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Márcio Vianna - Mônica Prinzac

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Um diálogo com o teatro<br />

O presente dura pouco tempo<br />

Para tentar entender os caminhos que <strong>Márcio</strong> desenhou até chegar ao espectador,<br />

optei por focalizar as escolhas estéticas e técnicas utilizadas nas encenações. Até o fim<br />

do século XIX todos os elementos eram usados para atingir o poder ilusionista do<br />

espetáculo. Mas na encenação moderna o espetáculo se define pelos elementos que o<br />

constituem multiplicando os potenciais expressivos e emocionais da cena. Os elementos<br />

da cena são da ordem do palpável, enquanto a reflexão e nostalgia dos mesmos são<br />

pessoais e originais.<br />

Dividi a trajetória de sete anos em cinco fases numa linha cronológica. As<br />

práticas, apesar de bastante diferentes entre si, se alimentam, produzindo o nutriente<br />

principal da obra: a experimentação em busca de um novo contato com o espectador.<br />

Alguns encenadores serão citados e, não há duvida de que falar das suas<br />

experiências - concentrando-se apenas em algumas técnicas postas em ação, isoladas do<br />

contexto teórico e ideológico - comporta o risco de dar uma visão limitada das<br />

produções desse teatro. Mas os criadores aqui apresentados, por uma questão de<br />

identificação, serão fontes de referencia teórica utilizadas para acesso à obra de Marcio<br />

<strong>Vianna</strong>.<br />

“O teatro deve compor a estética do tema, tal a radicalidade da exigência de<br />

criação do novo. É como se cada obra de arte devesse inventar a sua estética exclusiva.<br />

O preço que se paga para sustentar tal situação pode ser alto: a extravagância, o jogo<br />

inútil, o desperdício – ou a esterilidade da repetição do mesmo. É que as apostas do jogo<br />

também são muito altas. Mas não há outro caminho: o ato criador cria tudo, inclusive<br />

principalmente a estética de cada um de seus atos, sem concessões à repetibilidade.” 7<br />

77 BORNHEIM, Gerd: Brasil 90- desafios e perspectivas. Secretaria do estado da Cultura, São Paulo

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