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JAIRO DE JESUS NASCIMENTO DA SILVA Da Mereba-ayba à ...

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XX. Nos jornais são freqüentes as referências aos indigentes variolosos que se<br />

encontravam nas ruas e deveriam ser removidos, o Diário de Notícias em 15 de<br />

fevereiro de 1884 informava a existência de uma mulher atacada de varíola, em uma<br />

casa na estrada de São José. A denúncia foi feita <strong>à</strong> polícia por Torquata Maria da<br />

Conceição, que solicitava a remoção da doente para a enfermaria José Bonifácio,<br />

mas a resposta, segundo o diário, foi que não era possível remover a enferma<br />

porque a enfermaria encontrava-se lotada. Essa deficiência do atendimento público<br />

propiciava a criação de enfermarias particulares, espalhadas pela cidade, que<br />

também eram combatidas em função do perigo que representavam para a<br />

proliferação da epidemia, especialmente pela sua localização. O Diário de Notícias<br />

(02 maio. 1884, p.2), informava que “uma mulata de nome Roberta, moradora <strong>à</strong><br />

Travessa d’água das flores, estabeleceu uma enfermaria para pessoas com varíola.”<br />

Em outra edição o referido periódico, com o título de “Enfermaria de variolosos”,<br />

publicou a seguinte notícia:<br />

O illustre sr. Dr. M. Moraes veio ao nosso escritório informar-nos o que de<br />

real ocorreu sobre a enfermaria de variolosos, <strong>à</strong> rua do Rosário.<br />

A remoção do menor foi determinada por autoridade superior e pela<br />

inconveniência de conservar-se no seio da cidade uma tal casa, prejudicial <strong>à</strong><br />

vizinhança.<br />

Disse-nos mais : - que a mulher encarregada dos enfermos declarara<br />

pertencer a enfermaria ao sr. Dr. Bacelar.<br />

O cavalheiro, que ministrou-nos a informação sobre que baseamos nosso<br />

artigo, merece-nos toda consideração e não menos nos merece o sr. Dr.<br />

Moraes, <strong>à</strong> quem agradecemos as explicações, que se dignou dizer-nos, e<br />

cujas ponderações aceitamos, por nos parecerem procedentes. (DIÁRIO <strong>DE</strong><br />

NOTÍCIAS, 09 ago. 1884, p.2).<br />

Durante a epidemia de 1888/1889 os jornais também fizeram diversas<br />

referências aos mortos fora da enfermaria José Bonifácio bem como a existência de<br />

variolosos em casas particulares, continuando a efetuar as denúncias esperando<br />

pelas providências das autoridades. Na edição do dia 03 de julho de 1888 chamou a<br />

atenção para a epidemia de varíola que ameaçava a população de Belém,<br />

considerando o articulista o assunto como já “velho e batido”. Neste artigo são<br />

esboçadas críticas a administração da província que, apesar dos apelos da<br />

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