</strong>s Gerais”<br />
A Portela desfilou com animação e dignidade. Seu enredo reviveu fatos, curiosidades e perso<strong>na</strong>gens<br />
notáveis do universo mineiro. Faltou capricho <strong>na</strong> conclusão dos carros alegóricos e <strong>na</strong>s fantasias da Azul<br />
e Branco. Foi uma apresentação media<strong>na</strong>. Muito pouco para a tradição de uma Escola 21 vezes campeã.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 265,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Celso Trindade, Demá Chagas, Eduardo Dias e Líbero<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 261
262 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e A<strong>na</strong> Paula<br />
“O Salgueiro é sol e sal nos 400 anos de Natal”<br />
Faltou sal ao desfile do Salgueiro. Novamente a Escola pecou pelo número excessivo de componentes<br />
e Bicões. Conclusão: A evolução atravancou em muitos momentos e houve correria no fi<strong>na</strong>l. Uma pe<strong>na</strong>,<br />
pois as fantasias estavam luxuosas e adaptadas ao enredo e os carros alegóricos, criativos e bem acaba-<br />
dos. Mais uma vez a Bateria, afi<strong>na</strong>díssima, da Vermelho e Branco da Tijuca fez a diferença.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 251,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Evandro Bocão, Serginho 20 e Tito<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jorge Freitas e João Luis de Moura<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera e Jorge Tropical<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Tuca<br />
“João Pessoa, onde o sol brilha mais cedo”<br />
Parece que esse foi mesmo o ano dos enredos patroci<strong>na</strong>dos. Com um tema que não dava margem à grande<br />
criatividade, a Vila levou para a avenida as belezas <strong>na</strong>turais da capital paraiba<strong>na</strong> cantando, com vontade, o<br />
bonito samba. Apesar de todo entusiasmo, a Azul e Branco não consegui contagiar. A Escola compensou o<br />
orçamento curto usando muita palha, sisal, e sacos de aniagem. As alas passaram em monóto<strong>na</strong> alternância,<br />
ora com índios, ora com chapéu de couro nordestino. Um desfile ape<strong>na</strong>s razoável.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 248,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlos Se<strong>na</strong>, Maurição, Arlindo Cruz e Elmo Caetano<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jorginho do Império<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Rita
“Uma rua chamada Brasil”<br />
O Império trouxe para a avenida as agruras e alegrias dos brasileiros que tentam ganhar a vida em Nova<br />
York. O bom samba, cantado com animação por seus integrantes, em nenhum momento levantou a ar-<br />
quibancada. A uma profusão de fantasias pobres e pouco criativas, juntaram-se alegorias frágeis e com<br />
problemas de acabamento, decepcio<strong>na</strong>ndo a plateia do sambódromo que esperava mais de um enredo<br />
sobre a maior cidade do país mais rico do mundo. A harmonia e a evolução ficaram distantes dos gran-<br />
des momentos da Serrinha. E a Rua 46 deixou a Verde e Branco <strong>na</strong> mão.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 267,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Gomes, Mocotó, Gustavo do Clarão da Lua, Paulo Cesar Portugal e Dadinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“Anita Garibaldi, a heroí<strong>na</strong> das sete magias”<br />
A Viradouro fez um desfile extraordinário. Joãosinho Trinta arriscou muito ao utilizar to<strong>na</strong>lidades mui-<br />
to escuras <strong>na</strong>s fantasias e abusar das variantes do vermelho (roxo, rosa, laranja) <strong>na</strong>s alegorias. Ao<br />
evocar uma lenda açorea<strong>na</strong> para falar da home<strong>na</strong>geada, o enredo tornou-se um pouco confuso e<br />
provocou protesto em Santa Cataria<strong>na</strong>, estado <strong>na</strong>tal de Anita. A Bateria voltou a brilhar: fez mil para-<br />
dinhas, mostrou um toque afro interessante e levantou seus bumbos e taróis como faz o Olodum e a<br />
Timbalada. Um show a parte.<br />
SEGUNDA, 15/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela décima colocada do Grupo Especial de 1998.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 263
264 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 250,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Makumba, Baianinho, Jurandir e Português<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Junior<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“Nos braços da história, Jacarepaguá – Quatro séculos de glórias.”<br />
A Tradição fez o desfile mais simples do Grupo Especial. Além dos poucos recursos, a Escola careceu de<br />
empolgação, evolução e bom gosto. Trouxe um enredo ambicioso demais e ficou aquém dos seus planos.<br />
O assédio da imprensa ao redor da modelo Suza<strong>na</strong> Alves, a “tiazinha”, grande sucesso em um programa de<br />
televisão <strong>na</strong> época, prejudicou bastante a harmonia da Azul e Branco de Campinho.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 265,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Nêgo, Barbeirinho e Derê<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Verônica<br />
“Ei, Ei, Ei, Chateau é o nosso Rei...”<br />
Primoroso o trabalho do car<strong>na</strong>valesco Max Lopes trazendo alegorias maravilhosas e fantasias diversifi-<br />
cadas, para desenvolver, fabulosamente, o enredo que home<strong>na</strong>geou o jor<strong>na</strong>lista paraibano Assis Cha-<br />
teaubriand, o imperador da comunicação do Brasil. O samba não era dos melhores, mas foi cantado<br />
com raça pelos componentes. A Bateria, com uma paradinha imitando ritmos nordestinos, ganhou o<br />
Estandarte de Ouro como a Melhor de todas. A Verde, Vermelho e Branco de Duque de Caxias realizou<br />
um desfile rico, belo, divertido e ousado, merecendo uma chance de figurar entre as “grandes”.
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 253,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Sidney Leite, Flávio de Quintino, Marcelinho da Caprichosos, Bittar e Jorge 101<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Etevaldo Brandão<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jackson Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peixinho e Marcella<br />
“No Universo da Beleza, Mestre Pitanguy”<br />
Com um enredo difícil a Caprichosos de Pilares conseguiu empolgar a Sapucaí. O cirurgião plástico Ivo<br />
Pitanguy foi ovacio<strong>na</strong>do pelo público. A Azul e Branco enfrentou um grande problema <strong>na</strong> sua evolução<br />
ao desfilar rápido demais: foi obrigada a parar <strong>na</strong> avenida para cumprir o tempo mínimo da cronome-<br />
tragem. Fez uma apresentação irregular, alter<strong>na</strong>ndo boas ideias com outras confusas, o que acabou por<br />
comprometer a coesão do seu desfile.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 264,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Adalberto, Jocelino e Jerônimo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“O século do samba”<br />
A Verde e Rosa fez um passeio pela história do samba no século XX. A emocio<strong>na</strong>nte Comissão de<br />
Frente (Estandarte de Ouro) home<strong>na</strong>geando 14 sambistas “Imortais”, arrebatou a todos e entrou,<br />
incontestavelmente, para a história do car<strong>na</strong>val. Infelizmente o impacto inicial não foi mantido até<br />
o fi<strong>na</strong>l. O excesso de componentes atrapalhou a evolução, que se arrastou no início, correu a partir<br />
da metade e abriu um enorme buraco no fi<strong>na</strong>l. Uma pe<strong>na</strong>!<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 265
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 266,5<br />
266 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Santa<strong>na</strong>, Nascimento e Ricardo Simpatia<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Nira<br />
“Villa-Lobos e a apoteóse brasileira”<br />
Villa-Lobos ficaria orgulhoso... Com uma sinfonia em verde e branco a Mocidade mostrou a exuberância<br />
brasileira através da obra do Grande Maestro. Foi um desfile simples, quase clássico, em que a Escola<br />
passou praticamente perfeita, com carros e fantasias maravilhosos, que transportaram, em uma festa<br />
ecológica, a Amazônia para a avenida. Um pequeno problema <strong>na</strong> evolução, provocado pela demora da<br />
entrada de um carro, não foi suficiente para macular a magnífica apresentação, saudada pelo público<br />
com o grito de “É Campeã”. Conquistou quatro prêmios Estandarte de Ouro: Melhor Escola, Enredo,<br />
Mestre-Sala (Rogério) e Revelação (Nira). Um sucesso total.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 269,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilsinho Paz e Noel Costa<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Araxá, lugar alto onde primeiro se avista o sol“<br />
Levando para a avenida um enredo sem espaço para grandes ousadias, a Beija-Flor impressionou<br />
pelo desfile extremamente técnico e muito bonito que exaltou a magia da cidade mineira de Araxá.<br />
Com uma harmonia absolutamente perfeita, a Azul e Branco passou compacta cantando com garra,<br />
do início ao fim, o ótimo sambaenredo vencedor do Estandarte de Ouro. A galera aprovou e a saudou<br />
com gritos de “Bicampeã!”
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 269,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Cesar Som Livre, Waltinho Honorato, João Estevam e Eduardo Medrado<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia e Rixxa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Brasil mostra a sua cara em... Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae”<br />
A Imperatriz foi buscar <strong>na</strong> obra dos pintores holandeses, que chegaram ao Brasil no século XVII, o en-<br />
redo mais intrigante do ano. Abusou do verde e do amarelo para mostrar as belezas do nosso país. O<br />
tema foi bem contado através dos carros alegóricos caprichados e do bom samba-enredo. Dessa vez, a<br />
car<strong>na</strong>valesca Rosa Magalhães errou a mão em algumas fantasias, como a das baia<strong>na</strong>sborboletas que mal<br />
conseguiam girar devido às asas e aos chapéus. A harmonia apresentou falhas e a Escola também não<br />
conseguiu levantar o público, que assistiu a sua apresentação em respeitoso silêncio e sem entusiasmo.<br />
Foi uma aula de arte e história que não conseguiu empolgar.<br />
As Escolas de Samba Império Serrano (13º) e São Clemente (14º), foram rebaixadas para o Grupo A. | As Es-<br />
colas de Samba Unidos da Tijuca (1º) e Unidos do Porto da Pedra (2º), Campeãs do Grupo A, subiram para o<br />
Grupo Especial. | Merece menção especial o arrebatador desfile da Escola de Samba Unidos da Tijuca no Grupo<br />
A, apresentando o enredo “Os Donos da terra”, sobre os índios brasileiros, embalado por um dos mais belos<br />
sambas-enredos de todos os tempos.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços e Mestre-Sala e Porta-Bandeira.<br />
27 julgadores (03 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Neste ano foi elimi<strong>na</strong>do o quesito<br />
Conjunto. | Cada quesito com variação de 7 a 10 pontos | Total de notas válidas: 27 | Desempate entre a 5ªe<br />
a 6ª colocada deu-se no quesito Bateria. | Total máximo de pontos possíveis: 270<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 267
268 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Marco Antonio P. da Silva, Maurício Salgueiro, Ricardo Uzeda Braga | BATERIA: Cláudio<br />
Luiz Matheus, João de Aquino, Téo Lima | COMISSÃO DE FRENTE: Cláudia Kopke, Maysa Chebaddi, Raphael David<br />
| CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Guilherme Fiúza, José Clécio Quesado, Pedro Arídio |<br />
EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Marília Reis Ferolla, Wilson Coutinho | FANTASIA: Dulce Tupy, Lourdes Luz, Sônia Gallo<br />
| HARMONIA: Joãozinho Athayde, Luiz Carlos Batista, Roberto Horcades | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ilclemar<br />
Nunes, Rita de Cássia Costa, Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Fred Góes, Rui Maurity<br />
Rapidinhas<br />
• Nesse ano duas Escolas de Samba tiveram que, literalmente, parar de evoluir, para que não termi<strong>na</strong>ssem os<br />
seus desfiles antes do tempo mínimo determi<strong>na</strong>do pelo regulamento: Caprichosos de Pilares e Imperatriz<br />
Leopoldinense.<br />
• Como a presença da modelo Tiazinha conseguiu atrapalhar o desfile da Tradição, não é mesmo?<br />
• Grandes momentos da Caprichosos de Pilares: A exibição do primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Ban-<br />
deira (com fantasias confeccio<strong>na</strong>das em pe<strong>na</strong>s de pavão), o carro que representou o incêndio do circo em<br />
Niterói e, sem dúvida, o ‘Solar da Caridade’, que trouxe o Dr. Ivo Pitangui e família. O home<strong>na</strong>geado veio no<br />
ponto mais alto do carro e foi delirantemente aplaudido pelo público.<br />
• Com suas fantasias brancas, as baia<strong>na</strong>s do Salgueiro luziram <strong>na</strong> avenida. Estavam lindas. E o brilho do últi-<br />
mo carro da Escola, que representava o sol, foi produzido por 600 metros de néon.<br />
• Na Unidos do Viradouro, as alas seguiam as mesmas cores das alegorias que as precediam. A Escola abu-<br />
sou da combi<strong>na</strong>ção dourado com cereja. Tudo com muito bom gosto.<br />
• Já as douradas baia<strong>na</strong>s do Império Serrano vieram de‘Meu negócio é ba<strong>na</strong><strong>na</strong>’.<br />
• O que dizer da cachoeira que jorrava em um dos carros da Beija-Flor de Nilópolis? Foi a mais bonita que<br />
eu já vi até hoje.<br />
• EMOCIONANTE a Comissão de Frente da Estação Primeira de Mangueira. Utilizando máscaras de sili-<br />
cone e um figurino perfeito, os 14 integrantes perso<strong>na</strong>lizaram os seguintes bambas: Carmem Miranda,<br />
Clara Nunes, Clementi<strong>na</strong> de Jesus, Tia Ciata, Candeia, Cartola, Donga, Ismael Silva, Mestre Fuleiro,
Natal, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Sinhô. Foi a mais perfeita Comissão de Frente de<br />
todos os tempos. Arrepiou geral.<br />
• Uma pe<strong>na</strong> que a saia vazada da primeira Porta-Bandeira da Mangueira tenha arrebentado, prejudican-<br />
do sua exibição. A roupa da Giova<strong>na</strong> home<strong>na</strong>geava a inesquecível Neide.<br />
• Mesmo enfrentando alguns problemas, o melhor desfile do ano, <strong>na</strong> minha opinião, foi o da Moci-<br />
dade Independente de Padre Miguel. O primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, de pierrô e<br />
colombi<strong>na</strong>, estava sublime. O carro alegórico que trazia a orquestra, com o ‘trenzinho caipira’ movi-<br />
mentando-se ao fundo, encantou o público. E no ‘Sodade do Cordão’ que ostentou um imenso pierrô<br />
cuja gola era toda composta por copinhos de café descartáveis pintados de prateado, utilizou-se, pela<br />
primeira vez, canhões de ejeção de papel lami<strong>na</strong>do.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Juju Maravilha (1935-1999) ∙ Carlos Cachaça (1902-1999) ∙<br />
Zé Kéti (1921-1999).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 269
| 2000<br />
270 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
2000 2000 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 05 E 06/03 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 05/03<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 1999. | Em comemoração aos 500 anos do<br />
Descobrimento do Brasil o car<strong>na</strong>val das Escolas de Samba, nesse ano, foi monotemático, com todas as<br />
agremiações exaltando, obrigatoriamente, a brasilidade.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 268,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Silvão, Ricardo Góes, Ro<strong>na</strong>ldinho Soares, Chocolate e Fer<strong>na</strong>ndo Lima<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jaime Cezário<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ito Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Toninho e Andréa<br />
“Ordem e Progresso, Amor e Folia no milênio da fantasia”<br />
O enredo da Vermelho e Branco focou a passagem do período Imperial para o Republicano. Muito<br />
pretensioso, não conseguiu ser bem expla<strong>na</strong>do <strong>na</strong> avenida. O excesso de cores <strong>na</strong>s alas provocou certa<br />
poluição visual. Na verdade, faltou ousadia criativa à Escola, que, também, não conseguiu empolgar o<br />
público. Salvaram-se a Bateria e a bonita Comissão de Frente.
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 284,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Pedrinho Messias, J. Mendonça e Mingau<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Verônica<br />
“Car<strong>na</strong>val à vista – Não fomos catequizados, fizemos car<strong>na</strong>val”<br />
Trouxe um enredo bastante interessante e bem desenvolvido: uma revisão da história do Brasil contada a partir<br />
da evolução do próprio car<strong>na</strong>val. E a Tricolor de Duque de Caxias, com uma enorme constelação de artistas e de<br />
jogadores de futebol, conseguiu empolgar a avenida. Os problemas começaram com o mau funcio<strong>na</strong>mento de<br />
alguns carros alegóricos e termi<strong>na</strong>ram com a correria desenfreada das últimas alas, para não estourar o tempo<br />
permitido. Desfile ape<strong>na</strong>s mediano.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 272,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Evandro Bocão, Serginho 20, Tito, Leonel e Ivan da Wanda<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Oswaldo Jardim<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jorge Tropical e Edmilson<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Tuca<br />
“Eu sou índio, eu também sou imortal”<br />
Os componentes da Azul e Branco compensaram, no peito e <strong>na</strong> raça, as dificuldades fi<strong>na</strong>nceiras enfren-<br />
tadas pela Escola. Os maiores problemas foram percebidos no acabamento dos carros alegóricos e de<br />
algumas fantasias. O samba inspirado, a excelente bateria e a explosão de criatividade do car<strong>na</strong>valesco<br />
Oswaldo Jardim, foram seus principais pontos positivos.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 276,0<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 271
272 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Mauro, Claudinho, J. Bodão e Márcio do Swing<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Etevaldo Brandão<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jackson Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Peixinho e Marcella<br />
“Brasil, teu espírito é santo”<br />
A Caprichosos reencontrou-se com a crítica política. Mas sem a irreverência e a graça que a fizeram fa-<br />
mosa. Seu enredo (Estandarte de Ouro) reviveu a história recente do Brasil, dando ênfase ao período da<br />
ditadura militar, através das alegorias e fantasias de gosto bastante duvidoso. A Azul e Branco até cantou<br />
o samba com animação, mas a harmonia sofreu quando o terço fi<strong>na</strong>l da Escola precisou correr para não<br />
perder pontos. Faltou sutileza e sobrou seriedade ao desfile irregular.<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 274,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Lourenço e Adalto Magalha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Junior<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“Liberdade! Sou Negro, Raça e Tradição”<br />
A Escola de Campinho desfilou com um número escessivo de componentes o que acabou provocando<br />
correria no fi<strong>na</strong>l da apresentação e, claro, prejuízo à sua evolução.Todas as alas da Azul e Branco vieram co-<br />
reografadas, comprometendo a harmonia e a espontaneidade dos desfilantes. Mesmo assim, desenvolveu<br />
satisfatoriamente o bonito enredo, transmitindo emoção e alegria à plateia.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 297,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Dico da Viola, Jefinho, Marquinho Índio e Marquinhos PQD<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulo Henrique, Nêgo Martins e Tiãozinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Nira<br />
“Verde, amarelo, branco, anil - colorem o Brasil no ano 2000”<br />
Inspirado <strong>na</strong> música “Um índio”, de Caetano Veloso, o car<strong>na</strong>valesco Re<strong>na</strong>to Lage imaginou aborígenes,<br />
recém-chegados do espaço, em um voo de reconhecimento pelo país. Embora um pouco confuso, o<br />
enredo da Verde e Branco proporcionou um trabalho brilhante e criativo em fantasias e alegorias, como<br />
a prateada e cheia de luz Nave-Mãe do Abre-Alas, que deixou a plateia extasiada. A garra dos sambistas<br />
e a fantástica bateria completaram o magnífico desfile que candidatou a Mocidade ao título de Campeã.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 276,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Amilton Damião, Ailton Damião, Edynei, Zezé do Pandeiro e Edinho Leal<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: José Felix Garcez<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera e Anderson<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marcelinho e Rute<br />
“Trabalhadores do Brasil - A época de Getúlio Vargas”<br />
Com um desfile morno, a Azul e Branco de Madureira fechou o Domingo de car<strong>na</strong>val. O enredo que<br />
abordou as mudanças da “Era Vargas” não conseguiu sacudir o público <strong>na</strong> Marquês de Sapucaí e,<br />
ainda, causou polêmica ao ser acusado de exaltar demais a figura do caudilho. Trazendo fantasias e<br />
alegorias pouco inventivas, a realização foi pobre em comparação à grandeza da Escola. Chamaram<br />
atenção, ape<strong>na</strong>s, a bela atuação da bateria e os componentes que esbanjaram empolgação.<br />
SEGUNDA, 06/03<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A de 1999.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 273
274 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 293,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Henrique Badá, Edson de Oliveira e Jacy Inspiração<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Gleice Simpatia<br />
“Terra dos papagaios... Navegar foi preciso”<br />
O enredo da Azul-Pavão e Amarelo contando o Descobrimento do Brasil desde a viagem até a primeira sema<strong>na</strong><br />
de existência da “Nova Terra” foi bem detalhado, com fantasias e carros alegóricos de bela execução. A maior<br />
controvérsia ficou por conta da <strong>imagem</strong> de Nossa Senhora da Boa Esperança, que vetada pela Igreja não foi le-<br />
vada à avenida. A Tijuca realizou um desfile competente, sustentado por uma bateria simplesmente maravilhosa.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 289,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcelo D’Aguiã, Bizuca, Gilson Bernini e Valter Veneno<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão, Clovis Pê e Eraldo Caê<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“Dom Oba II – Rei dos Esfarrapados, Príncipe do povo”<br />
A Mangueira contou a luta pela liberdade e dignidade dos negros brasileiros a partir da história do<br />
Príncipe da Nação Iorubá que veio para o Brasil como escravo e tornou-se herói <strong>na</strong> Guerra do Paraguai.<br />
Apesar da sensacio<strong>na</strong>l Comissão de Frente e do emocio<strong>na</strong>nte samba-enredo (Estandarte de Ouro), a<br />
Verde e Rosa pecou pelo gigantismo dos carros alegóricos e pelas fantasias bonitas, porém pesadas. O<br />
número excessivo de componentes causou grande prejuízo à harmonia do conjunto. A Nação Manguei-<br />
rense não merecia tantos problemas, especialmente nesse ano.
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 290,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Fer<strong>na</strong>ndo Baster, J. C. Couto, João da Valsa e Touro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Vanderli e Fer<strong>na</strong>nda<br />
“Sou Rei, sou Salgueiro, meu rei<strong>na</strong>do é brasileiro”<br />
Mesmo trazendo 5.500 componentes, um exagero, a Vermelho e Branco conseguiu realizar o seu desfile<br />
sem nenhum atraso ou problema <strong>na</strong> harmonia. Conciliou luxo, precisão e didatismo para contar a che-<br />
gada de Dom João VI ao Brasil, conquistando os camarotes e as arquibancadas com o samba de refrão<br />
fácil. Tudo correu tão bem, que a Bateria (Estandarte de Ouro) teve tempo de dar um verdadeiro show,<br />
inesperado, <strong>na</strong> Apoteose. O povão retribuiu com insistentes gritos de “Já Ganhou!”. O Estandarte de<br />
Ouro premiou ainda o Salgueiro com o troféu de Melhor Escola do car<strong>na</strong>val 2000.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 299,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Marquinhos Lessa, Guga, Tuninho Professor, Amaurizão e Chopinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade, Ro<strong>na</strong>ldinho e Braguinha<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Quem descobriu o Brasil foi seu Cabral, no dia 22 de Abril,<br />
dois meses depois do car<strong>na</strong>val”<br />
Dessa vez o Descobrimento do Brasil foi mostrado, com maestria, pela car<strong>na</strong>valesca Rosa Magalhães que<br />
demonstrou grande domínio no uso das cores. Apresentando fantasias e alegorias luxuosas, a Verde e<br />
Branco de Ramos passou empolgada como nunca pela Sapucaí, sonhando com o Bicampeo<strong>na</strong>to que,<br />
afi<strong>na</strong>l, acabou conquistando. Tanto a magnífica Comissão de Frente, quanto as baia<strong>na</strong>s, divi<strong>na</strong>s, acres-<br />
centaram mais um Estandarte de Ouro às suas vastas coleções de prêmios.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 275
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 286,5<br />
276 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Marquinhos do Banjo, Niva e Franco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Serginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Pra não dizer que não falei das flores”<br />
A Azul, Vermelho e Branco da Ilha levou para a avenida um tema ousado (o trabalho de artistas que,<br />
com sua arte, denunciavam a ditadura militar). Uma proposta não muito bem realizada. Um princípio<br />
de incêndio no carro Abre-Alas desestabilizou o início da sua apresentação. As fantasias e as alegorias<br />
não deram a impressão de um acabamento cuidadoso. Em compensação, a Bateria fez coreografias, deu<br />
paradinhas e manteve o ritmo do samba-enredo, garantindo a empolgação que marcou o desfile.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 299,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Igor Leal e Amendoim da Beija-Flor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Brasil, um coração que pulsa forte, Pátria de todos ou terra de ninguém”<br />
O enredo confuso, que beirou o incompreensível, foi o principal defeito do correto desfile da Azul e<br />
Branco de Nilópolis que aproveitou para mostrar tudo o que quis. Como sempre, os componentes<br />
cantaram o samba e desfilaram animados sem deixar buracos <strong>na</strong> pista. Só não conseguiram mesmo,<br />
entusiasmar o público. Ainda assim, a Beija-Flor deixou a passarela como uma das favoritas ao título<br />
de Campeã do car<strong>na</strong>val dos 500 anos.
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 298,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Gilberto Gomes, Mocotó, Gustavo do Clarão da Lua, Paulo Cesar Portugal e Dadinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“Brasil: Visões de Paraísos e Infernos”<br />
A Viradouro passou pela avenida compacta, harmoniosa e com uma vibração que, claro, encantou a plateia.<br />
O contraste entre o Paraíso (branco) e o Inferno (vermelho), criados por Joãosinho Trinta, deu um tom extra-<br />
ordi<strong>na</strong>riamente dramático ao desfile. Os ritmistas da Vermelho e Branco ousaram, com uma batida afro, para<br />
acompanhar o refrão do bom samba-enredo. A galera retribuiu aos gritos de “É Campeã!”<br />
As Escolas de Samba Unidos de Vila Isabel (13º) e Unidos do Porto da Pedra (14º) foram rebaixadas para o<br />
Grupo A. | As Escolas de Samba Império Serrano (1º) e Paraíso do Tuiuti (2º), Campeãs do Grupo A, subiram<br />
para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
30 julgadores (03 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | O Conjunto volta a ser apreciado<br />
como quesito a partir de 2000. | Cada quesito com variação de 7 a 10 pontos | Total de notas válidas: 30 |<br />
Desempate entre a 10ªe a 11ª colocada deu-se no quesito Bateria. | Total máximo de pontos possíveis: 300<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Marco Antonio P. da Silva, Mário Fraga, Rogério Kato | BATERIA: Cláudio Luiz Matheus,<br />
Ivan Paulo, Mário Jorge Bruno | COMISSÃO DE FRENTE: Aníbal Lavalle, Mário Cardoso, Maysa Chebaddi | CON-<br />
JUNTO: Dulce Tupy, José Clécio Quesado, Ricardo Rizzo | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO:<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 277
Aderbal Júnior, Eurico Antônio Calvente, Guilherme Fiúza | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Marília Reis Ferolla, Oto-<br />
niel Serra | FANTASIA: A<strong>na</strong> Maria Peixoto, Lourdes Luz, Márcia Barroso do Amaral | HARMONIA: Er<strong>na</strong>ni Lopes,<br />
Hélio Capucci, Luiz Carlos Batista | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marly Leal, Rita de Cássia Costa, Tito Canha<br />
| SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Rui Maurity, Sidney Lobo<br />
278 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• Devido as comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil, todas as Escolas trouxeram enredos alu-<br />
sivos a importantes momentos da nossa história.<br />
• O Palácio dos Orixás (utilizando material cenográfico imitando mármore), levado à avenida pela Acadêmi-<br />
cos do Grande Rio, estava suntuoso.<br />
• O incêndio no Abre-Alas da União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor não permitiu que a Escola realizasse um bom desfile.<br />
• Muito interessante o contraste mostrado no carro alegórico da Beija-Flor de Nilópolis que trouxe um ban-<br />
quete <strong>na</strong> parte da frente e uma favela <strong>na</strong> parte de traz.<br />
• A Comissão de Frente da Estação Primeira de Mangueira deu um verdadeiro show. Além da ce<strong>na</strong> do parto de<br />
D. Oba, que passou uma sensação de impressio<strong>na</strong>nte realismo, houve troca de figurinos em ple<strong>na</strong> avenida.<br />
• Outra Comissão de Frente a causar impacto, foi a da Imperatriz Leopoldinense. Os componentes le-<br />
vavam adereços que se transformavam ora em um dragão ora em uma caravela. Um espetáculo de<br />
beleza coreográfica.<br />
• A fantasia do primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Imperatriz, Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong>,<br />
chamou bastante atenção. Inteiramente confeccio<strong>na</strong>da com contas <strong>na</strong>s cores bege, marrom, amarela<br />
e vermelha. Uma das mais bonitas a se apresentar no sambódromo. Criação de Antonio Sperandini.<br />
• O desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel foi classe A. No Abre-Alas, uma imensa <strong>na</strong>ve<br />
espacial (onde 80 integrantes da Intrépida Trupe realizavam acrobacias) vazada e totalmente or<strong>na</strong>men-<br />
tada por cente<strong>na</strong>s de latas de cerveja e milhares de forminhas metálicas. Tudo para passar a ideia de<br />
um car<strong>na</strong>val sideral. Uma verdadeira maravilha....<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Do<strong>na</strong> Neuma (1922-2000) ∙ Nega Pelé (passista portelense)<br />
∙ Wanda Batista (Destaque da Portela) ∙ Anescarzinho (1929-2000) ∙ Fer<strong>na</strong>ndo Leandro (presidente da<br />
Caprichosos de Pilares) ∙ João Nogueira (1941-2000) ∙ Tijolo (passista da Portela).
| 2001<br />
2001 2001 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 25 E 26/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 25/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 2000.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Paraíso do Tuiuti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 260,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Cesar Som Livre, Kleber Rodrigues, David Lima e Cláudio Martins<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Menezes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ciganerey<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinhos Sorriso e Cristiane<br />
“Um Mouro no Quilombo: Isto a história registra”<br />
A Paraíso do Tuiuti fez bonito <strong>na</strong> sua estreia no Grupo Especial. Levou para a Sapucaí uma mensagem<br />
de paz simbolizada pelo encontro de um árabe com um judeu. Infelizmente o bom enredo não rendeu<br />
o esperado. O samba, de rica melodia e um dos melhores do ano, estranhamente foi pouco cantado<br />
pelos componentes que pareciam não acreditar que estavam desfilando entre as “grandes”. O amarelo<br />
e o azul, cores da Escola, foram representados harmonicamente <strong>na</strong>s bem acabadas e criativas fantasias<br />
e alegorias. Porém, a falta de estrutura ficou evidente no conjunto da agremiação, que terminou punida<br />
com três pontos por ter exibido em sua apresentação merchandising.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 279
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 286,0<br />
280 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Lourenço e Adalto Magalha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Junior<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Celino Dias<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“Hoje é Domingo, é alegria. Vamos sorrir e cantar!”<br />
A Tradição bebeu da água da fama. E em goles grandes. A presença do apresentador e empresário Silvio Santos<br />
levou as arquibancadas ao delírio. Mas após a passagem do home<strong>na</strong>geado e sua entourage, a Azul e Branco<br />
não soube manter a empolgação e pouca coisa funcionou. A correria prejudicou a evolução, e os carros alegó-<br />
ricos bem poderiam ter sido multados por excesso de velocidade.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 280,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Vicente das Neves, Gilmar L. Silva, Douglas, Toninho, Gentil e Wantuir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Gleice Simpatia<br />
“Tijuca, com Nelson Rodrigues, pelo buraco da fechadura”<br />
Com um enredo de leitura fácil, a Azul-Pavão e Amarelo tijuca<strong>na</strong> car<strong>na</strong>valizou Nelson Rodrigues com<br />
êxito. Entretanto, quem esperava um desfile audacioso e polêmico, decepcionou-se. Faltou um pouco<br />
mais de animação. Muitos componentes passaram sem cantar o samba-enredo que, por isso mesmo,<br />
não conseguiu crescer <strong>na</strong> avenida. Bonitinha, a Unidos da Tijuca se deixou pecar por problemas ordiná-<br />
rios. Três carros apresentaram defeito e fizeram a Escola embolar e correr no fi<strong>na</strong>l para não estourar o<br />
tempo máximo.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 296,5
AUTORES DO SAMBA: Augusto, Zé Carlos do Saara, Rocco Filho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Marcella<br />
“Salgueiro no mar de Xarayés, é Panta<strong>na</strong>l, é car<strong>na</strong>val”<br />
Do Panta<strong>na</strong>l o Salgueiro levou para a passarela a água e a fau<strong>na</strong>, ignorando o verde da flora. Ousou<br />
ao carregar <strong>na</strong>s suas próprias cores, o vermelho e o branco, misturadas principalmente ao amarelo. A<br />
agremiação passou pela Sapucaí corretamente. Quase tropeçou <strong>na</strong> evolução devido ao grande número<br />
de desfilantes, necessitando correr no trecho fi<strong>na</strong>l para não ultrapassar o limite de tempo. Show mesmo<br />
quem deu foi a bateria com suas tradicio<strong>na</strong>is paradinhas e o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Ro-<br />
<strong>na</strong>ldinho e Marcella Alves, que conquistaram o Estandarte de Ouro.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 287,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Joãozinho, Marcelo do RAP, Domenil e J. Brito<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Lucinha Nobre<br />
“Paz e Harmonia – Mocidade é Alegria”<br />
A Mocidade fez um desfile de Primeira. Agradou e, principalmente, emocionou a todos ao apresentar<br />
um car<strong>na</strong>val da melhor qualidade. As fantasias e alegorias estavam belíssimas, e a bateria, “de arrepiar”,<br />
foi premiada, com justiça, pelo júri do Estandarte de Ouro. A Verde e Branco de Padre Miguel teve um<br />
desempenho memorável, mesmo tendo iniciado a sua apresentação de forma tensa, com a Comissão de<br />
Frente evoluindo sem a fantasia estar completa. Perdeu três pontos por exibir merchandising em um dos<br />
seus carros alegóricos.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 280,5<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 281
282 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Flávio Bororó, Zeca Sereno, Wagner e Paulo Aparício<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marcelinho e Andréia<br />
“Querer é poder”<br />
A Águia ganhou luzes nos olhos e plumagem nova, branca e dourada. Todavia, realizou um voo<br />
bastante acanhado. O enredo buscou inspiração nos quatro elementos que geram a vida: água, ter-<br />
ra, fogo e ar, contudo, mesmo apelando para as forças da <strong>na</strong>tureza, a Azul e Branco não conseguiu<br />
passar empolgação para o público. A Tabajara do samba, como é conhecida a sua bateria, esteve<br />
num dos seus melhores momentos, porém a evolução deixou muito a desejar. Para a Portela, querer,<br />
nem sempre é poder.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 299,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Déo, Caruso, Cleber e Osmar<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“A saga de Agotime, Maria Mineira Naê”<br />
A Azul e Branco fez um belíssimo desfile à luz do amanhecer. O fantástico enredo (Estandarte de Ouro),<br />
inspirado em relatos da Pajé Zeneida Lima sobre a história de sua tataravô (uma Rainha Africa<strong>na</strong> transfor-<br />
mada em escrava no Brasil), foi perfeitamente desenvolvido através de criativas alegorias que apelaram até<br />
para o sobre<strong>na</strong>tural, e das luxuosas fantasias em cores fortes. A comunida
SEGUNDA, 26/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A em 2000.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 280,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlos Se<strong>na</strong>, Maurição, Arlindo Cruz e Elmo Caetano<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sílvio Cunha, Ernesto Nascimento e Actir Nascimento<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos da Paz<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Ja<strong>na</strong>í<strong>na</strong><br />
“O rio corre pro mar”<br />
O Império acertou ao contar a história do primeiro sindicato do Brasil, o dos estivadores do cais do por-<br />
to, de onde saíram os seus principais fundadores. Não obstante embalados pelo melhor samba-enredo<br />
do ano (Estandarte de Ouro) e por uma espetacular bateria, os imperianos enfrentaram graves proble-<br />
mas em evolução com a formação de enormes clarões entre as alas. Os deficientes carros alegóricos e<br />
as fantasias mal acabadas, conferiram à Verde e Branco de Madureira um “quê” de Escola menor, fora<br />
do grupo das melhores.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 277,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge 101, Luiz Pião, Gule e Lequinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jaime Cezário<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão, Jackson Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Luiz Augusto e De<strong>na</strong>zir<br />
“Goiás, um sonho de amor no coração do Brasil”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 283
A Caprichosos contou, de maneira bem descritiva, a odisséia que transformou Goiás no próspero esta-<br />
do que é hoje. Mesmo sem a prometida presença dos principais cantores sertanejos goianos, a Azul e<br />
Branco apresentou-se com dignidade. Se esteticamente apresentou falhas, como falta de capricho <strong>na</strong>s<br />
fantasias e alegorias, e se a harmonia não foi lá das melhores, no “quesito” animação os componentes<br />
deram um verdadeiro show, contagiando o povão <strong>na</strong>s arquibancadas.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 293,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Gilberto Gomes, Mocotó, Gustavo do Clarão da Lua, Paulo Cesar Portugal e Dadinho<br />
284 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki e Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“Os Sete Pecados Capitais”<br />
A ousadia da magnífica bateria de Mestre Ciça e a empolgação dos sambistas, foram a redenção da Vira-<br />
douro nesse car<strong>na</strong>val. A Escola entrou luxuosa e entusiasmada, mas cometeu alguns pecados: fantasias<br />
repetitivas, carros alegóricos com mau acabamento, enredo com pouca visibilidade e uma harmonia va-<br />
cilante, causada, principalmente, por uma pressa sem justificativa aparente. A plateia perdoou as falhas<br />
e aplaudiu calorosamente a Vermelho e Branco, que desfilou sem a presença do car<strong>na</strong>valesco, demitido<br />
pouco antes do car<strong>na</strong>val.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 300,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Marquinhos Lessa, Guga e Tuninho Professor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Ca<strong>na</strong>-caia<strong>na</strong>, Ca<strong>na</strong> Roxa, Ca<strong>na</strong> Fita, Ca<strong>na</strong> Preta, Amarela,<br />
Per<strong>na</strong>mbuco... Quero vê desce o suco <strong>na</strong> pancada do ganzá”
Usando tons fluorescentes, do amarelo-ouro ao verde-limão, a Imperatriz fez uma apresentação <strong>na</strong> mes-<br />
ma linha dos anos anteriores para buscar o Tricampeo<strong>na</strong>to. Dessa vez, para contar a história da ca<strong>na</strong>-de-<br />
-açúcar e da cachaça, despejou fantasias impecáveis e carros luxuosos, cheios de detalhes, <strong>na</strong> Sapucaí.<br />
Mesmo trazendo um samba de refrão fácil a Escola de Ramos, novamente, não conseguiu empolgar e<br />
ainda enfrentou problemas com a sua evolução. Curiosamente, dedicou quase um terço do seu desfile à<br />
Mangueira, com o intento de reverenciar Carlos Cachaça, um dos fundadores da coirmã. Não convenceu.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 299,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcelo D’Aguiã, Bizuca, Gilson Bernini e Clovis Pê<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão e Clovis Pê<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“A Seiva da vida”<br />
Os libaneses, descendentes diretos dos Fenícios, glorificados no enredo, tiveram que dividir espaço com<br />
as home<strong>na</strong>gens à Do<strong>na</strong> Neuma, falecida no ano anterior. A Estação Primeira veio bonita e luxuosa não<br />
apresentando grandes problemas <strong>na</strong> sua evolução. O car<strong>na</strong>valesco Max Lopes acertou nos tons de verde<br />
e rosa e nos carros alegóricos, maiores e mais sofisticados do que em anos anteriores. Mesmo enfren-<br />
tando problemas de saúde, Jamelão emocionou ao interpretar o samba com a imponência de sempre.<br />
As Baia<strong>na</strong>s, lindas, conquistaram mais uma vez o Estandarte de Ouro. E a Velha Manga, cativando e<br />
despertando paixões, provou que estava no páreo mais uma vez.<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 274,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcio Andrezinho, Djalma Falcão,Almir da Ilha e Dito<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Wany Araújo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires, Roger e Mauricio 100<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 285
286 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“A União faz a força com muita energia”<br />
E não é que faltou energia ao desfile da Ilha? Não só a das inúmeras lâmpadas das alegorias que fa-<br />
lharam e não acenderam, mas a que deveria empolgar o público também. A Escola em <strong>na</strong>da lembrou a<br />
União da Ilha alegre que sabia aproveitar bem o azul, o branco e o vermelho. Abusou da cor preta <strong>na</strong>s<br />
fantasias repetitivas e sem criatividade. Os pesados adereços de cabeça e mãos, e os carros alegóricos,<br />
carentes de um melhor acabamento, ape<strong>na</strong>s agravaram seus problemas. Foi uma apresentação sem<br />
brilho que ofuscou, até mesmo, alguns dos seus bons momentos.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 289,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Cláudio Russo, Carlos Santos, Zé Luiz e Ciro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Verônica<br />
“Gentileza, o Profeta saído do fogo”<br />
Para ajudar a contar a história do “Profeta” Gentileza que pregava a paz <strong>na</strong>s ruas do Rio, a Grande<br />
Rio trouxe um dublê americano que sobrevoou três vezes o Sambódromo, qual um astro<strong>na</strong>uta, exta-<br />
siando todos os presentes e entrando para a história dos desfiles. Mas a apresentação da Tricolor de<br />
Duque de Caxias não se resumiu ape<strong>na</strong>s a esse momento de grande impacto. As alas se superaram<br />
em beleza, e as imponentes alegorias chamaram a atenção da plateia. O ritmo acelerado no fi<strong>na</strong>l<br />
e a perda de três pontos, causada pelo desacoplamento de um dos carros alegóricos, abalaram a<br />
chance da disputa pelo título.<br />
As Escolas de Samba União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor (13º) e Paraíso do Tuiuti (14º), foram rebaixadas para o Gru-<br />
po A. | As Escolas de Samba Unidos do Porto da Pedra (1º) e São Clemente (2º), Campeãs do Grupo A, subiram<br />
para o Grupo Especial.
