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Guia Passo a Passo - Casos de Sucesso - Sebrae

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SEBRAE – Serviço Brasileiro <strong>de</strong> Apoio às Micro e Pequenas Empresas<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Conselho Deliberativo do <strong>Sebrae</strong> Nacional<br />

Luiz Otávio Gomes da Silva<br />

Diretor-Presi<strong>de</strong>nte do <strong>Sebrae</strong> Nacional<br />

Paulo Tarciso Okamotto<br />

Diretor-Técnico do <strong>Sebrae</strong> Nacional<br />

Luiz Carlos Barboza<br />

Diretor <strong>de</strong> Administração e Finanças do <strong>Sebrae</strong> Nacional<br />

César Acosta Rech<br />

Equipe Técnica<br />

Gerente da Unida<strong>de</strong> Gestão Estratégica<br />

Gustavo Henrique <strong>de</strong> Faria Morelli<br />

Coor<strong>de</strong>nação do Projeto Desenvolvendo <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

Renata Barbosa Araújo Duarte<br />

Comitê Gestor do Projeto Desenvolvendo <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

Rosana Carla Figueiredo <strong>de</strong> Lima – <strong>Sebrae</strong> Nacional<br />

Fabrícia Carneiro Fernan<strong>de</strong>s – <strong>Sebrae</strong>/AL<br />

Renata Maurício Macedo Cabral – <strong>Sebrae</strong>/RJ<br />

Tânia Aparecida Silva – <strong>Sebrae</strong>/GO<br />

Eligeneth Resplan<strong>de</strong> Pimentel – <strong>Sebrae</strong>/TO<br />

Ana Claudia Fagun<strong>de</strong>s – <strong>Sebrae</strong>/RS<br />

Organização e Preparação do documento<br />

Sandra Regina Holanda Mariano, D.Sc.<br />

Verônica Fe<strong>de</strong>r Mayer, M.Sc.<br />

Diagramação<br />

Compográfica - Versal Artes Gráficas<br />

Maio/2006<br />

BRASÍLIA<br />

SEPN – Quadra 515, Bloco C, Loja 32 – Asa Norte<br />

70.770-900 – Brasília<br />

Tel.: (61) 3348.7100 – Fax: (61) 3347.4120<br />

www.sebrae.com.br


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

3<br />

Sumário<br />

Apresentação do <strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> ............................................................. 5<br />

1. O Projeto Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong> .................................................. 7<br />

1.1. Histórico ..................................................................................... 7<br />

1.2. A tradição dos Estudos <strong>de</strong> Caso ................................................. 8<br />

1.3. Razões para utilizar o Método Caso ........................................... 9<br />

1.4. O Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong> ................................................... 11<br />

2. A metodologia <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong> ................................. 13<br />

2.1. Linha do tempo <strong>de</strong> um Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> ................................. 15<br />

2.1.1. Erros comuns na linha do tempo do caso...................... 16<br />

2.2. Seção <strong>de</strong> ABERTURA ............................................................... 16<br />

2.2.1. O contexto geral do caso (on<strong>de</strong>) .................................... 17<br />

2.2.2. O protagonista (quem) ................................................... 17<br />

2.2.3. O dilema do caso (quando e por que) ........................... 18<br />

2.2.4. Erros comuns na preparação da ABERTURA ............... 18<br />

2.3. Seção <strong>de</strong> ANTECEDENTES..................................................... 19<br />

2.3.1. Preparação dos ANTECEDENTES ................................ 20<br />

2.3.2. Erros comuns na preparação dos ANTECEDENTES ... 21<br />

2.4. Seção <strong>de</strong> DESENVOLVIMENTO ............................................. 22<br />

2.4.1. Resultados alcançados .................................................... 23<br />

2.4.2. Erros comuns na preparação do<br />

DESENVOLVIMENTO .................................................. 24<br />

2.4.3. Seção <strong>de</strong> FECHAMENTO.............................................. 25<br />

2.4.4. Erros comuns na preparação do FECHAMENTO do caso .. 27<br />

2.4.5. Seção <strong>de</strong> QUESTÕES PARA DISCUSSÃO .................... 27<br />

2.4.6. Erros comuns na preparação das QUESTÕES<br />

PARA DISCUSSÃO ........................................................ 28<br />

2.5. Seção <strong>de</strong> REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ 28<br />

2.6. Exemplos <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> ................................................. 28<br />

3. Metodologia para <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> .......................... 29<br />

3.1. Objetivo .................................................................................... 29<br />

3.2. A <strong>de</strong>scrição da Prática ............................................................... 29<br />

4. Dicas <strong>de</strong> estilo e <strong>de</strong> redação ............................................................... 37<br />

4.1. Qualida<strong>de</strong>s essenciais <strong>de</strong> um caso ............................................ 37


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

4.2. Normas gerais <strong>de</strong> estilo ............................................................ 39<br />

4.3. Normas <strong>de</strong> redação ................................................................... 41<br />

4.4. Erros comuns (estilo e metodologia) ........................................ 50<br />

4.5. Quando o Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> não é consi<strong>de</strong>rado bom e po<strong>de</strong><br />

ser recusadopara publicação? ................................................... 51<br />

