JAIRO DE JESUS NASCIMENTO DA SILVA Da Mereba-ayba à ...
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e 1690, tanto pela gravidade como pelo alto índice de mortalidade entre os nativos e<br />
escravos, assumindo, portanto, um caráter devastador, segundo Alden & Miller<br />
(1988) e Chambouleyron (2006).<br />
A freqüência dos surtos epidêmicos na Amazônia refletia, de certa forma, a<br />
política econômica encaminhada <strong>à</strong> época pela Coroa portuguesa, que objetivavam o<br />
incremento da agricultura comercial de exportação e <strong>à</strong> introdução de mão-de-obra<br />
escrava. De acordo com Sá (2008), os problemas advindos com as baixas na força<br />
de trabalho indígena aparecem como os principais fatores de origem da<br />
regularização do tráfico de escravos na Amazônia. Na segunda metade do século<br />
XVII as demandas por escravos africanos se intensificaram e iniciativas foram<br />
tomadas pela Coroa portuguesa com o objetivo de garantir o fornecimento regular de<br />
africanos para a região, propiciando a criação, em 1679, da Companhia do Estanco<br />
do Maranhão, que teria o controle do tráfico de escravos em troca do monopólio das<br />
exportações (Alencastro, 2000). Em todo o período de atuação (1682 a 1684) a<br />
Companhia - que possuía a exclusividade sobre o comércio de escravos, não<br />
alcançou o resultado esperado em sua missão que era abastecer o mercado da<br />
região com escravos africanos, atendendo, tão somente, <strong>à</strong> demanda da capitania do<br />
Maranhão.<br />
Segundo Bezerra Neto (2001), em 1692, outro contrato foi efetivado, desta<br />
vez com mercadores da Companhia de Cabo Verde e Cachéu visando a introdução<br />
de 145 africanos por ano na região, os quais seriam distribuídos entre o Pará e o<br />
Maranhão. Mesmo levando em consideração a existência desse contrato e de outros<br />
realizados com outros comerciantes, é evidente a irregularidade do tráfico de<br />
africanos para a região Amazônica, sendo baixo o número de escravos importados.<br />
Apesar de serem tomadas várias medidas entre o fim do século XVII e o início do<br />
século XVII no sentido de regularizar o abastecimento de escravos africanos na<br />
região, não foi possível alcançar o resultado almejado e o apelo pela mão-de-obra<br />
africana permaneceu como uma das principais reivindicações dos habitantes da<br />
região.<br />
A partir da segunda metade do século XVIII, com o advento da política<br />
pombalina, a Metrópole encaminhou uma nova política econômica que visava<br />
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