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
30 julgadores (03 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. Cada quesito com variação de<br />
7 a 10 pontos | Total de notas válidas: 30 o tempo máximo de desfile passa para 80 minutos. | A Escola<br />
de Samba Paraíso do Tuiuti perdeu 03 pontos em obrigatoriedades (merchandising) | A Escola de Samba<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel perdeu 03 pontos em obrigatoriedades (merchandising) | A<br />
Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio perdeu 03 pontos em obrigatoriedades (número de alego-<br />
rias maior que o permitido). | Desempate entre a 9ªe a 10ª colocada deu-se no quesito Bateria. | Total<br />
máximo de pontos possíveis: 300<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: José Eduardo Walsh Ferreira, Rogério Kato, Vera Beatriz Sauer Rupp | BATERIA: Ivan Pau-<br />
lo, Luiz Carlos Torquato Reis, Mário Jorge Bruno | COMISSÃO DE FRENTE: Aníbal Lavalle, Mário Cardoso, Maysa<br />
Chebaddi | CONJUNTO: Áurea Regi<strong>na</strong> de Oliveira Coelho, Gelson de Arruda Ribeiro, Harrison Silveira | CRONOM.<br />
E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Aderbal Júnior, Eurico Antônio Calvente, Guilherme Fiúza | EVOLU-<br />
ÇÃO: Marília Reis Ferolla, Otoniel Serra, Sandro Resende Nusse | FANTASIA: Márcia Barroso do Amaral, Ni<strong>na</strong> Rita<br />
de Souza Farah, Sônia Gallo | HARMONIA: Carlos César Cardoso, Elenice Fer<strong>na</strong>ndes de Brito, Roberto Horcades<br />
| MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: A<strong>na</strong> Quevedo, Marly Leal, Vera Maria Aragão Sanchez | SAMBA-ENREDO: Fred<br />
Góes, Rui Maurity, Sidney Lobo<br />
Rapidinhas<br />
• O enredo da Tradição, home<strong>na</strong>geando Silvio Santos, foi uma grande jogada devido ao carisma do anima-<br />
dor. Deu certo.<br />
• Já o carro do Container, a maior surpresa do Império Serrano, passou hermeticamente fechado e ninguém<br />
entendeu absolutamente <strong>na</strong>da de <strong>na</strong>da.<br />
• Merecidíssima a home<strong>na</strong>gem que Do<strong>na</strong> Zica prestou à Do<strong>na</strong> Neuma <strong>na</strong> Comissão de Frente da Mangueira.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 287
• Os ritmistas da Mocidade Independente vestidos de Mahatma Gandhi, com óculos de aro redondo inclu-<br />
sive, formaram um belo conjunto.<br />
• Adorei a coreografia que a Bateria da Virodouro executou <strong>na</strong> avenida. Os ritmistas e sua Rainha, Luma de<br />
Oliveira, ajoelharamse saudando o povão das arquibancadas, frisas e camarotes.<br />
• O efeito cenográfico imitando fogo, utilizado em algumas alegorias da Grande Rio, funcionou muito bem.<br />
E mesmo os mais céticos tiveram que admitir que o ‘homem voador’ criou um factóide interessante antes<br />
do desfile da simpática agremiação Caxiense.<br />
• Por pelo menos 30 minutos, tivemos a sensação de assistir a um desfile mangueirense (sem a garra ineren-<br />
te ao pessoal da Estação Primeira) durante a apresentação da Imperatriz Leopoldinense. Eu explico: era a<br />
parte do enredo que home<strong>na</strong>geava Carlos Cachaça, grande compositor da Verde e Rosa.<br />
• A Beija-Flor veio linda para contar a saga de Agotime. Para muita gente, um desfile Campeão.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Paula do Salgueiro (1918-2001) ∙ Silvinho da Portela (1935-2001)<br />
∙ Chocolate (Compositor da São Clemente)..<br />
288 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 2002<br />
2002 2002 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 10 E 11/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 10/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Vice-Campeã do Grupo A em 2001.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 356,2 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Rodrigo Índio, Eugênio Leal, Fabinho, Paulo Re<strong>na</strong>to e Anderson Paz<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Sonia Rei<strong>na</strong>, Lane Santa<strong>na</strong>, No<strong>na</strong>to Trinta e Edvar Rachid<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Anderson Paz<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marcelinho e Gleice Simpatia<br />
“Guapimirim – Paraíso ecológico abençoado pelo dedo de Deus”<br />
A única Escola de Samba da Zo<strong>na</strong> Sul do Rio no Grupo Especial, fez, através do uso de materiais al-<br />
ter<strong>na</strong>tivos, uma crítica meio confusa às agressões ambientais sofridas pelo município de Guapimirim.<br />
Mas as fantasias um pouco pesadas e os carros alegóricos muito grandes, que acabaram apresentando<br />
problemas por não resistir ao desgaste, comprometeram a harmonia da simpática agremiação amarela<br />
e preto de Botafogo.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 368,4<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 289
290 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: J. Mazarim e Andrezinho Fullgaz<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jaime Cezário<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jackson Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Deu pra ti. Tô em alto astral. Tô com Porto Alegre Trilegal”<br />
Mesmo fazendo um desfile correto, home<strong>na</strong>geando a capital gaúcha, a Azul e Branco de Pilares não con-<br />
seguiu empolgar. Sobrou garra, mas faltaram criatividade e um melhor acabamento <strong>na</strong>s fantasias e <strong>na</strong>s<br />
alegorias que passaram uma sensação de mesmice. A Bateria brindou o público da Apoteose com um<br />
verdadeiro show de ritmo e entusiasmo.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 380,8<br />
AUTORES DO SAMBA: Haroldo Pereira, Valtinho Junior e Wantuir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerinho e Lucinha Nobre<br />
“O sol brilha eter<strong>na</strong>mente sobre o mundo de língua portuguesa”<br />
Contando com a participação efetiva da comunidade do Borel, a Azul-Pavão e Ouro realizou um belo<br />
desfile. Apoiada num excelente samba, apresentou de forma clara e objetiva o enredo (Estandarte de<br />
Ouro) que revelou os países de língua portuguesa e a integração entre suas diferentes culturas. Passou<br />
bastante colorida e luxuosamente fantasiada. A genial Comissão de Frente, onde Camões e os <strong>na</strong>vega-<br />
dores transformavam a primeira pági<strong>na</strong> de “Os Lusíadas” num barquinho de papel, conquistou a galera e<br />
o Estandarte de Ouro da categoria. As fantásticas baia<strong>na</strong>s não fizeram por menos e garantiram, também,<br />
o seu Estandarte. Perdeu dois pontos por ultrapassar o limite de tempo.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 391,0
AUTORES DO SAMBA: Alailson Cruz e Agenor Neto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Squel<br />
“Os papagaios amarelos <strong>na</strong>s terras encantadas do Maranhão”<br />
Numa apresentação intercalada por altos e baixos, a Grande Rio contou a história da colonização<br />
do Maranhão. Teve repeteco do homem voador, dessa vez causando muito menos impacto. Tam-<br />
bém teve carro alegórico com um inédito efeito de fogo e, até, um boi que virava rei. Porém, nem<br />
o esforço heroico da sua eficiente bateria evitou que, após um início animado, o desfile termi<strong>na</strong>sse<br />
num cortejo quase melancólico.<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 361,6<br />
AUTORES DO SAMBA: Lourenço e Adalto Magalha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Junior<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Celino Dias<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“Os encantos da Terra do Sol”<br />
A Tradição chegou animada para cantar toda a magia que flui dos verdes mares da Região dos Lagos. Um<br />
problema no segundo carro da Escola, entretanto, minguou a animação dos seus integrantes que, angus-<br />
tiados, percebiam os clarões que se formavam entre as alas comprometendo o seu conjunto harmônico.<br />
Mais uma vez, a Azul e Branco de Campinho esbarrou em suas próprias limitações.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 392,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Leonel, Luizinho Professor, Serginho 20, Sidney Sã, Claudinho e Nêgo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 291
292 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Marcella<br />
“Asas de um sonho. Viajando com o Salgueiro, o orgulho de ser brasileiro”<br />
Trazendo praticamente o mesmo tema da Beija-Flor, a Vermelho e Branco do Morro do Salgueiro deu<br />
um enfoque maior aos pioneiros da aviação. Foi uma apresentação bastante técnica com carros primo-<br />
rosamente bem acabados. Desfilou compacta, sustentada por uma bateria que brilhou não ape<strong>na</strong>s pela<br />
batida vibrante, mas, também, pelas luzes que enfeitavam seus instrumentos. Embora com um refrão<br />
forte, o samba não conseguiu conquistar o público. E o Salgueiro não voou tão alto quanto sonhara.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 399,4<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilsinho Paz, Elcy, Gil das Flores, Alexandre Moraes, Tamir, Tom Tom e Igor Leal<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“O Brasil dá o ar da sua graça. De Ícaro a Ruben Bertha, o ímpeto de voar”<br />
Com o dia clareando, a Azul e Branco de Nilópois decolou suave como um beija-flor. Usou de muita criati-<br />
vidade para contar de que forma o homem venceu o desafio de voar. O gigantismo dos carros alegóricos<br />
atrapalhou sua evolução e desandou sua harmonia, provocando uma certa turbulência no desfile. Surpre-<br />
endentemente aterrissou <strong>na</strong> Apoteose como franca favorita ao som do famoso “Já Ganhou”.<br />
SEGUNDA, 11/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A em 2001.
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 378,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Evaldo Melodia, Ernesto do Cavaco e Beto Grande<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cahê Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Toninho e Rute<br />
“Serra acima, rumo à Terra dos Coroados”<br />
A Escola de São Gonçalo fez uma apresentação correta, porém muito burocrática. O enredo sobre<br />
Petrópolis não ajudou muito e poderia ter sido melhor desenvolvido. As fantasias e as alegorias não<br />
traduziram o que propunha a sinopse e careceram de imagi<strong>na</strong>ção. A Vermelho e Branco não cometeu<br />
grandes erros, mas ficou bem distante de uma participação brilhante e cativante.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 399,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Lequinho e Amendoim B.F.<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão e Clovis Pê<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“Brazil com Z é pra Cabra da Peste, Brasil com S, é <strong>na</strong>ção do Nordeste”<br />
O forró da estação Primeira conquistou a “Terra do Samba”. O desfile leve, animado e coeso, que exaltou<br />
a cultura nordesti<strong>na</strong>, levantou o público e transformou a Sapucaí num grande “arraiá” em verde e rosa. O<br />
excelente samba, valorizado pela voz de Jamelão e sustentado pela bateria de Mestre Russo, conquistou o<br />
Estandarte de Ouro e proporcionou uma evolução valente e constante. Sabiamente, Max Lopes utilizou várias<br />
nuances das cores básicas da Escola conseguindo um visual de extrema beleza, quase flutuante. O júri do<br />
Estandarte de Ouro concedeu, também, à Mangueira o seu prêmio mais importante: Melhor Escola do ano.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 293
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 384,7<br />
AUTORES DO SAMBA: Aluizio Machado, Carlos Se<strong>na</strong>, Maurição, Lula e Elmo Caetano<br />
294 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ernesto Nascimento<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Carlinhos da Paz<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Ja<strong>na</strong>í<strong>na</strong><br />
“Aclamação e coroação do Imperador da pedra do Reino: Ariano Suassu<strong>na</strong>”<br />
O Império Serrano apresentou um desfile de gala para coroar Ariano Suassu<strong>na</strong>. A ótima proposta do<br />
enredo foi muito bem desenvolvida <strong>na</strong>s alegorias e <strong>na</strong>s fantasias simples, porém bonitas. A harmonia<br />
quase perfeita foi muito ajudada pelo ótimo sambaenredo e pela notável bateria, agraciada pelo Estan-<br />
darte de Ouro. A Verde e Branco não conseguiu levantar o povão, mas a presença do escritor no último<br />
carro foi muito aplaudida e festejada por todos. Valeu Serrinha!<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 395,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Beto Corrêa, Dico da Viola, Jefinho e Marquinho Índio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Marcia Lávia<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Daniel e Verônica<br />
“O Grande Circo Místico”<br />
A Mocidade transformou a passarela num grande picadeiro a céu aberto, cheio de cor e alegria. Sua<br />
apresentação mostrou técnica, leveza, graça, beleza e alguns momentos empolgantes. O samba e a<br />
Bateria funcio<strong>na</strong>ram de forma soberba. Os carros alegóricos estavam ricos e exuberantes e as fantasias,<br />
luxuosas e criativas. Como nem tudo é perfeito, depois de uma falha no som oficial, a Escola acabou<br />
atravessando. Um deslize que foi logo resolvido. O respeitável público nem ligou. Aplaudiu, extasiado, o<br />
grande espetáculo oferecido pela Verde e Branco de Padre Miguel.
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 396,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Marquinhos Lessa, Guga e Tuninho Professor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Goytacazes...Tupy or not Tupy in a South American Way”<br />
O enredo da Tricampeã foi inspirado em Oswald de Andrade. Num delírio de car<strong>na</strong>val misturou: índios<br />
Goytacazes, modernismo, antropofagia e tropicalismo. Quem não gostou muito foi a cidade de Campos<br />
que ajudou a Escola com verbas milionárias e não conseguiu se enxergar <strong>na</strong> avenida. Foi uma apresen-<br />
tação menos luxuosa e mais ousada que, uma vez mais, não empolgou. O sonho do tetra em verde e<br />
branco teve que ser adiado.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 394,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Gilberto Gomes, Mocotó, Gustavo do Clarão da Lua, Paulo Cesar Portugal e Dadinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chico Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“Viradouro, Vira Mundo, Rei do mundo”<br />
A Viradouro com um enredo confuso e evoluindo, “aos trancos e barrancos”, se perdeu em sua viagem pelo<br />
mundo. A ideia do Rei Momo como congraçador da folia em todos os povos do planeta não ficou explicitada.<br />
As alegorias e as fantasias, apesar de bonitas, também não passaram a concepção proposta pelo car<strong>na</strong>valesco.<br />
O ponto alto da Vermelho e Branco de Niterói foi a Bateria, de Mestre Ciça, que aprontou paradinhas, coreogra-<br />
fias, viradas e até acenos com lencinhos pedindo paz. Sem favor, a melhor dos dois dias de desfiles.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 295
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 388,9<br />
296 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: David Correia, Grillo e Naldo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Fabrício e Cristiane<br />
“Amazo<strong>na</strong>s, esse desconhecido. Delírios e verdades do Eldorado Verde”<br />
A Águia nunca esteve tão bela, tão real e tão integrada ao enredo. Sobrevoou a passarela ao amanhecer,<br />
em grande estilo, antecipando a bonita apresentação que encantou pela simplicidade e pela garra de-<br />
monstrada. A Azul e Branco mostrou-se revigorada e, apesar de algumas falhas <strong>na</strong> harmonia, demons-<br />
trou que os portelenses vêm redescobrindo, aos poucos, o prazer de desfilar.<br />
A Escola de Samba São Clemente (14º) foi rebaixada para o Grupo A. | A Escola de Samba Acadêmicos de Santa<br />
Cruz, Campeã do Grupo A, subiu para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
7 a 10 pontos | Total de notas válidas: 40 | A partir desse ano fica instituída a nota fracio<strong>na</strong>da. | A Escola<br />
de Samba Unidos da Tijuca perdeu 02 pontos em cronometragem por ter ultrapassado em 2 minutos o<br />
tempo limite de desfile. | Total máximo de pontos possíveis: 400<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Amaury Chaves, A<strong>na</strong> Ber<strong>na</strong>chi, Lúcia Ribas, Maurício Salgueiro | BATERIA: Cláudio Luiz<br />
Matheus, Ivan Paulo, Luiz Carlos Reis, Mário Jorge Bruno | COMISSÃO DE FRENTE: Aníbal Lavalle, João Wlamir,<br />
Mário Cardoso, Raphael David | CONJUNTO: Regi<strong>na</strong> Gomes de Oliveira, Ricardo Rizzo, Sulamita Trzci<strong>na</strong>, Wilson
Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: José Clécio Quesado, Lia<strong>na</strong> Barcelos, Luís An-<br />
tônio de Araújo, Orpheu Souza | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Luiz Eduardo Rezende, Marília Reis Ferolla, Otoniel<br />
Serra | FANTASIA: Carla Roberto, Dulce Tupy, Sônia Gallo, Sueli Stambowsky | HARMONIA: Célia Souto, Elenice<br />
Brito, José Carlos Costa, Nilton Rodrigues da Silva | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Beatriz Badejo, Ilclemar<br />
Nunes, Tito Canha, Vera Maria Aragão Sanchez | SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Nely Fragoso dos Santos, Rui<br />
Maurity, Sidney Lobo<br />
Rapidinhas<br />
• Um verdadeiro espetáculo o show de ilumi<strong>na</strong>ção e cores proporcio<strong>na</strong>do pelos canhões de luz espalhados<br />
pelo sambódromo nesse ano.<br />
• Joãosinho Trinta repetiu <strong>na</strong> Acadêmicos do Grande Rio praticamente o mesmo enredo (sobre a França<br />
Equinocial no Maranhão) com o qual ele havia conquistado o campeo<strong>na</strong>to para o Salgueiro em 1974.<br />
• Sensacio<strong>na</strong>l a evolução em carrossel apresentada pela Bateria do Império Serrano.<br />
• Beija-Flor e Salgueiro trouxeram enredos muito similares sobre aviação. Achei que a agremiação nilopolita-<br />
<strong>na</strong> foi mais feliz, tanto <strong>na</strong> concepção quanto <strong>na</strong> realização.<br />
• Mais uma vez a Beija-Flor enfrentou problemas com a Igreja Católica. As imagens de São Jorge e de Nª Sra.<br />
Aparecida tiveram que ser substituídas.<br />
• Belíssimo desfile da Unidos da Tijuca. Muito interessante a presença da famosa fadista Maria Alci<strong>na</strong>, acom-<br />
panhada por 3 guitarras portuguesas, no carro de som. O Abre-Alas impressionou pelos 42 pavões com as<br />
bandeiras dos 8 países do mundo que tem o português como língua oficial. Nesse carro foram utilizados<br />
5 mil m² de espelho.<br />
• A Bateria da Unidos do Viradouro, comandada por Mestre Ciça, enlouqueceu a galera com a batida afoxé.<br />
Os ritmistas chegaram a ace<strong>na</strong>r para a multidão com lencinhos brancos numa bonita mensagem por paz.<br />
• Foi um prazer assistir Ariano Suassu<strong>na</strong> passar coroado no desfile do Império Serrano.<br />
• A Mangueira foi a grande campeã do car<strong>na</strong>val com muita justiça. Desfilou lindamente e com muita garra.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Mocinha - famosa Porta-Bandeira Mangueirense - (1926-2002) ∙<br />
Acyr Pereira (presidente da Estácio de Sá).<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 297
| 2003<br />
298 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
2003 2003 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 02 E 03/03 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 02/03<br />
7 agremiações - Tempo: Nublado<br />
O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A em 2002.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Acadêmicos de Santa Cruz . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 371,0 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Doutor, Eli Penteado, Jorge Charuto, Marquinhos Bombeiro e Fer<strong>na</strong>ndo de Lima<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fer<strong>na</strong>ndo Alvarez, Cahê Rodrigues e Roselle Nicolau<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizinho Andanças<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Eduardo Belo e Cíntia<br />
“Do Universo Teatral à Ribalta do Car<strong>na</strong>val”<br />
Ficou claro, após a passagem da Verde e Branco de Santa Cruz, que faltaram recursos para que ela<br />
apresentasse, com garbo e pompa, a história do teatro universal. Não que os seus componentes não<br />
estivessem empolgados, estavam sim. Cantaram o samba em alto e bom som, embalados pela compe-<br />
tente bateria que garantiu um bom andamento ao desfile. Mas com a simplicidade das fantasias e o<br />
mau acabamento de algumas alegorias, a Escola dificilmente conseguiria se manter no Grupo Especial.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 390,5
AUTORES DO SAMBA: Leonel, Luizinho Professor, Serginho 20, Sidney Sã, Claudinho e Quinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Márcia Lávia<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Marcella<br />
“Salgueiro, minha paixão, minha raiz – 50 anos de glória”<br />
O início foi apoteótico. Uma Comissão de Frente que fascinou a todos, fantasias e alegorias deslumbrantes,<br />
um samba delicioso, cantado no gogó pela plateia, uma bateria nota dez e uma emoção que permeou du-<br />
rante todo o desfile de comemoração do cinquentenário da Vermelho e Branco. Houve um quê de antigos<br />
car<strong>na</strong>vais, mas tudo devidamente renovado. Porém, o gigantismo, mais uma vez, prejudicou a agremiação<br />
da Tijuca. No terço fi<strong>na</strong>l a correria de <strong>na</strong>da adiantou. Perdeu oito décimos por estourar o tempo máximo<br />
em quatro minutos. Mesmo assim, o Salgueiro recebeu o Estandarte de Ouro de Melhor Escola e garantiu<br />
mais três: Bateria, Comissão de Frente e Mestre-Sala (Ro<strong>na</strong>ldinho).<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 396,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Mingau, Marco Moreno e Derê<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Squel<br />
“O nosso Brasil que vale...”<br />
O Enredo era sobre a mineração e os minérios, bancado, em parte, pela Cia Vale. Mas eis que surge um<br />
boneco representando a fome sendo eletrocutado (sic?) numa cadeira elétrica. Alguém entendeu? Não.<br />
Apesar de bonito foi um desfile morno, e os efeitossurpresa prometidos chocaram mais do que empol-<br />
garam. A Tricolor de Caxias também teve que correr para não perder pontos. Adeus harmonia...O Brasil<br />
que vale, ficou devendo.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 393,3<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 299
AUTORES DO SAMBA: Gilberto Gomes, Gustavo do Clarão da Lua, Heraldo Farias e Gelson<br />
300 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“A Viradouro canta e conta Bibi – Uma home<strong>na</strong>gem ao Teatro Brasileiro”<br />
A Viradouro saboreou o privilégio de ter escolhido como tema a Grande Dama do teatro, que veio<br />
gloriosa no último carro da Escola. O samba serviu ple<strong>na</strong>mente ao enredo que teve uma leitura fácil<br />
<strong>na</strong> avenida através das lindas fantasias e das impactantes alegorias. A Bateria, como sempre, em-<br />
polgante, e a evolução perfeita, permitiu, ainda, um tempinho para agitar o povão da Apoteose no<br />
encerramento. A galera, é claro, adorou.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 378,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Aluizio Machado, Carlos Se<strong>na</strong>, Maurição, Arlindo Cruz e Elmo Caetano<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ernesto Nascimento<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Fabia<strong>na</strong><br />
“E onde houver trevas...que se faça a luz”<br />
O enredo falava de luz e de paz, mas a Verde e Branco de Madureira passou meio que <strong>na</strong> “penumbra”.<br />
Com fantasias pesadas, material despencando das alegorias e uma coreografia problemática que afetou<br />
a sua evolução, a Serrinha realizou um desfile correto, porém sem brilho.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 385,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Carlos Ortiz, Claudia Nel, Alberto Capital e Mestre Augusto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jaime Cezário<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jackson Martins
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Zumbi, Rei de Palmares e herói do Brasil”<br />
A Caprichosos teve a pretensão de apresentar a história de Zumbi dos Palmares de uma forma inédi-<br />
ta, porém, ape<strong>na</strong>s repetiu, e com menos competência, o que já havia sido feito por outras Escolas. O<br />
desânimo foi o tom principal do desfile que não conseguiu empolgar os componentes e, tampouco, o<br />
sonolento público rema<strong>na</strong>scente <strong>na</strong>s arquibancadas.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 390,4<br />
AUTORES DO SAMBA: Caixa D’Água, Alexandre Fer<strong>na</strong>ndes, Lílian Martins e Júlio Alves<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Fabrício e Cristiane<br />
“Ontem, hoje e sempre Cinelândia – O samba entra em ce<strong>na</strong> <strong>na</strong> Broadway brasileira”<br />
Contando a história da Cinelândia (famosa Praça do Centro do Rio) de forma clara e bem humorada, a<br />
Portela passou com garra, mesmo com o dia clareando. Apresentou fantasias simples, porém bonitas, e<br />
alegorias interessantes e funcio<strong>na</strong>is. A Águia, símbolo da Escola, veio mais <strong>na</strong>tural, toda em azul e branco,<br />
com movimentos leves. Parecia estar dançando, brincando e comemorando o ótimo desfile.<br />
SEGUNDA, 03/03<br />
7 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela penúltima classificada do Grupo Especial em 2001.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 301
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 376,8<br />
302 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Lourenço e Adalto Magalha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Junior<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Celino Dias<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“O Brasil é Penta, R é 9 – O Fenômeno ilumi<strong>na</strong>do”<br />
A chuva forte que caiu <strong>na</strong> avenida logo que a Tradição começou o seu desfile foi o menor dos seus<br />
problemas. Além do home<strong>na</strong>geado, Ro<strong>na</strong>ldo Fenômeno, que esteve ausente, a criatividade também<br />
não apareceu em momento algum no desenvolvimento do enredo. antasias e alegorias absolutamente<br />
carentes de qualquer forma de imagi<strong>na</strong>ção, e, ainda, a inexistência de ânimo e vibração, causada pelo<br />
fraco e mal cantado samba, denotaram a pífia apresentação da Azul e Branco que careceu, também, de<br />
categoria e de ousadia, marcas registradas do Ro<strong>na</strong>ldinho.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 398,6<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcelo D’Aguiã, Bizuca, Clóvis Pê e Gilson Bernini<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“Os dez mandamentos! O samba da paz canta a saga da liberdade”<br />
Em busca do Bi a Escola fez um desfile faraônico. Impressionou o gigantismo do seu Abre-Alas trazendo as<br />
riquezas do antigo Egito. O enredo sobre Moisés e o judaísmo mereceu a atenção de todos. Nas fantasias<br />
luxuosas, o car<strong>na</strong>valesco Max Lopes variou os tons de rosa, reservando o verde para as últimas alas. As ale-<br />
gorias, grandes e suntuosas, apresentaram acabamento impecável. O samba fácil empolgou a plateia <strong>na</strong> voz<br />
insuperável de Jamelão. A chuva tirou um pouco do brilho, mas a Mangueira foi dez.
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 399,6<br />
AUTORES DO SAMBA: Betinho, J.C.Coelho, Ribeirinho, Glyvaldo, Luiz Otávio, Manoel do Cavaco e Vinícius<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“O povo conta a sua história: saco vazio não para em pé, a mão que faz a guerra, faz a paz”<br />
A Beija-Flor fez um desfile quase perfeito. Acertou no samba, no canto, <strong>na</strong> dança e <strong>na</strong> bateria. Abusou da<br />
criatividade e emocionou o público com a grande variedade e origi<strong>na</strong>lidade das suas fantasias. O enredo<br />
sobre a opressão e a fome surpreendeu os que acharam que o luxo iria predomi<strong>na</strong>r, mas, por pouco,<br />
o gigantismo dos seus carros alegóricos não a prejudicou. Vice nos quatro últimos car<strong>na</strong>vais, a Azul e<br />
Branco de Nilópolis saiu da avenida como favorita ao título de 2003.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 389,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Rono Maia, Jorge Melodia e Alexandre Alegria<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerinho e Lucinha Nobre<br />
“Agudás: Os que levaram a África no coração e trouxeram para o coração da África o Brasil”<br />
Pouca coisa se salvou <strong>na</strong> apresentação da Azul-Pavão e Amarelo da Tijuca. Entre elas podemos citar: a<br />
beleza e a elegância da Porta Bandeira Lucinha, o origi<strong>na</strong>l enredo (sobre escravos brasileiros que vol-<br />
taram para a África levando hábitos da nossa cultura) e o mais belo samba-enredo do ano. Todos pre-<br />
miados pelo Estandarte de Ouro. Ademais, uma profusão de problemas: carros alegóricos quebrados,<br />
correria das alas, nervosismo de diretores, acidentes com destaques, desafi<strong>na</strong>ção, fantasias incompletas<br />
<strong>na</strong> Comissão de Frente e Bateria muito acelerada. Ufa! Uma noite para ser esquecida.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 303
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 383,5<br />
304 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Max Mendonça, Duda e Silva<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Alessandra<br />
“Os donos da rua. Um jeitinho brasileiro de ser”<br />
Colorida, origi<strong>na</strong>l e alegre, a Vermelho e Branco gonçalense, apresentando uma razoável harmonia e<br />
uma eficiente Bateria, mostrou uma visão bem humorada do povo que vive <strong>na</strong>s ruas do Rio. Mas nem<br />
tudo esteve perfeito: as fantasias estavam mal acabadas e o tigre, seu símbolo, rugiu alto demais e saiu<br />
ferido da selva urba<strong>na</strong>, perdendo um dos dedos da pata direita.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 394,3<br />
AUTORES DO SAMBA: Santa<strong>na</strong> e Ricardo Simpatia<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Toninho e Babi<br />
“Para sempre no seu coração - Car<strong>na</strong>val da doação”<br />
Apesar do enredo difícil e arriscado, que muitos trataram com desdém e ironia, o desfile da Mocidade<br />
revelou-se interessante e, até, divertido. Empolgação não faltou. As alegorias não estavam exatamente<br />
luxuosas, mas se adequaram bem ao tema e conseguiram fugir ao grotesco, retratando órgãos humanos<br />
com leveza para não chocar o público. A Verde e Branco de Padre Miguel surpreendeu e impressionou<br />
pela coragem e ousadia.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 395,8
AUTORES DO SAMBA: Darcy do Nascimento, Brandãozinho da Imperatriz, Rubens Napoleão e Jorge Rita<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Nem todo pirata tem per<strong>na</strong> de pau, olho de vidro e cara de mau”<br />
No início da manhã, a Imperatriz apresentou um car<strong>na</strong>val muito bem humorado através do enredo, de-<br />
senvolvido com competência, que abordou as várias versões de piratas e piratarias. As alegorias estavam<br />
impecáveis e as fantasias, todas, bonitas e bem acabadas, apesar de um pouco repetitivas. Os sambistas<br />
cantaram a marchinha car<strong>na</strong>valesca, digo, o samba com uma animação rara e contagiante. Felizes da<br />
vida as baia<strong>na</strong>s abiscoitaram mais um Estandarte de Ouro para a sua, já vasta, coleção. E a Verde e Bran-<br />
co da Leopoldi<strong>na</strong> passou alegre como há muito não se via.<br />
A Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz (14º) foi rebaixada para o Grupo A. | A Escola de Samba São<br />
Clemente, Campeã do Grupo A, subiu para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
7 a 10 pontos | Total de notas válidas: 40 | A partir desse ano as agremiações passam a perder 0.2 ponto<br />
em cronometragem para cada minuto que exceder o tempo máximo permitido para o desfile. | A Escola<br />
de Samba Acadêmicos do Salgueiro perdeu 0.8 ponto em cronometragem por ter ultrapassado em 4<br />
minutos o tempo limite de desfile. | Total máximo de pontos possíveis: 400<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Adria<strong>na</strong> Filardi, A<strong>na</strong> Ber<strong>na</strong>chi, Luiz Carlos Correa, Maurício Salgueiro | BATERIA: Cláudio<br />
Luiz Matheus, Ivan Paulo, Mário Jorge Bruno, Téo Lima | COMISSÃO DE FRENTE: Aníbal Lavalle, João Wlamir, Má-<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 305
io Cardoso, Raphael David | CONJUNTO: Adilson Gomes de Oliveira, A<strong>na</strong> Maria Ferrer, Sulamita Trzci<strong>na</strong>, Wilson<br />
Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: José Clécio Quesado, Lia<strong>na</strong> Barcelos, Luís An-<br />
tônio de Araújo, Orpheu Souza | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Luiz Eduardo Rezende, Otoniel Serra, Salete Lisboa<br />
| FANTASIA: Carla Roberto, Dulce Tupy, Sônia Gallo, Sueli Stambowsky | HARMONIA: Augusto Estrela, Benvindo<br />
Siqueira, Célia Souto, Nilton Rodrigues da Silva | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Beatriz Badejo, Ilclemar Nunes,<br />
Marly Leal, Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Ermelinda Zanini, Nely Fragoso dos Santos, Rui Maurity<br />
306 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• A Comissão de Frente da Acadêmicos do Grande Rio trouxe uma novidade que parece ter iniciado<br />
uma tendência: os componentes interagiam com enormes figuras trazidas em tripés.<br />
• Lamentável o acidente que causou a queda da atriz Neuza Borges de um dos carros alegóricos da<br />
Unidos da Tijuca.<br />
• Os mergulhadores que vieram dentro de tanques transparentes <strong>na</strong> Mocidade Independente de Pa-<br />
dre Miguel podem não ter causado o impacto desejado, mas que foi algo diferente, foi.<br />
• Estava previsto que a Águia da Portela em algum momento do desfile iria “receber” a estatueta do OS-<br />
CAR, mas alguma coisa deu errada e o troféu não foi entregue. Em compensação a Comissão de Frente,<br />
composta por casais representando Scarlet O’hara e Rhett Buttler (...E o Vento Levou), estava ótimo.<br />
• O comércio popular do Rio lucrou bastante no período précar<strong>na</strong>valesco. Explico: a Car<strong>na</strong>valesca<br />
Rosa Magalhães espalhou milhares de mercadorias numa das alegorias da Imperatriz. Tinha de tudo,<br />
biquinis, óculos escuros, brinquedos e CDs. Pirata, claro.<br />
• A Estação Primeira de Mangueira ofereceu um desfile de rara beleza. No Abre-Alas, que representava<br />
o Palácio do Faraó (87 metros de cumprimento e 15 de altura), vieram 300 componentes. Perfeito o<br />
material que escorria da boca da Esfinge. A ilumi<strong>na</strong>ção ficou a cargo de Maneco Quinderé. ADOREI!<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Do<strong>na</strong> Zica (1914-2003) ∙ Elcio PV (famoso Mestre-Sala) ∙<br />
Oswaldo Jardim (1960-2003) ∙ Ademir Zeferino de Souza, o Gargalhada (1945-2003).
| 2004<br />
2004 2004 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 22 E 23/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 22/02<br />
7 agremiações - Tempo: Nublado<br />
A partir desse ano o regulamento passa a permitir a reedição de enredos e<br />
sambas-enredo | O desfile foi aberto pela Campeã do Grupo A em 2003<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 367,8 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Melodia, Noronha, Marcos Zero e César Ouro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Anderson Paz<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Gleice Simpatia<br />
“Boi voador sobre o Recife: Cordel da galhofa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l”<br />
A partir da primeira trapaça <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l promovida no Recife por Mauricio de Nassau, a São Clemente<br />
decidiu “brincar” com as mazelas do país. Pe<strong>na</strong> que houve certo exagero <strong>na</strong> irreverência. A bateria da<br />
Amarelo e Preto foi muito aplaudida, mas o samba não empolgou nem aos seus integrantes e nem ao<br />
público. A leveza das fantasias e das alegorias, confeccio<strong>na</strong>das em espuma, ficaram comprometidas pelo<br />
temporal que começou antes do desfile. E assim, a piada acabou ficando meio sem graça.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 307
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 368,9<br />
308 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Nei Negrone, Sílvio Araújo e Riquinho Gremião<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cahê Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jackson Martins<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Xuxa e seu Reino encantado no car<strong>na</strong>val da imagi<strong>na</strong>ção”<br />
Um universo de magia encheu a avenida de cor e emoção para reverenciar o maior ídolo infantil brasileiro.<br />
O enredo, bem desenvolvido, comunicou-se bastante com o público. Os problemas ficaram por conta do<br />
samba que não aconteceu, de alguns claros que surgiram entre as alas, das fantasias que apresentaram um<br />
mau acabamento e da correria para não estourar o tempo. Mas a aparição da “Rainha dos baixinhos”, no<br />
último carro, balançou o povão que aplaudiu muito o fi<strong>na</strong>l do desfile da Azul e Branco.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 387,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Jurandir, Wanderlei, Sereno e Enilson<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Barros<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerinho e Lucinha Nobre<br />
“O sonho da criação, a criação do sonho. A arte da ciência no tempo do impossível”<br />
Nasceu uma estrela! O car<strong>na</strong>valesco Paulo Barros foi a grande sensação do car<strong>na</strong>val 2004 e recebeu o<br />
Estandarte de Ouro de Revelação do ano. Criou um estilo próprio com alegorias-vivas coreografadas e<br />
hipercriativas. Como esquecer o carro do DNA? O enredo difícil, que mesclava ciência, sonhos e inven-<br />
ções, conseguiu ser passado com clareza e simplicidade e também foi premiado com o Estandarte de<br />
Ouro como o Melhor de todos. Perfeita a Escola não foi, mas as belas fantasias, os já citados criativos<br />
carros alegóricos, o bom samba-enredo, a entusiasmada Bateria de Mestre Celinho e a garra dos com-<br />
ponentes, garantiram à Azul-Pavão e Ouro do Borel o merecido vice-campeo<strong>na</strong>to.
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 386,2<br />
AUTORES DO SAMBA: Leonel, Luizinho Professor, Serginho 20, Sidney Sã e Prof. Newtão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Márcia Lávia<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Marcella<br />
“A ca<strong>na</strong> que aqui se planta, tudo dá...Até energia. Álcool, o combustível do futuro”<br />
O desfile do Salgueiro foi tecnicamente correto. O álcool combustível, seu tema, serviu para inspirar<br />
belas fantasias e carros alegóricos de estética futurista, como o fantástico alcoópolis, bem ao estilo de<br />
Re<strong>na</strong>to Lage e Marcia Lávia. A Bateria de Mestre Jo<strong>na</strong>s empolgou o público, mas o samba arrastado e<br />
a falta de animação em algumas alas contribuíram para dar um aspecto um pouco frio à apresentação.<br />
Sobrou beleza, mas faltou energia ao desfile da Vermelho e Branco tijuca<strong>na</strong>.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 380,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Mingau, Marco Moreno, Djalma Falcão e Derê<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Squel<br />
“Vamos vestir a camisinha, meu amor!”<br />
A polêmica sobre o tema da Tricolor de Duque de Caxias ajudou a divulgar o enredo, mas a Escola não<br />
conseguiu surpreender e render o que era esperado. Joãosinho Trinta parece que errou a mão dessa vez.<br />
Cobriu três alegorias e utilizou faixas com a palavra “censurado” em um protesto que não comoveu a<br />
Sapucaí. A Bateria de Mestre Odilon não fez nenhuma paradinha, mas aprontou uma parado<strong>na</strong> que en-<br />
louqueceu a galera. A Grande Rio foi refém do seu próprio gigantismo. Arrastou-se e teve que termi<strong>na</strong>r<br />
o desfile correndo para não estourar o tempo. Uma decepção....<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 309
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 387,9<br />
310 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Cadu, Gabriel, Almyr e Guilherme<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“Mangueira redescobre a Estrada Real...E deste Eldorado faz seu car<strong>na</strong>val”<br />
Contando, deslumbrantemente, a história da região que desenvolveu-se graças à exploração das mi<strong>na</strong>s<br />
de ouro e de pedras preciosas, a Estação Primeira recebeu das arquibancadas inflamados gritos de “É<br />
Campeã”. Grande demais, pareceu interminável e abusou de alas coreografadas. Mas o ouro e o rosa<br />
deram-lhe um tom nobre e imponente, e alguns nuances de verde, guardados para o fi<strong>na</strong>l, só acrescen-<br />
taram suntuosidade às lindíssimas fantasias e às alegorias grandiosas e bem elaboradas. A sublime per-<br />
formance da Porta-Bandeira Geova<strong>na</strong> e a incrível Comissão de Frente mereceram o Estandarte de Ouro.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 384,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Catoni, Jabolô e Waltenir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jorge Freitas<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gera<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Fabrício e Cristiane<br />
“Lendas e Mistérios da Amazônia”<br />
Revivendo o enredo com o qual foi campeã em 1970, a Azul e Branco da Águia de Madureira (que veio<br />
linda em dourado) demonstrou muita garra e soube usar o samba antigo, belíssimo com seus versos do-<br />
lentes, para encher de gás os componentes, que cantaram como há muito não se via <strong>na</strong> passarela. Se não<br />
bastasse, os carros alegóricos vieram coloridos, grandes, bem acabados e muito criativos. As fantasias,<br />
apesar de um pouco repetitivas, estavam bem bonitas também. Valeu a pe<strong>na</strong> esperar a Portela além do<br />
amanhecer, para se emocio<strong>na</strong>r com os passistas cheios de auto-estima pela apresentação majestosa da<br />
Escola do coração.
