JAIRO DE JESUS NASCIMENTO DA SILVA Da Mereba-ayba à ...
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propagandas ligadas <strong>à</strong> medicina: remédios, clínicas, médicos e outros anúncios que<br />
foram úteis a este trabalho. Mas na segunda página também se publicavam artigos<br />
enfatizando a ação dos chefes republicanos na capital federal, críticas <strong>à</strong>s notas<br />
lançadas pelos jornais de oposição ao governo, bem como notas informativas sobre<br />
projetos em processo de regulamentação, requerimentos, petições, etc. Na terceira e<br />
quarta páginas eram bastante encontrados textos variados. Todavia, na terceira<br />
página prevaleciam os anúncios: editais notas policiais, requerimentos, portarias,<br />
despachos de pagamentos, vendas de remédios, balanço comercial, cotação dos<br />
produtos (borracha, açúcar, café e etc.), câmbio dos bancos nacional e internacional,<br />
rendas públicas, leilões, avisos marítimos. Já na quarta página as propagandas<br />
comerciais, anúncios de aluguéis, compra e venda de produtos: remédios, utensílios<br />
domésticos, alfaiataria, fábrica de refrigerantes, eram o principal assunto. Os<br />
folhetins publicados em A República estavam de acordo com a essência do<br />
pensamento defendido pelos republicanos históricos do Pará. A literatura francesa<br />
que trilhava pela linha da ideologia do progresso da ciência, bem como da matriz jus<br />
naturalista, como caminho de explicação sobre Estado e sociedade, eram<br />
privilegiados pelos redatores. Desta forma, dentre tantos textos publicados em A<br />
República, os folhetins acompanhavam os valores compartilhados pelos<br />
republicanos paraenses.<br />
Outro jornal que circulava na época e que também foi utilizado nesta<br />
pesquisa foi A Província do Pará, um dos mais importantes jornais da época.<br />
Originou-se da tipografia de O Pelicano, jornal que pertencia ao Oriente Maçônico do<br />
Pará e foi vendido para Francisco de Souza Cerqueira. Naquela ocasião, o jovem<br />
Antônio Lemos, que havia estreado no jornalismo escrevendo em O Pelicano,<br />
continuou na empreitada do novo proprietário. No ano de 1876, A Província do Pará<br />
passou <strong>à</strong>s mãos do Dr. Joaquim José de Assis e Antônio Lemos assumiu a condição<br />
de seu jornalista e redator, trabalhando junto ao proprietário na administração do<br />
jornal. Segundo Sarges (2002), a maioria dos redatores de A Província do Pará era<br />
formada por republicanos, o que justifica o fato daquele jornal freqüentemente<br />
publicar textos favoráveis <strong>à</strong> República e ao Club Republicano do Pará. Em outubro<br />
de 1889, com a morte do Dr. Assis, sua esposa repassou sua cota para o mais fiel<br />
amigo do proprietário; desse modo, Lemos passou a ser o único dono do jornal. A<br />
primeira página de A Província do Pará continha uma organização mais<br />
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