JAIRO DE JESUS NASCIMENTO DA SILVA Da Mereba-ayba à ...
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Deste modo é que as notícias, crônicas e artigos publicados em jornais,<br />
bem como relatórios médicos, referentes <strong>à</strong> doença e a gravidade de epidemias,<br />
constroem um perfil das doenças, ao mesmo tempo em que atuam quotidianamente,<br />
junto aos serviços de saúde publica. Ao caracterizar a patologia, recomendar<br />
procedimentos terapêuticos e a adoção de hábitos de higiene, relatar casos e<br />
organizar a estatística mensal da clínica médica, busca-se legitimação social para o<br />
discurso sobre as doenças e as práticas médicas. Além disto, indicam territórios ditos<br />
perigosos. A partir destas fontes, foi sendo possível, reconstruir a geografia da<br />
doença: lugares e pessoas mais intensamente atingidos.<br />
O fenômeno da doença na cidade, ao mesmo tempo em que estimula a<br />
produção discursiva e instiga ao surgimento e/ou aprimoramento de estratégias de<br />
gestão da saúde pública, revela uma rede de procedimentos terapêuticos diversos,<br />
como a alopatia e a homeopatia, entre os partidários de uma medicina científica e, as<br />
práticas de uma medicina popular.<br />
Entre os jornais 9 que circulavam em Belém no período em foco nesta<br />
pesquisa, destacava-se o Diário de Notícias que possuía finalidade comercial e<br />
passou por revezamentos quanto as suas posições políticas. Até 1888, como<br />
pertencia a João Campbell, membro do Partido Conservador, que administrava a<br />
província, não assumiu uma postura crítica em relação <strong>à</strong>s questões político-<br />
partidárias. De 1888 até <strong>à</strong> Proclamação da República, período em que os liberais<br />
estiveram no poder, passou a publicar os textos propagandistas republicanos, e a<br />
fazer críticas a administração da província, percebendo-se um combate mais severo<br />
<strong>à</strong>s políticas públicas implementadas pelos liberais, especialmente na área da saúde,<br />
foco dessa análise. Durante o ano de 1890, quando o jornal teve como proprietário<br />
Joaquim Lúcio de Albuquerque simpatizante do Partido Republicano Democrático,<br />
transformou-se em um dos principais órgãos de oposição ao Governo Provisório,<br />
pelo menos até março de 1891, quando passou a ser propriedade do médico, filiado<br />
ao Partido Republicano do Pará, Firmo Dias Cardoso Junior. Em dezembro de 1891,<br />
o jornal A República informava que o Diário de Notícias teria passado a propriedade<br />
dos integrantes do Partido Republicano do Pará, Heliodoro de Brito, Barroso Rebello<br />
9 Estas informações foram coletadas nos catálogos de periódicos da Fundação Cultural Tancredo<br />
Neves, em Belém.<br />
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