SEGUNDA, 23/02<br />
7 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela penúltima classificada do Grupo Especial em 2003.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 372,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Dedé da Portela e Norival Reis<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Orlando Junior<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Lourenço e Wander Timbalada<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“Contos de Areia”<br />
Foi debaixo de muita chuva que a Tradição, de forma contagiante, abriu o segundo dia de desfiles, ree-<br />
ditando o enredo de 1984 da Portela que home<strong>na</strong>geava Paulo da Portela, Natal e Clara Nunes. As fan-<br />
tasias e os carros luxuosos, porém pouco criativos da Azul e Branco, resistiram bem, mas seu peso extra<br />
provocou uma certa lentidão <strong>na</strong> evolução. O samba-enredo, um dos grandes clássicos do car<strong>na</strong>val<br />
carioca, foi a grande estrela, levantando toda a avenida ao ser cantado com vigor pelos componentes.<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 376,7<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Remédio, Paulinho Freitas e Luiz Pessanha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Alessandra<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 311
“Sou tigre, sou Porto, da Pedra à internet: O mensageiro <strong>na</strong> história da vida do leva e traz”<br />
Em vermelho e branco, a Porto da Pedra contou a história da comunicação interpessoal, do si<strong>na</strong>l de fumaça à<br />
internet. Infelizmente, a beleza e o luxo das fantasias e alegorias não resistiram à chuva forte. Dos doze baila-<br />
rinos fantasiados de cachorro, que formavam a bem humorada Comissão de Frente, metade não conseguiu<br />
completar a apresentação. O samba não empolgou o público e tampouco a maioria dos componentes que<br />
desfilaram sem cantar. Parece que o temporal acabou arrefecendo o Tigre de garras afiadas e rugido forte<br />
de São Gonçalo.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 386,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Jeferson Lima, Veneza, Me Leva, Carlos de Olaria e Guga<br />
312 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ro<strong>na</strong>ldinho Ilê<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Breazail”<br />
A chuva deu uma trégua ao desfile da Imperatriz que apresentou, como sempre, um car<strong>na</strong>val pratica-<br />
mente perfeito. A car<strong>na</strong>valesca Rosa Magalhães lançou mão do pau-brasil para dissecar <strong>na</strong> avenida a<br />
história de Cabo Frio, onde o vegetal era extraído e preparado para o tingimento no período colonial.<br />
Rosa brincou com o uso das cores, acrescentando ao verde e branco porções generosas de vermelho,<br />
púrpura e amarelo, enfeitiçando, assim, o Sambódromo com figurinos sofisticadíssimos e alegorias des-<br />
lumbrantes. A harmonia, num cochilo indesculpável, precisou manter a Escola parada por dez minutos<br />
para que não encerrasse o desfile antes do tempo mínimo.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 380,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Silas de Oliveira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Fabia<strong>na</strong><br />
“Aquarela Brasileira”<br />
Quando o Império iniciou sua apresentação, o Sambódromo inteiro já cantava o samba-enredo consi-<br />
derado o mais bonito de todos os tempos. A obra-prima, composta por Silas de Oliveira em 1964, em-<br />
balou a aquarela de emoções de um desfile visceral que trouxe de volta o car<strong>na</strong>val de verdade à Verde<br />
e Branco da Serrinha. Mesmo tendo enfrentado diversos problemas, foi considerada a Melhor pelo júri<br />
do Estandarte de Ouro que a premiou, também, em outras quatro categorias: Bateria, samba, Ala das<br />
Baia<strong>na</strong>s e intérprete (Nego).<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 388,7<br />
AUTORES DO SAMBA: Cláudio Russo, Zé Luis, Marquinhos e Jessey Beija-Flor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Manoa, Ma<strong>na</strong>us, Amazônia, Terra Santa: Alimenta o corpo,<br />
equilibra a alma e transmite a paz”<br />
Para explicar a importância da preservação da Amazônia, a Beija-Flor viajou no tempo até a chegada<br />
dos espanhóis à América Central no fi<strong>na</strong>l do século XV. Tudo isso debaixo de um grande aguaceiro que<br />
prejudicou sua evolução e causou problemas a alguns dos seus coloridos carros alegóricos. O temporal,<br />
porém, não foi capaz de abalar o entusiasmo dos componentes da Azul e Branco que desfilaram muito<br />
animados e cantaram o samba extraordinário e verdadeiro. Dessa forma, a Escola partiu célere em busca<br />
do Bicampeo<strong>na</strong>to.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 386,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Dário Marciano, Nilo Mendes (Esmera) e Aderbal Moreira<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 313
314 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“Pediu pra Pará, parou! Com a Viradouro eu vou pro Círio de Nazaré”<br />
A Viradouro entrou <strong>na</strong> avenida no momento de chuva mais pesada. Recriou, magnificamente, a maior festa<br />
religiosa do país, enredo da Unidos de São Carlos (hoje Estácio de Sá) de 1975. Foi uma apresentação cheia<br />
de emoção onde estiveram presentes todos os elementos que compõem o festejo. A fé foi a tônica do<br />
espetáculo da Vermelho e Branco que, em alguns momentos, chegou a levar alguns espectadores às lágri-<br />
mas. As alegorias e as fantasias, que retrataram, com sutileza, os aspectos religiosos e os pontos turísticos<br />
do Pará, ficaram encharcadas e perderam um pouco do viço. Mas o samba, bonito e cadenciado, enlevou<br />
a todos, juntamente com a Bateria, perfeita, que mais uma vez deu um verdadeiro show.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 381,2<br />
AUTORES DO SAMBA: Santa<strong>na</strong> e Ricardo Simpatia<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Toninho e Babi<br />
“Não corra, não mate, não morra. Pegue caro<strong>na</strong> com a Mocidade”<br />
Ao raiar do dia e sob chuva fi<strong>na</strong>, a Verde e Branco de Padre Miguel fechou o desfile do Grupo Especial<br />
trazendo o enredo politicamente correto sobre educação no trânsito. Mesmo com o trabalho criativo e<br />
espirituoso do car<strong>na</strong>valesco Chiquinho Spinoza, a Escola apresentou-se desanimada. Foi muito prejudi-<br />
cada pela falta de qualidade do samba. No fi<strong>na</strong>l, teve que pisar fundo no acelerador para não estourar o<br />
tempo e perder pontos. Como a pista estava escorregadia, a Mocidade quase derrapou.<br />
A Escola de Samba São Clemente (14º) foi rebaixada para o Grupo A. | A Escola de Samba Unidos de Vila Isabel,<br />
Campeã do Grupo A, subiu para o Grupo Especial.
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação<br />
de 7 a 10 pontos | A nota do quarto julgador do quesito Bateria foi anulada por quebra de sigilo. | Total<br />
de notas válidas: 39 | Desempate entre a 2ªe a 3ª colocada deu-se no quesito Harmonia. | Total máximo<br />
de pontos possíveis: 390<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Adria<strong>na</strong> Filardi, A<strong>na</strong> Ber<strong>na</strong>chi, Luiz Carlos Correa, Maurício Salgueiro | BATERIA: Cláudio<br />
Luiz Matheus, Ivan Paulo¹, Luiz Carlos Reis, Mário Jorge Bruno | COMISSÃO DE FRENTE: Aníbal Lavalle, João<br />
Wlamir, Maria Luiza Noronha, Raphael David | CONJUNTO: Adilson Gomes de Oliveira, Daisy Guimarães,<br />
Jayme Darriba, Wilson Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: José Clécio Quesado,<br />
Lia<strong>na</strong> Barcelos, Luís Antônio de Araújo, Orpheu Souza | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Luiz Eduardo Rezende,<br />
Otoniel Serra, Salete Lisboa | FANTASIA: Dulce Tupy, Irene Orazen, Sônia Gallo, Sueli Stambowsky | HARMONIA:<br />
Benvindo Siqueira, Célia Souto, José Roberto Brandão, Nilton Rodrigues da Silva | MESTRE-SALA E PORTA-<br />
-BANDEIRA: Beatriz Badejo, Ilclemar Nunes, Marly Leal, Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Jorge Simas,<br />
Nely Fragoso dos Santos, Rui Maurity<br />
Rapidinhas<br />
¹ Nota anulada<br />
• Passa a ser permitida a reedição de sambas-enredo. Acho válido. É interessante poder apreciar uma<br />
nova leitura de um enredo já apresentado.<br />
• A fantasia da Porta-Bandeira Squel, da Acadêmicos do Grande Rio, continha milhares de preservati-<br />
vos masculinos tingidos de verde.<br />
• Impressionou o Mago ancião (12 metros de altura) que abriu o desfile da Caprichosos de Pilares.<br />
• A Acadêmicos do Salgueiro e a Mocidade Independente de Padre Miguel, trouxeram dois carros<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 315
alegóricos muito parecidos: o ‘Alcoópolis’ salgueirense e o ‘Autorama’ de Padre Miguel, consistiam<br />
em uma pista onde carrinhos passeavam pelo percurso. Achei o do Salgueiro mais interessante.<br />
• Extremamente bem confeccio<strong>na</strong>do o veículo vazado presente <strong>na</strong> Comissão de Frente da Mocidade<br />
Independente.<br />
• Pobres dos componentes que vieram fantasiados de cachorro <strong>na</strong> Comissão de Frente da Porto da<br />
Pedra. Alguns deles quase morreram, literalmente, de calor e exaustão. Com a chuva, a fantasia ficou<br />
extremamente pesada.<br />
• Adorei o carro alegórico da Portela que trazia a lua apaixo<strong>na</strong>da ‘que chorou tanto, que do seu pranto<br />
<strong>na</strong>sceu o rio e o mar’. O movimento da índia estava impecável e a quantidade de água que jorrava<br />
do seu rosto, garantiu um grande efeito.<br />
• E a Rainha da Bateria portelense, heim? A divi<strong>na</strong> Dodô, baluarte da Escola, proporcionou um mo-<br />
mento de singela emoção.<br />
• Incrível a Comissão de Frente mangueirense trazendo vários ‘tipos’ mineiros. Duvido que vocês te-<br />
nham reconhecido as pessoas em meio a perfeição dos bonecos.<br />
• O trem mineiro da Mangueira tinha, <strong>na</strong>da mais <strong>na</strong>da menos, que 60 metros uai...<br />
• A abertura do desfile da Viradouro causou grande impacto <strong>na</strong> plateia. Debaixo de muita chuva 390<br />
‘romeiros’ carregavam uma infinidade de objetos para agredecer à Santa. A performance da Comis-<br />
são de Frente (que contou com a presença dos atores Cássia Kiss e Murilo Rosa) carregando a corda<br />
da romaria, foi um grande momento do desfile de 2004.<br />
• Mas a maior surpresa do ano, foi mesmo a apresentação da Unidos da Tijuca. As surpresas se suce-<br />
diam em beleza. Desde a fantasia metálico-giratória da Comissão de Frente, que precedia a ‘Máqui-<br />
<strong>na</strong> do Tempo’( 25 metros) do Abre-Alas, até a grande estrela do desfile que foi, sem dúvida alguma,<br />
o vulcão humano azulado do carro do DNA, que entrou para a história.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Bira, ex presidente da Mangueira (1933-2004) ∙ Miro Gar-<br />
cia, presidente de honra do Salgueiro (1927-2004). Jackson Martins, intérprete.<br />
316 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 2005<br />
2005 2005 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 06 E 07/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 06/02<br />
7 agremiações - Tempo: Nublado<br />
A ordem do desfile foi definida por sorteio.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 388,7<br />
AUTORES DO SAMBA: Inácio Rios, Nilton Mello e Jorginho Valle<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Menezes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Roger Linhares<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerinho e Priscila Rosa<br />
“Buon Mangiare, Mocidade! A Arte está <strong>na</strong> mesa”<br />
A Verde e Branco abriu a noite falando sobre a influência da Itália no Brasil e no mundo. O enredo foi<br />
muito bem desenvolvido através das fantasias impecáveis e das suntuosas alegorias. O samba vacilante<br />
e a frieza do público contribuíram para que o desfile da Mocidade não fosse tão empolgante. Faltou um<br />
certo tempero para torná-lo irresistivelmente saboroso.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 384,3<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 317
318 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Marcão, Marcelo Ramos e João Bosco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Cláudio e Fabia<strong>na</strong><br />
“Um grito que ecoa no ar! Homem/Natureza, o perfeito equilíbrio”<br />
Estranhamente, a passagem do Império com um enredo sobre a necessidade de se preservar a <strong>na</strong>tureza,<br />
não empolgou. A chuva que caiu durante o desfile não tirou o ânimo dos componentes, que cantaram,<br />
animadamente, o bom samba e mantiveram a harmonia com grande equilíbrio e evolução contínua. As<br />
fantasias estavam exageradamente simples e houve falhas, não só <strong>na</strong> concepção, como <strong>na</strong> execução das<br />
alegorias. Valeu o grito de alerta em verde e branco para defender o meio ambiente.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 397,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Moisés Santiago, Waltinho Honorato, Fer<strong>na</strong>ndo Magaça e Luiz Antônio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Márcia Lávia<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Marcella<br />
“Do fogo que ilumi<strong>na</strong> a vida, Salgueiro é a chama que não se apaga”<br />
Contando a história do fogo, a Vermelho e Branco da Tijuca incendiou a avenida com um car<strong>na</strong>val em-<br />
polgante e muito bem desenvolvido. Apesar da avaria em um dos seus lindos carros alegóricos e de<br />
alguns problemas <strong>na</strong> sua evolução, o Salgueiro fez um dos melhores desfiles da noite, com dois momen-<br />
tos de grande destaque: a apresentação da Comissão de Frente e a magnífica Ala das Baia<strong>na</strong>s. Ambas<br />
foram premiadas pelo Estandarte de Ouro.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 393,8<br />
AUTORES DO SAMBA: Lequinho, Junior Fionda e Amendoim
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“Mangueira energiza a avenida. O car<strong>na</strong>val é pura energia e a energia é o nosso desafio”<br />
A Verde e Rosa buscou energia em suas raízes para entrar eletrizante <strong>na</strong> passarela. Conseguiu. Contudo,<br />
do meio para o fim, faltou combustível para manter acesa a animação do público e dos sambistas. O<br />
enredo foi desenvolvido de forma um pouco confusa e a evolução pareceu hesitante em alguns mo-<br />
mentos, ora lenta e compactada demais, ora esgarçada por uma correria desati<strong>na</strong>da para não estourar<br />
o tempo permitido. Enfim: a Estação Primeira foi muito pouco Mangueira.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 399,3<br />
AUTORES DO SAMBA: Sérgio Alan, Jorge Remédio e Valtinho Jr.<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Barros<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Lucinha Nobre<br />
“Entrou por um lado, saiu pelo outro...Quem quiser que invente outro”<br />
A criatividade do car<strong>na</strong>valesco Paulo Barros mostrou não conhecer limites. No enredo (Estandarte de<br />
Ouro) sobre lugares imaginários, deu asas a imagi<strong>na</strong>ção, inclusive, <strong>na</strong> utilização de materiais inusitados.<br />
As impressio<strong>na</strong>ntes alegorias-vivas fizeram grande sucesso novamente. A Escola Azul-Pavão e Ouro des-<br />
filou compacta e utilizou fantasias muito bem concebidas e executadas. A eficaz Bateria segurou o ótimo<br />
samba que ensejou a alegre empolgação demonstrada pelos componentes. Para o júri do Estandarte de<br />
Ouro, a Unidos da Tijuca foi a Melhor agremiação de 2005.<br />
Tradição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 379,6 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Tonho, Lu Gama e Nascimento<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 319
320 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Danielle<br />
“De sol a sol, de sol a soja. Um negócio da Chi<strong>na</strong>”<br />
A marca do desfile da Tradição nesse ano foi a falta de criatividade. O enredo sobre a soja apresen-<br />
tou dificuldades de desenvolvimento e tropeçou em diversos problemas com os carros alegóricos,<br />
interferindo <strong>na</strong> sua harmonia. Correu quando deveria sambar e ficou parada quando deveria evoluir.<br />
A Azul e Branco de Campinho ainda foi punida com a perda de um ponto por atraso <strong>na</strong> dispersão.<br />
Balanço geral: Rebaixamento.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 386,8<br />
AUTORES DO SAMBA: Andrezinho Diniz, Prof. Newtão, Sidney Sã e Miguel BD<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Joãosinho Trinta e Wany Araújo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tinga<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Raphael e Rute<br />
“Singrando em mares bravios...E construindo o futuro”<br />
O sonho da Vila de conseguir uma boa classificação em sua volta ao Grupo Especial, <strong>na</strong>ufragou, ao ama-<br />
nhecer, numa maré de problemas. Em alguns momentos a Escola pareceu estar completamente à deriva. A<br />
ideia de trazer carros acoplados acabou custando a perda de um ponto. E, apesar da animação do pessoal<br />
da Azul e Branco, que não deixou de cantar o samba um minuto sequer, o que se viu foi um tédio de fanta-<br />
sias previsíveis tentando desenvolver um previsível enredo sobre a história da <strong>na</strong>vegação e da construção<br />
civil. Salvou-se, além da garra, a excelente bateria de Mestre Mug, que conseguiu levantar o que restava<br />
de público <strong>na</strong>s arquibancadas.
SEGUNDA, 23/02<br />
7 agremiações - Tempo: Nublado<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 393,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Franco, J. Brito e Bujão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizinho Andanças<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Alessandra<br />
“Festa Profa<strong>na</strong>”<br />
Reeditando o enredo origi<strong>na</strong>lmente apresentado pela União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor em 1989, a Verme-<br />
lho e Branco de São Gonçalo brindou a todos com um desfile alegre, vibrante e colorido. O consagrado<br />
samba-enredo estava <strong>na</strong> ponta da língua dos animados componentes. Através de alegorias bem resol-<br />
vidas e fantasias sem luxo, mas muito bonitas, a história do car<strong>na</strong>val foi perfeitamente contada. Mais<br />
uma vez o refrão “eu vou tomar um porre de felicidade...”, sacudiu o povão que lotava o Sambódromo.<br />
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 386,3<br />
AUTORES DO SAMBA: J. L. Fróes, Carlinhos Danoninho, Edmar Silva, Jorge 101,<br />
Fer<strong>na</strong>ndo de Lima, Rafael França e Lee Santa<strong>na</strong><br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Serginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Fabrício e Cristiane<br />
“Car<strong>na</strong>val, doce ilusão. A gente se vê aqui no meio da multidão – 20 anos de Liga”<br />
Com um car<strong>na</strong>val preparado em ape<strong>na</strong>s três meses e meio, a Azul e Branco de Pilares voltou às origens e<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 321
etomou o tom irreverente para reviver a saudade de car<strong>na</strong>vais passados. Apesar da garra dos componentes<br />
e das deliciosas paradinhas da bateria de Mestre Louro, a Escola desenvolveu o enredo de forma pouco clara.<br />
Faltou um pouquinho mais de capricho <strong>na</strong> confecção das alegorias, mas as fantasias leves facilitaram a boa<br />
evolução, ajudada, sem dúvida, pelo samba que caiu no gosto popular.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 393,4<br />
322 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Gilberto Gomes, Paulo César Portugal,<br />
Gustavo do Clarão da Lua, José Antonio e Dominguinhos do Estácio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Andrezinho e Patrícia<br />
“A Viradouro é só sorriso”<br />
Ficou difícil para o pessoal da Vermelho e Branco de Niterói sorrir após perceber que a quebra do se-<br />
gundo carro, ainda <strong>na</strong> concentração, comprometeu o enredo e o seu conjunto. Uma pe<strong>na</strong>, realmente. A<br />
Escola veio linda, com muito luxo e brilho, para falar do sorriso através de diversas situações <strong>na</strong> história<br />
da humanidade. Paradoxalmente, apesar do bom desfile, acabou faltando uma pitada a mais de humor<br />
à passagem da Viradouro.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 383,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Noca da Portela, Darcy Maravilha, J. Rocha e Noquinha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Amarildo de Mello e Nelson Ricardo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bruno Ribas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Paulo Roberto e Andréia<br />
“Nós podemos: oito ideias para mudar o mundo”<br />
Doeu ver a Águia, símbolo maior da Azul e Branco de Madureira, mutilada sem suas asas. Doeu, mais
ainda, assistir ao choro convulso da imponente Velha Guarda Portelense ao ser proibida de desfilar por<br />
causa do tempo de desfile. O enredo que falava das metas da ONU para um mundo melhor nesse início<br />
de milênio, não conseguiu ficar muito claro para o público. Problemas com carros, a formação de bura-<br />
cos entre as alas e a correria generalizada para não perder pontos em cronometragem comprometeram<br />
a harmonia, a evolução e o conjunto. Em tempo: após o encerramento, os baluartes passaram a pé pela<br />
avenida e foram ovacio<strong>na</strong>dos. Uma ce<strong>na</strong> absolutamente bizarra.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 398,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Josimar, Evaldo Ruy, Jorge Artur, Jorginho e PC<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ro<strong>na</strong>ldinho Ilê<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong><br />
“Uma delirante confusão fabulística”<br />
A Escola verde e branco de Ramos deu um verdadeiro show de beleza ao promover um fasci<strong>na</strong>nte en-<br />
contro imaginário do escritor Hans Christian Andersen, <strong>na</strong>scido há 200 anos, com o brasileiro Monteiro<br />
Lobato, também tradutor da obra do di<strong>na</strong>marquês para o português. Com esse enredo infantil <strong>na</strong>s<br />
mãos, a car<strong>na</strong>valesca Rosa Magalhães se esbaldou e investiu com tudo no colorido. Não bastasse a<br />
suntuosidade das fantasias e alegorias, seus componentes estavam alegres, cantando o samba de forte<br />
apelo popular e mostrando muita empolgação. A resposta positiva do público veio com gritos de “É<br />
Campeã!”. Fi<strong>na</strong>lmente justificou-se a rima de Imperatriz com “feliz”.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 398,6<br />
AUTORES DO SAMBA: Mingau, Levi Dutra, Barberinho, Leleco,<br />
Competência, Bittar, Marcelinho Santos, Ciro, Licinho e Derê<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki e Lílian Rabello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Squel<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 323
324 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Alimentar o corpo e a alma faz bem!”<br />
A Tricolor de Duque de Caxias fez um desfile certinho. Sem grandes voos imagi<strong>na</strong>tivos, as alegorias e as<br />
fantasias celebraram a alimentação do homem. Embalada por um samba não muito inspirado, acabou<br />
gerando uma apresentação beneficiada, basicamente, pelas convenções rítmicas competentes de Mestre<br />
Odilon, que garantiu o car<strong>na</strong>val da Escola e mereceu ganhar o Estandarte de Ouro de Melhor Bateria do<br />
ano. A Grande Rio deixou a avenida já com o dia claro, levando a incomoda sensação de não ter consegui-<br />
do servir um lauto banquete.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 399,4<br />
AUTORES DO SAMBA: JC Coelho, Ribeirinha, Adilson Chi<strong>na</strong>, Serginho Sumaré, Domingos PS, Sidnei de Pila-<br />
res, Zequinha do Cavaco, Wanderley Novidade, Jorginho Moreira, Paulinho Rocha e Walnei Rocha<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“O vento corta as terras dos Pampas. Em nome do Pai, do Filho e<br />
do Espírito Guarani, Sete Povos <strong>na</strong> fé e <strong>na</strong> dor... Sete missões de amor”<br />
A Azul e Branco de Nilópolis encerrou o car<strong>na</strong>val 2005 com uma apresentação arrebatadora, deixando<br />
bem clara sua disposição de conquistar o Tricampeo<strong>na</strong>to. Visualmente estava linda, apesar de algumas<br />
fantasias terem passado a sensação de estarem pesadas demais. Realizou um ótimo desfile <strong>na</strong> base do<br />
canto, da dança e do ritmo. Empolgou o público com o belo samba-enredo e com a encantadora exibi-<br />
ção do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Claudinho e Selmynha Sorriso, que esbanjaram elegância.<br />
Tanto o samba quanto o casal, conquistaram o Estandarte de Ouro.<br />
A Escola de Samba Tradição (14º) foi rebaixada para o Grupo A. | A Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha,<br />
Campeã do Grupo A, subiu para o Grupo Especial.
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
7 a 10 pontos | Total de notas válidas: 40 | A Escola de Samba Unidos de Vila Isabel perdeu 01 ponto em<br />
obrigatoriedades (número de alegorias maior que o permitido). | A Escola de Samba Tradição perdeu<br />
01 ponto em obrigatoriedade (número de alegorias maior que o permitido). | Total máximo de pontos<br />
possíveis: 400<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: A<strong>na</strong> Ber<strong>na</strong>chi, Helenise Guimarães, Luiz Carlos Correa, Sérgio Martinolli | BATERIA: Cláu-<br />
dio Luiz Matheus, Geraldo Vespar, Jorge Simas, Luiz Carlos Reis | COMISSÃO DE FRENTE: Aníbal Lavalle, João<br />
Wlamir, Maria Luiza Noronha, Raphael David | CONJUNTO: Daisy Guimarães, Jayme Darriba, Lula Vieira, Wilson<br />
Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: José Clécio Quesado, Lia<strong>na</strong> Barcelos, Luís An-<br />
tônio de Araújo, Orpheu Souza | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Luiz Eduardo Rezende, Otoniel Serra, Salete Lisboa<br />
| FANTASIA: Drika Luce<strong>na</strong>, Irene Orazen, Isabela Cerqueira Campos, Ricardo Cavalcanti | HARMONIA: Benvindo<br />
Siqueira, Célia Souto, José Roberto Brandão, Nilton Rodrigues da Silva | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bea-<br />
triz Badejo, Ilclemar Nunes, Mirene Silva Militão, Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Geanne de Oliveira¹,<br />
Marta Macedo, Rui Maurity<br />
Rapidinhas<br />
¹ Passou mal e a liga decidiu repetir a maior nota do quesito.<br />
• Todo o respeito do mundo à Comissão de Frente da Estação Primeira que esse ano nos deu um<br />
grande presente trazendo os seus Baluartes. Valeu Manga...<br />
• Foi a primeira vez que eu vi a Bateria da Mangueira fazer paradinhas.<br />
• Causou grande preocupação aos soldados do corpo de bombeiros, que estavam acompanhando o<br />
desfile, o carro Abre-Alas do Salgueiro. As labaredas, produzidas por cilindros de gás hélio, chega-<br />
vam a atingir 6 metros de altura.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 325
• Eu espero, de verdade, que a maravilhosa Velha Guarda portelense, NUNCA mais passe pela situa-<br />
ção que enfrentou esse ano ao ser proibida, ou impedida, de desfilar.<br />
• Os carros da Unidos de Vila Isabel estavam imensos. Um deles tinha mais de 30 metros de compri-<br />
mento e era acoplado da seguinte forma: rebocador + <strong>na</strong>vio + plataforma de petróleo. Foi usada<br />
inclusive solda de <strong>na</strong>vio nesse carro. Infelizmente ocorreu um desacoplamento e a Escola perdeu<br />
pontos. Menos... Vila, menos...<br />
• Adorei o carro alegórico da Caprichosos que representava o sambódromo e arredores. Na ‘arqui-<br />
bancada’ 300 componentes se divertiam a valer e <strong>na</strong> parte que representava o viaduto, tinha até<br />
churrasquinho sendo vendido. Bom demais...<br />
• Esse foi o último desfile de Chiquinho e Maria Hele<strong>na</strong> como primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-<br />
-Bandeira da Imperatriz Leopoldinense. Esse casal maravilhoso deu sangue, suor e lágrimas por essa<br />
agremiação. Das 75 notas dez que disputaram, garantiram 58. De 750 pontos possíveis, ganharam<br />
727,8. Um aproveitamento de 97%. Maria Hele<strong>na</strong>, chorando muito, ajoelhou-se no chão da Praça da<br />
Apoteose e beijou a pista que tanta alegria lhe proporcionou. Uma das mais lindas ce<strong>na</strong>s que essa<br />
passarela já registrou. Vocês são, de fato, um casal nota 1000. A Imperatriz deve muitos dos seus<br />
títulos a essa dupla. Meu respeito e meu carinho eterno.<br />
• Mais uma vez a Unidos da Tijuca realizou o melhor desfile do ano. As fantasias, que não utilizaram<br />
plumas ou brilho de paetês, estavam super criativas. Me impressionou, sobremaneira, a ala do bata-<br />
lhão com soldados de cartas que escoltavam a Rainha de Copas. Encantadora....<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Clóvis Bor<strong>na</strong>y (1916-2005).<br />
326 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 2006<br />
2006 2006 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 26 E 27/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
14 agremiações<br />
DOMINGO, 26/02<br />
7 agremiações - Tempo: Nublado/Chuvoso<br />
A ordem do desfile foi definida por sorteio.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 388,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Moisés Santiago, Waltinho Honorato, Fer<strong>na</strong>ndo Magaça,<br />
Tiãozinho do Salgueiro, Abs, Leonel, Paulo Shell, Luizinho Professor e Quinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Márcia Lávia<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Rita<br />
“Microcosmos: O que os olhos não veem, o coração sente.”<br />
A Acadêmicos do Salgueiro presenteou o público com um interessante enredo que mergulhou nos<br />
pequeníssimos eventos <strong>na</strong>turais e criações huma<strong>na</strong>s, considerado o melhor pelo júri do Estandarte de<br />
Ouro. Seu desfile pode ser resumido <strong>na</strong>s seguintes palavras: beleza, origi<strong>na</strong>lidade e pequenos proble-<br />
mas. A Bateria, comandada por Mestre Marcão, emocionou ao fazer paradinhas e reproduzir as batidas<br />
do coração com os surdos. Ao fi<strong>na</strong>l, a Vermelho e Branco da Tijuca foi saudada como campeã pelo povão<br />
da Apoteose.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 327
Acadêmicos da Rocinha . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 14º | PONTUAÇÃO: 371,7 ↓<br />
328 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Marquinhos, Marinho e Wander Timbalada<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alex de Souza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Anderson Paz<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Daniel e Gleice Simpatia<br />
“Felicidade não tem preço”<br />
Segunda a desfilar, a Azul, Verde e Branco da Rocinha entrou <strong>na</strong> avenida sob chuva intensa e saiu colecio-<br />
<strong>na</strong>ndo problemas. Desenvolvendo um enredo crítico e bem humorado que contou o que as pessoas são<br />
capazes de fazer pelo dinheiro e o que o dinheiro pode fazer pelas pessoas, pouca coisa deu certo em seu<br />
desfile, além da garra dos seus componentes. Enfrentou dificuldades com os carros alegóricos, buracos<br />
e mais buracos que surgiram entre as alas e, por fim, o estouro do tempo que lhe custou a perda de 1.2<br />
ponto. Apesar do alto investimento fi<strong>na</strong>nceiro, a própria Escola provou que, nem sempre, dinheiro compra<br />
felicidade...ou competência.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 391,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Niltinho Tristeza, Amaurizão,Maninho do Ponto e Tuninho Professor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ro<strong>na</strong>ldinho Ilê<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marcílio e Verônica<br />
“Um por todos e todos por um”<br />
A chuva poderia ter feito a Verde e Branco da Leopoldi<strong>na</strong> derrapar. Mas não foi isso o que aconteceu.<br />
Contando a saga de Giuseppe Garibaldi e do estado de Santa Catari<strong>na</strong>, a Imperatriz realizou um desfile<br />
irrepreensível em que as suntuosas fantasias e as bonitas alegorias, apesar de molhadas, resistiram sem<br />
problema. É certo que muitos componentes não sabiam cantar o samba, mas a bateria de Mestre Jorjão,<br />
que esteve impecável, foi muito aplaudida pelo público. Outro grande destaque, só para variar, foi a<br />
Comissão de Frente, que com uma coreografia afi<strong>na</strong>da e um figurino lindo conquistou, mais uma vez, o<br />
Estandarte de Ouro.
Caprichosos de Pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 383,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Josemar Manfredini, Mauro Speranza e Márcio do Swing<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Chiquinho Spinoza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Clóvis Pê<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Birinha e Elaine<br />
“Na folia com o Espírito Santo, o Espírito Santo caprichou”<br />
Parece que o Espírito Santo acabou não protegendo a Azul e Branco de Pilares dos problemas que ela teve que<br />
enfrentar. Apesar do bom desfile, exaltando a história desse estado da Região Sudeste brasileira, a evolução<br />
ficou comprometida pela formação de grandes buracos entre as alas, que ainda precisaram correr para não<br />
estourar o tempo. Dificuldades apareceram também no desenvolvimento do enredo e em algumas fantasias<br />
e carros, onde a combi<strong>na</strong>ção de tons deixou um pouco a desejar. Até uma ventania inesperada quase fez os<br />
chapéus das baia<strong>na</strong>s levantarem voo. Como foi possível perceber, nem a fé no santo garantiu a proteção divi<strong>na</strong>...<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 397,6<br />
AUTORES DO SAMBA: Andrezinho Diniz, Serginho 20, Carlinhos do Peixe e Carlinhos Petisco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tinga<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Raphael e Rute<br />
“Soy loco por ti America: A Vila canta a latinidade”<br />
Saudada por alguns dos poucos gritos de “É Campeã” da noite, a Azul e Branco do bairro de Noel em-<br />
polgou o público com a festa que pregou a união dos povos latino-americanos. Tudo deu certo para a<br />
Vila: fantasias e alegorias ricas, bem acabadas e cheias de detalhes, uma bateria fantástica que garantiu a<br />
harmonia do desfile, e, até mesmo, o polêmico samba-enredo, muito criticado por juntar palavras em es-<br />
panhol e português, conseguiu ser animadamente cantado por cada um dos componentes contagiando<br />
todos os setores. Foi, de fato, uma bela apresentação. “Arriba” Vila!<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 329
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 397,6<br />
AUTORES DO SAMBA: Márcio das Camisas, Mariano Araújo, Gilbertinho e Professor Elísio<br />
330 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bruno Ribas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Squel<br />
“Amazo<strong>na</strong>s: o Eldorado é aqui”<br />
O estado do Amazo<strong>na</strong>s é muito grande. Aliás, o maior do Brasil. Mas no desfile da Grande Rio pareceu<br />
interminável. Foi uma apresentação que, certamente, empolgou o público ao amanhecer, misturando<br />
luxo com elementos regio<strong>na</strong>is tradicio<strong>na</strong>is. Todavia, a Escola pecou pelo excesso em diversos setores: <strong>na</strong><br />
quantidade de componentes, no tamanho dos carros alegóricos (enormes) e <strong>na</strong> coreografia da Comis-<br />
são de Frente ( lentíssima ). Conclusão: a Tricolor de Duque de Caxias precisou correr no fi<strong>na</strong>l e, ainda<br />
assim, estourou o tempo estipulado pelo regulamento em um minuto, o que lhe custou a perda de 0,2<br />
ponto e o título de Campeã de 2006.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 397,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Wilsinho Paz, Noel Costa, Alexandre Moraes e Sílvio Romai<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Poços de Caldas: derrama sobre a terra suas águas milagrosas<br />
– Do caos inicial à explosão da vida”<br />
Tentando o inédito Tetracampeo<strong>na</strong>to, a Azul e Branco mostrou a importância da água para a huma-<br />
nidade. E o fez de forma primorosa. As fantasias estavam impecáveis e as alegorias, cheias de movi-<br />
mento e efeitos especiais. O samba-enredo funcionou muito bem, a bateria foi mais que perfeita e as<br />
alas teatralizadas, de uma competência e beleza impressio<strong>na</strong>ntes. A Beija-Flor demonstrou a diferença
que faz ser uma Escola de comunidade. Nessas, os componentes cantam com vibração do início ao<br />
fim do desfile.<br />
SEGUNDA, 27/02<br />
7 agremiações - Tempo: Nublado/Chuvoso<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 385,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Vadinho, Bento e Fer<strong>na</strong>ndo Macaco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cahê Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizinho Andanças<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Alessandra<br />
“Bendita és tu entre as mulheres do Brasil”<br />
Mostrando a força da participação femini<strong>na</strong>, nos mais diferentes setores da sociedade como a política, a<br />
cultura e o esporte, através de um enredo de leitura fácil e muito bem representado, a Vermelho e Branco<br />
de São Gonçalo começou o seu desfile com seus integrantes animados e com o samba <strong>na</strong> ponta da língua.<br />
Contudo, os problemas que surgiram em alguns carros alegóricos determi<strong>na</strong>ram um desajuste <strong>na</strong> evolução<br />
e <strong>na</strong> harmonia, que culmi<strong>na</strong>ram com a correria no fi<strong>na</strong>l para não perder pontos. Realmente... Uma pe<strong>na</strong>...<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 397,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Henrique Gomes, Gilson Bernini e Cosminho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Jamelão<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 331
332 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Das águas do São Francisco, <strong>na</strong>sce um rio de esperança”<br />
Foi um rio em verde e rosa que passou pela Marquês de Sapucaí. O desfile, arrebatador, falou das len-<br />
das e tradições do “Velho Chico” através das fantasias em tons suaves e das belíssimas alegorias que se<br />
sucediam. Passou compacta e ainda brindou o público com numerosas coreografias encantadoras. E o<br />
velho Jamelão, aos 93 anos, esbanjou vitalidade cantando o samba que empolgou a plateia. O resultado<br />
não poderia ser mais óbvio: arrancou gritos de “É Campeã” ao fi<strong>na</strong>l da estupenda apresentação.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 397,2<br />
AUTORES DO SAMBA: Waldeir Melodia, Dadinho, Evaldo, Tamiro e Peralta<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mário Monteiro, Kaká Monteiro e Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Patrícia<br />
“Arquitetando folias”<br />
A Viradouro abalou os alicerces do Sambódromo ao mostrar a riqueza da arquitetura brasileira. A partir<br />
da curiosa Comissão de Frente, coreografada por Deborah Colker, em que os componentes entravam<br />
e saíam por portas espelhadas, a Vermelho e Branco apresentou uma sucessão de carros alegóricos<br />
simples, porém muito criativos, que, em alguns momentos, marcaram uma grande discrepância de con-<br />
ceitos com as fantasias pouco inspiradas. A Bateria, como sempre, garantiu a boa evolução do desfile.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 390,7<br />
AUTORES DO SAMBA: Toco, Rafael Só e Marquinho Marino<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerinho e Marcella<br />
“A vida que pedi a Deus”
Ficou um pouco incompreensível a mistura da celebração dos 50 anos da Verde e Branco com a exalta-<br />
ção à qualidade de vida. Mas o desfile certinho, que quase não apresentou problemas, arrancou aplau-<br />
sos e tímidos gritos de “Já Ganhou” <strong>na</strong> dispersão. Nas fantasias, o car<strong>na</strong>valesco Mauro Quintaes foi bem<br />
fiel às cores da Escola e fez uma das mais bonitas Ala de Baia<strong>na</strong>s que passou pela avenida (magníficas,<br />
em veludo verde e espelhos), merecidamente premiada pelo Estandarte de Ouro. Contando com a garra<br />
dos seus componentes e apostando num car<strong>na</strong>val tecnológico, com muitos efeitos especiais, luz e néon,<br />
a Mocidade comemorou, brilhantemente, o seu jubileu de ouro.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 396,7<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Remédio e Júlio Alves<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Barros<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Lucinha Nobre<br />
“Ouvindo tudo o que vejo, vou vendo tudo o que ouço”<br />
A Unidos da Tijuca, mais uma vez, presenteou a Sapucaí com um car<strong>na</strong>val origi<strong>na</strong>l, criativo e muito ale-<br />
gre. As emoções que a relação som e <strong>imagem</strong> despertam, foram, magistralmente, mostradas através<br />
das incríveis alegorias e fantasias. O samba-enredo funcionou muito bem e garantiu, juntamente com a<br />
Bateria de Mestre Celinho, uma evolução empolgante. O júri do Estandarte de Ouro considerou a Escola<br />
azul-pavão e amarela, novamente, a Melhor de todas, e prêmiou, ainda, os ritmistas e a Porta-Bandeira<br />
Lucinha (linda com saia de CD e pe<strong>na</strong>s de faisão). Depois de dois vicecampeo<strong>na</strong>tos a Tijuca passou com<br />
fome é de vitória.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 391,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Arlindo Cruz, Maurição, Carlos Se<strong>na</strong>, Aluísio Machado e Elmo Caetano<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Menezes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 333
334 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“O Império do Divino”<br />
O Império surpreendeu ao apresentar um mosaico das festas populares e religiosas, que encantam<br />
o povo brasileiro, em um desfile absolutamente divino. Mais tradicio<strong>na</strong>l que nunca, a Verde e Branco<br />
de Madureira realizou, ao clarear do dia, a apresentação mais emocio<strong>na</strong>nte de todas. Driblou a falta<br />
de recursos vindo esteticamente simples, porém, muito elegante. Destaque para o melhor samba-<br />
-enredo do ano, realçado pela imponente interpretação do puxador Nego, ambos premiados pelo<br />
Estandarte de Ouro.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 393,2<br />
AUTORES DO SAMBA: Mauro Diniz, Ary do Cavaco, Júnior Escafura, Marquinhos de Oswaldo Cruz e Naldo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Amarildo de Mello e Ilvamar Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gilsinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Diego e Andréia<br />
“Brasil marca tua cara e mostra para o mundo”<br />
Debaixo de muita água a Portela redimiu-se do fraco desempenho de 2005 fazendo uma boa apresen-<br />
tação. De alma lavada, a Velha Guarda ganhou destaque logo no Abre-Alas ao lado da Águia altaneira.<br />
A Bateria conduziu, com maestria, um dos melhores sambas do ano, embalando o enredo baseado<br />
numa pesquisa feita com turistas, afirmando que a melhor coisa do Brasil, são os brasileiros. Optando<br />
por alegorias tradicio<strong>na</strong>is, a Azul e Branco foi prejudicada pela chuva que tirou um pouco do brilho das<br />
fantasias (particularmente as plumas). Mesmo assim, para quem saiu aos prantos da avenida no último<br />
car<strong>na</strong>val, desfilar debaixo de chuva forte não pareceu tão dramático.<br />
As Escolas de Samba Caprichosos de Pilares (13º) e Acadêmicos da Rocinha (14º) foram rebaixadas para o Gru-<br />
po A. | A Escola de Samba Estácio de Sá, Campeã do Grupo A, subiu para o Grupo Especial.
