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Márcio Vianna - Mônica Prinzac

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Apresentação<br />

O presente dura pouco tempo<br />

<strong>Márcio</strong> <strong>Vianna</strong> foi um diretor de teatro atuante na cena contemporânea carioca<br />

entre os anos de 1989 e 1995. Falecido, aos 46 anos, no dia 16 de fevereiro de 1996, o<br />

futuro durou pouco tempo para a realização de um teatro que transforma o espectador<br />

passivo em um indivíduo integrado ao espetáculo. Em busca de um teatro<br />

compromissado com o seu tempo - onde o homem materializa inquietações estéticas e<br />

existenciais no palco - seu objetivo foi o de resgatar a força dramática da cena e<br />

despertar a emoção do espectador numa trajetória repleta de realizações – dezesseis<br />

peças em sete anos.<br />

Trabalhei como atriz e assistente de direção nos seus últimos trabalhos. Passados<br />

sete anos de sua morte, ao longo dos quais me tornei diretora teatral, me senti no<br />

compromisso de fazer um levantamento da obra do encenador. A obra cênica tem a<br />

particularidade de não possibilitar sua preservação após a execução. O teatro é uma arte<br />

tributária do tempo e, a possibilidade de contato com o trabalho de um criador já<br />

falecido é apenas através de fontes de pesquisas.<br />

O presente ensaio é uma tentativa de se dialogar com possibilidades de<br />

linguagens cênicas, a serviço de uma idéia sobre o teatro, resgatando a encenação de<br />

<strong>Márcio</strong> <strong>Vianna</strong> nas suas mais diversificadas experimentações. Falar do teatro de <strong>Márcio</strong><br />

<strong>Vianna</strong> implica em fazer escolhas, pois em cada peça havia um microcosmo de<br />

experimentação. <strong>Márcio</strong> construiu uma obra híbrida, antes de tudo teatral, onde a<br />

identidade estava apoiada em um único e gigantesco objetivo: emocionar o espectador e<br />

transformar a sua realidade, para fazê-lo um novo homem.<br />

Apesar de conhecer de perto um pouco das propostas e idéias do diretor, não tive<br />

a oportunidade de assistir todos os espetáculos apresentados. Por isso, sem a pretensão<br />

de construir uma crítica de valores sobre a obra - rotulando o que é bom e o que não é,<br />

me propus a refletir sobre os espetáculos pensando nas opções estéticas e técnicas que<br />

foram propostas em diálogo com o universo da encenação contemporânea. Uma vez que<br />

nenhuma inovação em matéria de teatro começa do zero e muitas experimentações são<br />

apropriações e incorporações de outras gerações, O Presente dura pouco tempo tem a<br />

ambição de pensar a prática de <strong>Márcio</strong> <strong>Vianna</strong> em cima de questões que continuam<br />

vivas nas preocupações da atualidade.

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