5. Escrevendo o Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> ........................................................... 53<br />

5.1. Preparação do escritor .............................................................. 53<br />

5.2. Coleta <strong>de</strong> informações .............................................................. 53<br />

5.3. Documentação obrigatória para a publicação do caso............. 54<br />

6. Formulários utilizados no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos casos..... 55<br />

6.1. Formulário pré-caso.................................................................. 55<br />

6.2. Formulário pós-caso ................................................................. 55<br />

6.3. RTE – Relatório da Tutoria Estadual para encaminhamento<br />

do caso ...................................................................................... 55<br />

6.4. RTN – Avaliação pela Tutoria Nacional ................................... 55<br />

6.5. RTN final e recomendação para publicação ............................ 56<br />

6.6. RAD Avaliação do Demandante ............................................... 56<br />

6.7. RTE – Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> – Relatório da Tutoria Estadual<br />

para encaminhamento da Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> .......................... 56<br />

6.8. RTN – Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> – Relatório da Tutoria Nacional<br />

para encaminhamento da Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> .......................... 56<br />

6.9. RTN Final – Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> – Relatório Final da<br />

Tutoria Nacional ....................................................................... 56<br />

7. Uso do caso para fins <strong>de</strong> treinamento e capacitação ......................... 57<br />

7.1. Preparação do instrutor para utilizar um estudo <strong>de</strong> caso ........ 57<br />

7.2. A dinâmica em sala <strong>de</strong> aula ...................................................... 58<br />

7.3. Estrutura física das salas <strong>de</strong> aula .............................................. 58<br />

7.4. O papel do instrutor como condutor <strong>de</strong> uma aula<br />

baseada em casos ...................................................................... 58<br />

7.5. GUIA DO INSTRUTOR – 10 passos <strong>de</strong> como ENSINAR<br />

utilizando casos ......................................................................... 59<br />

7.6. Principais problemas na utilização do método ........................ 62<br />

7.7. GUIA DO PARTICIPANTE – 10 passos <strong>de</strong> como ESTUDAR<br />

utilizando casos ......................................................................... 63<br />

8. Referência bibliograficas .................................................................... 67<br />

ANEXO X – Exemplos <strong>de</strong> referências bibliográficas .................................. 69<br />

4


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Apresentação do <strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong><br />

Esta edição revista e ampliada do <strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> apresenta a<br />

metodologia para produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong>, que foi<br />

aperfeiçoada a partir da experiência e do aprendizado acumulados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início do projeto, em 2002.<br />

Neste período foram publicadas quatro obras contendo casos <strong>de</strong><br />

sucesso – “Histórias <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> Experiências Empreen<strong>de</strong>dores – Edição 2003”,<br />

“Histórias <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> Experiências Empreen<strong>de</strong>dores – Edição 2004”,<br />

“Histórias <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> Mulheres Empreen<strong>de</strong>doras 2005” e “ <strong>Casos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Sucesso</strong> Acesso à Justiça – 2005” – totalizando mais <strong>de</strong> 3.000 páginas.<br />

O conteúdo <strong>de</strong>ssas obras está disponível gratuitamente no site<br />

www.sebrae.casos<strong>de</strong>sucesso.com.br.<br />

Participaram do projeto mais <strong>de</strong> 50 professores orientadores que<br />

acompanharam o <strong>de</strong>senvolvimento dos casos em todos os estados da fe<strong>de</strong>ração.<br />

Esses importantes colaboradores apresentaram sugestões que, somadas à<br />

experiência dos professores tutores nacionais, ajudaram a aprimorar a<br />

metodologia <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>.<br />

Esta nova edição do <strong>Guia</strong> trás outras novida<strong>de</strong>s. Foi incorporado um<br />

capítulo com dicas <strong>de</strong> redação e estilo que ajudarão escritores e orientadores<br />

a produzir textos com maior qualida<strong>de</strong> literária. O <strong>Guia</strong> apresenta ainda as<br />

mudanças nos objetivos do Projeto <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>, a partir da implantação<br />

do Projeto Geor, ou Gestão Orientada para Resultado. Com isso, todos os<br />

envolvidos po<strong>de</strong>rão compreen<strong>de</strong>r melhor on<strong>de</strong> o seu trabalho se insere no<br />

contexto do Projeto <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>.<br />

5


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

1. O Projeto Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

1.1. Histórico<br />

O Projeto Desenvolvendo <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> foi iniciado em 2002 como<br />

um direcionamento estratégico do Sistema <strong>Sebrae</strong>, visando aten<strong>de</strong>r aos<br />

seguintes objetivos:<br />

1. Gerar um processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong>ntro do Sistema<br />

<strong>Sebrae</strong>, visando utilizá-lo como uma das ferramentas para obtenção<br />