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
7 a 10 pontos | Total de notas validas: 40 | A Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha perdeu 1.2 ponto<br />
em cronometragem por ter ultrapassado em 6 minutos o tempo limite de desfile. | A Escola de Samba<br />
Acadêmicos do Grande Rio perdeu 0.2 ponto em cronometragem por ter ultrapassado em 1 minutos o<br />
tempo limite de desfile. | Desempate entre a 1ªe a 2ª colocada deu-se no quesito Samba-Enredo. | De-<br />
sempate entre a 4ªe a 5ª colocada deu-se no quesito Alegorias e Adereços. |Desempate entre a 8ªe a 9ª<br />
colocada deu-se no quesito Samba-Enredo. | Total máximo de pontos possíveis: 400<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Cris Moura, Helenise Guimarães, Luiz Carlos Correa, Sérgio Martinolli | BATERIA: Cláudio<br />
Luiz Matheus, Geraldo Vespar, Jorge Simas, William Lu<strong>na</strong> Jr. | COMISSÃO DE FRENTE: João Wlamir, Maria Luiza<br />
Noronha, Paulo César Moratto, Raphael David | CONJUNTO: Daisy Guimarães, Jayme Darriba, Lula Vieira, Wil-<br />
son Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: José Clécio Quesado, Lia<strong>na</strong> Barcelos, Luís<br />
Antônio de Araújo, Orpheu Souza | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Luiz Eduardo Rezende, Regi<strong>na</strong> Lima, Salete Lisboa<br />
| FANTASIA: Drika Luce<strong>na</strong>, Irene Orazen, Regi<strong>na</strong> Oliva, Ricardo Cavalcanti | HARMONIA: Benvindo Siqueira, Célia<br />
Souto, José Roberto Brandão, Nilton Rodrigues da Silva | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Beatriz Badejo, Ilcle-<br />
mar Nunes, Mirene Silva Militão, Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Marcelo Rodrigues, Marta Macedo,<br />
Rui Maurity<br />
Rapidinhas<br />
• Que beleza o movimento (realizado por 174 bailarinos) que simulava o balanço das águas do mar<br />
no desfile da Mangueira.<br />
• A Comissão da Frente da Unidos do Viradouro também surpreendeu pela coreografia perfeita. Os<br />
componentes, rapazes e moças lindamente fantasiados, abriam e fechavam portas com efeitos de<br />
espelhos. Muito realista, também, estava o carro da favela.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 335
• Outra Comissão de Frente que fez muito sucesso foi a da Unidos de Vila Isabel. As ‘ba<strong>na</strong>ninhas’ de<br />
fraque ou vestidas de Carmem Miranda estavam hilárias e muito origi<strong>na</strong>is.<br />
• A Porta-Bandeira da Portela, Andréia, desfilou descalça durante boa parte da apresentação. Por cau-<br />
sa da chuva intensa a bailari<strong>na</strong> retirou os sapatos para não correr o risco de escorregar.<br />
• Alguns julgadores torceram o <strong>na</strong>riz para as alegorias da Unidos da Tijuca. Eu gostei muito. Nunca<br />
esquecerei dos seguintes carros: gramofone (80 componentes que transformavam a alegoria em<br />
3 momentos distintos utilizando painéis); fuscão preto (com deze<strong>na</strong>s de carros empilhados); ETs<br />
(reproduzindo a fantástica ce<strong>na</strong> fi<strong>na</strong>l do filme de Spielberg com as bicicletas voadoras); discoteca<br />
(com uma movimentação incrível de 120 pessoas) e o que reproduzia a passarela dos desfiles (re-<br />
lembrando os imponentes estandartes ilumi<strong>na</strong>dos da Presidente Vargas e exibindo as bandeiras de<br />
todas as agremiações através de uma movimentação primorosa das 210 pessoas que ‘torciam’ <strong>na</strong>s<br />
arquibancadas). Mais um show da agremiação tijuca<strong>na</strong>.<br />
• Último ano que Jamelão interpretou o samba-enredo mangueirense... Foram 56 anos cantando e<br />
valorizando os sambas com seu vozeirão... Deu um aperto no coração de todo mundo...<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Dinorah (do conjunto ‘As Gatas’).<br />
336 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| 2007<br />
2007 2007 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 18 E 19/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
13 agremiações<br />
DOMINGO, 18/02<br />
6 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Escola de Samba Campeã do Grupo A em 2006.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Estácio de Sá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 386,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Darcy do Nascimento, Djalma Branco e Dominguinhos do Estácio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Menezes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Anderson Paz<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alex e Carla<br />
“O Ti -Ti -Ti do Sapoti”<br />
No seu retorno ao Grupo Especial, após dez longos anos, a Vermelho e Branco do Estácio trouxe de volta<br />
o “Ti -Ti -Ti” de 1987. No carro Abre-Alas, o deslumbrante Leão, símbolo da agremiação, movimentava-<br />
-se, rugia alto e impressio<strong>na</strong>va o público. A reedição do enredo, no entanto, não conseguiu empolgar. A<br />
explicação talvez seja o excesso de pompa e luxo levados para a avenida destoando, completamente, do<br />
espírito alegre e divertido do tema que tanto sucesso fez no desfile de vinte anos atrás.<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 389,6 ↓<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 337
AUTORES DO SAMBA: Arlindo Cruz, Maurição, Carlos Se<strong>na</strong>, Aluísio Machado e João Bosco<br />
338 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jack Vasconcelos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Ser diferente é normal: o Império Serrano faz a diferença no car<strong>na</strong>val”<br />
A guerreira Escola Verde e Branco da Serrinha comemorou seu sexagésimo aniversário, em grande estilo,<br />
exaltando o trabalho de pessoas que, apesar de “diferentes”, estiveram a frente do seu tempo. Emocionou<br />
o povão cantando o samba e dançando <strong>na</strong> maior empolgação apoiada <strong>na</strong> pulsação segura e característica<br />
da Bateria de Mestre Átila, premiada pelo Estandarte de Ouro. Voltou a sofrer com problemas crônicos de<br />
harmonia, o que não permitiu um desfile coeso.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 397,4<br />
AUTORES DO SAMBA: Lequinho, Junior Fionda, Aníbal e Amendoim<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizito (grito de guerra), Clóvis Pê, Eraldo Caê, Lequinho, Chi<strong>na</strong> Branco e Zé Paulo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“Minha língua é minha pátria, Mangueira, meu amor. Meu<br />
samba vai ao lácio e colhe a última flor”<br />
A Mangueira veio disposta a levar o campeo<strong>na</strong>to. Sexto idioma mais falado no mundo, o português re-<br />
cebeu uma justa home<strong>na</strong>gem da Estação Primeira que contou a história e falou dos grandes expoentes<br />
da língua, como escritores e compositores. Fez um bom desfile, mas faltou um pouco mais de emoção.<br />
Destaque para a Comissão de Frente (Estandarte de Ouro), que além de impressio<strong>na</strong>r pela coreografia e<br />
mudança rápida da indumentária, ainda prestou uma singela home<strong>na</strong>gem a Jamelão, o maior intérprete<br />
de todos os tempos.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 397,3
AUTORES DO SAMBA: Gusttavo do Clarão da Lua, Gilberto Gomes, Nando, Pablo e Paulo César Portugal<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Barros<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Simone<br />
“A Viradouro vira o jogo”<br />
O Sambódromo virou um tabuleiro de jogos durante a passagem da Vermelho e Branco. Paulo Barros deu<br />
um banho de criatividade abusando das invencionices e alegorias repletas de gente, suas principais carac-<br />
terísticas. A maior ousadia foi colocar, pela primeira vez <strong>na</strong> história, a Bateria sobre um carro alegórico. Mas<br />
teve mais: trouxe a alegoria que representava o Castelo de Cartas, literalmente, de cabeça para baixo. Por<br />
essas e outras, a Escola de Niterói cruzou a avenida sob gritos de “É Campeã”.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 391,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Toco, Rafael Só e Marquinho Marino<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alex de Souza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bruno Ribas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marcelo Pessoa e Marcella<br />
“O futuro do pretérito – uma história feita à mão”<br />
A Verde e Branco de Padre Miguel não abriu mão do dourado e dos efeitos especiais para falar de artesa-<br />
<strong>na</strong>to. Apresentou majestosas e criativas alegorias, como o carro das festas populares, e fantasias inovado-<br />
ras, como a das baia<strong>na</strong>s-cibernéticas. Faltou, entretanto, um pouco mais de clareza ao desenvolvimento do<br />
enredo. De qualquer modo, o desfile da Mocidade foi só alegria, expressa no sorriso de cada componente.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 396,6<br />
AUTORES DO SAMBA: Andrezinho Diniz, Serginho 20, Evandro Bocão,<br />
Professor Wladimir e Carlinhos Petisco<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 339
340 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cid Carvalho<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tinga<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Raphael e Rute<br />
“Metamorfoses: do Reino animal à Corte popular do car<strong>na</strong>val”<br />
Defendendo o Bicampeo<strong>na</strong>to a Vila entrou <strong>na</strong> passarela mostrando, da Comissão de Frente ao último<br />
carro, um mundo em transformação. Veio animada e cantou muito o samba tentando superar os proble-<br />
mas com o desenvolvimento do enredo. As bonitas e interessantes alegorias impressio<strong>na</strong>ram o público,<br />
mas, algumas fantasias pareceram pesadas demais. Para conseguir ganhar mais campeo<strong>na</strong>tos a Azul e<br />
Branco terá que passar por certas mutações.<br />
SEGUNDA, 19/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela última classificada do Grupo Especial a escapar do rebaixamento para o Grupo A em 2006.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 391,2<br />
AUTORES DO SAMBA: David Souza, Fábio Costa, Francisco, William e Wagner<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizinho Andanças<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Toninho e Alessandra<br />
“Preto e Branco a cores”<br />
A Vermelho e Branco de São Gonçalo trouxe para a Sapucaí um enredo corajoso sobre a democratiza-<br />
ção da África do Sul com o fim do “Apartheid” ( destacando a luta do líder negro e ex-presidente Nelson<br />
Mandela). As referências à dicotomia entre o negro e o branco apareceram durante todo o desfile, des-
de o Tigre, do carro Abre-Alas, às maravilhosas Baia<strong>na</strong>s. Embora a falta de criatividade e de cuidados<br />
com o acabamento das fantasias tenham comprometido o desempenho da Escola, o samba, e a Bateria<br />
de Mestre Louro, embalaram os componentes, que cantaram o tempo todo, levantando o povão.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 397,3<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Remédio, Ivinho do Cavaco, Totonho e Silvão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luiz Carlos Bruno e Lane Santa<strong>na</strong><br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Lucinha Nobre<br />
“De lambida em lambida, a Tijuca dá um click <strong>na</strong> avenida”<br />
Parece que a Unidos da Tijuca encontrou mesmo o seu caminho. Seus integrantes incorporaram o enre-<br />
do (Estandarte de Ouro) sobre a fotografia, que fez um passeio no tempo, desde o famoso lambelambe<br />
até a máqui<strong>na</strong> digital, realizando um desfile intenso, alegre, e, sobretudo, informativo. Com fantasias de-<br />
talhadas, alegorias que prenderam a atenção do público, uma boa Bateria e um samba-enredo delicioso,<br />
a Escola azul-pavão e amarela encantou pelo banho de criatividade e arrancou aplausos do começo ao<br />
fim da sua apresentação. Além do prêmio para o enredo, a Porta-Bandeira Lucinha Nobre ganhou o<br />
Estandarte de Ouro pela segunda vez consecutiva.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 396,4<br />
AUTORES DO SAMBA: Dudu Botelho, Marcelo Motta, Zé Paulo e Luiz Pião<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Márcia Lávia<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Gleice Simpatia<br />
“Candaces”<br />
A Vermelho e Branco do bairro da Tijuca, ao retomar a tradição de temas africanos, empolgou o público<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 341
<strong>na</strong> Sapucaí. Falou da di<strong>na</strong>stia de Rainhas da África Oriental fazendo referência, também, à luta de todas<br />
as mulheres negras que, de algum modo, deram a volta por cima. As fantasias luxuosas respeitaram<br />
as cores da Escola permitindo o predomínio dos tons palha e terra. Os carros alegóricos, grandiosos,<br />
abusaram do dourado mas não deixaram o vermelho de lado. Mesmo com muitas palavras em Iorubá<br />
e outras línguas africa<strong>na</strong>s, o bonito samba conseguiu traduzir o enredo e foi cantado, com garra, por<br />
quase todos os componentes. As maravilhosas baia<strong>na</strong>s, com detalhes em palha no figurino, evoluíram<br />
com graça e animação para conquistar o prêmio Estandarte de Ouro do Jor<strong>na</strong>l O Globo.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 394,8<br />
342 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Diogo Nogueira, Ciraninho e Celsinho Andrade<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Amarildo de Mello e Cahê Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gilsinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Diego e Alessandra<br />
“Os Deuses do Olimpo <strong>na</strong> Terra do car<strong>na</strong>val: uma festa dos esportes, da saúde e da beleza”<br />
Samba e esporte fizeram uma bela dobradinha no desfile da Portela. Em seu estilo mais tradicio<strong>na</strong>l, apresen-<br />
tou-se despretensiosa e simpática, dando o pontapé inicial para os jogos Pan-americanos do Rio. A Águia,<br />
seu símbolo, com mais de 50 mil lâmpadas azuis, puxou alegorias recheadas de atletas, representando as di-<br />
ferentes modalidades esportivas. Em uma delas, 21 águias simbolizavam as vitórias conquistadas pela Escola<br />
até então.. Algumas falhas <strong>na</strong> evolução e <strong>na</strong> harmonia, além da pouca criatividade em geral, foram determi-<br />
<strong>na</strong>ntes para a Azul e Branco de Madureira ter ficado bem longe do pódium.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 392,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Merrenga, Xande Sobrinho, Lula Inspiração, Bill Amizade e Aliomar<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marcílio e Verônica
“Terezinha uhuhuuu!!! Vocês querem bacalhau?”<br />
Com um tema de difícil execução, a Imperatriz trouxe para a avenida a história, os mitos e as múltiplas<br />
facetas do peixe, assim como as brincadeiras geradas por ele. Alegre e colorida, no melhor estilo Rosa<br />
Magalhães, a Escola enfrentou problemas <strong>na</strong> harmonia, o que comprometeu o desfile que, em momen-<br />
to algum empolgou o público. Se o samba não aconteceu, a bateria do Mestre Jorjão, por sua vez, fez<br />
grande sucesso. De alguma forma o bacalhau da Verde e Branco de Ramos pareceu meio indigesto.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 397,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Márcio das Camisas, Mariano Araújo, Robson Moratelli e Professor Elísio<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Squel<br />
“Caxias, caminho do progresso, um retrato do Brasil”<br />
Home<strong>na</strong>geando a sua Cidade-Mãe, a Grande Rio repetiu as virtudes e os problemas que a levaram ao<br />
Vice-Campeo<strong>na</strong>to em 2006: um desfile luxuoso limitado por uma <strong>na</strong>rrativa previsível, a falta de criativi-<br />
dade <strong>na</strong> concepção das fantasias e alegorias e um número excessivo de integrantes. Além disso, alguns<br />
imprevistos como os buracos surgidos entre algumas alas e um carro alegórico incendiado ao fi<strong>na</strong>l da<br />
apresentação, agravaram os seus problemas. Destaque para a fenome<strong>na</strong>l Bateria de Mestre Odilon, que<br />
conseguiu fazer com que o mediano samba levantasse a Sapucaí.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 399,3<br />
AUTORES DO SAMBA: Cláudio Russo, J. Veloso, Carlinhos do Detran e Gilson Dr<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 343
344 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Áfricas – Do berço Real à Corte Brasilia<strong>na</strong>”<br />
O que poderia ter saturado o público, já que Salgueiro e Porto da Pedra também falaram sobre o Conti-<br />
nente Negro, levou a Azul e Branco de Nilópolis a surpreender, tor<strong>na</strong>ndo-se uma das favoritas ao título.<br />
Foi um desfile emocio<strong>na</strong>nte, competente, didático, de fácil leitura e historicamente correto. A harmonia<br />
esteve impecável bem como o equilíbrio do canto com a Bateria. Apesar da letra difícil, os componentes<br />
cantaram o samba (Estandarte de Ouro) com garra durante todo o tempo. Trouxe carros gigantescos e<br />
variou bastante o material de suas fantasias (palha, chita, juta e, até, crochê), sempre optando por tramas<br />
e tecidos rústicos, porém de grande efeito visual. Como esquecer as fantasias com estampas de Bichos?<br />
A Beija-Flor realizou um belo e completo espetáculo, sendo considerada a Melhor do ano pelo júri do<br />
Estandarte de Ouro.<br />
As Escolas de Samba Império Serrano (12º) e Estácio de Sá (13º), foram rebaixadas para o Grupo A. | A Escola<br />
de Samba São Clemente, Campeã do Grupo A, subiu para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação<br />
de 7 a 10 pontos | Total de notas validas: 40 | Desempate entre a 4ªe a 5ª colocada deu-se no quesito<br />
Evolução. | Total máximo de pontos possíveis: 400<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Cris Moura, Luiz Carlos Correa, Sérgio Martinolli, William Taranto | BATERIA: Cláudio<br />
Luiz Matheus, Julinho Teixeira, Luiz Carlos Reis, William Lu<strong>na</strong> Jr. | COMISSÃO DE FRENTE: João Wlamir, Pau-<br />
lo César Moratto, Rafaela Riveiro Ribeiro, Raphael David | CONJUNTO: Daisy Guimarães, Gustavo Pazos<br />
Quintans, Roberto Horcades, Sulamita Trzci<strong>na</strong> | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Carlos<br />
Roberto de Araújo, Eliseu de Miranda Correa, Flávio Freire Xavier, Luís Antônio de Araújo | EVOLUÇÃO:<br />
Carlos Pousa, Luiz Eduardo Rezende, Paulo Melgaço, Salete Lisboa | FANTASIA: Drika Luce<strong>na</strong>, Irene Orazen,
Regi<strong>na</strong> Oliva, Ricardo Cavalcanti | HARMONIA: Alessandra Levy, Célia Souto, José Roberto Brandão, Nilton<br />
Rodrigues da Silva | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Áurea Hämmerli, Beatriz Badejo, Mirene Silva Militão,<br />
Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Eri Galvão, Lúcia Hele<strong>na</strong> Carvalho, Marcelo Rodrigues, Marta Macedo<br />
Rapidinhas<br />
• Legal que a Estácio de Sá reeditou o Ti-Ti-Ti do Sapoti de 87. Pe<strong>na</strong> que nessa nova leitura, apesar do<br />
luxo e do bom gosto, a irreverência do tema tenha sido esquecida.<br />
• Os componentes da Comissão de Frente da Mangueira transformavam-se em cachopas (dançari<strong>na</strong>s<br />
portuguesas) com uma troca de roupa super rápida em pleno desfile. Achei o máximo... E o carro Abre-<br />
-Alas que trazia um Coliseu Romano com 65 pessoas dentro? Um verdadeiro espetáculo cenográfico...<br />
• E para quem pensava que o car<strong>na</strong>valesco Re<strong>na</strong>to Lage só sabia fazer car<strong>na</strong>val high tech, a resposta veio<br />
com a apresentação dos Acadêmicos do Salgueiro. Contou a saga das Candaces (rainhas africa<strong>na</strong>s) de<br />
maneira suntuosa utilizando ilumi<strong>na</strong>ção inter<strong>na</strong> e indireta nos carros alegóricos.<br />
• O enorme Diabo do Abre-Alas da Unidos da Tijuca estava fantástico. Gostei muito também das alegorias:<br />
‘Retratos da Vida’(reproduzindo a famosa fotografia da meni<strong>na</strong> viet<strong>na</strong>mita fugindo sem roupas por uma<br />
estrada do Vietnã); ‘sete carinhas’; ‘foto das normalistas’ e do painel que exibia fotos de pessoas que<br />
estavam no sambódromo no famoso carro ‘diga xix’. Muito legal esse desfile....<br />
• O Paulo Barros chegou mesmo para dar uma sacudida no car<strong>na</strong>val. Juntou com Mestre Ciça e....já viu,<br />
né? Aplaudi de pé a bateria (peças de jogo de xadrez) subindo e descendo de um carro alegórico (o<br />
tabuleiro) durante o desfile. E o carro Castelo de Cartas (150 mil delas) de cabeça para baixo? Verdadeiro<br />
delírio de criatividade. Outros grandes momentos: o carro ‘Onde está Wally?”, a quadra polivalente onde<br />
trezentos componentes se revezavam praticando os mais diversos esportes, a saia da Porta-Bandeira<br />
montada <strong>na</strong> avenida, entre outros.<br />
• O desfile da Beija-Flor de Nilópolis foi simplesmente espetacular. Poucas vezes a África foi tão lindamen-<br />
te retratada.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Profº Júlio, o Xangô do Salgueiro (1939-2007)<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 345
| 2008<br />
346 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
2008 2008 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 03 E 04/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
12 agremiações<br />
DOMINGO, 03/02<br />
6 agremiações - Tempo: Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Escola de Samba Campeã do Grupo A em 2007.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 387,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Helinho 107, Ricardo, Naldo, Cláudio, Marcelo Santa Clara e Armandinho do Cavaco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Leo<strong>na</strong>rdo Bessa<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marcelo e Danielle<br />
“O Clemente João VI no Rio: a redescoberta do Brasil”<br />
O desfile da Escola amarela e preto de Botafogo foi marcado pelo bom humor. O enredo que contou a<br />
chegada da família Real Portuguesa ao Brasil <strong>na</strong> visão da mãe do Mo<strong>na</strong>rca, Do<strong>na</strong> Maria I - a Louca, foi<br />
mostrado de forma irreverente, marca registrada do car<strong>na</strong>valesco Milton Cunha, que dividiu a função<br />
com o veterano Mauro Quintaes e com Fábio Santos, de ape<strong>na</strong>s 26 anos. A execução dos carros alegó-<br />
ricos, apesar de bem bolados, frustrou um pouco o público. A maior parte das fantasias estava pesada,<br />
representando um verdadeiro desafio para os componentes. Paradoxalmente, a São Clemente foi pe<strong>na</strong>-<br />
lizada em 0,5 ponto por descumprir o regulamento ao apresentar uma modelo com a genitália desnuda.
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 388,2<br />
AUTORES DO SAMBA: David Souza, Fábio Costa e Carlos Junior<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mario Borriello<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizinho Andanças<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Cem anos de imigração japonesa no Brasil – Tem pagode no Maru”<br />
E os olhos puxados tomaram conta da Sapucaí. Alguns genuínos, outros milhares, contudo, made in São Gon-<br />
çalo. A Vermelho e Branco mostrou, através de um enredo claro e bem desenvolvido, como nossos irmãos da<br />
Terra do Sol Nascente chegaram ao território brasileiro e o que legaram para o nosso país. Mas a apresentação<br />
foi marcada por alguns sustos também: Problemas de mau funcio<strong>na</strong>mento e, até, incêndio em carros alegóricos,<br />
além da saúde de Mestre Louro que não conseguiu concluir o desfile à frente daBateria. A Porta-Bandeira A<strong>na</strong><br />
Paula, com uma exibição simples mente sublime, mereceu, sem dúvida alguma, o prêmio Estandarte de Ouro.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 398,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Dudu Botelho, Marcelo Motta, Josemar Manfredini, João Conga e Luiz Pião<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Márcia Lávia<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Gleice Simpatia<br />
“O Rio de Janeiro continua sendo...”<br />
A chuva que caiu durante o desfile da Vermelho e Branco Tijuca<strong>na</strong> não combinou muito com o enredo<br />
sobre o Rio de Janeiro. Mas a Escola deu um olé no temporal, levando para a Sapucaí o clima alegre<br />
do verão carioca, conseguindo contagiar as arquibancadas. A evolução foi um pouco prejudicada pelo<br />
tamanho dos carros, bemacabados e criativos. As fantasias, de fácil identificação, abusaram do colorido,<br />
dando um verdadeiro show de bom gosto. O samba também pegou bem <strong>na</strong> avenida e foi magnifica-<br />
mente sustentado pela ‘Furiosa’ Bateria de Mestre Marcão, que levou o Estandarte de Ouro como a<br />
Melhor de 2008. O Salgueiro marcou sua passagem com muita qualidade.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 347
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 396,8<br />
AUTORES DO SAMBA: Diogo Nogueira, Ciraninho e Celsinho Andrade, Junior Scafura e Ary do Cavaco<br />
348 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cahê Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gilsinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Diego e Alessandra<br />
“Reconstruindo a Natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade”<br />
Com um enredo ecologicamente correto, a Portela escolheu falar, principalmente, sobre a água, embora também<br />
tenha incluído outros recursos <strong>na</strong>turais. A Águia da Azul e Branco, com 20 metros de comprimento e vinte de<br />
altura (a maior trazida pela Escola) passou em versão high tech feéricamente ilumi<strong>na</strong>da por néon azul. A chuva<br />
não chegou a atrapalhar a evolução dos foliões, que cantaram, com muita garra, o animado samba-enredo. As<br />
alegorias conseguiram um bom efeito, já as fantasias, algumas muito grandes e pesadas, pecaram pela falta de<br />
origi<strong>na</strong>lidade. Pelo sim, pelo não, foi a única agremiação a deixar a Marquês de Sapucaí sob gritos de “É Campeã”.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 393,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Lequinho, Junior Fionda, Aníbal, Francisco do Pagode e Silvão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizito<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“Cem anos de Frevo, é de perder o sapato. Recife mandou me chamar...”<br />
Mesmo debaixo de chuva forte, a Estação Primeira realizou um bom desfile. As belas alegorias e o bom<br />
uso da combi<strong>na</strong>ção do verde com o rosa <strong>na</strong>s fantasias encantou a todos. A evolução, porém, foi bastante<br />
irregular, com a formação de buracos entre as alas e um corre-corre, desnecessário, ao fi<strong>na</strong>l da apresen-<br />
tação. A representação de Cartola no último carro lembrando o centenário do compositor (que nunca foi<br />
enredo da Escola), não surtiu o efeito esperado. Apesar dos percalços, a vibração dos componentes e o<br />
bom rendimento do polêmico samba, ajudaram a levantar o povão.
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 396,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Lima Andrade, Evaldo, Tamiro e Paulo César Portugal<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Barros<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nêgo<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Simone<br />
“É de arrepiar”<br />
É possível imagi<strong>na</strong>r uma Escola de Samba trazendo em seu Abre-Alas uma pista de esqui de 33 metros<br />
com 26 toneladas de gelo e esquiadores descendo de uma altura de 9 metros? É sim. Foi desse modo<br />
que a Escola Vermelho e Branco de Niterói iniciou o seu controverso desfile. Utilizando a linguagem do<br />
cinema para se comunicar, o car<strong>na</strong>valesco Paulo Barros assumiu o desafio de inovar, mas também de<br />
chocar. O resultado dividiu público e crítica entre os que gostaram e os que se sentiram agredidos com<br />
o espetáculo. Todos os carros alegóricos, de alguma forma, causaram impacto. No quesito empolgação,<br />
nota máxima para a competente Bateria de Mestre Ciça. Polêmicas à parte a Viradouro arrepiou com<br />
muita criatividade e, muitos momentos da sua apresentação acabaram deixando a galera, literalmente,<br />
de cabelos em pé.<br />
SEGUNDA, 04/02<br />
6 agremiações - Tempo: Nublado<br />
A ordem do desfile foi determi<strong>na</strong>do por sorteio.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Mocidade Independende de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 395,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Gustavo Henrique, Igor Leal e Marquinho Marino<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 349
350 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cid Carvalho<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bruno Ribas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerinho e Marcella<br />
“O Quinto Império: de Portugal ao Brasil, uma utopia <strong>na</strong> história”<br />
A Mocidade trouxe de volta o brilho dos seus velhos car<strong>na</strong>vais. A visão utópica da instituição de Por-<br />
tugal em um Quinto Império Mundial por Dom Sebastião foi transformada em sonho real durante a<br />
sua apresentação. As alegorias e as fantasias em tons vibrantes, que esbanjaram detalhes em lamê e<br />
pedras, estavam praticamente impecáveis. Tanto a Comissão de Frente, que mostrou um passeio da<br />
Corte Portuguesa numa carruagem onde os escravos transformavam-se em cavalos, quanto a luxuosa<br />
Ala das Baia<strong>na</strong>s, toda em prata, garantiram Estandartes de Ouro para a agremiação Verde e Branco de<br />
Padre Miguel. Apesar de alguns problemas em sua evolução, fez um desfile emocio<strong>na</strong>nte, baseado no<br />
belo samba, <strong>na</strong> excelente Bateria e, sobretudo, <strong>na</strong> garra dos seus componentes.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 396,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Júlio Alves, Sereno, Paulo Rios e Beto Lima<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luiz Carlos Bruno<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Lucinha Nobre<br />
“Vou juntando o que eu quiser, minha mania vale ouro.<br />
Sou Tijuca, trago a arte colecio<strong>na</strong>ndo o meu tesouro”<br />
A Tijuca abusou de suas cores - amarelo e azul-pavão – para empolgar o público com fantasias e ale-<br />
gorias tão criativas e divertidas quanto de fácil compreensão, e ilustrar o enredo que lembrou o hábito<br />
de se fazer coleções. Apostando <strong>na</strong> simplicidade, manteve a fórmula que a levou aos primeiros lugares<br />
nos últimos quatro anos: carros com grande número de integrantes executando coreografias, além do<br />
samba-enredo <strong>na</strong> boca do público. A Bateria, de Mestre Casagrande, inovou com três paradinhas , uma<br />
delas de alto risco por durar, longos, 27 segundos. Por tudo isso, a sua coleção de troféus foi acrescida<br />
de mais um: o Estandarte de Ouro de Melhor Escola de 2008.
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 396,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Josimar, Di Andrade, Carlos Kind, Valtencir e Jorge Arthur<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Preto Jóia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marcílio e Verônica<br />
“João e Marias”<br />
A Escola de Ramos levou para a avenida um desfile impecável. O enredo, que trouxe as Marias <strong>na</strong> vida<br />
de Dom João, foi muito bem executado, enfeitiçando a passarela com as cores verde, branco e ouro das<br />
fantasias sofisticadas, bem feitas e origi<strong>na</strong>is. Rosa Magalhães usou e abusou de alegorias grandiosas e<br />
bem montadas. A excelente Bateria e o samba, considerado um dos mais bonitos do ano, cantado pelos<br />
componentes com garra e empolgação durante todo o desfile, garantiram a boa evolução e contagia-<br />
ram o público. A boa apresentação da Imperatriz foi premiada pelo Estandarte de Ouro em três catego-<br />
rias: Enredo, Samba e Revelação (Mestre Marcone).<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 394,6<br />
AUTORES DO SAMBA: Andrezinho Diniz, Pinguim, Evandro Bocão,<br />
Dedé, Eduardo, Dinny, Miro e Carlinhos Petisco<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alex de Souza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tinga<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Rute<br />
“Trabalhadores do Brasil”<br />
Mostrando a saga do trabalhador brasileiro, desde a Descoberta até os dias atuais, a Vila passou muito<br />
bonita, especialmente por causa dos carros alegóricos. Mas a execução do enredo ficou comprometida<br />
porque algumas fantasias eram luxuosas demais para o tema. A evolução também sofreu alguns per-<br />
calços com a formação de buracos <strong>na</strong> pista. Ainda assim, foi um belo espetáculo: organizado, com bom<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 351
itmo e um samba difícil, mas que funcionou <strong>na</strong> avenida graças à garra da moçada da Azul e Branco do<br />
bairro de Noel.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 396,9<br />
352 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Mingau, Emerson Dias, Edu da Penha e Maurição<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Squel<br />
“Do verde de Coari, vem meu gás, Sapucaí”<br />
A Tricolor de Duque de Caxias entrou grandiosa, disposta a dar o passo definitivo para alcançar o título<br />
após dois vice-campeo<strong>na</strong>tos consecutivos. Para tanto, contou a história do gás e a sua importância para<br />
a humanidade desde a criação do universo. A cidade de Coari, no Amazo<strong>na</strong>s, um dos mais importantes<br />
bolsões de gás do mundo ganhou um setor inteiro do desfile. Alguns problemas com os carros alegóri-<br />
cos, grandes demais e cheios de efeitos especiais, acabaram atrapalhando a evolução da Escola que foi<br />
punida, inclusive, com a perda de 0,1 ponto devido ao desacoplamento ocorrido em sua última alegoria.<br />
A criatividade de algumas fantasias não conseguiu superar o tecnicismo do conjunto, com figurinos de<br />
difícil compreensão. O samba mostrou pouca força <strong>na</strong> avenida, mas as paradinhas da Bateria de Mestre<br />
Odilon Costa conseguiram, no entanto, empolgar a galera.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 399,3<br />
AUTORES DO SAMBA: Cláudio Russo, J. Veloso, Carlinhos do Detran, Kid, Marquinhos e Gilson Dr<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Macapaba: equinócio solar, viagens fantásticas ao meio do mundo”
A Beija-Flor entrou <strong>na</strong> Sapucaí com ímpeto de Campeã e saiu candidatíssima ao título, que afi<strong>na</strong>l,<br />
acabou levando de fato. As belezas, a cultura e a história da capital do Amapá foram mostradas,<br />
com muito luxo, através das magníficas alegorias. Ao optar por cores fortes <strong>na</strong>s fantasias, provocou<br />
um efeito de bonito contraste, inundando a passarela com muito requinte e bom gosto. A Bateria,<br />
de Mestre Paulinho, serviu bem ao samba que empolgou a passarela. No fi<strong>na</strong>l da apresentação, al-<br />
gumas alas correram, desnecessariamente, prejudicando a evolução. Muito pouco para tirar da Azul<br />
e Branco de Nilópolis o Bicampeo<strong>na</strong>to.<br />
A Escola de Samba São Clemente (12º) foi rebaixada para o Grupo A. | A Escola de Samba Império Serrano,<br />
Campeã do Grupo A, subiu para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
7 a 10 pontos | Total de notas validas: 40 | A Escola de Samba São Clemente perdeu 0,5 ponto em obriga-<br />
toriedades por ferir o regulamento apresentando um componente com a “genitália desnuda”. | A Escola<br />
de Samba Acadêmicos do Grande Rio perdeu 0,1 ponto em obrigatoriedades pelo desacoplamento de<br />
um dos seus carros alegóricos, ultrapassando o número máximo de alegorias permitido. | Desempate<br />
entre a 5ªe a 6ª colocada deu-se no quesito Comissão de Frente. | Total máximo de pontos possíveis: 400<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Bruno Chateaubriand, Carlos Alberto Marques, Vitor Wanderley, Walber Ângelo de<br />
Freitas | BATERIA: Cláudio Luiz Matheus, Jorge Gomes, Leandro Osiris, Luiz Carlos Torquato Reis | COMISSÃO<br />
DE FRENTE: Cacá Mourthé, Paulo César Moratto, Rafaela Riveiro Ribeiro, Raphael David | CONJUNTO: Daisy<br />
Guimarães, Gustavo Pazos Quintans, Sulamita Trzci<strong>na</strong>, Wilson Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão<br />
de Desfiles | ENREDO: Eliseu de Miranda Correa, Flávio Freire Xavier, Luís Antônio de Araújo, Mariza Maline<br />
| EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Luiz Eduardo Rezende, Paulo Melgaço, Salete Lisboa | FANTASIA: Drika Luce<strong>na</strong>,<br />
Marcelo Marques, Paulo Paradela, Regi<strong>na</strong> Oliva | HARMONIA: Célia Souto, Leandro Oliveira, Léo Ortiz, Nil-<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 353
ton Rodrigues da Silva | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Áurea Hämmerli, Beatriz Badejo, Ilclemar Nunes,<br />
Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Alexandre Wanderley, Alice Serrano, Eri Galvão, Marcelo Rodrigues<br />
354 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• Muito interessante a carruagem da Comissão de Frente da Mocidade Independente de Padre Mi-<br />
guel. Os cavalos eram alguns dos próprios componentes.<br />
• Eu achei que o centenário de Cartola passou um pouco batido no desfile da Mangueira. Terá sido<br />
impressão minha?<br />
• A Águia da Portela estava simplesmente deslumbrante. Toda coberta com néon azul, parecia cintilar<br />
<strong>na</strong> avenida...<br />
• A Portela trouxe, também, um dos mais bonitos carros alegó ricos desse ano. A alegoria que retrata-<br />
va duas realidades opostas: a miséria (representada por um bebê cadavérico) e a esperança (repre-<br />
sentada por um bonito bebezinho bem alimentado e cercado de flores coloridas).<br />
• A Unidos do Viradouro realmente arrepiou a avenida. A pista de esqui no gelo do Abre-Alas, o as-<br />
queroso (porém interessantíssimo) carro das baratas e a justíssima home<strong>na</strong>gem a Cartola no carro<br />
‘As Rosas não Falam’ trazendo Beth Carvalho como Destaque principal<br />
• A Viradouro protagonizou, ainda, uma grande polêmica nesse car<strong>na</strong>val: o carro das atrocidades <strong>na</strong>-<br />
zistas, que traria cente<strong>na</strong>s de corpos de ‘judeus’ mortos em campos de concentração, foi proibido<br />
pela justiça de desfilar. A Escola optou por apresentar componentes com tarja <strong>na</strong> boca como uma<br />
forma de protesto contra a censura.<br />
• A Unidos da Tijuca mais uma vez apresentou-se de forma deliciosa. Lembrando os aficio<strong>na</strong>dos co-<br />
lecio<strong>na</strong>dores, trouxe um carro apinhado de componentes fantasiados de pinguins de geladeira. Fez<br />
grande sucesso...<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Neide Coimbra (1941-2008) ∙ Pildes Pereira (1927-2008) ∙<br />
Aroldo Melodia (1930-2008) ∙ Luiz Carlos da Vila (1944-2008) ∙ Mestre Louro (1949-2008) ∙ José Bispo<br />
Clementino dos Santos – JAMELÃO- (1913-2008) <strong>na</strong> minha opinião, e <strong>na</strong> de muita gente boa, um<br />
dos maiores cantores brasileiros e o melhor intérprete de sambas-enredo. A eter<strong>na</strong> voz do samba<br />
verde e rosa, cantou por 56 anos (54 como intérprete principal) os hinos mangueirenses. O Moleque
Saruê foi engraxate, vendedor de jor<strong>na</strong>is, calouro no rádio e trabalhou até<strong>na</strong> polícia. Vai ser lembra-<br />
do como o grande dono do vozeirão que conseguia transformar um samba ‘boi bumba com abóbo-<br />
ra’ em uma verdadeira ‘sinfonia de Beethoven’. Mal humorado, muitas vezes intransigente, sempre<br />
com elásticos <strong>na</strong> mão, mas, sem dúvida alguma, o maior de todos. Jamelão ganhou 6 Estandartes de<br />
Ouro, foi eleito o intérprete do século em 1999 e recebeu das mãos do presidente da república, em<br />
2001, a medalha da ordem do Mérito Cultural. Sentimos saudades... mas sabemos que você jamais<br />
nos deixará. Afi<strong>na</strong>l, os eternos nunca morrem...<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 355
| 2009<br />
356 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
2009 2009 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 22 E 23/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
12 agremiações<br />
DOMINGO, 22/02<br />
6 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Escola de Samba Campeã do Grupo A em 2008.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Império Serrano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 390,7 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Vicente Matos, Dinoel e Arlindo Velloso<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Márcia Lávia<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nego e Gonzaguinha<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Diego e Jaqueline<br />
“A lenda das Sereias e os mistérios do mar”<br />
O Império Serrano realmente encantou a Sapucaí com o canto, não só das Sereias, mas da sua comu-<br />
nidade também. Com um desfile singelo que reeditou um clássico de 1976, a agremiação emocionou<br />
a todos. O enredo, bem explicado através das bonitas alegorias e das fantasias leves e criativas levou<br />
a uma apresentação correta, concentrada, mas sem grande ousadia. A Bateria, unindo competência e<br />
alegria, manteve a tradição do batuque acima da média e garantiu o Estandarte de Ouro mais uma vez.<br />
O refrão do maravilhoso samba foi cantado, com vibração, por um coro de milhares de vozes que se<br />
juntou a do seguro e empolgado, intérprete, Nego. A Serrinha foi uma tsu<strong>na</strong>mi verde e branco de beleza<br />
que inundou a Sapucaí.
