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Márcio Vianna - Mônica Prinzac

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O presente dura pouco tempo<br />

mesmo – o outro Marat – para uma reflexão no momento de sua morte sobre quem é o<br />

herói e quem é o traidor.<br />

<strong>Márcio</strong> declarava que não se tratava de um épico sobre o heroísmo dos<br />

revolucionários franceses, mas de uma visão de ambigüidade pós-revolucionária dos<br />

mitos que desencadearam o processo e Marat surge como pretexto para um<br />

questionamento sobre a sociedade contemporânea.<br />

Anotações nos Cadernos de Ensaios: (Extraído do programa da peça)<br />

1. Não há uma Revolução Francesa, mas inúmeras Revoluções, a partir de 1789.<br />

2. A Revolução Francesa inventou o cidadão, mas também inventou o vandalismo. É<br />

impossível uma visão maniqueísta de qualquer fato ou instituição da época. A partir da<br />

Revolução, a modernidade não pode evitar a ambigüidade.<br />

3. Primeiras anotações sobre alguns personagens: Marat 1 é Jean Paul Marat, um<br />

homem de ciências, alguns anos antes de se iniciar a Revolução. Ambicioso e radical.<br />

Marat 2 é Jean Paul Marat, um homem político, líder revolucionário extremamente<br />

temido e adorado, na véspera de sua morte, em julho de 1973. Convencido de que é o<br />

político mais importante da França, com discurso favorável aos pobres. Doente, não<br />

espera viver muito. Passa horas numa banheira, com água morna e tratada, para<br />

amenizar as dores de sua doença de pele. Não hesita em mandar matar quem pode<br />

ameaçar a Revolução (...).<br />

5. Marat era, antes de tudo, propenso ao delírio. Sua melhor tradução não se encontra<br />

em discursos e citações, e sim em visões de delírios que lhe devem ter sido muito<br />

peculiares. Por isso a temática e a poesia de Borges está tão presente no texto deste<br />

trabalho.<br />

Processo de Ensaio<br />

Durante os cinco meses de ensaios os atores, que obrigatoriamente deveriam ter<br />

um caderno de anotações, tiveram aulas sobre a Revolução Francesa e participaram de<br />

duas horas diárias de preparação corporal com Marilena Bibas. O corpo dos atores<br />

passou por uma composição física com movimentos extremamente marcados onde se<br />

construiu uma base corporal - sem psicologização - para cada figura. (Ver desenho a<br />

seguir em caderno de ensaio)

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