Márcio Vianna - Mônica Prinzac
Márcio Vianna - Mônica Prinzac
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O presente dura pouco tempo<br />
Em 1994, depois de quase um ano parado, <strong>Márcio</strong> voltou aos palcos em um<br />
convite para dirigir a montagem de formatura dos atores da CAL – Casa de Artes de<br />
Laranjeiras – e fez A alma quando sonha é teatro.<br />
Para A Alma, <strong>Márcio</strong> reuniu duas gerações de atores de teatro separadas por mais<br />
de meio século - os alunos formandos do curso profissionalizante da CAL e alguns<br />
atores representantes da antiga geração dividindo o palco numa homenagem a arte<br />
teatral.<br />
Para o diretor, o contato das duas gerações fazia o jovem se despir de<br />
esteriótipos da profissão e se preocupar com a busca de emoções verdadeiras. “Esse<br />
encontro pretende ser, antes de tudo, uma despretensiosa, mas profundamente sincera e<br />
emocionada reflexão sobre a arte, a dor e a alegria de ser ator de teatro no Brasil.” 33<br />
O texto constava de depoimentos recolhidos pelos atores formandos, que junto<br />
com seus próprios depoimentos e fragmentos de outros textos foram trabalhados por<br />
<strong>Márcio</strong> e transformados em uma coletânea impregnada de poesia, paixão e alegria. No<br />
início uma pergunta: O que é o teatro?<br />
Os elementos cênicos, mantendo a relação palco-platéia, construíam uma<br />
atmosfera simples, lúdica e respeitosa. No fundo do palco, longas e estreitas faixas<br />
pendiam do teto e construíam vagamente a idéia de muitas cabines – uma para cada um<br />
dos 22 atores. Os figurinos dos jovens atores eram claros em contrapartida aos longos<br />
vestidos coloridos da outra geração. E a luz difusa era eventualmente rasgada por<br />
explosões de intensa claridade.<br />
Em A alma quando sonha é teatro <strong>Márcio</strong> provou novamente que sabia, com<br />
muita delicadeza, converter em imagens os sentimentos e as emoções do homem<br />
contemporâneo. Para este homem a experiência é fundamental, mas não sobrevive<br />
apenas de propostas estéticas.<br />
Em 1995 o tempo voltava a apertar e <strong>Márcio</strong> tinha pressa. Ao todo foram três<br />
espetáculos com a nova companhia de teatro – Cia Muito Prazer: Meu pai voa,<br />
Ambulâncias na contramão e O último bolero. E um monólogo com a atriz Beatriz<br />
Segall: O Lado fatal.<br />
33 Texto de <strong>Márcio</strong> <strong>Vianna</strong> para o programa da peça.