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 396,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Mingau, Emerson Dias, Rafael Ribeiro e Derá<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cahê Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Squel<br />
“Voilá, Caxias! Para sempre liberté, egalité, fraternité.<br />
Merci beaucoup, Brésil! Não tem de quê!”<br />
Oui, Oui, a Tricolor de Duque de Caxias, suntuosamente, home<strong>na</strong>geou o ano da França no Brasil com um<br />
desfile correto em que os componentes cantaram o samba com muita vibração. Faltou ao desenvolvimen-<br />
to do enredo um pouco mais de inspiração, e as alegorias, que causaram impacto, apresentaram alguns<br />
problemas de acabamento. Mas, show mesmo foi dado pelas 32 lindíssimas bailari<strong>na</strong>s do Moulin Rouge<br />
que trouxeram o samba <strong>na</strong> ponta da língua e deram um gostinho do Can Can, misturado com o rebolado<br />
carioca, ao povão <strong>na</strong> avenida.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 397,6<br />
AUTORES DO SAMBA: Andrezinho Diniz, Serginho 20, Artur das Ferragens e Leonel<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alex de Souza e Paulo Barros<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tinga<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Rute<br />
“Neste palco da folia, é minha Vila que anuncia:<br />
Theatro Municipal – A centenária Maravilha”<br />
Apostando <strong>na</strong> força da sua comunidade, a Escola azul e branca do bairro de Noel lembrou, com muito<br />
luxo e criatividade, os cem anos do Teatro Municipal do Rio. A união dos car<strong>na</strong>valescos, Alex de Souza e<br />
Paulo Barros, aconteceu em total sintonia. A Vila desfilou solta, delicada e com o significado do enredo<br />
claramente contado através das fantasias e dos carros alegóricos que deixaram a plateia boquiaberta.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 357
O Abre-Alas, “O Bota-Abaixo”, onde os integrantes ‘demoliam’ construções para a abertura da Avenida<br />
Central (hoje, Rio Branco), impressionou pelo realismo. A qualidade do sambaenredo deixou um pouco a<br />
desejar, e o andamento, muito acelerado, da Bateria de Mestre Mug, desagradou a muitos. Dois grandes<br />
momentos premiados pelo Estandarte de Ouro: a Comissão de Frente, com perso<strong>na</strong>gens da commedia<br />
dell’arte sobre um palco, e a magistral exibição do Mestre-Sala Julinho, um verdadeiro Do<strong>na</strong>ire (elegân-<br />
cia e garbo), personificando um Lord da Belle Epóque. Uma apresentação de gala. Inesquecível!...<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 391,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Jefinho, Santa<strong>na</strong>, Ricardo Simpatia, Marquinho Índio e Diego Rodrigues<br />
358 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cláudio Cavalcanti (Cebola)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rafael e Marcella<br />
“Mocidade apresenta: Clube literário Machado de Assis e<br />
Guimarães Rosa, estrelas em poesia”<br />
‘PROCURA-SE A IDENTIDADE DE UMA ESCOLA DE SAMBA!’ Da grande Mocidade Independente, só deu para<br />
reconhecer a Bateria Nota 10. O desfile foi confuso e não conseguiu empolgar. A duplicidade de perso<strong>na</strong>gens<br />
home<strong>na</strong>geados tornou a leitura do enredo complexa. O mau uso das cores <strong>na</strong>s fantasias, aliado ao acaba-<br />
mento técnico ape<strong>na</strong>s mediano dos carros alegóricos, dificultaram a sua comunicação visual. ‘PROCURA-SE<br />
UMA ESTRELA- GUIA PARA ILUMINAR A TRADICIONAL VERDE E BRANCO DE PADRE MIGUEL!’<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 398,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Tom Tom, Marcelo Guimarães, Lopita, Jorge Augusto e Veni Vieira<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Comissão de Car<strong>na</strong>val<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“No chuveiro da alegria, quem banha o corpo lava a alma <strong>na</strong> folia”
Mais uma vez, a comunidade da Beija-Flor conseguiu dar um banho. Entrou <strong>na</strong> avenida, cheia de<br />
disposição, para tentar garantir mais um Tricampeo<strong>na</strong>to contando a história das abluções, desde o<br />
Antigo Egito até os dias de hoje. O luxo das fantasias rivalizou com o esplendor dos carros alegóricos.<br />
Neguinho (Estandarte de Ouro de Puxador) brilhou como nunca: a saúde em franca recuperação e<br />
seu casamento em ple<strong>na</strong> concentração do desfile. Nesse ano, porém, além da estranha coreografia<br />
da Comissão de Frente, alguma coisa faltou a agremiação azul e branco de Nilópolis, que viu cintilar,<br />
em tons de turquesa, a sua linda Porta-Bandeira Selmynha Sorriso, uma vez mais premiada pelo júri<br />
do Estandarte de Ouro.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 393,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Júlio Alves e Totonho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Luiz Carlos Bruno<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bruno Ribas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogério e Lucinha Nobre<br />
“Tijuca 2009: Uma odisseia sobre o espaço”<br />
Já sob os primeiros sopros da manhã, a <strong>na</strong>ve da Tijuca aterrissou, de mansinho, <strong>na</strong> passarela para falar<br />
da influência do céu no imaginário popular. Com muita garra e animação, os componentes cantaram<br />
o samba embalados pela Bateria “Pura Cadência”, de Mestre Casagrande, que fez jus ao apelido, acer-<br />
tando, também, <strong>na</strong>s bossas e paradinhas. Uma certa falta de clareza <strong>na</strong> leitura do tema proposto e os<br />
problemas técnicos enfrentados com os carros alegóricos comprometeram, definitivamente, o conjunto<br />
da Escola azul-pavão e amarela do Morro do Borel.<br />
SEGUNDA, 23/02<br />
6 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela penúltima classificada no Grupo Especial em 2008.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 359
360 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 392,4<br />
AUTORES DO SAMBA: David Souza, Fábio Costa e Andrezinho Félix<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizinho Andanças<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Diego e Alessandra<br />
“Não me proíbam criar. Pois preciso curiar! Sou o país do futuro e tenho muito a inventar”<br />
O enredo, sobre as curiosidades que estimularam invenções e descobertas, pareceu um pouco confuso.<br />
O carro Abre-Alas era grande e com várias acoplagens. Como um trecho da alegoria se soltou, a Escola<br />
acabou pe<strong>na</strong>lizada com a perda de 0,1 ponto por ultrapassar o número máximo de carros permitidos.<br />
A evolução e a harmonia foram muito prejudicadas pelos enormes claros e buracos que surgiram entre<br />
as alas e, também, pela correria no fi<strong>na</strong>l do desfile. Apesar da boa abertura, com a Comissão de Frente<br />
representando uma rede neural que se transformava num cérebro, a agremiação passou muito escura<br />
devido, talvez, ao excessivo uso do vermelho e dourado <strong>na</strong>s fantasias. Enfim, ainda não foi dessa vez....<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 399,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Moisés Santiago, Paulo Shell, Leandro Costa e Tatia<strong>na</strong> Leite<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Gleice Simpatia<br />
“Tambor”<br />
O som do Tambor salgueirense sacudiu a Marquês de Sapucaí. Vencedora do Estandarte de Ouro 2009,<br />
a Vermelho e Branco exaltou o instrumento musical desde suas origens aos dias atuais. Assim como já<br />
havia feito com a água em 91 e com o fogo em 2005, o car<strong>na</strong>valesco Re<strong>na</strong>to Lage esgotou, de forma
definitiva e precisa, o enredo (completo, bem encadeado e apropriadíssimo ao espetáculo), também<br />
premiado pelo júri de ‘O Globo’. As alegorias, desde o Abre-Alas com os deslumbrantes tambores cheios<br />
de luz e néon, tocados por integrantes da Intrépida Trupe em impressio<strong>na</strong>ntes movimentos, ao último<br />
carro que home<strong>na</strong>geou o Mestre Louro, falecido no ano anterior, foram aplaudidas de pé. A Bateria ‘Fu-<br />
riosa’, com uma grande apresentação, empolgou os foliões e fez vibrarem as arquibancadas. Um desfile<br />
perfeito, digno de uma Escola Campeã.<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 396,4<br />
AUTORES DO SAMBA: Josimar, Di Andrade, Carlos Kind, Valtencir e Jorge Arthur<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Paulinho Mocidade<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Verônica<br />
“Imperatriz... só quer mostrar que faz samba também”<br />
Comemorando o seu cinquentenário, a agremiação verde e branca fez um desfile, autorreferente, home-<br />
<strong>na</strong>geando o bairro de Ramos, onde foi fundada, e contando a sua própria história. A car<strong>na</strong>valesca Rosa<br />
Magalhães caprichou nos detalhes das fantasias, bem acabadas e requintadas. Já algumas alegorias,<br />
surpreendentemente, apresentaram falhas <strong>na</strong> fi<strong>na</strong>lização. Em nítido clima de festa, a Imperatriz passou<br />
alegre e vibrante, mas não conseguiu contagiar o público.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 397,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Diogo Nogueira, Ciraninho,<br />
Wanderley Monteiro, Junior Scafura e Luiz Carlos Máximo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Lane Santa<strong>na</strong> e Jorge Caribé<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gilsinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Fabrício e Danielle<br />
“E por falar em amor, onde anda você?”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 361
A tradicio<strong>na</strong>l Águia veio dourada para falar de amor. Em evolução e harmonia, a Azul e Branco de<br />
Oswaldo Cruz, quase não cometeu erros. Teve ape<strong>na</strong>s que apressar o passo nos últimos minutos para<br />
não estourar o tempo. A proposta do enredo não conseguiu ficar muito clara, e ninguém entendeu,<br />
também, a função da multidão de integrantes com camisa de diretoria, que acompanhou a Escola, antes<br />
da Comissão de Frente e ao lado das alas. Os pontos altos da apresentação foram o samba, a Bateria<br />
incansável e a empolgação dos componentes.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 396,8<br />
AUTORES DO SAMBA: Lequinho, Junior Fionda, Gilson Bernini e Gusttavo do Clarão da Lua<br />
362 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Roberto Szaniecki<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizito<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“A Mangueira traz os Brasis do Brasil mostrando a formação do povo brasileiro”<br />
Aos 80 anos, a Verde e Rosa apresentou a origem e a essência do povo brasileiro, inspirando-se <strong>na</strong> obra<br />
do antropólogo Darcy Ribeiro, para comemorar os 25 anos da Passarela do Samba, por ele idealizada.<br />
As fantasias faltando pedaços e as alegorias com buracos à mostra, não desanimaram os componentes<br />
que cantaram com garra e alegria o bonito samba-enredo (Estandarte de Ouro), do início ao fim. Evoluiu<br />
de forma poderosa, movida pela competência e energia da sua famosa bateria. Muita raça e emoção<br />
foram as principais armas da comunidade Mangueirense para superar os problemas enfrentados antes<br />
do car<strong>na</strong>val causados pela falta de recursos. Foi lindo de se ver...<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 395,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Heraldo Faria, Flavinho Machado, Edu Velocci,<br />
Raphael Richaid e Floriano do Carangueijo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Milton Cunha<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula
“Vira Bahia, pura energia!”<br />
O grande destaque da Viradouro nesse ano foi a sua Bateria, que ganhou uma batida diferente com a<br />
presença de 20 Ogãs tocando atabaques. Na Sapucaí, eles ajudaram a apresentar o tema sobre a ligação<br />
entre a influência africa<strong>na</strong> <strong>na</strong> Bahia e o uso de energias renováveis, que pareceu um tanto ou quanto<br />
confuso em seu desenvolvimento. Muitas fantasias dificultaram, ainda mais, a compreensão do enredo.<br />
Entretanto, a maior parte das alegorias chamou a atenção de todos pela beleza. A agremiação vermelho<br />
e branca de Niterói encerrou o seu desfile, com o dia já claro, sob o aceno e o aplauso dos resistentes<br />
foliões que ainda permaneciam <strong>na</strong>s arquibancadas, frisas e camarotes.<br />
A Escola de Samba Império Serrano (12º) foi rebaixada para o Grupo A. | A Escola de Samba União da Ilha do<br />
Gover<strong>na</strong>dor, Campeã do Grupo A, subiu para o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
7 a 10 pontos | Total de notas validas: 40 | O tempo máximo de desfile passa para 82 minutos. | A Escola<br />
de Samba Unidos do Porto da Pedra perdeu 0,1 ponto em obrigatoriedades pelo desacoplamento de<br />
um dos seus carros alegóricos, ultrapassando o número máximo de alegorias permitido. | Total máximo<br />
de pontos possíveis: 400<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Carlos Alberto Marques, Emil Ferreira, Helenise Guimarães, Walber Ângelo de Freitas<br />
| BATERIA: Cláudio Luiz Matheus, Jorge Gomes, Leandro Osiris, Luiz Carlos Torquato Reis | COMISSÃO DE FREN-<br />
TE: João Wlamir, Paulo César Moratto, Rafaela Riveiro Ribeiro, Raphael David | CONJUNTO: Daisy Guimarães,<br />
Gustavo Pazos Quintans, Sulamita Trzci<strong>na</strong>, Wilson Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles |<br />
ENREDO: Eliseu de Miranda Correa, Flávio Freire Xavier, Luís Antônio de Araújo, Mariza Maline | EVOLUÇÃO:<br />
Carlos Pousa, Luiz Eduardo Rezende, Paulo Melgaço, Salete Lisboa | FANTASIA: Carlos Artur dos Santos, Dri-<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 363
ka Luce<strong>na</strong>, Regi<strong>na</strong> Oliva, Ricardo Cavalcanti | HARMONIA: Célia Souto, Evaldo Rui Santos, Leandro Oliveira,<br />
Nilton Rodrigues da Silva | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Áurea Hämmerli, Beatriz Badejo, Ilclemar Nunes,<br />
Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Alexandre Wanderley, Alice Serrano, Eri Galvão, Marcelo Rodrigues<br />
364 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• Lindas as alegorias do Império Serrano... Bem ilumi<strong>na</strong>das, bem acabadas, passaram uma sensação<br />
real de fundo do mar. Há muito tempo eu não via uma Escola de Samba abrir os desfiles de forma<br />
tão genial.<br />
• O carro do Can-Can da Grande Rio fez muito sucesso. As bailari<strong>na</strong>s do Moulin Rouge deram um<br />
show de beleza e simpatia.<br />
• O que era aquela Comissão de Frente da Beija-Flor ? Até a parte do Antigo Egito estava indo bem.<br />
Quando a pirâmide se abriu e saiu aquele pessoal indo para a praia...Vai entender...<br />
• O requinte, a pompa e a beleza dos carros alegóricos da Unidos de Vila Isabel serão difíceis de es-<br />
quecer. Uma apresentação que reuniu grandes momentos: o realismo fantástico do ‘Bota-Abaixo’ no<br />
Abre-Alas, a imponência do carro que representou o próprio Teatro (com seus vitrais magníficos) e a<br />
impactante presença dos 400 componentes (com os corpos pintados de dourado) home<strong>na</strong>geando<br />
a ópera Aída. Difícil exprimir com palavras esse momento.<br />
• Salgueiro Campeão sem a menor contestação. Os imensos tambores ilumi<strong>na</strong>dos com néon e as<br />
peripécias da Intrépida Trupe, deixavam bem claro quem seria a vencedora desse ano.<br />
• Não posso deixar de registrar a atuação do maior folião de 2009. Querem saber quem foi? Sem<br />
sombra de dúvida, o vira-lata Bethoven. Esse cãozinho encantou todo mundo ‘se intrometendo’ no<br />
desfile da Grande Rio no Domingo e da Imperatriz <strong>na</strong> segunda, certamente suas preferidas. O baile<br />
que ele deu nos seguranças da LIESA que tentaram pegá-lo foi, no mínimo, hilário.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Nadinho da Ilha (1934-2009) ∙ Preto Rico (1923-2009) ∙<br />
Xangô da Mangueira (1923-2009).
| 2010<br />
2010 2010 |<br />
GRUPO ESPECIAL – 14 E 15/02 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
12 agremiações<br />
DOMINGO, 14/02<br />
6 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Escola de Samba Campeã do Grupo A em 2009.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 293,8<br />
AUTORES DO SAMBA: Arlindo Neto, Barbosão, Gabriel Fraga, Grassano, Gugu das Candongas,<br />
Ito Melodia, João Bosco, Léo da Ilha, Márcio André Filho e Marquinho do Banjo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ito Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Alex e Simone<br />
“Dom Quixote de La Mancha – O Cavaleiro dos Sonhos Impossíveis”<br />
A Tricolor da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor voltou ao Grupo Especial, após oito anos, em grande estilo. Revelando<br />
um trabalho de pesquisa muito bem elaborado e estruturado, cantou os sonhos de Dom Quixote de<br />
La Mancha, e de todos que têm almas quixotescas, através de alegorias perfeitas e bem acabadas que<br />
aliaram a técnica detalhista da car<strong>na</strong>valesca Rosa Magalhães à irreverência característica da própria<br />
agremiação. Um retorno prazeroso encantando o público que delirou de alegria.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 365
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 295,8<br />
366 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Flavinho, Gil Branco, Guga, Jeferson Lima e Me Leva<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Verônica<br />
“Brasil de Todos os Deuses”<br />
A proposta temática da Escola verde, branco e ouro sobre a religiosidade no Brasil, onde todas as crenças,<br />
credos e fé convivem em harmonia, foi bem fundamentada e esbanjou beleza e bom gosto. O belíssimo<br />
samba (Estandarte de Ouro) e a ótima bateria de Mestre Marcone, foram os pontos altos da apresentação.<br />
O excesso de informações <strong>na</strong>rrativas em alguns setores e problemas com o carro Abre Alas, muito grande,<br />
acabaram prejudicando a evolução e o conjunto da simpática agremiação de Ramos.<br />
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 299,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Julio Alves, Marcelo e Totonho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: A<strong>na</strong> Paula Trindade, Isabel Azevedo,<br />
Simone Martins (enredo) e Paulo Barros (enredo e car<strong>na</strong>valesco)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bruno Ribas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“É Segredo”<br />
Foi um verdadeiro deslumbramento... Um grande e inesquecível espetáculo, sob a grife Paulo Bar-<br />
ros, que desvendou os segredos e os mistérios de um car<strong>na</strong>val impecável. Um show de surpresas<br />
e criatividade que arrebatou o público <strong>na</strong> avenida. A começar pela premiadíssima Comissão de<br />
Frente que causou impacto com uma movimentada troca de roupas, executada como num passe<br />
de mágica, e uma coreografia perfeita. O incêndio da Biblioteca de Alexandria, o Cavalo de Tróia,<br />
os Jardins Suspensos da Babilônia, o Calendário Maia, a Rampa dos Super-Heróis, o carro dos ETs<br />
(com a bela home<strong>na</strong>gem a Michael Jackson) e a Bateria “mafiosa” de Mestre Casagrande, foram<br />
ape<strong>na</strong>s alguns dos grandes momentos do desfile completo da Escola azul-pavão e amarelo do
Borel que recebeu, merecidamente, o Estandarte de Ouro como a melhor de 2010, além de consa-<br />
gradores gritos de “É Campeã”.<br />
Unidos do Viradouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 290,5 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Floriano, Gustavo da Marbela e Sacadura Cabral<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edson Pereira e Junior Schall<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“México, o Paraíso das Cores, Sob o Signo do Sol”<br />
A agremiação de Niterói trouxe um enredo sobre o México que foi desenvolvido sob uma ótica docu-<br />
mental e de forma linear e previsível, carecendo de uma abrangência mais ousada. O tema possibilitava<br />
uma leitura mais criativa e menos simplista. Os sons, os sabores e o colorido do país latino americano,<br />
foram sombreados pelo uso excessivo de tons escuros, provocando um efeito um tanto ou quanto<br />
melancólico ao desfile da vermelho e branco. O sambaenredo, bem descritivo e cadenciado, não foi<br />
suficiente para animar a galera. Agora, é levantar a cabeça... Arriba Viradouro!<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 297,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Betinho do Ponto, Brasil do Quintal, Fer<strong>na</strong>ndo Magaça, Jassa e Josemar Manfredine<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Departamento Cultural (enredo) e Re<strong>na</strong>to Lage (enredo e car<strong>na</strong>valesco)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Quinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Gleice Simpatia<br />
“Histórias sem Fim”<br />
No enredo sobre literatura, o que não faltou ao Salgueiro foi histórias pra contar. De olho no Bicampe-<br />
o<strong>na</strong>to, a vermelho e branco tijuca<strong>na</strong> trouxe fantasias e alegorias de fácil entendimento que se desta-<br />
caram pelo colorido e pela grandiosidade. O desfile foi muito bonito, apesar de morno. O samba não<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 367
ajudou e a Escola precisou correr no fi<strong>na</strong>l devido a evolução um pouco pesada. De qualquer forma, foi<br />
um belo momento da primeira noite de desfiles.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 299,2<br />
AUTORES DO SAMBA: André do Cavaco, Dison Marimba, Picolé da Beija-Flor,<br />
368 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Samir Trindade, Serginho Aguiar e Serginho Sumaré<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada, Fran Sérgio, Laíla e Ubiratan Silva<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“Brilhante ao Sol do Novo Mundo, Brasília: do Sonho à Realidade, a Capital da Esperança”<br />
Com o oportuno tema comemorando o cinquentenário da Capital Federal, a azul e branco de Nilópolis<br />
optou por encerrar a história de Brasília <strong>na</strong> posse de JK, evitando falar de política e de momentos mar-<br />
cantes mais recentes. Foi um desfile clássico, com alegorias impactantes e fantasias bonitas, luxuosas e<br />
variadas. O ponto forte, mais uma vez, foi a enorme discipli<strong>na</strong> para desfilar e a comunidade que cantou<br />
bem o samba. Selmynha Sorriso e Claudinho deram um verdadeiro show de bailado e formaram o único<br />
casal nota 50 desse ano.<br />
SEGUNDA, 15/02<br />
6 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela penúltima classificada no Grupo Especial em 2009.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 296,1
AUTORES DO SAMBA: Hugo Reis, J.Giovanni e Zé Glória<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cid Carvalho<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): David do Pandeiro<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Fabrício e Cristiane<br />
“Do Paraíso de Deus ao Paraíso da Loucura, Cada um Sabe o Que Procura”<br />
Alegria geral! A Mocidade Independente reencontrou a sua própria identidade. Foi uma apresentação<br />
muito animada em que os componentes mostraram muita garra e empolgação. O samba, com um<br />
refrão marcheado, contagiou o público e passou com muita alegria. A Escola verde e branco de Padre<br />
Miguel trouxe para a avenida os diversos paraísos idealizados pelo homem, mostrando, inclusive, os<br />
paraísos fiscais onde a lavagem de dinheiro é a protagonista. Tudo foi apresentado com muita irreve-<br />
rência e com a estética que a sua realidade atual possibilita. A impressão que ficou é que seus integran-<br />
tes estão se sentindo, fi<strong>na</strong>lmente, num verdadeiro paraíso.<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 294,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Bira, Heitor Costa e Porkinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Menezes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizinho Andanças<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Diego e Alessandra<br />
“Com que Roupa...Eu Vou? Pro Samba que Você me Convidou”<br />
Contando a história da roupa e a evolução da moda através dos tempos, a Vermelho e Branco entrou <strong>na</strong><br />
passarela cantando com vontade o samba que não conseguiu uma boa comunicação com o público. As<br />
fantasias e alegorias estavam bonitas, apesar de um certo exagero nos tons de dourado. Além da bateria<br />
de alto nível, dois grandes momentos marcaram o desfile: O carro Abre Alas mostrando a pré-história<br />
no estilo “Flinstones”, e o mundo fashion dos desfiles de moda no último setor que prestou uma jus-<br />
tíssima home<strong>na</strong>gem à Zuzu Angel e à ‘mademoiselle’ Coco Chanel. Com certeza essa moda pegou em<br />
São Gonçalo.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 369
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 295,2<br />
AUTORES DO SAMBA: Ciraninho, Diogo Nogueira, Junior Scafura, Naldo e Rafael dos Santos<br />
370 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alex Oliveira e Amauri Santos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gilsinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerinho e Lucinha<br />
“Derrubando Fronteiras, Conquistando Liberdade...Um Rio de Paz em Estado de Graça!”<br />
Dessa vez a tradicio<strong>na</strong>l Águia, símbolo da Escola, veio metálica e em formato de foguete para apresen-<br />
tar as moder<strong>na</strong>s tecnologias e a inclusão digital/social. Porém, contraditoriamente, o enredo da Azul e<br />
Branco de Oswaldo Cruz e Madureira (do qual se imagi<strong>na</strong> tutela empresarial) não obteve clareza neces-<br />
sária para comunicar a sua ideia principal ou central. O argumento, de difícil interpretação car<strong>na</strong>valesca,<br />
pareceu confuso e não conseguiu materializar-se de forma satisfatória através das frágeis e limitadas<br />
soluções plásticovisuais <strong>na</strong> maior parte das fantasias e alegorias, algumas, inclusive, bonitas. Ainda as-<br />
sim, o desfile.com da Portela apresentou evolução e harmonia corretas, muito em função da excepcio<strong>na</strong>l<br />
bateria do Mestre Nilo Sérgio que foi considerada a melhor pelo júri do Estandarte de Ouro.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 299,4<br />
AUTORES DO SAMBA: Arlindo Cruz, Barbeirinho, Carlos Se<strong>na</strong>, Chico da Vila, Da Lua, Emerson Dias,<br />
G. Martins, Isaac, Juarez Pantoja, Levi Dutra, Mingau e Rafael Ribeiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cahê Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidcley e Squel<br />
“Das Arquibancadas ao Camarote nº1...<br />
Um “Grande Rio” de Emoção <strong>na</strong> Apoteose do seu Coração”<br />
A Escola verde, vermelho e branco de Duque de Caxias surpreendeu realizando um excelente desfile. A<br />
home<strong>na</strong>gem aos grandes momentos do Sambódromo e aos artistas responsáveis pela concepção desse<br />
magnífico espetáculo, foi muito bonita e comovente. O car<strong>na</strong>valesco Cahê Rodrigues demonstrou gran-<br />
de habilidade e criatividade para desenvolver o enredo (patroci<strong>na</strong>do) ambicioso, difícil e carente de um
fio condutor evidente que facilitasse a sua compreensão. E a avenida foi completamente inundada por<br />
um Grande Rio de emoção...<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 298,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Martinho da Vila<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alex de Souza (enredo e car<strong>na</strong>valesco),<br />
Alex Varela (enredo) e Martinho da Vila (enredo)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tinga<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Rute<br />
“Noel: A Presença do Poeta da Vila”<br />
Com um tema de elevado peso cultural e bastante oportuno, a Azul e Branco pisou a Sapucaí lembrando<br />
o compositor maior de Vila Isabel no ano do seu centenário. O maravilhoso samba de Martinho da Vila<br />
foi cantado com muito entusiasmo pelos componentes. Infelizmente, uma falha no sistema de som, que<br />
durou 23 minutos, afetou o desfile e a bateria. Um de seus grandes momentos foi a passagem dos anjos<br />
boêmios da ala “Adeus”, que realizaram uma coreografia bem baca<strong>na</strong> com cadeiras típicas de botequim,<br />
delirantemente aplaudida pelo público. Merece menção especial a bela apresentação de Rute e Julinho,<br />
ambos agraciados com o prêmio Estandarte de Ouro.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 297,1<br />
AUTORES DO SAMBA: Machado, Paulinho Bandolim, Re<strong>na</strong>n Brandão, e Rodrigo Carioca<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jaime Cezário e Jorge Caribé<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizito, Rixxa e Zé Paulo Sierra<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Raphael e Marcella Alves<br />
“Mangueira é Música do Brasil”<br />
Mangueira o teu cenário é, foi e sempre será uma beleza. Empolgada, animadíssima e muito verde e<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 371
osa, a agremiação arrebatou a plateia cantando os principais estilos musicais dos últimos cinquenta<br />
anos no Brasil. Apesar de problemas no acabamento de alguns carros alegóricos e da correria de al-<br />
gumas alas no fi<strong>na</strong>l, o desfile foi muito vibrante e a bateria de Mestre Jaraguá Filho deu um verdadeiro<br />
show rítmico, cenográfico e coreográfico, sendo por várias vezes encarcerada por grades e cercada por<br />
sambistas fantasiados de policiais que simulavam agredir os ritmistas para representar a censura à mu-<br />
sica durante a ditadura. Criação de Carlinhos de Jesus. Com muito charme e afi<strong>na</strong>ção a Estação Primeira<br />
entrou <strong>na</strong> briga pelo título. Valeu Mangueira!<br />
A Escola de Samba Unidos do Viradouro (12º) foi rebaixada para o Grupo A. | A Escola de Samba São Cle-<br />
mente, Campeã do Grupo A, subiu para o Grupo Especial.<br />
372 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
50 julgadores (05 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação<br />
de 8 a 10 pontos, sendo permitidas as variáveis em um décimo. | A nota mais alta e a mais baixa de cada<br />
quesito, serão descartadas | Total de notas válidas: 30 | Tempo máximo de desfile: 82 minutos. | Tempo<br />
mínimo de desfile: 65 minutos | Para cada minuto excedente ou não utilizado do tempo estipulado, per-<br />
da de 0,1 (um décimo) | Total máximo de pontos possíveis: 300<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Bruno Chateaubriand, Carlos Alberto Marques, Emil Ferreira, Helenise Guimarães,<br />
Walber Ângelo de Freitas | BATERIA: Cláudio Luiz Matheus, Jésus Figueiredo, Leandro Osiris, Sérgio Naidin,<br />
Willian Lu<strong>na</strong> Jr. | COMISSÃO DE FRENTE: Cacá Mourthé, Fabia<strong>na</strong> Valor, Paulo César Moratto, Rafaela Riveiro<br />
Ribeiro, Raphael David | CONJUNTO: Daisy Guimarães, Edileuza Batista de Aleluia, Gustavo Pazos Quintans,<br />
Sulamita Trzci<strong>na</strong>, Wilson Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO: Eliseu de Miranda<br />
Correa, Flávio Freire Xavier, Johnny Soares, Mariza Maline, Pérsio Gomyde Brasil | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa,<br />
Luiz Eduardo Rezende, Paulo Melgaço, Salete Lisboa, Sonia Gallo | FANTASIA: Drika Luce<strong>na</strong>, Marcelo Mar-<br />
ques, Paulo Paradela, Regi<strong>na</strong> Oliva, Sueli Stambowsky | HARMONIA: Célia Souto, Leandro Oliveira, Léo Ortiz,
Nilton Rodrigues da Silva, Sidnei Martins Dantas | MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Áurea Hämmerli, Beatriz<br />
Badejo, Ilclemar Nunes, Luiz Carlos Correia, Tito Canha | SAMBA-ENREDO: Alexandre Wanderley, Alice Serra-<br />
no, Eri Galvão, Marcelo Rodrigues, Marta Macedo<br />
Rapidinhas<br />
• Me senti muito honrado em participar do Grupo Especial como um dos julgadores do quesito En-<br />
redo (confesso que senti um friozinho <strong>na</strong> barriga também). Fiquei muito impressio<strong>na</strong>do com o nível<br />
de organização do espetáculo. Todas as Escolas estavam muito bonitas e realizaram um trabalho<br />
grandioso. Uma experiência simplesmente inesquecível...<br />
• Nesse ano dois tabus estatísticos foram quebrados: a campeã foi a terceira a desfilar de Domingo e<br />
a Escola que veio do Grupo de Acesso não foi rebaixada. Ótimo isso.<br />
• Achei muito baca<strong>na</strong> os carros de som trazendo o nome, as cores e as bandeiras das agremiações,<br />
além do símbolo relativo ao enredo de cada uma. Foi legal porque integrou totalmente o carro a<br />
cada apresentação.<br />
• No 2º recuo da bateria, entre os setores 9 e 11, foi instalada uma rampa/palco para a permanên-<br />
cia dos ritmistas no local. Acho até que funcionou bem. Quem não gostou muito foi o povão da<br />
arquibancada do setor 11 que pagou R$ 200,00 por noite e teve a visão da pista prejudicada pela<br />
instalação da grande estrutura metálica que servia de suporte para os holofotes.<br />
• Aliás, ficou muito bonito o foco de luz que ilumi<strong>na</strong>va a exibição dos casais de Mestre-Sala e Porta-<br />
-Bandeira e outros elementos das Escolas em frente a esse 2º recuo.<br />
• Merecidíssimo (sempre) o tributo que a Grande Rio e a Mangueira prestaram ao Grande Jamelão.<br />
Duas esculturas gigantes do maior ‘tenor’ do samba de todos os tempos. Nota 10000.<br />
• A ala da comunidade ‘O <strong>na</strong>vio negreiro’ do Salgueiro, fez grande sucesso com a coreografia<br />
dramática representando a dolorosa viagem de africanos aprisio<strong>na</strong>dos para servirem como es-<br />
cravos no Brasil.<br />
• Ainda no Salgueiro, as alegorias ‘Eu, robô’, um enorme ser robótico metalizado cheio de movimen-<br />
tos, e a que ilustrava a literatu581 ra infantil, trazendo uma boneca Emília de nove metros toda feita<br />
de isopor, qual uma marionete, estavam deslumbrantes.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 373
• O carro Abre Alas da Beija-Flor, que representou a lenda dos índios Goyazes, tinha 60 metros de<br />
comprimento e 2 quilômetros de néon e espelhos. Já a alegoria que retratava os elementos <strong>na</strong>turais<br />
do cerrado brasileiro, não era menos exuberante. Os animais da fau<strong>na</strong> local, cheios de movimento,<br />
impressio<strong>na</strong>ram pelo realismo e beleza. O pessoal de Parintins (responsável pelo movimento dos<br />
elementos alegóricos) está cada vez melhor.<br />
• Na Unidos do Porto da Pedra o Tigrão moderninho (de piercing e boné) trouxe para a avenida o<br />
Sapucaí Fashion Day: um grande desfile de moda com várias passarelas onde modelos desfilaram<br />
looks compostos pelos grandes estilistas brasileiros, inclusive mostrando o backstage (os bastido-<br />
res). Chamou muito a atenção.<br />
• Ainda <strong>na</strong> Escola de São Gonçalo, Marília Pêra veio elegantérrima personificando ‘mademoiselle’<br />
Chanel (como já fizera magistralmente no teatro) no carro que borrifou o famoso perfume nº5 da<br />
grife <strong>na</strong> plateia. E a Ala ‘’I want to be Naomi’ (Quero ser Naomi), composta por rapazes travestidos<br />
como a famosa modelo e vestindo réplicas do célebre Mondrian de Yves Saint-Laurent, estava ab-<br />
solutamente hilária.<br />
• O carro alegórico da Portela ‘Upload <strong>na</strong> Comunicação’ exibiu mensagens de texto enviadas pelo<br />
público, permitindo assim uma interatividade bastante interessante.<br />
• A Acadêmicos do Grande Rio emocionou o sambódromo com belas home<strong>na</strong>gens: Maria Hele<strong>na</strong>/<br />
Chiquinho e Wilma Nascimento/Bagdá, que dançaram divi<strong>na</strong>mente, à genialidade de Joãozinho<br />
Trinta e seu ‘Ratos e Urubus’, e aos grandes artífices do car<strong>na</strong>val, os verdadeiros operários da folia<br />
(costureiras, ferreiros, carpinteiros, escultores, pintores e etc). Lindo, lindo.<br />
• Infelizmente a passarela não tremeu porque o ‘homem que podia voar’ não voou devido a um pro-<br />
blema no equipamento. O voo acabou acontecendo ape<strong>na</strong>s no desfile das campeãs.<br />
• Na Comissão de Frente da Unidos de Vila Isabel os 14 integrantes, que representavam sambistas ne-<br />
gros da época de Noel, conseguiam atrair seus violões até as mãos por meio de um sistema de con-<br />
trole remoto oculto. Muito inventivo. Uma pe<strong>na</strong> que em frente ao 3º módulo de julgadores um dos<br />
instrumentos não obedeceu ao comando do sambista indo para o lado oposto. Coisas do car<strong>na</strong>val....<br />
• Deliciosa a alegoria que trazia um enorme ‘Frankenstein da Vila’ (Noel) segurando pelo paletó um<br />
pequeno ‘Rapaz Folgado’ (Wilson Batista), referindo-se ao duelo musical que os dois compositores<br />
travaram nos anos 30.<br />
374 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
• Três momentos inesquecíveis do desfile da Mangueira: a bateria com os músicos censurados cerca-<br />
da por grades, o Mestre-Sala Raphael perso<strong>na</strong>lizando um perfeito Cartola, e Rogéria engaiolada e<br />
‘desesperada’ no carro Censolange que criticava as dificuldades que a música enfrentou durante o<br />
período da ditadura militar no Brasil. Simplesmente fantásticos.<br />
• As duas agremiações que, no jargão car<strong>na</strong>valesco, mostraram mais ‘chão’ esse ano, foram a Mocida-<br />
de Independente de Padre Miguel e a Estação Primeira de Mangueira.<br />
• Mas esse ano foi mesmo da Unidos da Tijuca e do Paulo Barros. A agremiação reconquistando um<br />
título depois de 74 anos, e o car<strong>na</strong>valesco consagrando-se com um desfile extasiante (<strong>na</strong> opinião do<br />
público, crítica e jurados) depois de ‘bater várias vezes <strong>na</strong> trave’ em anos anteriores.<br />
• O car<strong>na</strong>valesco Paulo Barros amadureceu ao mudar um pouco seu conceito de desfile sem perder<br />
sua criatividade. Nesse ano trouxe ape<strong>na</strong>s um carro coreografado (alegoria huma<strong>na</strong>), o último, os<br />
outros todos eram carros-conceito. As Alas que tinham movimentação huma<strong>na</strong> vieram no chão. Um<br />
verdadeiro espetáculo de cor, som, luzes, canto, samba, harmonia, evolução, surpresas, mistérios e<br />
segredos ocultos e desvendados.<br />
• A Bateria “Pura Cadência”, de Mestre Casagrande, interagiu com um elemento cenográfico (um<br />
automóvel Packard 1930) trazendo a sua Rainha, Adriane Galisteu (vestida de Dama da Máfia), com-<br />
pletamente inserida dentro do enredo<br />
• Na alegoria que representou ‘Os Jardins Suspensos da Babilônia’ havia cente<strong>na</strong>s de plantas <strong>na</strong>turais<br />
e muitas fontes e cascatas. Belíssimo...<br />
• O “incêndio” <strong>na</strong> Biblioteca de Alexandria do carro Abre Alas pareceu muito real. Uma beleza estética<br />
e cenográfica.<br />
• As alegorias que trouxeram o Cavalo de Tróia (lindo e ecologicamente correto, feito com restos de<br />
madeira do barracão) e os Super-Heróis (Batmans esquiadores e Homens-Aranha escaladores), ar-<br />
rebataram o público.<br />
• Mas é impossível não citar o grande momento desse maravilhoso desfile: a impactante Comissão de<br />
Frente, com uma coreografia perfeita além da “mágica” troca de roupa (seis vezes a cada apresenta-<br />
ção) em poucos segundos, que foi ovacio<strong>na</strong>da pelo público. Criação dos coreógrafos Priscila Mota e<br />
Rodrigo Negri, ensaiada exaustivamente durante três meses. Entrou, definitivamente, para a história<br />
dos grandes momentos inesquecíveis dos desfiles das Escolas de Samba em todos os tempos.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 375
• E agora, não é mais segredo pra ninguém que a Unidos da Tijuca, a Escola azul e amarela que tem<br />
como símbolo um pavão, é, sem contestação, a Grande Campeã do car<strong>na</strong>val.<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Luiz Carlos Scafura ∙ Walter Alfaiate (1931-2010). Ra-<br />
tinho (compositor)<br />
376 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| | 2011 2011 2011<br />
GRUPO ESPECIAL – 06 E 07/03 - PASSARELA DO SAMBA (RUA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
12 agremiações<br />
DOMINGO, 06/03<br />
6 agremiações - Tempo: Nublado/Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela Escola de Samba Campeã do Grupo A em 2010.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 290,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Armandinho do Cavaco, Claudio Filé, Fabio Portuga,<br />
Flavinho Segal, FM, Grey, Helinho 107, J.J.Santos, Nelson Amatuzzi, Ricardo Góes,<br />
Ro<strong>na</strong>ldo Soares, Rodrigo Maia, Serginho Machado e Xandrão<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fábio Ricardo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Igor Sorriso<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e Jaqueline<br />
“O seu, o meu, o nosso Rio, abençoado por Deus e bonito por <strong>na</strong>tureza”<br />
Apresentando um enredo oportuno de exaltação à cidade do Rio de Janeiro, que se revitaliza para rece-<br />
ber, de braços abertos, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a amarelo e preto de Botafogo passou alegre,<br />
colorida e divertida como sempre. Mostrou de forma bem humorada o óbvio: que o Rio é lindo...Mas<br />
tem que ser melhorado. Recado dado.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 377
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 295,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Drummond, Flavinho, Gil Branco, Me Leva e Tião Pinheiro<br />
378 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ubirajara e Verônica<br />
“A Imperatriz adverte: sambar faz bem à saúde”<br />
Aniversariante da noite, a Verde e Branco da Leopoldi<strong>na</strong> trouxe um enredo cujo título, delicioso e verda-<br />
deiro, baseado em argumento um tanto ou quanto complexo e de “árido” conteúdo para tema de car<strong>na</strong>val<br />
(a evolução da medici<strong>na</strong>), foi desenvolvido de uma forma muito mais leve. O que se viu portanto, foi uma<br />
escola melhor do que o costume provando, definitivamente, que a advertência fez mesmo muito bem à<br />
saúde de todo mundo após sua passagem. A ala das Baia<strong>na</strong>s, belíssima, ganhou o Estandarte de Ouro após<br />
quatro anos de jejum.<br />
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: Hors-Concours | PONTUAÇÃO: ---<br />
AUTORES DO SAMBA: Gilsinho, Júnior Scafura, Luiz Carlos Máximo, Naldo e Wanderley Monteiro<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Marta Queiroz, Cláudio Vieira (enredo) e Roberto Szaniecki (enredo e car<strong>na</strong>valesco)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gilsinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerinho e Lucinha Nobre<br />
“Rio, azul da cor do mar”<br />
Com o seu desfile, a azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira provou porque é conhecida como a<br />
“Majestade do Samba”. Mesmo prejudicada pelo incêndio, veio com sua postura elegante cantando<br />
vaidosa o que mais gosta: o mar, seus mistérios e o profundo azul. Faltou um pouco mais de esmero <strong>na</strong>s<br />
alegorias, mas a Águia altaneira, dessa vez em preto e branco e emitindo sons, foi mais do que nunca<br />
guerreira. Parabéns aos portelenses pelo valente espetáculo apresentado.
