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caso da AAHSM, o nome é de todo apropriado, isto porque entre outras acções também faz voluntariado». Atendendo às dificuldades financeiras com que estas Associações se confrontam, questionámos o Secretário de Estado sobre se o Governo não encontra um mecanismo que permita apoiar financeiramente as Ligas de Amigos dos Hospitais. A resposta foi conclusiva: «O apoio do Governo nestas matérias centra-se acima de tudo no encorajamento. Eu costumo dizer que estas instituições acabam por apoiar o Governo, e ao apoiarem o Governo estão a apoiar os Portugueses». A História dos primeiros passos da Associação dos Amigos do Hospital de Santa Maria aqui contada pelo Professor Fernando de Pádua e ainda apontada, por este Catedrático, a falha maior no Serviço Nacional de Saúde O Professor Doutor Fernando de Pádua, recuou no tempo e deixou-nos a informação sobre os primeiros pilares que serviram de estrutura à obra por si ajudada a erguer, a Associação dos Amigos do Hospital de Santa Maria 6
Voz cândida, pausada e imersa num semblante ornado pelo azul celeste da paz. Perguntar-nos-ia o leitor se uma entrevista começa com as adjectivações postadas no início deste bloco de texto. Nós respondíamos: Começa! E começa porque o nosso entrevistado é o Senhor Professor Doutor Fernando de Pádua. Recordamos que o Professor Fernando de Pádua foi a primeira individualidade a tomar assento na cadeira da presidência da Associação dos Amigos do Hospital de Santa Maria, e é pela voz desta ilustre figura que vamos observar como se escreve o historial, ainda que sintetizado, do sinuoso percurso da Associação até ao dia em que completou o seu 16º Aniversário. «De facto, hoje comemora-se a data de oficialização da nossa Associação, no entanto as acções de voluntariado aqui no Hospital remontam ao ano de 1977/78». E o Professor explicou: «Tudo começou quando a minha mãe se sentiu mal e acorreu ao Serviço de Urgência. Como à data eu ainda cá trabalhava, estive, como é natural, junto da minha mãe durante horas, e então fui confrontado com situações absolutamente dramáticas. Não imagina o número de pessoas que estavam deitadas em macas, desesperadas e entregues a si próprias. Não tinham um único familiar ou acompanhante que lhes chegasse um copo com água. Os enfermeiros andavam numa correria a tentar ajudar toda aquela gente, os médicos desdobravam-se pelos gabinetes para assistir os doentes, enfim, nesse aspecto era o quadro que ainda hoje se vive num Serviço de Urgência Central». As palavras do Professor Pádua iam sendo gravadas à cadência das emoções que, a cada sílaba, se instalavam no seio da informal mas ilustrativa conversa. O Professor continuou: «Quando fui nomeado Director do Serviço de Terapêutica Médica – à época era esta a designação do Serviço – o que aconteceu quando ainda era um jovem médico mas já doutorado, o Serviço era composto por dezoito camas e pelas paredes frias e completamente despidas. Ou seja, condições, nomeadamente equipamentos para assistir os doentes, não existiam. Como é que resolvi? A sua pergunta é pertinente, e a minha resposta é muito simples: fui eu, os colegas do Serviço e alguns amigos que, com o aval de todos, assinámos letras de câmbio bancário e comprámos um aparelho de electrocardiografia e um televisor que foi instalado no Serviço. A televisão era a companhia dos nossos doentes. Mas ainda relativamente às acções de solidariedade aqui no Santa Maria, tudo começou com o episódio da minha mãe no Serviço de Urgência. Nessa altura senti que era importante e muito urgente mobilizar voluntários que ajudassem os doentes abandonados, e então fui eu, em conjunto com o Dr. António Alfaiate e a Senhora Enfermeira Ana Palma, ambos do meu 7
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