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 298,4<br />
AUTORES DO SAMBA: Julio Alves e Totonho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Barros<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bruno Ribas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinho e Giovan<strong>na</strong><br />
“Esta noite levarei sua alma”<br />
A agremiação azul e amarela, que tem como símbolo um pavão, veio luxuosa e com extremo bom gosto<br />
para falar do medo no cinema e de como ele pode ser iludido, enredo ousado e bastante criativo em sua<br />
proposta. O suspense, entretanto, apesar das surpresas deliciosas, por alguns momentos acabou perdendo<br />
um pouco do foco principal, mas o público nem ligou, saudando sua passagem com gritos de “Bicampeã”<br />
durante o desfile das Campeãs. Sem susto, a Tijuca, mais uma vez, estava <strong>na</strong> disputa pelo título.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 297,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Andre Diniz, Artur das Ferragens, Leonel, Pinguim e Professor Wladimir<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tinga<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Rute<br />
“Mitos e histórias entrelaçados pelos fios de cabelo”<br />
A Vila entrou <strong>na</strong> passarela para demonstrar os diversos aspectos do cabelo (enredo patroci<strong>na</strong>do por<br />
um fabricante de xampus e condicio<strong>na</strong>dores). A car<strong>na</strong>valesca Rosa Magalhães usou o humor para<br />
desenvolver o tema no mínimo desafiador. Estranhamente, a azul e branco teve que enfrentar a frieza<br />
da plateia que já parecia cansada à essa altura. Haja feitiço...<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 297,2<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 379
AUTORES DO SAMBA: Ailton Nunes, Alemão do Cavaco, Cezinha Maluco, Pê Baianinho, Rifai e Xavier<br />
380 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Mauro Quintaes e Wagner Gonçalves<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ciganerey, Luizito e Zé Paulo Sierra<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Raphael e Marcella Alves<br />
“O filho fiel, sempre Mangueira”<br />
Trazendo um enredo comemorativo e absolutamente relevante para a cultura musical brasileira, a magia<br />
verde e rosa, representada pela garra dos componentes e o vigor da sua extraordinária bateria (mereci-<br />
damente premiada pelo júri do Estandarte de Ouro como a melhor do ano), compensou e atropelou, ao<br />
alvorecer, alguns problemas em alegoria e evolução. É que a Mangueira sabe como ninguém falar de si<br />
mesma... E o seu samba, com certeza, ninguém conseguiu calar.<br />
SEGUNDA, 07/03<br />
6 agremiações - Tempo: Nublado/Chuvoso<br />
O desfile foi aberto pela penúltima classificada no Grupo Especial em 2010.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: Hors-Concours | PONTUAÇÃO: ---<br />
AUTORES DO SAMBA: Arlindo Neto, Gugu das Candongas,<br />
Ito Melodia, João Paulo, Marcio André Filho e Marquinhus do Banjo<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alex de Souza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ito Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Verônica<br />
“O Mistério da Vida”
Simplesmente emocio<strong>na</strong>nte o desfile da tricolor insula<strong>na</strong>. Mostrou toda a sua coragem e altivez para<br />
atravessar situações adversas sem perder a alegria e a famosa garra. Demonstrou que a origem da vida<br />
(inspirada <strong>na</strong> Teoria da Evolução de Charles Darwin) é capaz de dar samba e um delicioso car<strong>na</strong>val. Em<br />
alguns momentos, lembrou a Ilha marota e colorida dos anos 70/80. O enredo foi de leitura absoluta-<br />
mente clara. Uma aula de ciências saborosíssima. Com perdão do trocadilho, a Ilha passou incendiando<br />
a Sapucaí. Se estivesse concorrendo, chegaria, com certeza, entre as primeiras. Para o júri do Estandarte<br />
de Ouro e para muito gente boa, a Azul, Vermelho e Branco da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor foi, sem favor, a<br />
melhor do ano.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 296,2<br />
AUTORES DO SAMBA: Anderson Benson, Dudu Botelho, Luiz Pião e Miudinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Márcia Lávia e Re<strong>na</strong>to Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Leo<strong>na</strong>rdo Bessa, Quinho e Serginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidclei e Gleice Simpatia<br />
“Salgueiro apresenta: o Rio no Cinema”<br />
A Vermelho e Branco Tijuca<strong>na</strong> veio linda apresentando frequentes traços de humor e inventividade,<br />
transformando a avenida num set de filmagem para ilustrar o enredo que mostrou o Rio como cenário<br />
para as grandes produções cinematográficas mundiais e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Infelizmente, a superprodução tirou<br />
a agilidade da bela fita da agremiação que acabou, por isso, estourando o tempo de desfile. O atraso<br />
histórico de dez minutos não permitiu que o Salgueiro sonhasse com o Oscar, ou melhor, com o título<br />
de campeã do car<strong>na</strong>val. Uma pe<strong>na</strong>, uma pe<strong>na</strong>...<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 295,5<br />
AUTORES DO SAMBA: Hugo Reis, J. Giovanni e Zé Gloria<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cid Carvalho<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Nego e Rhychahs<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Fabrício e Cristiane<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 381
382 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
“Parábola dos Divinos Semeadores”<br />
Contratempos aconteceram, é verdade, mas o samba de refrão fácil e as paradinhas da bateria de Mestre<br />
Bereco, foram suficiente para transformar a passagem da Verde e Branco de Padre Miguel em uma ma-<br />
nifestação contagiante de alegria ao mostrar as festas ligadas à agricultura que podem ser consideradas<br />
embriões dos festejos de Momo. Os componentes chegaram à Apoteose confiantes de terem realizado<br />
uma das suas melhores apresentações dos últimos anos.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: Hors-Concours | PONTUAÇÃO: ---<br />
AUTORES DO SAMBA: Edispuma, Foca, Licinho Jr.e Marcelinho Santos<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cahê Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Luis Felipe e Squel<br />
“Y-Jurerê Mirim – A Encantadora Ilha das Bruxas (Um Conto de Caescaes)”<br />
Num momento absolutamente mágico do car<strong>na</strong>val 2011, a agremiação caxiense, qual uma fênix, re<strong>na</strong>s-<br />
ce das cinzas para demonstrar que com sua garra e emoção é capaz de reproduzir a magia da ilha en-<br />
cantada que é Florianópolis e dos magníficos contos de Cascaes. A Verde, Vermelho e Branco, depois de<br />
ser completamente devastada pelas chamas, enfrentou uma chuva torrencial, durante todo o seu desfile,<br />
que em nenhum momento foi capaz de mi<strong>na</strong>r a animação dos seus componentes. E o car<strong>na</strong>val provou,<br />
mais uma vez, que é um momento único de paixão, beleza e encantamento...<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 293,4<br />
AUTORES DO SAMBA: Bira, Diego Ferreiro, Porkinho e Robinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Menezes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizinho Andanças<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Diego e De<strong>na</strong>dir
“O Sonho sempre vem pra quem Sonhar...”<br />
A Escola de São Gonçalo foi buscar no lirismo da obra de Maria Clara Machado a inspiração para o seu<br />
singelo car<strong>na</strong>val. Simples e lúdica, a Vermelho e Branco entrou menos empolgada em consequência do<br />
forte temporal que a atingiu <strong>na</strong> concentração (todos no mundo do samba sabem que é muito pior pegar<br />
chuva nesse momento do que durante o próprio desfile). Mesmo prejudicada <strong>na</strong>s fantasias e alegorias,<br />
passou divertida procurando agradar o público em geral.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 299,8<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorginho Moreira, Jr. Beija-Flor, Kleber do Sindicato, Marcelo Mourão,<br />
Samir Trindade, Serginho Aguiar, Sidney de Pilares e Théo M. Netto<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada (enredo), Fran Sérgio,<br />
Laíla, Ubiratan Silva e Victor Santos (enredo e car<strong>na</strong>valescos)<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“A simplicidade de um Rei”<br />
Considerada desde a fase pré-car<strong>na</strong>valesca uma das favoritas ao título de campeã, a Escola de Nilópolis,<br />
conjugou, ao amanhecer, a emoção embutida no enredo com a sua perícia em reduzir ao mínimo os<br />
erros. Mais suave, muito azul e branca e com um samba que funcionou perfeitamente, passou convicta<br />
do grande desfile que realizou. Roberto Carlos estava lá, cercado de crianças da comunidade, no último<br />
carro (sobre sua religiosidade) à frente da escultura de Jesus Cristo. Comoção geral... Resultado: Campeã<br />
do Car<strong>na</strong>val.<br />
Devido ao incêndio que atingiu a Cidade do Samba há um mês do car<strong>na</strong>val, nenhuma Escola foi rebaixada<br />
para o grupo de Acesso A. | A Escola de Samba Re<strong>na</strong>scer de Jacarepaguá, Campeã do Grupo A, subiu para<br />
o Grupo Especial.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 383
384 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
50 julgadores (05 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação de<br />
8 a 10 pontos | A nota mais alta e a mais baixa de cada quesito, serão descartadas | Total de notas validas:<br />
30 | Tempo máximo de desfile: 82 minutos. | Tempo mínimo de desfile: 65 minutos | Para cada minuto<br />
excedente ou não utilizado do tempo estipulado, perda de 0,1 (um décimo) | A Escola de Samba Acadê-<br />
micos do Salgueiro perdeu 1,0 ponto em cronometragem por ter ultrapassado em 10 minutos o tempo<br />
máximo de desfile permitido. | A Escola de Samba Portela recebeu multa pecuniária no valor de R$ 100<br />
mil por ter ultrapassado em 01 minuto o tempo máximo de desfile permitido. | A Escola de Samba Aca-<br />
dêmicos do Salgueiro recebeu multa pecuniária no valor de R$ 90 mil por ter apresentado problemas<br />
tanto <strong>na</strong> concentração quanto <strong>na</strong> dispersão. | A Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira recebeu<br />
multa pecuniária no valor de R$ 45 mil por ter apresentado problemas <strong>na</strong> concentração. | Desempate<br />
entre a 6ª e a 7ª colocada deu-se no quesito samba-enredo. | Total máximo de pontos possíveis: 300<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Bruno Chateaubriand, Carlos Alberto Marques, Emil Ferreira, Helenise Guimarães,<br />
Walber Ângelo de Freitas | BATERIA: Cláudio Luiz Matheus, Leandro Osiris, Luiz D’Anunciação (Pinduca),<br />
Sérgio Naidin, Xande Figueiredo | COMISSÃO DE FRENTE: Fabia<strong>na</strong> Valor, Marcus Nery Magalhães, Paulo César<br />
Moratto, Rafaela Riveiro Ribeiro, Raphael David | CONJUNTO: Edileuza Batista de Aleluia, Gustavo Pazos<br />
Quintans, João Vlamir, Sulamita Trzci<strong>na</strong>, Wilson Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | EN-<br />
REDO: Eliseu de Miranda Correa, Flávio Freire Xavier, Johnny Soares, Mariza Maline, Pérsio Gomyde Brasil |<br />
EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Luiz Eduardo Rezende, Paulo Melgaço, Salete Lisboa, Sonia Gallo | FANTASIA: Drika<br />
Luce<strong>na</strong>, Marcelo Marques, Paulo Paradela, Regi<strong>na</strong> Oliva, Sueli Stambowsky | HARMONIA: Antonio Guerreiro<br />
de Faria, Célia Souto, Leandro Oliveira, Nilton Rodrigues da Silva, Sidnei Martins Dantas | MESTRE-SALA E<br />
PORTA-BANDEIRA: Áurea Hämmerli, Beatriz Badejo, Ilclemar Nunes, Luiz Carlos Correia, Tito Canha | SAMBA-<br />
-ENREDO: Alice Serrano, Eri Galvão, Marcelo Rodrigues, Maria Amélia Martins, Marta Macedo<br />
Rapidinhas<br />
• 2011 foi um ano completamente atípico para o Grupo Especial do Rio de Janeiro. Pela primeira vez
nos últimos quarenta anos, três Escolas desfilaram hors concours. O grande incêndio que atingiu a<br />
Cidade do Samba, <strong>na</strong> manhã do dia 07/02, comprometeu a apresentação das seguintes agremia-<br />
ções: Portela, União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor e, principalmente, Acadêmicos do Grande Rio, que per-<br />
deu todas as suas fantasias e alegorias. Foi também um car<strong>na</strong>val marcado pela palavra que traduz o<br />
sentimento que emocionou a todos que amam esse evento: SUPERAÇÃO.<br />
• Está previsto, já para o car<strong>na</strong>val de 2012, um novo conjunto de arquibancadas, frisas e camarotes do<br />
lado direito da Avenida dos Desfiles, onde hoje se encontra o Setor 2 (três andares de camarotes).<br />
O projeto origi<strong>na</strong>l de Oscar Niemeyer deverá aumentar a capacidade do Sambódromo em 17.800<br />
lugares e melhorará, certamente, a acústica do espetáculo. O público, penhorado, agradece.<br />
• O samba da São Clemente é uma junção de duas composições. Esse fato explica o porquê de ser<br />
assi<strong>na</strong>do por <strong>na</strong>da mais, <strong>na</strong>da menos que 14 autores... Ufaaaaaa!<br />
• Os Mestres de Bateria da Escola de Botafogo, Gilberto e Ciliquinho, optaram por abolir o uso do api-<br />
to. Preferem conduzir seus ritmistas ape<strong>na</strong>s com gestos. Sabem que eu acho que é uma boa ideia?<br />
• A Imperatriz Leopoldinense passou com uma estética um pouco diferente esse ano. A começar pela<br />
Comissão de Frente, Os Doutores da Alegria, que estava muito animada, divertida e bem coreografada.<br />
• Aliás, a coroa, símbolo da Princezinha de Ramos, veio formada por chifres de antílopes, totalmente<br />
inserida <strong>na</strong> primeira parte do enredo – Curandeiros da Velha África.<br />
• Interessante e origi<strong>na</strong>l foi observar a presença de berimbaus <strong>na</strong> ‘swingue da Leopoldi<strong>na</strong>’ comandada<br />
por Mestre Marcone. A única bateria nota 50 de 2010, deu, mais uma vez, um verdadeiro show de ritmo.<br />
• No desfile da Portela, fiquei realmente impressio<strong>na</strong>do com a imensa quantidade de pessoas, certa-<br />
mente estranhas à comunidade, trajando camisas de “diretor” e “presidência”. Em <strong>na</strong>da contribuíram<br />
para o seu sucesso; ao contrário, atrapalharam bastante a evolução.<br />
• Em compensação, a Porta-Bandeira Lucinha Nobre estava lindíssima e dançou divi<strong>na</strong>mente.<br />
• Mais uma vez, a Comissão de Frente da Unidos da Tijuca levantou o público, apesar de não causar<br />
o mesmo nível de impacto que a do ano passado. Os perso<strong>na</strong>gens literalmente perderam a cabeça<br />
com uma coreografia interessante que mesclava terror com humor. Nota 10 mais uma vez, sem<br />
medo de arriscar.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 385
• Embora tenha ape<strong>na</strong>s tangenciado a temática central do enredo (como boa parte dos elementos icono-<br />
gráficos da escola), a alegoria viva “Avatar” estava fantástica. Outras que fizeram a passarela vibrar foram:<br />
“Nas montanhas dos gorilas”, onde um grupo de primatas surpreendeu a todos com suas travessuras;<br />
“India<strong>na</strong> Jones”, reproduzindo a famosa ce<strong>na</strong> onde o herói desvia da pedra redonda gigantesca; “Harry<br />
Potter”, trazendo os jovens estudantes sentados à mesa de refeições do castelo de Hogwarts que se<br />
movimentava como se levitasse e o surpreendente ataque de tubarão a um banhista em “Cuidado ! Ele<br />
vai te pegar !”. A fantasia da ala “dinossauros”, apesar do acabamento não resistir a uma observação mais<br />
aproximada, esbanjou efeito e criatividade. Todas, genuí<strong>na</strong>s representantes da griffe Paulo Barros.<br />
• Na Vila Isabel, a ideia de trazer uma imensa cabeça de mulher simbolizando a Medusa <strong>na</strong> Comissão<br />
de Frente, onde do cabelo brotavam serpentes que eram manipuladas por seus integrantes, acabou<br />
não surtindo <strong>na</strong> avenida o efeito esperado.<br />
• Praticamente todas as alas da Vila vestiram perucas. Passou com muito humor em cada fio de cabe-<br />
lo. Julinho, elegante como sempre, bisou, merecidamente, o Estandarte de Ouro de melhor Mestre-<br />
-Sala. E o tripé que trazia Lady Godiva galopando despida pela cidade de Coventry, heim? Uauuuu...<br />
Só que a modelo deveria estar sem a marca do biquíni nos seios, não é?<br />
• Coautora do enredo, Beth Carvalho voltou à Mangueira em grande estilo. Escoltada por Sérgio<br />
Cabral, pai, e pelo “próprio” Nelson Cavaquinho, estava linda no carro que representava o lendário<br />
restaurante Zicartola.<br />
• A Bateria Surdo 1 da Estação Primeira, que foi escolhida como a melhor pelos jurados do Estandarte<br />
de Ouro, apresentou uma novidade que deve ser creditada ao seu presidente, Ivo Meirelles: a Pa-<br />
rado<strong>na</strong>. Uma manobra arriscada, feita com precisão, em que, por cinco oportunidades, os ritmistas<br />
simplesmente paravam de tocar durante longos 20 segundos, permitindo que se ouvisse o canto<br />
forte da Escola. Arquibancadas, frisas e camarotes foram ao delírio total.<br />
• Não consegui até agora entender a atitude do famoso passista Serginho do Pandeiro que arrancou<br />
o revestimento plástico do Abre-Alas por estar escorregadio por causa da chuva. Em tempo: o piso<br />
trazia, ‘ape<strong>na</strong>s’, o surdo de marcação, símbolo sagrado da Escola. Lamentável!<br />
• Parabéns ao coreógrafo Jaime Arôxa pela exuberante Comissão de Frente (Estandarte de Ouro) da<br />
Verde e Rosa. Com muita vitalidade e energia, seus componentes interagiam com o tripé que repre-<br />
sentava o morro de Mangueira, para ilustrar a forte ligação do home<strong>na</strong>geado com aquela comuni-<br />
dade em diversas fases da sua vida. Lindo de se ver.<br />
386 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
• O fogo, definitivamente não foi capaz de tirar o brilho da União da Ilha. Refeitas em ape<strong>na</strong>s 23 dias, as<br />
fantasias estavam encantadoras. Entre as alas que eu mais gostei, cito a dos grilos de per<strong>na</strong>s de pau, a<br />
dos sapos de cor verde fosforescente pulando numa incrível coreografia e a dos cangurus de espuma. A<br />
que trazia os peixinhos multicoloridos, também estava ótima. Em certos momentos o “cardume” corria<br />
para um determi<strong>na</strong>do canto da avenida qual acontece no fundo dos oceanos. E o que dizer da ala das<br />
Baia<strong>na</strong>s? Estavam impecáveis fantasiadas de abelha, com suas saias confeccio<strong>na</strong>das em plástico transpa-<br />
rente imitando colmeias. Uma verdadeira aula de reconstrução de sonhos. Demais... Demais...<br />
• Entre os carros alegóricos da Ilha, o que trazia a Aranha, único parcialmente destruído pelo incêndio,<br />
foi recuperado e causou impacto. O aracnídeo de 13 metros destacou-se com suas per<strong>na</strong>s articula-<br />
das graças à tecnologia do pessoal lá de Parintins.<br />
• No Salgueiro, a alegoria que home<strong>na</strong>geava os grandes musicais do cinema, representado por uma<br />
escadaria ilumi<strong>na</strong>da, estava um verdadeiro espetáculo. Como nos grandes filmes do gênero, qua-<br />
renta dançarinos, ricamente fantasiados, misturavam samba e sapateado sobre os degraus cheios<br />
de luz e sensores que amplificavam o som da dança. Um trabalho primoroso do coreógrafo Steven<br />
Harper. Estava muito bonito mesmo.<br />
• À frente do carro salgueirense que lembrou os cabarés da Lapa (perfeito, incluindo dez componen-<br />
tes encar<strong>na</strong>ndo bailari<strong>na</strong>s de Pole Dance), surgiu a surpreendente ala de malandros liderada por<br />
Carlinhos Coreógrafo, que interpretou magistralmente Madame Satã. As diversas trocas de roupa<br />
desse lendário perso<strong>na</strong>gem da boemia carioca dos anos 30, em ple<strong>na</strong> pista, enlouqueceram a galera.<br />
• Os Acadêmicos do Salgueiro desperdiçaram, acredito, uma das maiores oportunidades, nos últimos<br />
tempos, de se sagrarem campeões. O gigantismo das alegorias, podem explicar o percalço.<br />
• O figurino dos ritmistas foi um dos destaques da Mocidade Independente de Padre Miguel. Vieram<br />
vestidos de fauno, com botas que simulavam patas de bode.<br />
• A Mocidade levou cerca de 1 tonelada de frutas verdadeiras para a avenida. O carro “Saturnália”,<br />
onde os robustos integrantes faziam ence<strong>na</strong>ções sexuais comendo uvas durante o percurso, arran-<br />
cou muitos aplausos do público.<br />
• A alegria com a qual o talentoso car<strong>na</strong>valesco da Acadêmicos do Grande Rio cruzou a Passarela foi<br />
diretamente proporcio<strong>na</strong>l à sua tristeza no dia em que chegou <strong>na</strong> Cidade do Samba e percebeu que<br />
todas as alegorias e fantasias da agremiação haviam sido consumidas pelas labaredas que arrasaram<br />
o seu barracão. Gente guerreira esse Cahê Rodrigues...<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 387
• O caldeirão da Grande Rio ferveu mesmo sob o intenso temporal. Só lamentei os dois tombos que<br />
a deslumbrante apresentadora e ex-modelo A<strong>na</strong> Hickman levou, vencida pelo piso molhado da<br />
Sapucaí (o segundo, exatamente em frente ao módulo 4 de julgamento no qual eu atuei). Ela foi<br />
imediatamente socorrida pelos bombeiros e, felizmente, não sofreu nenhum ferimento grave.<br />
• No desfile da Porto da Pedra, o fantasminha Pluft voou livremente por cima da bateria. Presa a um<br />
balão e segura por cordas, a bailari<strong>na</strong> italia<strong>na</strong> Valenti<strong>na</strong> Ribalto fez piruetas aéreas chegando quase<br />
a dez metros de altura. A performance agradou em cheio ao povão.<br />
• Muito legal o efeito especial com cheiro de glacê <strong>na</strong> alegoria “Maroquinhas Fru-Fru”, a cidade dos<br />
doces descrita por Maria Clara Machado no desfile da Vermelho e Branco de São Gonçalo.<br />
• A Beija-Flor de Nilópolis trouxe uma novidade inédita esse ano: alguns componentes da Comissão<br />
de Frente interagiram com o primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Confesso que não<br />
achei muito interessante, não.<br />
• A propósito, Claudinho e Selmynha não puderam comemorar, do jeito que gostariam, os 20 anos<br />
que dançam juntos. Primeiro, por causa do drama que viveram <strong>na</strong> concentração com a dificuldade<br />
<strong>na</strong> montagem da roupa, o que fez com que o casal entrasse com um atraso de 2 minutos. Segundo,<br />
porque a avenida estava escorregadia devido a um vazamento de óleo de um carro da Porto da<br />
Pedra que desfilara antes, o que de alguma forma limitou os movimentos do casal. Uma pe<strong>na</strong>, pois<br />
todos nós conhecemos o talento desses dois verdadeiros ícones do car<strong>na</strong>val.<br />
• No chamado car<strong>na</strong>val da superação, não posso deixar de tecer alguns comentários sobre um per-<br />
so<strong>na</strong>gem que me impressionou bastante: o presidente da <strong>Liesa</strong>, Sr. Jorge Castanheira. Acompanhei<br />
os desfiles atuando, pela segunda vez, como julgador do quesito enredo, no módulo 4, em frente<br />
ao segundo recuo da Bateria. Dalí, pude observar como esse jovem presidente contribui, de forma<br />
contundente, para que o desfile possa fluir em direção ao sucesso absoluto. Castanheira fez de<br />
tudo: impediu que o stress imperasse entre os cinegrafistas e os diretores de harmonia; ajudou a<br />
tranquilizar diversos ânimos exaltados de desfilantes, jor<strong>na</strong>listas e presidentes; acalmou pessoas que<br />
não deveriam estar <strong>na</strong> pista e que poderiam criar situações embaraçosas ou até uma possível ce<strong>na</strong><br />
de violência com os seguranças; detectou, com presteza, diversos problemas que poderiam pôr em<br />
risco o sucesso do espetáculo e até ‘patinou’ para demonstrar aos julgadores que a pista estava<br />
muito escorregadia e que, portanto, nenhuma agremiação deveria ser prejudicada. Além de tudo<br />
isso, Jorginho é um verdadeiro gentleman, opinião geral. Presidente, é por essas e por outras que,<br />
como amante dos desfiles de Escolas de Samba, sou, e sempre fui, seu fã.<br />
388 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| | 2012 2012 2012<br />
GRUPO ESPECIAL – 19 E 20/02 - PASSARELA DO SAMBA (AVENIDA MARQUÊS DE SAPUCAÍ)<br />
13 agremiações<br />
DOMINGO, 19/02<br />
7 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela Escola de Samba Campeã do Grupo de acesso A em 2011.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Re<strong>na</strong>scer de Jacarepaguá . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 13º | PONTUAÇÃO: 290,2 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Adriano Cesário, Cláudio Russo, Fábio Costa e Isaac<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Edson Pereira<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Rogerinho Re<strong>na</strong>scer<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Fábio Júnior e Jéssica<br />
“O Artista da Alegria dá o Tom <strong>na</strong> Folia”<br />
Interessantíssima a home<strong>na</strong>gem que a caçulinha do Grupo Especial de 2012 prestou ao artista plástico<br />
per<strong>na</strong>mbucano de grande prestígio no exterior, porém ainda pouco conhecido no Brasil. O home<strong>na</strong>ge-<br />
ado, que vivenciou um mundo de grandes dificuldades <strong>na</strong> infância, passou feliz no último carro cercado<br />
por um tipo de arte alegre e colorida, marca registrada da sua expressão artística que já é exposta, inclu-<br />
sive, no museu do Louvre em Paris. A Escola <strong>na</strong>s cores vermelha, amarela e branca após superar o nervo-<br />
sismo de abrir, pela primeira vez, um desfile de Grupo Especial, apresentou-se com vitalidade embalada<br />
pela boa bateria comandada por Mestre Paulão. Apesar de enfrentar problemas com o acabamento de<br />
algumas alegorias pareceu menos preocupada com a técnica do que com a emoção. E emocio<strong>na</strong>r, de<br />
fato, ela conseguiu.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 389
Portela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 6º | PONTUAÇÃO: 297,2<br />
AUTORES DO SAMBA: Luiz Carlos Máximo, Naldo, Toninho Nascimento e Wanderley Monteiro<br />
390 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Menezes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Gilsinho<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Rogerinho e Lucinha Nobre<br />
“...E o povo <strong>na</strong> rua cantando. É feito uma reza, um ritual...”<br />
Emocio<strong>na</strong>nte a viagem que a Águia Guerreira, dessa vez em dourado, nos levou pelos encantos da Bahia.<br />
Tendo Clara Nunes como guia, os elegantérrimos Marisa Monte e Paulinho da Viola como cicerones, a<br />
“Tabajara do Samba” e o mais bonito samba do ano (ambos agraciados com o Estandarte de Ouro) a nos<br />
embalar, a jor<strong>na</strong>da foi ilumi<strong>na</strong>da e abençoada pelos Orixás que abriram os caminhos para a Azul e Branco<br />
de Oswaldo Cruz e Madureira, altiva e altaneira, seguir em um cortejo de fé pelos festejos mais belos e<br />
significativos da cultura da Boa Terra, além de lembrar alguns momentos marcantes de desfiles passados<br />
da própria agremiação. E a plateia,delirou...Okê Arô!...Ora Iêiê ô!<br />
Imperatriz Leopoldinense . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 10º | PONTUAÇÃO: 295,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Alexandre D’Mendes, Cristóvão Luiz, Jeferson Lima, Ribamar e Tuninho Professor<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Max Lopes<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Dominguinhos do Estácio<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Phelipe Lemos e Rafaela Teodoro<br />
“Jorge, Amado Jorge”<br />
A justa e merecidíssima reverência que a Verde e Branco de Ramos prestou ao amado Jorge Amado<br />
no ano do seu centenário, foi bonita apesar dos problemas que enfrentou. A falta de leveza <strong>na</strong>s<br />
fantasias e as avarias em algumas alegorias atrapalharam bastante a evolução que não esteve à<br />
altura de outros car<strong>na</strong>vais vitoriosos da agremiação.Quem brilhou mais uma vez à frente da bateria<br />
foi Luiza Brunet, a sua Rainha, que, lindíssima e em ótima forma ,comemorou seus dezessete anos
de Imperatriz (temo que seja o último). Apesar do bom desfile, a festa dos cem anos do amado<br />
Jorge merecia muito mais.<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 9º | PONTUAÇÃO: 295,8<br />
AUTORES DO SAMBA: Diego Nicolau, Gabriel Teixeira e Gustavo Soares<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alexandre Louzada<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizinho Andanças<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Robson Sensação e A<strong>na</strong> Paula<br />
“Por Ti, Porti<strong>na</strong>ri, rompendo a tela, a realidade”<br />
A Verde e branco de Padre Miguel pincelou a Sapucaí com as cores da obra de Cândido Porti<strong>na</strong>ri permi-<br />
tindo, assim, um reencontro com o caminho das suas melhores apresentações. O samba que rendeu bem<br />
<strong>na</strong> avenida, a beleza das alegorias e fantasias e o verdadeiro show de ritmo proporcio<strong>na</strong>do por sua famosa<br />
bateria, comandada pelos Mestres Bereco, Dudu e Andrezinho (filho do lendário Mestre André), fizeram o<br />
público delirar <strong>na</strong> Apoteose. Uma lástima que a Mocidade tenha enfrentado problemas com sua evolução<br />
em razão do imponderável. Nada que possa macular a exaltação ao maior pintor brasileiro, <strong>na</strong>scido em<br />
Brodowski, que deve estar muito feliz onde quer que se encontre o feixe de luz do seu espírito.<br />
Unidos do Porto da Pedra . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 12º | PONTUAÇÃO: 291,7 ↓<br />
AUTORES DO SAMBA: Bento, Cici Maravilha, Denil,Fer<strong>na</strong>ndo “Macaco”, Oscar Bessa, Tião Califórnia e Vadinho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Jaime Cesário<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wander Pires<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Fabrício e Cristiane Caldas<br />
“Da Seiva Mater<strong>na</strong> ao Equilíbrio da Vida”<br />
A simpática agremiação vermelha e branca de São Gonçalo trouxe um enredo (do qual se imagi<strong>na</strong> tutela<br />
empresarial) de difícil car<strong>na</strong>valização. Afi<strong>na</strong>l, não é <strong>na</strong>da fácil mostrar bactérias que ajudam a regularizar o<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 391
intestino, os lactobacilos, e a “bioquímica criativa” que permite um melhor funcio<strong>na</strong>mento do organismo. O<br />
próprio argumento principal, o iogurte, é, <strong>na</strong> verdade, um subtema do ‘tópico’ leite que dominou pelo menos<br />
um terço do desfile. As fantasias e alegorias, apesar de bonitas, apresentaram caráter documental e um ex-<br />
cesso de informações <strong>na</strong>rrativas que incitaram, ainda mais, a carência de um melhor entendimento. Já os últi-<br />
mos setores vieram mais brincalhões e car<strong>na</strong>valescos e foi a partir daí que a iguaria pareceu menos indigesta.<br />
Beija-Flor de Nilópolis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 4º | PONTUAÇÃO: 298,9<br />
392 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
AUTORES DO SAMBA: Adilson Chi<strong>na</strong>, Carlinhos do Detran, Gilberto Oliveira,<br />
Hugo Leal, J. Velloso, Jr. Beija-Flor, Ricardo Luce<strong>na</strong>, Romulo Presidente,<br />
Samir Trindade, Serginho Aguiar, Silvio Romai e Thiago Alves<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: André Cezari, Fran Sérgio, Laíla, Ubiratan Silva e Victor Santos<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Neguinho da Beija-Flor<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Claudinho e Selmynha Sorriso<br />
“São Luís – O Poema Encantado do Maranhão”<br />
A exuberante “<strong>na</strong>ção” nilopolita<strong>na</strong> comemorou honrosamente, em azul e branco, o IV Centenário de fun-<br />
dação da linda capital insula<strong>na</strong> do estado do Maranhão. Apesar das deslumbrantes alegorias e extasian-<br />
tes fantasias, que maravilharam a todos, dessa vez a Escola passou um pouco “pesada” negligenciando<br />
uma visão mais abrangente da aniversariante, reconhecidamente uma das mais belas e encantadoras<br />
cidades brasileiras. A evolução, surpreendentemente, apresentou alguns problemas assim como a sua<br />
complicadíssima Comissão de Frente. Porém, o balé mágico e elegante de Selmynha e Claudinho, aliado<br />
ao emocio<strong>na</strong>nte tributo prestado a Joãozinho trinta, que arrebatou a avenida com os braços abertos<br />
emoldurado pelos mendigos, compensaram, com sobras, esses percalços.<br />
Unidos de Vila Isabel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 3º | PONTUAÇÃO: 299,5<br />
AUTORES DO SAMBA: André Diniz, Arlindo Cruz, Artur das Ferragens, Evandro Bocão e Leonel<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Rosa Magalhães(car<strong>na</strong>valesca e enredo), Artur Varela (enredo)<br />
e Martinho da Vila (mentor do enredo)
PUXADOR (INTÉRPRETE): Tinga<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Julinho e Rute<br />
“Você Semba Lá...Que Eu Sambo Cá! O Canto Livre de Angola”<br />
A Vila incorporou o espírito de Kizomba e trouxe uma Angola vibrante e cheia de energia para<br />
deslumbrar o público que esperou ansioso até a última apresentação da primeira noite.Tudo fun-<br />
cionou perfeitamente: o samba com contracantos inéditos, as fantasias e alegorias agradavelmen-<br />
te afros, evolução e harmonia primorosas e a esplendorosa coreografia da Comissão de Frente.<br />
Tudo reproduzindo, em vários aspectos o ambiente da sava<strong>na</strong> africa<strong>na</strong>. A Azul e Branca recebeu<br />
seis merecidos prêmios Estandarte de Ouro, entre eles os de Melhor Escola, Mestre-Sala, Porta-<br />
-Bandeira e Ala das Baia<strong>na</strong>s. E o Martinho passou feliz como um ‘Rei’, no último carro, já sob a<br />
consagradora luz da manhã.<br />
SEGUNDA, 20/02<br />
6 agremiações - Tempo: Bom<br />
O desfile foi aberto pela última classificada no Grupo Especial em 2011.<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
São Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 11º | PONTUAÇÃO: 294,7<br />
AUTORES DO SAMBA: Flavinho Segal, FM, Grey, Guguinha, Marcos Antunes,<br />
Ricardo Góes, Serginho Machado e Vânia<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Fábio Ricardo<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Igor Sorriso<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Bira e De<strong>na</strong>dir<br />
“Uma Aventura Musical <strong>na</strong> Sapucaí”<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 393
Única Escola da zo<strong>na</strong> Sul carioca, a Amarelo e Preto de Botafogo, que nesse ano comemora o seu Jubi-<br />
leu de Ouro, invadiu a avenida com a magia dos grandes musicais. Um car<strong>na</strong>val grandioso, irreverente,<br />
alegre e colorido que surpreendeu logo no início da segunda noite de desfiles com uma visão bem<br />
carioca da Broadway. Durante as paradinhas da bateria, comanda pelos Mestres Caliquinho e Gilberto<br />
Almeida, era possível ouvir solos de violino que se integraram sem dificuldade ao som dos instrumen-<br />
tos de percussão.Os carros alegóricos, dessa vez bem maiores, estavam bem acabados e de muito bom<br />
gosto. Tudo bem que o samba é bastante marcheado, mas a verdade é que todos que estavam no<br />
grande palco popular brasileiro não resistiram ao delicioso “Bububu no Bobobó”. Eu, adorei!<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 8º | PONTUAÇÃO: 296,2<br />
AUTORES DO SAMBA: Alan das Candongas, Alberto Varjão, Aloisio Villar, Cadinho, Carlinhos Fuzil,<br />
Eduardo, Fabiano Fer<strong>na</strong>ndes, Márcio André Filho, Marquinhos do Banjo e Roger Linhares<br />
394 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Alex de Souza<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Ito Melodia<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Ro<strong>na</strong>ldinho e Verônica<br />
“De Londres ao Rio: Era uma vez... Uma Ilha”<br />
Superando as dificuldades de 2011, quando fez uma excelente apresentação “Hors Concours”, a Tricolor<br />
insula<strong>na</strong> procurou mostrar o elo entre a sede das Olimpíadas de 2012, Londres, e a Cidade Maravilhosa,<br />
anfitriã dos jogos em 2016. O que se viu, no entanto, foi uma suntuosa e elegante viagem pela história e<br />
perso<strong>na</strong>gens marcantes da Inglaterra através dos tempos. Além das belíssimas fantasias, que acrescen-<br />
taram um toque de classe ao animado desfile, a grande surpresa foi o seu samba-enredo, que mesmo<br />
não sendo considerado um dos melhores dessa safra, contagiou todas as alas, componentes e, até, o<br />
público em geral. O único pecadilho venial da Azul, Vermelho e Branco da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor foi <strong>na</strong><br />
mistura dos ingredientes: havia molho inglês demais <strong>na</strong> feijoada e pouquíssima cachaça adicio<strong>na</strong>da ao<br />
chá das cinco.<br />
Acadêmicos do Salgueiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 2º | PONTUAÇÃO: 299,7
AUTORES DO SAMBA: Diego Tavares, Dilson Marimba, Domingos PS, Marcelo Mota, Ribeirinho e Tico do Gato<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Re<strong>na</strong>to Lage e Márcia Lage<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Leo<strong>na</strong>rdo Bessa, Quinho e Srginho do Porto<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Sidclei e Gleice Simpatia<br />
“Cordel Branco e Encar<strong>na</strong>do”<br />
A agremiação do Morro do Salgueiro, <strong>na</strong> Tijuca, levou a Sapucaí de volta às raízes brasileiras com um<br />
enredo que juntou samba e forró com um estilo leve e cheio de humor. A Vermelho e Branco, após um<br />
início um pouco tenso que ameaçou reviver os dramáticos erros de logística que lhe custaram o título<br />
de 2011, passou bonita, animada, embalada pelo ritmo forte e inspirado da bateria furiosa e pontilhada<br />
pelas encantadoras alegorias e fantasias (um trabalho delicado admirável realizado por Re<strong>na</strong>to e Márcia)<br />
que inebriou a todos. O fi<strong>na</strong>l foi apoteótico, como uma coroação, algo muito comum <strong>na</strong>s estórias de<br />
Cordel, dessa vez em branco e encar<strong>na</strong>do.<br />
Estação Primeira de Mangueira . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 7º | PONTUAÇÃO: 297,0<br />
AUTORES DO SAMBA: Igor Leal, Junior Fionda, Lequinho e Paulinho Carvalho<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cid Carvalho<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Luizito, Zé Paulo Sierra e Ciganerey<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Raphael e Marcella Alves<br />
“Vou Festejar! Sou Cacique, Sou Mangueira”<br />
A Estação Primeira entrou <strong>na</strong> avenida como um verdadeiro furacão e com a vibração costumeira para<br />
comemorar o cinquentenário do Cacique de Ramos e, de quebra, contar a história da formação e evo-<br />
lução dos blocos. Um enredo fantástico e absolutamente relevante para a cultura (musical) brasileira. Se<br />
faltou um pouco mais de apuro estético aos seus carros alegóricos e se as fantasias não eram lá muito<br />
leves, o público nem ligou, pois a grande surpresa, idealizada pelo seu Presidente (o arrojado, dinâmico,<br />
genial e muitíssimo corajoso – Ivo Meirelles), foi mesmo a espetacular megaparada, realizada por sua<br />
bateria que já pode ser considerada uma das maiores inovações dos últimos tempos apesar do grande<br />
risco que envolveu. Com essa e outras novidades criativas a Mangueira sacudiu o povão que a aplaudiu<br />
durante toda a apresentação. Sucesso total... Missão cumprida!<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 395
Unidos da Tijuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 1º | PONTUAÇÃO: 299,9<br />
AUTORES DO SAMBA: Jorge Callado, Josemar Manfredine, Silas Augusto e Vadinho<br />
396 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Paulo Barros<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Bruno Ribas<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Marquinhos e Giovan<strong>na</strong><br />
“O dia em que toda a realeza desembarcou <strong>na</strong> Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão”<br />
Gonzagão deve estar sorrindo do alto da estrela mais brilhante do céu com a festa que a Azul Pavão<br />
e Amarelo preparou para o seu centenário. A Escola tijuca<strong>na</strong> deixou, mais uma vez, todo mundo bo-<br />
quiaberto com as surpresas da sua Comissão de Frente, as fantasias e alegorias supercriativas, a lin-<br />
da exibição dos casais de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, a excelente harmonia e a correta evolução.<br />
Cinquenta realezas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is desembarcaram <strong>na</strong> Sapucaí para reverenciar e coroar<br />
o “Rei” do Sertão. Mas a verdadeira consagração veio mesmo da plateia que, mesmo sem grande<br />
empolgação, deixou-se emocio<strong>na</strong>r com a figura do Grande Lua com seu fole prateado a flutuar, qual<br />
um anjo, ao fi<strong>na</strong>l do desfile.<br />
Acadêmicos do Grande Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . CLASSIFICAÇÃO: 5º | PONTUAÇÃO: 298,3<br />
AUTORES DO SAMBA: Edispuma, Foca, Licinho Jr.e Marcelinho Santos<br />
ENREDO/CARNAVALESCO: Cahê Rodrigues<br />
PUXADOR (INTÉRPRETE): Wantuir<br />
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Luiz Felipe e Squel<br />
“Eu Acredito em Você! E Você? (Histórias de Superação)”<br />
Parece que a Tricolor de Duque de Caxias não conseguiu superar o cansaço e o tema abstrato, amplo,<br />
fragmentado e muito subjetivo. Bonita estava, mas nem mesmo o enredo previsível fez com que algu-<br />
mas fantasias passassem o seu real significado de forma mais clara. O samba-enredo deixou a desejar<br />
não conseguindo empolgar um bom número de alas que passaram burocráticas e pouco animadas.O
grande momento do desfile foi o velejar do campeão Lars Grael ,delirantemente aplaudido pelo público<br />
remanescente no Sambódromo.<br />
As Escolas de Samba Re<strong>na</strong>scer de Jacarepaguá (13º) e Unidos do Porto da Pedra (12º) foram rebaixadas<br />
para o Grupo A. | A Escola de Samba Inocentes de Belford Roxo, Campeã do Grupo de Acesso A, subiu para<br />
o Grupo Especial.<br />
CRITÉRIO DE JULGAMENTO<br />
QUESITOS: Bateria; Samba-Enredo; Harmonia; Evolução; Enredo; Fantasias; Comissão de Frente; Alegorias<br />
e Adereços, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto.<br />
40 julgadores (04 por quesito) atuando no Domingo e <strong>na</strong> Segunda-Feira. | Cada quesito com variação<br />
de 9 a 10 pontos, sendo permitidas as variáveis em um décimo. | A nota mais baixa de cada quesito será<br />
descartada. | As notas para os quesitos Samba-Enredo, Enredo, Alegorias e Adereços, Fantasias e Comis-<br />
são de Frente foram concedidas através do sistema de pontuação em subquesitos, variando de 4,5 à 5,0<br />
pontos cada. | O(a) julgador(a) pôde atribuir um bônus de 0,1 para a agremiação que apresentou-se de<br />
forma excepcio<strong>na</strong>l em seu quesito. Bonificação não obrigatória e em caráter experimental neste ano. |<br />
A Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis foi pe<strong>na</strong>lizada em 0,1 por não ter apresentado a coreografia<br />
completa da Comissão de Frente em frente ao setor 3 | Total de notas validas: 30 | Tempo máximo de<br />
desfile: 82 minutos. | Tempo mínimo de desfile: 65 minutos | Para cada minuto excedente ou não utiliza-<br />
do do tempo estipulado, perda de 0,1 (um décimo) | Total máximo de pontos possíveis: 300<br />
Julgadores<br />
ALEGORIAS E ADEREÇOS: Bruno Chateaubriand, Emil Ferreira, Helenise Guimarães, Walber Ângelo de Freitas<br />
| BATERIA: Cláudio Luiz Matheus, Leandro Osiris, Sérgio Naidin, Xande Figueiredo | COMISSÃO DE FRENTE: Fa-<br />
bia<strong>na</strong> Valor, Marcus Nery Magalhães, Paulo César Moratto, Raphael David | CONJUNTO: Edileuza Batista de<br />
Aleluia, João Vlamir, Sulamita Trzci<strong>na</strong>, Wilson Martinez | CRONOM. E CONCENT.: Comissão de Desfiles | ENREDO:<br />
Flávio Freire Xavier, Johnny Soares, Mariza Maline, Pérsio Gomyde Brasil | EVOLUÇÃO: Carlos Pousa, Luiz Edu-<br />
ardo Rezende, Salete Lisboa, Sonia Gallo | FANTASIA: Clivia Cohen, Marcelo Marques, Paulo Paradela, Sueli<br />
Stambowsky | HARMONIA: Célia Souto, Nilton Rodrigues da Silva, Sidnei Martins Dantas, Simone Leitão |<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 397
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Áurea Hämmerli, Beatriz Badejo, Ilclemar Nunes, Tito Canha | SAMBA-ENREDO:<br />
Alice Serrano, Bruno Rodrigues, Marcelo Rodrigues, Maria Amélia Martins, Marta Macedo<br />
398 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Rapidinhas<br />
• O maior presente que os amantes dos desfiles de Escolas de Samba poderiam almejar foi entregue<br />
(mesmo que nos últimos minutos da prorrogação do segundo tempo) nesse car<strong>na</strong>val de 2012. A<br />
Passarela do Samba Prof. Darcy Ribeiro agora está completa. Como no projeto origi<strong>na</strong>l de Niemeyer<br />
foram construídos quatro novos conjuntos de arquibancadas contendo também frisas, camarotes e<br />
até alguns varandões panorâmicos. São mais 12.500 lugares. O local ficou mais amplo, mais bonito e<br />
mais vibrante também. Gostaria de e<strong>na</strong>ltecer e parabenizar a todos que contribuíram para que esse<br />
espetáculo pudesse ficar ainda mais grandioso e exuberante. Aos operários (que ali deixaram o seu<br />
suor), a <strong>Liesa</strong> (incansável e diligente), ao apoio da Prefeitura e outros mais. Deixo aqui o agradeci-<br />
mento eterno não só dos apaixo<strong>na</strong>dos pelo car<strong>na</strong>val, como eu, mas também de todos que amam<br />
essa cidade que é por si só MARAVILHOSA.<br />
• Pela terceira vez tive o privilégio de ser convidado para atuar como julgador do quesito enredo.<br />
Apesar de suscitar certa tensão, responsabilidade e muito trabalho de pesquisa a recompensa, que<br />
não tem preço ou dimensão, foi ter podido apreciar as minúcias de um verdadeiro trabalho de arte<br />
popular, sentir a emoção e dedicação de cada participante e se contagiar com o som vibrante e<br />
envolvente que representa o maior símbolo das nossas heranças culturais.<br />
• A Re<strong>na</strong>scer de Jacarepaguá não pareceu muito assustada com a estreia no Grupo Especial. Mesmo<br />
tendo enfrentado a “frieza” de um Sambódromo ainda com muitos lugares vazios e alguns pro-<br />
bleminhas de ordem técnica no acabamento dos seus carros, passou alegre como a arte do artista<br />
que parecia esfuziante ao fi<strong>na</strong>l do desfile. Achei muito baca<strong>na</strong> a alegoria multicolorida “Alô, Romero<br />
Britto, aquele abraço”,que reproduziu fielmente o seu estilo.<br />
• Adorei ver que o xequerê voltou com tudo em algumas baterias esse ano. Para os que não conhe-<br />
cem, trata-se de um tipo de chocalho feito com uma grande cabaça com contas <strong>na</strong> parte exter<strong>na</strong><br />
que reproduz um som muito gostoso. Portela, Imperatriz e União da Ilha foram algumas das agre-<br />
miações que se esbaldaram com o instrumento.<br />
• A cantora Vanessa da Mata incorporou divi<strong>na</strong>mente a inesquecível Clara Nunes no encerramento da<br />
apresentação portelense. Arrepiou!
• Falando em Portela, que desfile maravilhoso foi aquele? Que bom ver a Águia Guerreira tão intensa e empol-<br />
gada. O maravilhoso samba ecoou forte por todos os setores da avenida permitindo à Escola provar que tem<br />
um “chão” muito forte e aguerrido. Seus torcedores lavaram a alma com as bênçãos do Senhor do Bonfim.<br />
• Quando surgiram os Orixás, tanto <strong>na</strong> Comissão de Frente portelense quanto <strong>na</strong> da Estação Primeira<br />
de Mangueira, percebeu-se um frisson em toda a Sapucaí. Um belíssimo momento de emoção e<br />
devoção também observado quando da passagem da ala “orixás” da Unidos de Vila Isabel, indepen-<br />
dente de credo ou religião de cada um.<br />
• A Imperatriz Leopoldinense trouxe um <strong>na</strong>ipe de atabaques à frente da sua bateria para ninguém<br />
botar defeito. Levantou geral.<br />
• O Abre Alas prateado da Princesinha de Ramos era todo confeccio<strong>na</strong>do de filigra<strong>na</strong> em alumínio.<br />
Um trabalho minucioso e de rara beleza do artista Xangai. A imensa baia<strong>na</strong> (movimentada pela tur-<br />
ma de Parintins) que preparava um saboroso acarajé também merece ser mencio<strong>na</strong>da.<br />
• Outro carro Abre Alas que fez muito sucesso foi o da Mocidade Independente de Padre Miguel. Com<br />
22 metros de cumprimento, era formado por 400 chapas cobertas por quadradinhos de espelhos<br />
(de meio centímetro cada) que mudavam de cor a cada 10 segundos graças a um sistema compu-<br />
tadorizado comandado por um grande painel integrado à alegoria. Uma pe<strong>na</strong> que tenha perdido o<br />
rumo e se chocado com a grade do setor 11 atrapalhando a evolução.<br />
• Ainda sobre a Mocidade. No carro alegórico que trazia Dom Quixote (revelando outra faceta de<br />
Porti<strong>na</strong>ri, a de ilustrador) todos os matizes de cores foram trabalhados em giz de cera para refletir<br />
um maior realismo. E o tripé “espantalho”, de 3 metros e meio de altura, era seguido por uma ala<br />
que o reproduzia o figurino. Origi<strong>na</strong>l e muito bem realizada, causou um grande efeito no conjunto.<br />
• E a paradinha da bateria do lendário Mestre André comemorou 53 anos de glórias nesse car<strong>na</strong>val.<br />
Andrezinho, muito orgulhoso e comovido, ajudou a comandar os ritmistas.<br />
• Mesmo com toda celeuma que envolveu o enredo do iogurte a Porto da Pedra apresentou dois<br />
grandes momentos: as vaquinhas turbi<strong>na</strong>das e saradas (hilariantes e muito car<strong>na</strong>valescas) que vie-<br />
ram no carro alegórico “saúde” e o verdadeiro show dado pela Bateria “Ritmo Feroz” comandada<br />
pelo extraordinário Mestre Thiago Diogo.<br />
• As alegorias da Beija-Flor apresentaram beleza sem fim além de um acabamento nota dez. Os mag-<br />
níficos detalhes em pintura, escultura e luminotécnica embeveceram a todos<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 399
• A agremiação nilopolita<strong>na</strong> inovou ao trazer um carro representando o grande sofrimento do tráfico<br />
negreiro, praticado nos tumbeiros, dividido em duas partes com uma imensa ala com treze figurinos<br />
diferentes entre elas. Passou grande autenticidade e funcionou muito bem.<br />
• Já os pandeirões maranhenses que vieram à frente da bateria dos Mestres Rodney e Plínio só con-<br />
seguiram enriquecer ainda mais o ritmo envolvente.<br />
• A Comissão de Frente da Unidos de Vila Isabel foi uma das grandes sensações desse car<strong>na</strong>val. O<br />
impressio<strong>na</strong>nte rinoceronte de metal, o ambiente da sava<strong>na</strong> africa<strong>na</strong> com os capões confeccio<strong>na</strong>dos<br />
de macarrões de pisci<strong>na</strong> ‘desfiados’, a graciosa manifestação da fau<strong>na</strong> típica e o admirável balé an-<br />
golano tor<strong>na</strong>ram essa apresentação inesquecível.<br />
• A Vila realizou um desfile leve , muito bonito e empolgante. Para muitos o origi<strong>na</strong>l samba-enredo<br />
com contracantos e belíssima linha melódica,a utilização de tecidos (tanto <strong>na</strong>s fantasias como <strong>na</strong>s<br />
alegorias) com uma concepção estética baseada <strong>na</strong> obra do artista afro-saxão Yinka Sonibare e o<br />
toque ‘mágico’ da excepcio<strong>na</strong>l car<strong>na</strong>valesca Rosa Magalhães foram fundamentais para o enorme<br />
sucesso da sua exibição.<br />
• Neste ano as fantasias dos casais responsáveis pela condução do pavilhão das Escolas estavam<br />
belíssimas. A indumentária da primeira Porta-Bandeira da São Clemente, De<strong>na</strong>dir, era de uma deli-<br />
cadeza impressio<strong>na</strong>nte. Ela representou a “Divi<strong>na</strong> Música” trajando plumagem branca, cinza e preta<br />
mesclada com detalhes em prata seduzindo não ape<strong>na</strong>s seu Mestre-Sala (o Fantasma da Ópera) mas<br />
a todos que admiravam o seu bailar. E o bebezinho que veio junto as costas da Porta-Bandeira Rute<br />
da Vila? Um mimo que abrilhantou seu movimento corporal e arrebatou a passarela.<br />
• A Amarelo e Preto de Botafogo comemorou os seus 50 anos em grande estilo, com uma excelente apre-<br />
sentação. O jovem e talentoso car<strong>na</strong>valesco Fábio Ricardo (e equipe) está de parabéns por ter trazido<br />
a deliciosa e irreverente estátua da liberdade (tomando sorvete de per<strong>na</strong>s pro ar e bumbum de fora)<br />
bronzeando-se <strong>na</strong>s areias de Copacaba<strong>na</strong>. E o que dizer da alegoria inflável, de 20 metros de altura sus-<br />
tentada por gás hélio, em forma de uma mulata do cartunista Lan, que ‘sambou’ com muita ginga e ma-<br />
lemolência sobre as últimas alas? Uma novidade que funcionou muito bem e fez um sucesso estrondoso.<br />
• A folclorista, artista plástica e ex-car<strong>na</strong>valesca Maria Augusta acompanhada do gari-celebridade<br />
Re<strong>na</strong>to Sorriso vieram, respectivamente, de Rainha da Escola e Rei da Folia <strong>na</strong> carruagem escoltada<br />
e reverenciada por diversos regimentos da guarda real inglesa (executando elegantes movimentos<br />
sincronizados) <strong>na</strong> Comissão de Frente da União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor. O cortejo levou o Estandarte<br />
de Ouro e foi ovacio<strong>na</strong>do em todos os setores.<br />
400 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
• A alegoria “Chá de Alice”, da Tricolor Insula<strong>na</strong>, estava tão real que deixou muita gente com água <strong>na</strong><br />
boca. E o Destaque André Poubel, como Absolem – A Lagarta, estava ótimo...simplesmente hilário.<br />
• A “Furiosa” Bateria de cangaceiros salgueirenses trouxe uma zabumba dez triângulos que tocaram<br />
xote, baião e forró durante as paradinhas.Mestre Marcão chegou a dançar com a Rainha Viviane<br />
Araújo em frente ao módulo 2 de julgamento. Em tempo: O Mestre-Sala Sidclei em certo momento<br />
da coreografia, também sacava um triângulo para cativar sua formosa Porta-Bandeira, Gleice, que<br />
além de linda mostrava a simpatia de sempre. .<br />
• A Ala das Baia<strong>na</strong>s da Vermelho e Branco da Tijuca veio de “Maria Bonita”. A saia da fantasia era um pouco<br />
mais curta que as demais e trazia a barra toda confeccio<strong>na</strong>da em fitas Uma verdadeira obra de arte.<br />
• Obra de arte, também, estava o carro “Pavão misterioso”. A geringonça, alada acobreada, contendo<br />
engre<strong>na</strong>gens, bicicletas e bandeirinhas, trazia, ainda, entalhes imitando renda branca que impres-<br />
sio<strong>na</strong>ram pelo bom gosto.<br />
• A Estação Primeira, só para variar, fez o sambódromo tremer quando surgiu <strong>na</strong> passarela. O que<br />
ninguém poderia imagi<strong>na</strong>r, até então, é que iria presenciar uma das maiores (e mais arriscadas)<br />
inovações dos últimos tempos em termos de bateria e desfile em geral. Uma audaciosa parado<strong>na</strong><br />
de quase três minutos da “Surdo Um” quando o samba era cantado, alter<strong>na</strong>damente, ora por um<br />
dos intérpretes no carro do som, ora por uma “roda de pagode” com Alcione, Dudu Nobre e Xande<br />
de Pilares. A ousadia custou caro para a Verde e Rosa em alguns quesitos de julgamento. O povão,<br />
porém, adorou – cantou, sambou e explodiu em aplausos.<br />
• Outra novidade mangueirense, foi a exibição do primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira,<br />
Raphael e Marcella, que surgia por entre os ritmistas que abriam alas para prestigiar e valorizar ainda<br />
mais a sua evolução.<br />
• Feliz da vida estava o maestro João Carlos Martins que tem problema <strong>na</strong>s mãos. Veio tocando pratos<br />
<strong>na</strong> bateria da Grande Rio comandada por Mestre Ciça. Após ter sido enredo da Escola de Samba<br />
campeã do car<strong>na</strong>val paulista em 2011, Vai-Vai, o músico estava exultante. Nunca havia imagi<strong>na</strong>do<br />
que viveria um momento tão emocio<strong>na</strong>nte.<br />
• A criatividade dos coreógrafos Priscilla Motta e Rodrigo Neri, da Unidos da Tijuca, parece mesmo<br />
não ter fim. Dessa vez deixaram todos boquiabertos com as malas de viagem que se transformavam<br />
em sanfo<strong>na</strong>s que dançavam ao ritmo do samba-enredo. Um toque especial foi dado pelo ex-gi<strong>na</strong>sta<br />
romeno Ioan Veniamin que se movimentava dentro de uma espécie de “mola maluca” colorida aná-<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 401
loga ao famoso fole prateado de Gonzagão. No clímax da incrível performance, o próprio acrobata<br />
se transformava no Rei do Sertão. SENSACIONAL!<br />
• Dois momentos que causaram grande impacto durante o desfile da campeã desse ano: os carros<br />
“Missa do Vaqueiro” e “Do Barro, se fez a Vida”. O primeiro apresentou uma espécie de carrossel<br />
radical divertidíssimo e o segundo entrou, definitivamente, para a galeria dos mais belos carros<br />
alegóricos da história dos desfiles de Escolas de Samba. Essa alegoria viva , trazia deze<strong>na</strong>s de com-<br />
ponentes representando bonecos de barro de Mestre Vitalino, alguns em gangorras gigantes.Houve<br />
quem jurasse que se tratava de argila genuí<strong>na</strong>. Não os culpo.<br />
• Uma pe<strong>na</strong> que car<strong>na</strong>valesco Paulo Barros não tenha conseguido controlar o seu ressentimento<br />
com relação ao resultado do car<strong>na</strong>val passado. Entre a realeza que chegou para a coroação do<br />
home<strong>na</strong>geado estava Priscila, a Rainha do Deserto, desta vez ostentando uma placa que dizia “e<br />
agora, entenderam?”, uma grosseira ironia, totalmente dispensável, às críticas ao desenvolvimento e<br />
concepção do seu enredo em 2011. Paulo, certamente muitos entenderam sim, apesar de não con-<br />
cordarem quanto à forma com que foi concebido. Aceitar opiniões divergentes da nossa faz parte<br />
do exercício da compreensão e da humildade. Você é bastante criativo e não necessita desse tipo de<br />
insolência imatura. Ato falho!<br />
• Esse foi um supercar<strong>na</strong>val. Um espetáculo grandioso onde as agremiações se superaram em beleza<br />
e criatividade. Eu, que já acompanho esta Festa há 43 anos estou extremamente feliz e orgulhoso<br />
em saber que o povo dessa cidade fantástica, que é o coração desse país prodigioso, é capaz de<br />
produzir o evento mais sublime e sedutor do mundo e quiçá do universo.<br />
• Parabéns a todas as Escolas e em especial aquela que apresenta um pavilhão <strong>na</strong>s cores azul e ama-<br />
relo e que tem um vaidoso pavão como símbolo. Unidos da Tijuca, a Grande Campeã de 2012...<br />
• Sua partida deixou saudades no car<strong>na</strong>val: Olegária dos Anjos (1923-2012) ∙ Walquíria Miranda (des-<br />
taque da Imperatriz Leopoldinense) ∙ Alberto Varjão (1950-2012) ∙Altair Soares (1922-2012) ∙ Ary<br />
do Cavaco (1942-2011) ∙ Dicró (1946-2012) ∙ Ed Miranda Rosa (1917-2012) ∙ Irani Santos Ferreira<br />
(2011) ∙ Joãozinho Trinta (1933-2011) ∙ Mestre Taranta (Jorge Costa de Oliveira 1954-2012) ∙ Mestre<br />
Marcone (Marcone Sacramento 1980-2012) ∙ Mauricio Gazelle (2011)<br />
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| PEQUENO<br />
GLOSSÁRIO DO SAMBA |<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
ABRE-ALAS – Elemento alegórico que abre o desfile de uma Escola de Samba.<br />
ACABAMENTO – Detalhes de fi<strong>na</strong>lização artística dos carros alegóricos ou fantasias.<br />
ACOPLAGEM – Mecanismo utilizado para que um carro alegórico seja dividido em duas ou mais partes<br />
através de engate.<br />
ADERECISTA – Profissio<strong>na</strong>l responsável pelo acabamento de detalhes dos elementos alegóricos.<br />
ADEREÇOS – Alegorias de mão.<br />
ALA – Conjunto de sambistas que fantasiados ou uniformizados compõem o cortejo car<strong>na</strong>valesco de<br />
uma Escola de Samba.<br />
ALEGORIA – É a composição visual que, juntamente com a fantasia, ajuda ao desenvolvimento do enredo.<br />
ANDAMENTO – É a velocidade com que é executado um trecho musical.<br />
APOTEOSE (PÇA .) – Parte fi<strong>na</strong>l da Passarela do Samba onde estão localizados os setores 6 e 13 (populares).<br />
ARMAÇÃO – Área ou ato de arrumar e organizar a Escola para entrar <strong>na</strong> avenida.<br />
ATELIÊ – Local onde se concentra a confecção das fantasias.<br />
ATRAVESSAR – É quando não há um entrosamento perfeito entre o canto da Escola.<br />
BAIANAS – Ala obrigatória composta, geralmente, por senhoras da comunidade com vestimenta base-<br />
ada <strong>na</strong>s baia<strong>na</strong>s de terreiro.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 403
BALUARTES – As perso<strong>na</strong>lidades mais importantes de uma Escola de Samba. Representam o sustentá-<br />
culo das tradições da agremiação.<br />
BAQUETAS – Varetas lisas utilizadas para tocar instrumentos de percussão.<br />
BARRACÃO – Local onde os elementos alegóricos e algumas fantasias são confeccio<strong>na</strong>dos.<br />
BATUTA – Bastão utilizado pelos antigos Mestres de Baterias para marcar os compassos e andamentos<br />
do samba.<br />
BOXE – O mesmo que recuo. Local desig<strong>na</strong>do para a permanência da bateria durante o desfile da agremiação.<br />
BURACO – Espaço maior que o desejável entre grupos de componentes de uma mesma ala ou de alas<br />
distintas, permitindo a visão do chão da avenida.<br />
CABROCHA – Mulata jovem e brejeira que, geralmente, pertence a comunidade da Escola.<br />
CADÊNCIA – Repetição de sons e movimentos de maneira regular; ritmo.<br />
CARNAVALESCO – A pessoa que, <strong>na</strong> maioria dos casos, é responsável pela escolha do tema-enredo,<br />
fantasias e elementos alegóricos de um desfile.<br />
CARRO – Forma simplificada utilizada para se referir aos carros alegóricos.<br />
CARROS ALEGÓRICOS – Grandes alegorias montadas sobre chassis que ajudam a desenvolver o enredo.<br />
CARRO DE SOM – Elemento responsável pela expansão do som tanto dos intérpretes quanto dos ins-<br />
trumentistas.<br />
“CARVALHÃO” – Guindaste utilizado para colocar os Destaques sobre os seus respectivos suportes nos<br />
carros alegóricos.<br />
CHAPELEIRO – Profissio<strong>na</strong>l que confeccio<strong>na</strong> os chapéus e os adereços de cabeça.<br />
COMPONENTE – Partícipe e colaborador de um desfile de Escolas de Samba.<br />
COMPOSIÇÃO ALEGÓRICA – Perso<strong>na</strong>gem de um carro alegórico que ajuda a passar a ideia central do tema.<br />
COMPOSITORES – Autores dos sambas das Escolas.<br />
404 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
CONCENTRAÇÃO – O mesmo que armação.<br />
CONVENÇÃO – Desenho melódico produzido por instrumento de percussão.<br />
CURRAL – O mesmo que boxe ou recuo de Bateria.<br />
DESFILE – Apresentação da Escola <strong>na</strong> avenida, do primeiro ao último componente.<br />
‘DESCER’ – Quando uma Escola de Samba é rebaixada de grupo.<br />
DESTAQUE – Figura que se destaca em um desfile de Escola de Samba pelo luxo, origi<strong>na</strong>lidade ou no-<br />
toriedade. Pode vir no chão ou sobre carros Alegóricos.<br />
DIRETOR DE HARMONIA – Principal responsável pelo bom andamento do desfile. (canto, animação,<br />
evolução e harmonia do desfile).<br />
DIRETORIA – Conjunto formado pelos diversos diretores de uma agremiação.<br />
DISPERSÃO – Saída dos componentes e elementos alegóricos da pista de desfile.<br />
EMPURRADOR – Componente responsável pelo deslocamento dos elementos alegóricos sobre rodas.<br />
ENSAIO TÉCNICO – Eventos pré-car<strong>na</strong>valescos realizados no sambódromo para os ajustes fi<strong>na</strong>is antes<br />
da apresentação oficial.<br />
ESPLENDOR- Adorno costeiro que compõem algumas fantasias. Também chamado de resplendor.<br />
ESTANDARTE – Bandeirola geralmente estreita e comprida que ajuda a ilustrar o Enredo.<br />
FERREIRO – Profissio<strong>na</strong>l que executa a parte de ferragem dos carros alegóricos.<br />
FIGURANTE – É o componente de um desfile de Escola de Samba.<br />
GRITO DE GUERRA – É o pequeno discurso pronunciado pouco antes da Escola iniciar sua apresentação<br />
com o objetivo principal de animar os componentes.<br />
INVASÃO DA PISTA – Ocorre quando penetras e bicões permanecem <strong>na</strong> pista de desfile, com ou<br />
sem credencial.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 405
IÔIÔ – Diz-se das agremiações que não conseguem permanecer em um determi<strong>na</strong>do grupo, oscilando<br />
momentos de acesso e descenso.<br />
LIGA – É a LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba).<br />
MACETA – Vareta de madeira com revestimento em uma das pontas utilizada para tocar surdo.<br />
MADRINHA DE BATERIA – Figura femini<strong>na</strong> que vem a frente da Bateria exaltando e inspirando os<br />
ritmistas.<br />
‘MERCHANDISING’ – Estratégia de propaganda feita através de menção ou aparição de um produto,<br />
serviço ou marca.<br />
MESTRE DE BATERIA – É o ‘comandante’ principal da Bateria.<br />
OURIÇO – Expressão própria utilizada por alguns intérpretes (puxadores) para agitar e animar um desfile.<br />
PANDEIRISTA – Passista exímio tocador de pandeiro, com o qual realiza acrobacias.<br />
PANO-DA-COSTA – Tecido que cobre parte do corpo das componentes da ala das baia<strong>na</strong>s, a partir de<br />
um dos ombros.<br />
PARADINHA – Convenções rítmicas caracterizadas pela interrupção da batida dos instrumentos da Bateria.<br />
PASSISTA – Componente que samba com muita maestria e tem muito ‘samba no pé’.<br />
PASSO MARCADO – É a dança realizado por um grupo ou ala caracterizada pela uniformidade de mo-<br />
vimentos, geralmente mais lentos.<br />
PASTORA – Como eram conhecidas as antigas componentes que desfilavam <strong>na</strong>s laterais das alas.<br />
PEDE-PASSAGEN – É o Abre-Alas. Geralmente é menor que um carro alegórico.<br />
PUXADOR – É o(a) intérprete do samba-enredo.<br />
QUEIJO – Suportes onde desfilam os Destaques nos carros alegóricos ou tripés.<br />
RAINHA DE BATERIA – Ver Madrinha de Bateria.<br />
406 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
RECUO – Local <strong>na</strong> pista determi<strong>na</strong>do para que a Bateria permaneça sem avançar.<br />
RITMISTA – São os componentes que tocam os instrumentos <strong>na</strong> Bateria.<br />
SAMBA MARCHEADO – É quando o samba-enredo apresenta andamento característico de marcha.<br />
SANTO ANTONIO – Apoio de mão para dar equilíbrio aos Destaques que saem nos carros alegóricos,<br />
geralmente sobre os queijos.<br />
SUBIR – É quando a Escola de Samba ascende de Grupo.<br />
‘SUINGUE’ – É a ginga, o balanço produzido pelo som da Bateria.<br />
TALABARTE – Correia para prender os instrumentos mais pesados ou a bandeira <strong>na</strong> Cintura da Porta-Bandeira.<br />
TRIPÉ – Peque<strong>na</strong> alegoria sobre rodas.<br />
VELHA GUARDA – Ala composta pelos componentes mais antigos ou tradicio<strong>na</strong>is da Escola.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 407
| QUESITOS<br />
408 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
|<br />
EM JULGAMENTO<br />
NA ATUALIDADE<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Alegorias e adereços<br />
Os carros alegóricos e os adereços devem ser criativos, bem-acabados e de bom gosto. Devem trans-<br />
mitir com clareza o seu significado dentro do enredo. Qualquer objeto estranho ao enredo presente no<br />
carro deve ser pe<strong>na</strong>lizado (como escada ou caixas, por exemplo).<br />
Bateria<br />
Os jurados devem avaliar o perfeito entrosamento entre os instrumentos, a manutenção da cadência da<br />
Bateria em conjunto com o samba e a criatividade.<br />
Comissão de frente<br />
O grupo deve apresentar a Escola ao público e aos jurados. A exibição tem que ser coorde<strong>na</strong>da, com<br />
sincronia e criatividade.<br />
Conjunto<br />
O desfile deve ser uniforme em todos os aspectos, sejam eles musicais ou visuais. O equilíbrio artístico<br />
é fundamental.<br />
Enredo<br />
É avaliado o desenvolvimento do tema proposto, que deve ficar claro à medida que as alas e as alegorias<br />
vão passando <strong>na</strong> avenida. Leva-se em consideração a criatividade também.<br />
Evolução<br />
O desfile tem que estar coeso, as alas não podem se misturar. A Escola não pode abrir espaços vazios <strong>na</strong><br />
pista. O ritmo do desfile tem que ser mantido. Por isso, aquela costumeira “corridinha” dos componentes<br />
costuma ser duramente pe<strong>na</strong>lizada.
Fantasias<br />
Elas têm que estar adequadas ao enredo, aliando criatividade, bom acabamento e significado claro.<br />
Todos os componentes da mesma ala devem usar os mesmos detalhes – sapatos iguais, por exemplo.<br />
Harmonia<br />
Toda a Escola deve cantar o samba junto com o carro do som. Se uma parte da Escola não cantar, a<br />
agremiação pode perder pontos.<br />
Mestre-Sala e Porta-Bandeira<br />
O casal deve bailar com graça e leveza. Eles devem apresentar uma sequência de giros e meia-voltas,<br />
mostrando um perfeito entrosamento. A bandeira não pode enrolar no mastro.<br />
Samba-enredo<br />
A letra deve ser adequada ao enredo, de forma bonita e poética. A melodia tem que ter características<br />
de samba e, com isso, facilitar o canto.<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 409
| FICHA<br />
|<br />
TÉCNICA E INFORMATIVA<br />
DAS AGREMIAÇÕES<br />
410 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Acadêmicos da Rocinha<br />
REGIÃO DE ORIGEM: São Conrado<br />
CORES: Verde, azul e branco<br />
SÍMBOLO: Borboleta<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1997 e 2006<br />
Acadêmicos de Santa Cruz<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Santa Cruz<br />
CORES: Verde e branco<br />
SÍMBOLO: Coroa<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1970/85/90/92/97 e 2003<br />
Acadêmicos do Grande Rio<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Município de Duque de Caxias - Baixada Fluminense<br />
CORES: Verde, vermelho e branco<br />
SÍMBOLO: Uma coroa, um surdo e máqui<strong>na</strong>s de uma refi<strong>na</strong>ria<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1991/1993 a 2012
Acadêmicos do Salgueiro<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Tijuca/Andaraí<br />
CORES: Vermelho e branco<br />
SÍMBOLO: Instrumentos de percussão<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: Todos<br />
CAMPEÃ: 1971/74/75/93 e 2009<br />
Arranco do Engenho de Dentro<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Engenho de Dentro<br />
CORES: Azul e branco<br />
SÍMBOLO: Falcão<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1978 e 1989<br />
Arrastão de Cascadura<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Cascadura<br />
CORES: Verde e branco<br />
SÍMBOLO: Uma rede e instrumentos musicais<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1978<br />
Beija-Flor de Nilópolis<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Município de Nilópolis - Baixada Fluminense<br />
CORES: Azul-claro e branco<br />
SÍMBOLO: Beija-Flor<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1974 a 2012<br />
CAMPEÃ: 1976/77/78/80/83/98/2003/04/05/07/08 e 2011<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 411
412 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Caprichosos de Pilares<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Pilares<br />
CORES: Azul e branco<br />
SÍMBOLO: Cobra<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1983 a 1996 e 1998 a 2006<br />
Em Cima da Hora<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Cavalcante<br />
CORES: Azul e branco<br />
SÍMBOLO: Relógio inserido em uma lira<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1972 a 1976 e 1985<br />
Estação Primeira de Mangueira<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Mangueira<br />
CORES: Verde e rosa<br />
SÍMBOLO: Surdo coroado com ramos de louro em volta<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: Todos<br />
CAMPEÃ: 1973/84/86/87/98 e 2002<br />
Estácio de Sá (Unidos de São Carlos)<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Estácio<br />
CORES: Vermelho e branco<br />
SÍMBOLO: Leão<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1970 a 1972; 1974 a 1977; 1979/80/82; 1984 a 1997 e 2007<br />
CAMPEÃ: 1992
Imperatriz Leopoldinense<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Ramos<br />
CORES: Verde, branco e ouro<br />
SÍMBOLO: Coroa<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1970 a 1977 e 1979 a 2012<br />
CAMPEÃ: 1980/81/89/94/95/99/2000 e 2001<br />
Império da Tijuca<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Morro da Formiga – Tijuca<br />
CORES: Verde e branco<br />
SÍMBOLO: Coroa<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1971/72/77/82/84/85/86/87 e 1996<br />
Império Serrano<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Madureira<br />
CORES: Verde e branco<br />
SÍMBOLO: Coroa<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1970 a 1978; 1980 a 1991; 1994 a 1997;1999; 2001 a 2007 e 2009<br />
CAMPEÃ: 1972 e 1982<br />
Leão de Nova Iguaçu<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Município de Nova Iguaçu – Baixada Fluminense<br />
CORES: Vermelho, branco e ouro<br />
SÍMBOLO: Leão<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1992<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 413
414 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Lins Imperial<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Lins de Vasconcelos<br />
CORES: Verde e rosa<br />
SÍMBOLO: Águia<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1976/1990 e 1991<br />
Mocidade Independente de Padre Miguel<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Padre Miguel<br />
CORES: Verde e branco<br />
SÍMBOLO: Estrela de cinco pontas<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: Todos<br />
CAMPEÃ: 1979/85/90/91 e 1996<br />
Paraíso do Tuiuti<br />
REGIÃO DE ORIGEM: São Cristóvão<br />
CORES: Azul escuro e amarelo<br />
SÍMBOLO: Coroa<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 2001<br />
Portela<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Oswaldo Cruz, Madureira<br />
CORES: Azul e branco<br />
SÍMBOLO: Águia<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: Todos<br />
CAMPEÃ: 1970 e 1980 (1984 campeã do desfile de Domingo)
Re<strong>na</strong>scer de Jacarepaguá<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Jacarepaguá<br />
CORES: Vermelho, amarelo e branco<br />
SÍMBOLO: Pomba<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 2012<br />
São Clemente<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Botafogo<br />
CORES: Preto e amarelo<br />
SÍMBOLO: Pão de Açúcar<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1985, 1987 a 1991/95/99/2002/04/08/11 e 2012<br />
Tradição<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Campinho<br />
CORES: Azul, prata, branco e ouro<br />
SÍMBOLO: Condor<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1988/89/92, 1994 a 1996 e 1998 a 2005<br />
Tupi de Brás de Pi<strong>na</strong><br />
REGIÃO DE ORIGEM: Brás de Pi<strong>na</strong><br />
CORES: Azul e branco<br />
SÍMBOLO: Águia<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1973 e 1976<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 415
416 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Cacuia - Ilha do Gover<strong>na</strong>dor<br />
CORES: Azul, vermelho e branco<br />
SÍMBOLO: Águia<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1975 a 2001/2010 a 2012<br />
Unidos da Ponte<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Município de São João de Meriti – Baixada Fluminense<br />
CORES: Azul e branco<br />
SÍMBOLO: Aperto de mão sobre uma ponte<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1983/84; 1986 a 1989 e 1993 a 1996<br />
Unidos da Tijuca<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Morro do Borel – Tijuca<br />
CORES: Azul-pavão e amarelo<br />
SÍMBOLO: Pavão<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 981 a 1984; 1986; 1988 a 1998 e 2000 a 2012<br />
CAMPEÃ: 2010 e 2012<br />
Unidos de Lucas<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Parada de Lucas<br />
CORES: Vermelho e ouro<br />
SÍMBOLO: Galo<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1972, 1975 e 1976
Unidos de Padre Miguel<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Padre Miguel<br />
CORES: Vermelho e branco<br />
SÍMBOLO: Aperto de mão<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1971 e 1972<br />
Unidos de Vila Isabel<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Vila Isabel<br />
CORES: Azul-claro e branco<br />
SÍMBOLO: Coroa<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1970 a 1978; 1980 a 2000 e 2005 a 2012<br />
CAMPEÃ: 1988 e 2006<br />
Unidos de Vila Rica<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Copacaba<strong>na</strong><br />
CORES: Azul e amarelo<br />
SÍMBOLO: Coroa<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1995<br />
Unidos do Cabuçu<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Lins de Vasconcelos<br />
CORES: Azul e branco<br />
SÍMBOLO: Leões e estrela<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1977 e 1985 a 1990<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 417
418 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
Unidos do Jacarezinho<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Jacarezinho<br />
CORES: Rosa e branco<br />
SÍMBOLO: Jacaré<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1970, 1973, 1987 e 1989<br />
Unidos do Porto da Pedra<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Município de São Gonçalo<br />
CORES: Vermelho e branco<br />
SÍMBOLO: Tigre<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1996/97 e 1998; 2000 e 2002 a 2012<br />
Unidos do Viradouro<br />
REGIÃO DE ORIGEM: Barreto – Município de Niterói<br />
CORES: Vermelho e branco<br />
SÍMBOLO: Duas mãos, uma negra e uma branca, se cumprimentando sob uma coroa<br />
PARTICIPAÇÃO NO GRUPO ESPECIAL: 1991 a 2010<br />
CAMPEÃ: 1997
| GALERIA<br />
DOS PRESIDENTES |<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
LIESA<br />
Castor Gonçalves de Andrade Silva 1984; Aniz Abrahão David 1985/87; Ailton Guimarães Jorge 1987/93<br />
e 2001/07; Paulo de Almeida 1993/95; Jorge Luiz Castanheira Alexandre 1995/97 e 2007/12; Djalma Ar-<br />
ruda 1997/98; Luiz Pacheco Drumond 1998/2001<br />
Acadêmicos da Rocinha<br />
Ailton Roza 1988/89; Luiz Carlos Batista 90/93; Izamilton Góis 94/97; Tânia Batista 1998; Ivan Martins<br />
99/2003; Mauricio Mattos 2004/10; Déo Pessoa 2011/12<br />
Acadêmicos de Santa Cruz<br />
Guilherme de Andrade, Abílio Correia, Paulo Tofani, José Ramos Cordeiro,Valter de Abreu, José Giovanini,<br />
Rubens Fausto, José Lima Galvão, Arthur da Costa Fº, Juca Colagrossi, Carlos Alberto Ferreira, Edgar de<br />
Freitas, Nicolau Darze (1959/98), Moisés Antônio Coutinho Filho (Zezo) 1999/2012<br />
Acadêmicos do Grande Rio<br />
Milton Perácio 1989/90 e 98; Jayder Soares 91/93; Otávio Vilas Gomes 95/96 Helinho de Oliveira 94/97<br />
e 99/2012<br />
Acadêmicos do Salgueiro<br />
Paulino de Oliveira 1953/56; Nelson de Andrade 56/58; Manoel Carpinteiro 58/60; José Nicolau Nachef<br />
1960; Mario Pinheiro (Buzunga) 60/62; Osmar Valença 62/76 e 78/81; Euclides Pa<strong>na</strong>r (Chi<strong>na</strong> Cabeça<br />
Branca) 1976; Moacyr Lord 76/78; Silos de oliveira 81/82; Régis Cardoso 82/84; Milton Souza de Almeida<br />
84/86; Elizabeth Nunes 86/88; Miro Garcia 88/93;Waldemir Paes Garcia (Maninho) 93/94; Paulo César<br />
Mangano 94/2000; Luiz Augusto Duran (Fu) 2001/08; Regi<strong>na</strong> Celi Fer<strong>na</strong>ndes Duran 2009/12<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 419
Arranco do Engenho de Dentro<br />
Hélcio Aguiar 1987/91 e 97/2002; Celso Paim 92/93; Maratá 94/96; Marcos Fu<strong>na</strong> 2003/07; Walter Ribeiro<br />
2008/09; Júlio César R. da Silva 2010/12<br />
Arrastão de Cascadura<br />
Carlos Rodrigues Fº 1974/78 e 96/2001; José Cleber de Medeiros, José Barreto Rodrigues, Raimundo<br />
Costa, Irwal de Azevedo, Ailton Vieira, Laerte, Gesilimara de Sá, Lestocq Antunes (79/2007); Sidney Ca-<br />
lixto 2008/10; Péricles Passos 2011/12<br />
Beija-Flor de Nilópolis<br />
Milton de Oliveira 1948/49; Helles Ferreira da Silva 49/53 e 60/62; José Rodrigues Sen<strong>na</strong>s 1953/58; Vilson<br />
Neves 58/60; Arthur Severino Pinto 62/63; Heitor Silva 63/65 e 66/72; Aniz Abrahão David (Anísio) 65/66;<br />
Nelson Abrahão David 72/83 e 87/91; Farid Abrahão David 84/86 e 94/2010; Luiz Carlos Baptista 92/93;<br />
Nelson Alexandre Sen<strong>na</strong>s David 2012/14<br />
Caprichosos de Pilares<br />
João Moleque, Alvair Ferreira, Roberto Felinto, Dalton Araújo (67/76); Antonio Mair 1977/92; Fer<strong>na</strong>ndo<br />
Leandro 93/2000; Albertinho Leandro 2001/04; Paulo de Almeida 2005/11; Cesar Tadeu 2012<br />
Em Cima da Hora<br />
José Pereira 1962/67 e 70/75; João Severino 68/ 69 e 2001; Francisco dos Santos 76/77; Idalquer<br />
78/80; Amarante 1981; Zeca Esteves 1982; João Gonçalves de Oliveira 84/85 e 95/97; Mário de Oli-<br />
veira 1987; Jorge Luiz da Silva 88/90 e 92/93; Rosalvo Neto 1991; Jorge do América 1994; Mauro Luiz<br />
Alves 98/2000; Osmar Simões 2002/03; José Henrique Correa 2004; Marilene Lopes 2005/09; Heitor<br />
da Silva Neto 2011/12<br />
Estação Primeira de Mangueira<br />
Saturnino Gonçalves 1928/35; Júlio Moreira 35/37; Agenor de Castro 37/38; Arlindo Rodrigues 38/40;<br />
Francisco Honorato 40/42; Marcelino Claudino 42/50 e 52/58; Arlindo dos Santos 50/52; Oswaldo Ho-<br />
landa 58/60; Roberto Paulino 60/62; Manoel Pereira Fº 62/64; Juve<strong>na</strong>l Lopes 64/70; Djalma dos Santos<br />
70/74 e 83/86; Darque Moreira 74/76; Ubirajara Rosário (Bira) 76/78; Ed Miranda Rosa 78/80; Percival<br />
Pires 80/83 e 2006/07; Carlos Dória 86/88; Elísio Dória Fº 88/89; José A<strong>na</strong>nias 89/92; Roberto Firmi-<br />
no 92/95; Elmo José dos Santos 95/2001; Álvaro Caetano 2001/06; Eli Gonçalves da Silva (Chininha)<br />
2008/09; Ivo Meirelles 2010/12<br />
420 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
Estácio de Sá<br />
Valdemiro Ribeiro (Miro) 1958/67; Judson Magacho 68/74; Oswaldo Martins 75/78; Antonio Gentil 79/86;<br />
Acyr Pereira Alves 87/2002; Flávio José Eleutério 2003/2006; Leziário José do Nascimento 2007; Lílian<br />
Maia 2008/09; Marcos Aurélio Fer<strong>na</strong>ndes 2010/11; Leziário do Nascimento 2012<br />
Imperatriz Leopoldinense<br />
Oswaldo Pereira Gomes 1960; Amaury Jório 61/65; Antonio Carbonelli 1966; Claudionor Belisário 1967;<br />
Oswaldo Macedo 68/72; Sylzed José Santa<strong>na</strong> Fº 1973; Cláudio J. Pereira Pinto 1974; Aloysio Soares Bra-<br />
ga (Índio) 1975; Luiz Pacheco Drumond 76/83, 86/92 e 2007/12; Rubens Gonçalves 84/85; Marcos José<br />
Lourenço Drumond 93/94; Wagner Araújo 95/2006<br />
Império da Tijuca<br />
Imídio Cadó 1941/63; Ismael Silva 64/65; Mauro Affonso de Almeida 66/67; Ar<strong>na</strong>ldo Pederneiras 68/69;<br />
Nelson Calaza 70/75; Everaldo Carvalhal 79/80; Natal Imbroisi 81/89; Carlos Augusto Cascais 90/91; Os-<br />
mar Valença 92/97; Fer<strong>na</strong>ndo Sérgio de Oliveira 98/2003; Antonio Marcos Telles 2004/12<br />
Império Serrano<br />
João Gradim 1948/50; Mário Feliciano (Manula) 51/52; Hugo Pinto 53/55; Zacarias Avelar 56/58 e 64/68; Se-<br />
bastião de Oliveira (Molequinho) 59/61 e 69/71; Alfredo Costa 62/63; Irani dos Santos Ferreira 72/78 e 85/86;<br />
Humberto Carneiro 79/80 e 2006/10; Ribamar Corrêa 1981; Jamil Salomão Maruff ( Jamil Cheiroso) 82/84,<br />
87/88 e 94/95; Oscar Lino da Costa Fº 89/93; José Marcos da Silva (Marquinhos dos Aneis) 96/98;Antonio<br />
Lemos 1999; Neide Coimbra 2000/05; Humberto Soares Carneiro 2006/10; Vera Lúcia Carneiro 2011; Átila<br />
Gomes (Mestre Átila) 2012<br />
Leão de Nova Iguaçu<br />
Paulo Tenente 1989/93; Mário Maia 1994; Luiz Faria 95/98; Jorge Marrotte 99/2003; Célio Gouveia 2004/06;<br />
José Francisco Xavier (Chiquinho de Fur<strong>na</strong>s) 2007/10; Oberdan Silva (Bira) 2011/12<br />
Lins Imperial<br />
Atherio Salustiano da Silva, João Gabriel dos Santos, Sebastião Alves do Nascimento, Carlos Tavares,<br />
Paulo de Souza Barros, Wilson Alves, Antonio Castro Fº (1963/86); Ivo Paes de Aguiar 69/76; Daniel<br />
Fer<strong>na</strong>ndes 79/84 e 87/89; Jerônimo Guimarães 90/93; Álvaro Duarte 1994; Jerônimo de Castro 95/97<br />
e 2002/04; Marta Ramos 98/2001; Carlinhos Melodia 1998; Ítalo Capella 2004/06; Antonio Barbosa<br />
2007/08; Euclydes Ramos Fº 2009; Antonio Barbosa 2010; Cristiano Costa (Amendoim do Samba) 2011;<br />
Cláudio da Silva (Kaká) 2012<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 421
Mocidade Independente de Padre Miguel<br />
Silvio Trindade 1955/60; Ariodantino Vieira 60/62; Orozimbo de Oliveira 62/64; José Pereira da Silva<br />
(Mestre André) 64/65; Gerson de Souza 65/66; Olimpio Correa (Gaúcho) 66/70, 81/85 e 86/92; Nairton<br />
Chaves, Heleno Rocha 70/71; Major Ademir Pereira 71/73; Osmam Pereira Leite 73/79; Nelson Costa<br />
79/81 e 85/86; Américo Siqueira Fº 92/93; José Roberto Tenório 93/95, 98/2001 e 2002/04; Jorge Pedro<br />
Rodrigues 95/98; Paulo Vian<strong>na</strong> 2001/02 e 2004/12<br />
Paraíso do Tuiuti:<br />
Amarildo Felipe 94/2003; Re<strong>na</strong>to Ribeiro Martins (Mestre Thor) 2004/12<br />
Portela<br />
Paulo da Portela, Antonio Rufino, Antonio Caetano (1931); Benício dos Santos, Lino, Euzébio (1932/33);<br />
Armando Passos 34/35; Nicanor Lopes 36/37; Alberto Machado 38/39; Sr. Antonio 40/41; Benício dos<br />
Santos 42/47; Antenor dos Santos 48/50; Lino Manuel dos Reis 51/55 e 60/61; Armando Santos 56/57;<br />
João ‘Calça Curta’ 58/59; Nelson de Andrade 62/66; Caetano Piloto 67/71; Carlos Teixeira Martins (Carli-<br />
nhos Maracanã) 72/94 e 2000/04; Luiz Carlos Scafura 95/97; Paulo Miranda 98/99; Nilo Mendes Figuei-<br />
redo 2005/12<br />
Re<strong>na</strong>scer de Jacarepaguá<br />
Vanderlei José da Silva 2002, 2004: Antonio Carlos Salomão 2005/2012<br />
São Clemente<br />
Ivo da Rocha Gomes 1961/80; Ivan Vasconcellos 80/81 e 84/87; George Avelino 81/84; Ricardo Almeida<br />
Gomes 87/2007; Re<strong>na</strong>to Almeida Gomes 2008/12<br />
Tradição<br />
Nésio Nascimento 1985/2012<br />
Tupy de Bras de Pi<strong>na</strong><br />
Rei<strong>na</strong>ldo Farias, Vadinho, Jacy Figueira, Ubirajara, Sidney Ferreira Hassen Dan; José “Foguete”; Leôncio de<br />
Oliveira (década de 70 à 90 – extinta em 1998)<br />
União da Ilha do Gover<strong>na</strong>dor<br />
Mauricio Taufie Gazelle 1954 e 84/90; Victor Leitão, João Romero, Albino da Rocha, Antonio Ribeiro,<br />
Affonso Corrêa, Alfredo Afonso, Paulo César Teixeira, Gildo Teixeira (1955/73); Jacy Curvello 74/76 Paulo<br />
422 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
Amargoso 77/80; Roberto dos Santos 81/83; Giovanni Riente 91/93 e 2005/07; Jorge TaufieGazelle 94/99<br />
e 2004; Alfredo Fer<strong>na</strong>ndo da Silva (Fumaça) 2000/03; Marcio André 2008; Ney Filardis 2009/12<br />
Unidos da Ponte<br />
Edson Tessier 1979/96, 98/2000 e 2007/08; Jo<strong>na</strong>s Peixoto 1997; Wallace Álamo (Grilo) 2001/02; Patrícia<br />
Tessier 2003/05; Sidney Antonio 2006; Nelson de Almeida Fº 2009/12<br />
Unidos da Tijuca<br />
Gustavo Diamante (Quiro) 1980/86; Fer<strong>na</strong>ndo Horta 88/92, 97/98 e 2000/12; Nelson Alves 93/94;<br />
Jorge Pinto da Silva 95/96; João Paredes 1999 Unidos de Lucas: Victor Passos 1968/73; Asteclino da<br />
Silva 74/78; Antonio de Almeida 79/88; Zé do Rio 1989 e 93/94; Luiz Orlando das Chagas 1990; José<br />
Simões 91/92; Jorge 95/2002; Cosminho Mag<strong>na</strong>ta 2003/05; Paulo Soares da Silva 2006/08; José Luiz<br />
Davalle 2009/10<br />
Unidos de Lucas<br />
Victor Passos 1968/73; Asteclino da Silva 74/78; Antonio de Almeida 79/88; Zé do Rio 1989 e 93/94; Luiz<br />
Orlando das Chagas 1990; José Simões 91/92; Jorge 95/2002; Cosminho Mag<strong>na</strong>ta 2003/05; Paulo Soares<br />
da Silva 2006/08; José Luiz Davalle 2009/10; Anivaldo da Silva 2011/12<br />
Unidos de Padre Miguel<br />
Fer<strong>na</strong>ndo Schimdt 1986/89; Valdir Madureira 90/2003; Dejair Silva 2004/06; Roberto Carlos da Silva Cos-<br />
ta 2007; Rei<strong>na</strong>ldo Lúcio da Silva (Madrugada) 2008/12<br />
Unidos de Vila Isabel<br />
Antonio Fer<strong>na</strong>ndes da Silveira (Seu Chi<strong>na</strong>) 1946/59; Rodolpho de Souza 59/61; José Lima Fº 61/63;<br />
David Corrêa 63/65; Cornélio Cappelletti 65/66 e 74/76; Waldemir Garcia (Miro) 66/68; Duclerc Dias<br />
68/70; Djalma Victorio 70/72 e 76/78; Pildes Pereira 72/74; Paulo de Aquino 78/80; Orlando Pereira<br />
80/81; Dr. Waltencir Coelho 81/82; Ailton Guimarães Jorge (Capitão Guimarães) 83/87; Lícia Maria<br />
Maciel Caniné (Ruça) 87/90; Olício Alves dos Santos 90/93 e 96/2002; Valter L. de Carvalho 93/96;<br />
Evandro Luiz do Nascimento (Bocão) 2002/05; Wilson Vieira Alves (Moisés) 2006/10; Wilson da Silva<br />
Alves 2011/12<br />
Unidos de Vila Rica<br />
Jairo de Medeiros 1991/95; Walter Lannes 96/98; Nêgo Wando 99/2003; Luiz Roberto dos Santos<br />
2004/05 José Bonifácio da Silva 2006/07; Charles Brandão 2008/10; Luiz Olvídio (Luiz Peixeiro) 2011/12<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 423
Unidos do Cabuçu<br />
Therezinha Monte 1982/98; Elizabeth Rodrigues 99/2003; José Carlos da Silva (Feijão) 2004/05; Valdir<br />
Merchioro 2006/12<br />
Unidos do Jacarezinho<br />
Ney Gaspar 1967/73; Mauro Rocha 74/75; José Thomaz Conceição 81/84; Jorge do Couto Reis 85/89;<br />
Francisco Brolho (Kojak) 90/94; José Roberto H. da Silva 95/2003 e 2009/10; Laerte de Carvalho 2004/07;<br />
Regi<strong>na</strong>ldo Valadão 2008; José Roberto Hilário da Silva 2009/11;<br />
Unidos do P . da Pedra<br />
Haroldo Moreira 1978/79; Jorair Ferreira 80/94; Ubervaldo Sérgio de Oliveira 1995; Nei Sebastião 96/99;<br />
Eduardo Marbella 2000/01; Eduardo Carneiro Alves 2001; Uberlan Jorge de Oliveira 2002/10; Francisco<br />
José Marins Ferreira 2011/12<br />
Unidos do Viradouro<br />
Albano Ferreira de Mattos 1972/75 e 79/92; José Carlos Mo<strong>na</strong>ssa Bessil 93/94 e 99/2005; Ito Machado<br />
75/78 e 1995; Luiz Henrique Mo<strong>na</strong>ssa Bessil 96/98; Marco Lira 2006/10; Gustavo Clarão 2011/12<br />
424 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
| PRESIDÊNCIA<br />
- 2012 |<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba) – Triênio 2009-2012<br />
PRESIDENTE<br />
Jorge Luiz Castanheira Alexandre<br />
VICE-PRESIDENTE DIRETOR DE PATRIMÔNIO<br />
Zacarias Siqueira de Oliveira<br />
TESOUREIRO<br />
Américo Siqueira Filho<br />
DIRETOR JURÍDICO<br />
Dr. Nelson de Almeida<br />
SECRETÁRIO<br />
Wagner Tavares de Araújo<br />
DIRETOR DE CARNAVAL<br />
Elmo José dos Santos<br />
DIRETOR COMERCIAL<br />
Hélio Costa da Motta<br />
DIRETOR CULTURAL<br />
Hiram Araújo<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 425
426 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
DIRETOR SOCIAL<br />
Jorge Perlingeiro<br />
CONSELHO SUPERIOR<br />
Ailton Guimarães Jorge<br />
Aniz Abrahão Davi<br />
Luiz Pacheco Drumond<br />
Agremiações<br />
ACADÊMICOS DO GRANDE RIO<br />
Jaider Soares (Presidente de Honra)<br />
Hélio Ribeiro de Oliveira (Presidente)<br />
ACADÊMICOS DO SALGUEIRO<br />
Regi<strong>na</strong> Celi Fer<strong>na</strong>ndes Duran (Presidente)<br />
BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS<br />
Aniz Abrahão David - Anísio - (Presidente de Honra)<br />
Nelson David (Presidente)<br />
ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA<br />
Roberto Paulino (Presidente de Honra)<br />
Ivo Meirelles (Presidente)<br />
IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE<br />
Luiz Pacheco Drumond (Presidente)<br />
MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL<br />
Paulo Vian<strong>na</strong> (Presidente)<br />
PORTELA<br />
Nilo Mendes Figueiredo (Presidente)
RENASCER DE JACAREPAGUÁ<br />
Antonio Carlos Salomão (Presidente)<br />
UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR<br />
Sidney Filardi (Presidente)<br />
UNIDOS DA TIJUCA<br />
Fer<strong>na</strong>ndo Horta (Presidente)<br />
UNIDOS DE VILA ISABEL<br />
Wilson da Silva Alves (Presidente)<br />
UNIDOS DO PORTO DA PEDRA<br />
Francisco José Marins (Presidente)<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 427
| ÍNDICE<br />
428 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
TEMÁTICO |<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
África<br />
Mangueira 2000 (Dom Oba II); Unidos da Tijuca 2003 (Agudas); Beija-Flor 2007; Porto da Pedra 2007<br />
(Apartheid – Mandela); Salgueiro 2007 (Rainhas Negras)/2009 (Tambor); Vila Isabel (Angola) 2012<br />
Alimentos<br />
Porto da Pedra (iogurte) 2012<br />
Amazônia<br />
Portela 1970 (2004 reedição)/1987/2002;Lins Imperial 1991;Beija-Flor 1994/ 2004; Grande Rio 2006<br />
Amores célebres<br />
Viradouro 1993<br />
Ano da França no Brasil<br />
Grande de Rio 2009<br />
Arquitetura brasileira<br />
Viradouro 2006<br />
Arte e artesa<strong>na</strong>to<br />
Vila Isabel 1975 (teatro); Império da Tijuca 1977 (Mestre Vitalino); U. Tijuca 1983 (barro)/1989; Beija-Flor<br />
1987 (teatro); Caprichosos de Pilares 1988 (cinema)/1992; Porto da Pedra 1997; Salgueiro 1997; Mocida-<br />
de Independente 2007; U. Tijuca 2007/2008
As sete maravilhas do mundo antigo<br />
Beija-Flor 1981<br />
Astrologia<br />
Vila Isabel 1973, Unidos do Jacarezinho 1989<br />
Astronomia<br />
Grande Rio 1993 (Lua); Estácio de Sá 1993 (Lua); Viradouro 1997 (Teoria do Big-Bang)<br />
Aviação<br />
Tradição 1994; Beija-Flor 2002; Salgueiro 2002<br />
Barroco mineiro<br />
Imperatriz Leopoldinense 1983; Mangueira 1990<br />
Brasilidades<br />
Mangueira 197/1980; São Carlos (atual Estácio de Sá) 1971; Mocidade Independente 1978/1980; Portela<br />
1982/1990; Imperatriz Leopoldinense 1982; Beija-Flor 1984; Vila Isabel 1975 (teatro); Império da Tijuca<br />
1977 (Mestre Vitalino); U. Tijuca 1983 (barro)/1989; Beija-Flor 1987 (teatro); Caprichosos de Pilares 1988<br />
(cinema)/1992; Porto da Pedra 1997; Salgueiro 1997; Mocidade Independente 2007; U. Tijuca 2007/2008<br />
Cabelos<br />
Vila Isabel 2011<br />
Calendário de festas<br />
Beija-Flor 1997<br />
Caricatura<br />
Salgueiro 1983<br />
Car<strong>na</strong>val – origens, reminiscências e exaltação<br />
Mangueira 1972; U. jacarezinho 1973; Imperatriz Leopoldinense 1973/1993; Em Cima da Hora 1975;<br />
União da Ilha 1976/1982/1989; Beija-Flor 1977/1979; Portela 1979/1995; Vila Isabel 1982/1986/1997;<br />
Império Serrano 1982 (crítica à comercialização dos desfiles); Estácio de Sá 1984; Mocidade Inde-<br />
pendente 1985; S. Clemente 1990 (crítica à comercialização dos desfiles); Porto da Pedra 1996/2005<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 429
Chegada da família real portuguesa<br />
Salgueiro 2000; São Clemente 2008<br />
Chorinho<br />
Estácio 1985<br />
Cidade do Rio de Janeiro<br />
Salgueiro 1970 (Pça Onze)/1981/1991 (Rua do Ouvidor)/2008; Portela 1971 (Lapa)/2003 (Cinelândia);<br />
Unidos de Padre Miguel 1972 (Madureira); U. Ilha 1977 (Um Domingo no Rio)/1992 (Ilha do Gover-<br />
<strong>na</strong>dor); Império da Tijuca 1986 (Tijuca);Tradição 1989; U. Tijuca 1992 (Baía de Gua<strong>na</strong>bara)/1994; Vila<br />
Isabel 1994 (Vila Isabel); Mocidade Independente 1994 (Av. Brasil); Caprichosos de Pilares 1994 (Av. Rio<br />
Branco);Tradição 1999 (Jacarepaguá), Salgueiro 2008; São Clemente 2011<br />
Cidades e localidades brasileiras<br />
U. São Carlos, atual Estácio de Sá 1970 (Caruaru-PE); U. Lucas 1975 (cidades históricas mineiras); Man-<br />
gueira 1995 (Fer<strong>na</strong>ndo de Noronha-PE); Portela 1998 (Olinda-PE); Salgueiro 1998 (Parintins-AM)/1999<br />
(Natal-RN); Vila Isabel 1999 ( João Pessoa-PB); Beija-Flor 1999 (Araxá-MG)/2006 (Poços de Caldas-<br />
-MG)/2008 (Macapá-AP); S. Clemente 2002 (Guapimirim-RJ); Caprichosos de Pilares 2002 (Porto Alegre-<br />
-RS); Tradição 2002 (cidades da Região dos Lagos); Porto da Pedra 2002 (Petrópolis-RJ); Grande Rio 2007<br />
(Duque de Caxias-RJ); Beija-Flor 2012 (São Luís)<br />
Cinema<br />
U. Tijuca (medo no cinema) 2011 e Salgueiro (Rio no cinema) 2011<br />
Circo<br />
Unidos do Jacarezinho 1970; Portela 1980; União da Ilha 1993, Mocidade Independente 2002<br />
Colonização e lendas maranhenses<br />
Salgueiro 1974; Mangueira 1996; Grande Rio 2002<br />
Comunicação<br />
Estácio de Sá 1977 (Rádio Nacio<strong>na</strong>l); Império Serrano 1987;União da Ilha 1987 ( Jor<strong>na</strong>lismo impresso);<br />
Beija-Flor 1992 (Televisão); Estácio de Sá 1996; Porto da Pedra 2004<br />
430 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
Consumismo<br />
Mocidade Independente 1987; Estácio de Sá 1991; Mocidade Independente 2010<br />
Corpo humano e doação de órgãos<br />
Mocidade Independente 1997/2003<br />
Correio aéreo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
Mangueira 1971<br />
Criação do mundo<br />
Salgueiro 1978 (Tradição Nagô); Beija-Flor 1978 (Tradição Nagô); Unidos de São Carlos, atual Estácio de<br />
Sá 1979 (Segundo os Carajás); Vila Isabel 1993<br />
Criação e tecnologia<br />
Salgueiro 1987/2006 (Microcosmos); Tradição 1995 (Evolução de Roda); Mocidade Independente 1996;<br />
Unidos da Tijuca 2004<br />
Crítica político-social<br />
Unidos da Tijuca 1981; Império Serrano 1984/1988/1996; Imperatriz Leopoldinense 1984; Unidos do Ca-<br />
buçu 1985/1989/1990; Caprichosos de Pilares 1985/1986/1987; São Clemente 1985/1987; Arranco 1989;<br />
Beija-Flor 1989/2003; Mocidade Indepedente 2010<br />
Culinária<br />
Salgueiro 1977, Estácio de Sá 1989; Unidos da Tijuca 1991<br />
Cultura afro-brasileira<br />
FATOS E PERSONAGENS<br />
Salgueiro 1971/1976/1989; Império da Tijuca 1971; Mocidade Independente 1972/1977; Portela 1972;<br />
Em Cima da Hora 1974; Império Serrano 1983/2009; U. Tijuca 1984/1996; Vila Isabel 1988; Mangueira<br />
1988/2000; Beija-Flor 1983/2001; Viradouro 1994; Caprichosos de Pilares 1998/2003; Tradição 2000<br />
Cultura indíge<strong>na</strong><br />
Mangueira 1973/1977; Império Serrano 1973/1994; Vila Isabel 1987/2000; Imperatriz Leopoldinense<br />
1994; Mocidade Independente 2000<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 431
Declaração universal dos direitos humanos<br />
Vila Isabel 1989<br />
Descobrimento do Brasil<br />
Mocidade Independente 1979; Portela 1989; Salgueiro 1995; Imperatriz Leopoldinense; unidos da Tijuca 2000<br />
Ditadura militar<br />
Acadêmicos de Santa Cruz 1990 (O Pasquim); União da Ilha 2000<br />
Educação no trânsito<br />
Mocidade Independente 2004<br />
Escritores<br />
ANIBAL MACHADO<br />
Imperatriz Leopoldinense 1975<br />
ARIANO SUASSUNA<br />
Império Serrano 2002<br />
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE<br />
Vila Isabel 1980; Mangueira 1987<br />
CASSIANO RICARDO<br />
Imperatriz Leopoldinense 1972<br />
EUCLIDES DA CUNHA<br />
Em Cima da Hora 1976<br />
HANS CHRISTIAN ANDERSEN<br />
Imperatriz Leopoldinense 2005<br />
JOÃO UBALDO RIBEIRO<br />
Império da Tijuca 1987<br />
432 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
JORGE AMADO<br />
Império Serrano 1989; Imperatriz Leopoldinense 2012<br />
JORGE DE LIMA<br />
Mangueira 1975, Vila Isabel 1976<br />
JOSÉ MAURO DE VASCONCELOS<br />
Mocidade Independente 1970<br />
LIMA BARRETO<br />
Unidos da Tijuca 1982<br />
MANOEL PROENÇA CAVALCANTE<br />
Unidos da Tijuca 1981<br />
MANUEL BANDEIRA<br />
Portela 1973<br />
MARIO DE ANDRADE<br />
Portela 1975<br />
MONTEIRO LOBATO<br />
Imperatriz Leopoldinense 2005<br />
NELSON RODRIGUES<br />
Unidos da Tijuca 2001<br />
OSWALD DE ANDRADE<br />
Imperatriz Leopoldinense 1970<br />
STANISLAW PONTE PRETA<br />
Unidos de Padre Miguel 1971; Unidos do Cabuçu 1986<br />
Esportes Olímpicos<br />
Mocidade Independente 1993; Mangueira 1997; Portela 2007; União da Ilha 2012<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 433
Estados e Distrito Federal<br />
AQUARELA BRASILEIRA<br />
Império Serrano 2004<br />
BAHIA<br />
Em Cima da Hora 1972; Imperatriz Leopoldinense 1980; Mangueira 1986<br />
BRASÍLIA<br />
Beija-Flor 2010<br />
CEARÁ<br />
Imperatriz Leopoldinense 1995<br />
ESPÍRITO SANTO<br />
Caprichosos de Pilares 2006<br />
GOIÁS<br />
Caprichosos de Pilares 2001<br />
MARANHÃO<br />
Salgueiro 1974; Mangueira 1996; Grande Rio 2002<br />
MINAS GERAIS<br />
Portela 1999; Mangueira 2004<br />
PARÁ<br />
Salgueiro 1973; Beija-Flor 1998; Viradouro 2004<br />
PARANÁ<br />
Império da Tijuca 1982; Unidos da Ponte 1995<br />
RIO GRANDE DO SUL<br />
Vila Isabel 1970/1996;<br />
434 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
SANTA CATARINA<br />
Imperatriz Leopoldinense 2006<br />
Exaltação às escolas de samba<br />
Salgueiro 1972 (exaltação à Mangueira)/2003 (exaltação ao seu Cinquentenário); Mangueira 1978 (exal-<br />
tação ao seu cinquentenário)/1983 (auto-exaltação)/1999 (século do samba);U. Ilha 1979/1980 (auto-<br />
-exaltação)/1982; Estácio de Sá 1980; Mocidade Independente 1981 (auto-exaltação)/ 1990 (auto exal-<br />
tação); Portela 1984/1992; U. Ponte 1987; Tradição 2004 (exaltação à Portela); Imperatriz Leopoldinense<br />
(auto-exaltação); Grande Rio 2010<br />
Exploração das riquezas brasileiras<br />
Caprichosos de pilares 1989; São Clemente 1989<br />
Festa populares<br />
Mocidade Independente 1974 (Festa do Divino); Lins Imperial 1976 (Folia de Reis); Salgueiro 1990 (Cava-<br />
lhada)/1998 (Parintins); Viradouro 2004 (Círio de Nazaré), Império Serrano 2006; Portela (da Bahia) 2012<br />
Força femini<strong>na</strong><br />
Acadêmicos de Santa Cruz 1970; Portela 1978; Porto da Pedra 2006<br />
Frevo/maracatu<br />
Império Serrano 1974; Mangueira 2008 (Centenário do Frevo)<br />
Frutas e outros cultivos<br />
Mangueira 1979 (Cacau)/ 2003 (Manga); Estácio de Sá 1987 – reedição em 2007 (Sapoti); Imperatriz<br />
Leopoldinense 1991 (Ba<strong>na</strong><strong>na</strong>)/2001 (Ca<strong>na</strong>-de- açúcar); Salgueiro 1992 (Café); Tradição 2005 (Soja);<br />
Mocidade Independente 2011<br />
Futebol<br />
Beija-Flor 1986; Estácio de Sá 1985 (Flamengo-centenário); Unidos da Tijuca 1998 (Vasco da Gama)<br />
Globalização informacio<strong>na</strong>l<br />
Portela 2010<br />
Grandes <strong>na</strong>vegações<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 435
Imperatriz Leopoldinense 1976/1977/1992; Unidos da Tijuca 1990/1998 (Vasco da Gama); Vila Isabel<br />
1992/2005<br />
História do Brasil<br />
Vila Isabel 1972 (Batalha dos Guararapes); U. Ilha 1985 (Revolta da Chibata); Beija-Flor 1988 (Abo-<br />
lição); Mangueira 1988 (Abolição); Imperatriz Leopoldinense 1989 (Proclamação da República);<br />
Grande Rio 1996 (Brasil <strong>na</strong> Era Filipi<strong>na</strong>)/2000; Porto da Pedra 2000 (passagem do Império para a<br />
República)<br />
História do dinheiro<br />
Vila Isabel 1995<br />
Ilha de Marajó<br />
Salgueiro 1975; Portela 1976; Imperatriz Leopoldinense 1985<br />
Indumentária<br />
Porto da Pedra 2010<br />
Influência italia<strong>na</strong><br />
Mocidade Independente 2005<br />
Jardim Botânico - RJ<br />
Unidos da Tijuca 1997<br />
Jogos e adivinhações<br />
Beija-Flor 1976; União da Ilha 1978; Império da Tijuca 1984<br />
Judaísmo/islamismo<br />
Mangueira 2001/2003; Paraíso do Tuiuti 2001<br />
Latinidade<br />
Vila Isabel 2006<br />
Lendas e folclore<br />
Mangueira 1973/1974/1976; Império Serrano 1973/2009; Mocidade Independente 1975<br />
436 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
Língua portuguesa<br />
Unidos da Tijuca 2002; Mangueira 2007<br />
Literatura<br />
Em Cima da Hora 1973 (Cordel); Salgueiro 2010; Salgueiro 2012 (Cordel)<br />
Madeira-Mamoré<br />
Grande Rio 1997<br />
Magia/assombrações<br />
União da Ilha 1978/1986/1994; Mocidade Independente 1986; Viradouro 1992<br />
Migrantes e imigrantes<br />
Império Serrano 1977; Em Cima da Hora 1985; Mocidade Independente 1993, Salgueiro 1993; Porto da<br />
Pedra 2008 (Imigração Japonesa - Centenário)<br />
Modernismo<br />
Imperatriz Leopoldinense 1970/2002 (Oswald de Andrade); Estácio de Sá 1992 (Sema<strong>na</strong> de Arte Moder-<br />
<strong>na</strong>); União da Ilha 1995 (Manifesto Antropofágico)<br />
Mundo infantil<br />
Arranco 1978; Beija-Flor 1980/1993; Vila Isabel 1985<br />
Música e Musicais<br />
Mangueira 2010; São Clemente 2012<br />
Nordeste<br />
Império Serrano 1971; União da Ilha 1975; Beija-Flor 1982; Império da Tijuca 1996; Mangueira 2002<br />
O boi <strong>na</strong> história e <strong>na</strong> mitologia<br />
Estácio de Sá 1988<br />
O mar<br />
Unidos de Lucas 1972; Portela 1981<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 437
Obras literárias<br />
DOM QUIXOTE DE LA MANCHA (MIGUEL DE CERVANTES)<br />
U.Ilha 2010<br />
INVENÇÃO DE ORFEU (JORGE DE LIMA)<br />
Vila Isabel 1976<br />
MACUNAÍMA, HERÓI DE NOSSA GENTE (MARIO DE ANDRADE)<br />
Portela 1975<br />
MANUSCRITO HOLANDÊS (MANOEL PROENÇA CAVALCANTE)<br />
Unidos da Tijuca 1981<br />
MARTIN CERERÊ (CASSIANO RICARDO)<br />
Imperatriz Leopoldinense 1972<br />
O MEU PÉ DE LARANJA LIMA (JOSÉ MAURO DE VASCONCELOS)<br />
Mocidade Independente 1970<br />
OROPA, FRANÇA E BAHIA (OSWALD DE ANDRADE)<br />
Imperatriz Leopoldinense 1970<br />
OS SERTÕES (EUCLIDES DA CUNHA)<br />
Em Cima da Hora 1976<br />
PASSÁRGADA, O AMIGO DO REI (MANUEL BANDEIRA)<br />
Portela 1973<br />
SAMBA DO CRIOULO DOIDO (STANISLAW PONTE PRETA)<br />
Unidos de Padre Miguel 1971; Unidos do Cabuçu 1986<br />
SONHO DE UM SONHO (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)<br />
Vila Isabel 1980<br />
438 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
VIVA O POVO BRASILEIRO (JOÃO UBALDO RIBEIRO)<br />
Império da Tijuca 1987<br />
Orfeu no car<strong>na</strong>val<br />
Viradouro 1998<br />
Origem da vida<br />
U. da Ilha 2011<br />
Origem e características do povo brasileiro<br />
Tradição 1988, Portela 2006, Mangueira 2009<br />
Países<br />
Viradouro 2010 (México)<br />
Panta<strong>na</strong>l<br />
Viradouro 1994; Salgueiro 2001<br />
Pau-brasil<br />
Imperatriz Leopoldinense 2004<br />
Perso<strong>na</strong>gens históricos<br />
ANITA GARIBALDI<br />
Viradouro 1999<br />
D. JOÃO VI<br />
Portela 1977; Salgueiro 2000; Imperatriz Leopoldinense 2008<br />
D. LEOPOLDINA<br />
Imperatriz Leopoldinense 1996<br />
GETÚLIO VARGAS<br />
Salgueiro 1985; Portela 2000<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 439
JUSCELINO KUBITCHEK DE OLIVEIRA<br />
Mangueira 1981<br />
LUIZ CARLOS PRESTES<br />
Grande Rio 1998<br />
RUI BARBOSA<br />
S. Clemente 1999<br />
Perso<strong>na</strong>lidades<br />
ALCIONE<br />
U. Ponte 1994<br />
ARI BARROSO<br />
U. Ilha 1988<br />
ASSIS CHATEAUBRIAND<br />
Grande Rio 1999<br />
BARBOSA LIMA SOBRINHO<br />
U. Ilha 1999<br />
BIBI FERREIRA<br />
Viradouro 2003<br />
BIDU SAYÃO<br />
Beija-Flor 1995<br />
BRAGUINHA<br />
Mangueira 1984<br />
CÂNDIDO PORTINARI<br />
Mocidade 2012<br />
440 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
CARLOS GOMES<br />
U. Tijuca 1994<br />
CHICO ANÍSIO<br />
Caprichosos de Pilares 1984<br />
CHICO BUARQUE DE HOLLANDA<br />
Mangueira 1998<br />
CHIQUINHA GONZAGA<br />
Mangueira 1985; Imperatriz Leopoldinense 1997<br />
CUSTÓDIO MESQUITA<br />
Império da Tijuca 1985<br />
DALVA DE OLIVEIRA<br />
Imperatriz Leopoldinense 1987<br />
DERCY GONÇALVES<br />
Viradouro 1991<br />
DOCES BÁRBAROS<br />
Mangueira 1994<br />
DORIVAL CAYMI<br />
Mangueira 1986<br />
ELIS REGINA<br />
Mocidade Independente 1989<br />
ENEIDA DE MORAES<br />
Salgueiro 1973<br />
GETÚLIO VARGAS<br />
Salgueiro 1985; Portela 2000
GRANDE OTELO<br />
Estácio de Sá 1986<br />
HEITOR VILLA-LOBOS<br />
Mocidade Independente 1999<br />
HERIVELTON MARTINS<br />
U. Ponte 1986<br />
IVO PITANGUY<br />
Caprichosos de Pilares 1999<br />
JANETE CLAIR<br />
Leão do Iguaçu 1992<br />
JOÃOSINHO TRINTA<br />
U. Ilha 1990<br />
JUSCELINO KUBITCHEK DE OLIVEIRA<br />
Mangueira 1981<br />
LAMARTINE BABO<br />
Imperatriz Leopoldinense 1981<br />
LUIZ CARLOS PRESTES<br />
Grande Rio 1998<br />
LUIZ PEIXOTO<br />
Vila Isabel 1991<br />
LUPICÍNIO RODRIGUES<br />
U. Jacarezinho 1987<br />
MARIA CLARA MACHADO<br />
Porto da Pedra 2011<br />
MILTON NASCIMENTO<br />
U. Cabuçu 1989<br />
NELSON CAVAQUINHO<br />
Mangueira 2011<br />
NOEL ROSA<br />
Vila Isabel 2010<br />
OS TRAPALHÕES<br />
U. Cabuçu 1988<br />
OSCARITO<br />
Império Serrano 1978<br />
PAULO GRACINDO<br />
U. Ponte 1988<br />
PIXINGUINHA<br />
Portela 1974<br />
ROBERTO CARLOS<br />
U. Cabuçu 1987; Beija-Flor 2011<br />
ROMERO BRITO<br />
Re<strong>na</strong>scer de Jacarepaguá 2012<br />
RUI BARBOSA<br />
São Clemente 1999<br />
SILAS DE OLIVEIRA<br />
Imperatriz Leopoldinense 1974<br />
TOM JOBIM<br />
Mangueira 1992<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 441
ZAQUIA JORGE<br />
Império Serrano 1975<br />
Piratas e pirataria<br />
Mocidade Independente 1984; Imperatriz Leopoldinense 2003<br />
Portugal<br />
Mocidade Independente 2008<br />
Pré-história no Brasil<br />
Beija-Flor 1990/1996<br />
Preservação da <strong>na</strong>tureza<br />
Salgueiro 1979; Mocidade Independente 1983; Unidos da Ponte 1989; Lins Imperial 1991 (Chico Men-<br />
des); Império Serrano 2005; Mocidade Independente 2010<br />
Recordar é viver<br />
Vila Isabel 1977; Caprichosos de Pilares 1985; Portela 1985<br />
Recursos <strong>na</strong>turais, fontes de energia e minérios<br />
Salgueiro 1988 (ouro)/2004 (etanol)/2005 (fogo); Mocidade Independente 1991 (água); Caprichosos de<br />
Pilares 1995 (petróleo); Portela 2001/2008 (recursos <strong>na</strong>turais); Grande Rio 2003 (mineração)/2008 (gás<br />
<strong>na</strong>tural); Mangueira 2005 (combustíveis); Beija-Flor 2009 (água)<br />
Reforma agrária<br />
Vila Isabel 1990<br />
Religiosidade<br />
Mocidade Independente 1974 (Festa do Divino)/1976 (menininha do Gantois) /1996; U. Lucas 1976;<br />
U. São Carlos, atual Estácio de Sá 1976; Imperatriz Leopoldinense 1979; Salgueiro 1980; U. Ponte 1984<br />
(oferendas); Grande Rio 1994; Mocidade Ind. Padre Miguel 1995; Viradouro 2001 (sete pecados capi-<br />
tais)/2004; Imperatriz Leopoldinense 2010<br />
Respeito às diferenças e minorias<br />
Império Serrano 2007<br />
442 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
Rio São Francisco<br />
Mocidade Independente 1982, Mangueira 2006<br />
Samba<br />
Mocidade Independente 1977; Salgueiro 984/2009<br />
Segredos desconhecidos<br />
Unidos da Tijuca 2010<br />
Sete povos das missões<br />
Unidos do Cabuçu 1977; Beija-Flor 2005<br />
Sonhar não custa <strong>na</strong>da<br />
Império Serrano 1986, Portela 1986, Mocidade Independente 1992<br />
Superação de obstáculos<br />
Grande Rio 2012<br />
Teatro Municipal<br />
Vila Isabel 2009 (Centenário)<br />
Visão europeia do Brasil colônia<br />
Estácio de Sá 1990 (Langsdorff); Viradouro 1995 (Debret); Imperatriz Leopoldinense 1999; Mocidade<br />
Independente 2010<br />
Zo<strong>na</strong> franca de Ma<strong>na</strong>us<br />
Mocidade Independente 1984<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 443
| AGRADECIMENTOS<br />
444 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
|<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Esse projeto contou com o apoio de algumas pessoas que<br />
acreditam que um sonho de car<strong>na</strong>val pode se realizar.<br />
Profª Sandra Luraschy Fróes<br />
Profª Sandra Moreira Monteiro<br />
Profª Sueli Siqueira Braga<br />
Prof. Valmir Aleixo Ferreira<br />
Jor<strong>na</strong>lista Fábio Pequeno<br />
Webdesigner Rafael Paulo Araújo
| FONTES<br />
DE PESQUISA |<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Revista Manchete<br />
Revista Fatos e Fotos<br />
Jor<strong>na</strong>l O Globo<br />
Jor<strong>na</strong>l do Brasil<br />
Jor<strong>na</strong>l Extra<br />
Jor<strong>na</strong>l O Dia<br />
www.apoteose.com<br />
www.samba-choro.com.br<br />
www.academiadosamba.com.br<br />
www.galeriadosamba.com.br<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 445
446 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL<br />
| ÍNDICE |<br />
ORDEM DE DESFILE<br />
Amor à primeira vista ............................5<br />
Introdução ......................................6<br />
Dedicatória .....................................7<br />
Apresentação ..................................10<br />
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11<br />
Desfile de 1970 .................................13<br />
Desfile de 1971 .................................19<br />
Desfile de 1972 .................................25<br />
Desfile de 1973 .................................33<br />
Desfile de 1974 .................................40<br />
Desfile de 1975 .................................47<br />
Desfile de 1976 .................................55<br />
Desfile de 1977 .................................64<br />
Desfile de 1978 .................................71<br />
Desfile de 1979 .................................77<br />
Desfile de 1980 .................................82<br />
Desfile de 1981 .................................89
Desfile de 1982 .................................95<br />
Desfile de 1983 ................................102<br />
Desfile de 1984 ................................110<br />
Desfile de 1985 ................................119<br />
Desfile de 1986 ................................129<br />
Desfile de 1987 ................................139<br />
Desfile de 1988 ................................149<br />
Desfile de 1989 ................................159<br />
Desfile de 1990 ................................170<br />
Desfile de 1991 ................................180<br />
Desfile de 1992 ................................190<br />
Desfile de 1993 ................................200<br />
Desfile de 1994 ................................209<br />
Desfile de 1995 ................................219<br />
Desfile de 1996 ................................230<br />
Desfile de 1997 ................................241<br />
Desfile de 1998 ................................251<br />
Desfile de 1999 ................................260<br />
Desfile de 2000 ................................270<br />
Desfile de 2001 ................................279<br />
Desfile de 2002 ................................289<br />
Desfile de 2003 ................................298<br />
DA CANDELÁRIA À APOTEOSE | 447
Desfile de 2004 ................................307<br />
Desfile de 2005 ................................317<br />
Desfile de 2006 ................................327<br />
Desfile de 2007 ................................337<br />
Desfile de 2008 ................................346<br />
Desfile de 2009 ................................356<br />
Desfile de 2010 ................................365<br />
Desfile de 2011 ................................377<br />
Desfile de 2012 ................................389<br />
Pequeno glossário do samba ....................403<br />
Quesitos em julgamento <strong>na</strong> atualidade ...........408<br />
Ficha técnica e informativa das agremiações . . . . . .410<br />
Galeria dos presidentes .........................419<br />
Presidência – 2012 .............................425<br />
Índice temático ................................428<br />
Agradecimentos ...............................444<br />
Fontes de pesquisa ............................445<br />
448 | PÉRSIO GOMYDE BRASIL
Este livro foi composto em Segoe UI e Museo pela<br />
Editora Multifoco e impresso em papel offset 75 g/m²