<strong>de</strong> resultados.<br />

2. Sensibilizar os colaboradores sobre a importância da produção <strong>de</strong><br />

casos, contribuindo para o processo <strong>de</strong> gestão do conhecimento<br />

institucional.<br />

3. Replicar os casos no <strong>Sebrae</strong> e junto aos parceiros e instituições <strong>de</strong><br />

ensino superior, visando à capacitação <strong>de</strong> empresários,<br />

empreen<strong>de</strong>dores e alunos, por meio <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> situações reais <strong>de</strong><br />

pequenos empreendimentos brasileiros.<br />

4. Divulgar para a socieda<strong>de</strong> em geral as experiências bem-sucedidas<br />

na geração <strong>de</strong> emprego e renda, por meio da publicação do material<br />

em livro e no site do <strong>Sebrae</strong>: www.sebrae.com.br.<br />

Para se construir casos como ferramenta para fins <strong>de</strong> ensino<br />

didaticamente estruturado, é necessário aten<strong>de</strong>r a alguns requisitos-chave. O<br />

caso <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>ve apresentar uma boa história, com a qual o leitor possa<br />

i<strong>de</strong>ntificar a sua realida<strong>de</strong> e se envolver, além <strong>de</strong> apresentar uma boa questão<br />

<strong>de</strong> negócio, ou seja, uma situação on<strong>de</strong> haja a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se tomar uma<br />

importante <strong>de</strong>cisão. Não se po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista que o caso é um veículo para<br />

ensinar conceitos e experiências empreen<strong>de</strong>doras por meio da simulação <strong>de</strong><br />

uma situação real. Nesse sentido, a situação <strong>de</strong>verá ser narrada com a maior<br />

neutralida<strong>de</strong> possível em relação aos fatos acontecidos. Aten<strong>de</strong>ndo a todas as<br />

premissas acima, foi elaborada pelo <strong>Sebrae</strong> a metodologia Desenvolvendo<br />

<strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> disponível no site da instituição www.sebrae.com.br, link <strong>Casos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>.<br />

A partir <strong>de</strong> 2003, o <strong>Sebrae</strong> adotou a Gestão Estratégica Orientada para<br />

Resultados (Geor), que tem como objetivo promover, a curto prazo, a<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

capacida<strong>de</strong> do Sistema <strong>Sebrae</strong> e <strong>de</strong> seus parceiros <strong>de</strong> produzir, medir e<br />

comunicar benefícios relevantes para a socieda<strong>de</strong> e para as micro e pequenas<br />

empresas. Dessa forma, o objetivo principal do Projeto <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> passou<br />

a aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> conhecimento dos projetos voltados para o públicoalvo<br />

da instituição.<br />

Foi <strong>de</strong>senvolvido um conjunto <strong>de</strong> ações visando ao fortalecimento da<br />

gestão do conhecimento no Sistema <strong>Sebrae</strong>, tendo o Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> como<br />

um <strong>de</strong> seus principais instrumentos. Destacam-se as seguintes iniciativas:<br />

Metodologia para elaboração do Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>: a metodologia<br />

Desenvolvendo <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> foi criada com o objetivo <strong>de</strong> garantir a<br />

qualida<strong>de</strong> do conteúdo e nivelar a formação didática dos escritores,<br />

responsáveis pela <strong>de</strong>scrição dos estudos <strong>de</strong> casos em todo o país, e dos seus<br />

orientadores acadêmicos. A metodologia do <strong>Sebrae</strong> é uma adaptação do<br />

consagrado método <strong>de</strong> ensino adotado na Harvard Business School.<br />

Disseminação do Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>: com o objetivo <strong>de</strong> ampliar o acesso<br />

aos estudos <strong>de</strong> caso, utilizando as melhores práticas adotadas em pequenos<br />

negócios brasileiros, o <strong>Sebrae</strong> disponibiliza no site www.sebrae.com.br, link<br />

<strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>, todas as informações referentes aos estudos e conteúdos do<br />

projeto.<br />

Utilização do Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>: a partir do novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão<br />

adotado pela instituição, os estudos <strong>de</strong> caso estão sendo utilizados como uma<br />

ferramenta <strong>de</strong> ensino que serve <strong>de</strong> exemplo em capacitações e na difusão <strong>de</strong><br />

conhecimento junto a empreen<strong>de</strong>dores e comunida<strong>de</strong>s para obtenção <strong>de</strong><br />

resultados. Para isso, foram elaborados procedimentos didáticos com o intuito<br />

<strong>de</strong> obter a melhor aplicação dos estudos <strong>de</strong> casos junto ao público-alvo.<br />

1.2. A tradição dos Estudos <strong>de</strong> Caso<br />

Os Estudos <strong>de</strong> Caso, como instrumentos <strong>de</strong> ensino, têm o objetivo <strong>de</strong><br />

permitir ao participante <strong>de</strong> um curso tomar <strong>de</strong>cisões e conhecer situações do<br />

mundo real. Adotado como metodologia <strong>de</strong> ensino na Harvard Business School<br />

há quase um século, o ensino por meio <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Caso tem como principal<br />

objetivo o <strong>de</strong>senvolvimento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> alunos e<br />

empreen<strong>de</strong>dores, incentivando-os a abandonarem a postura passiva a que<br />

foram acostumados no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> educação tradicional.<br />

8


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

A Harvard Business School já era uma das mais importantes escolas <strong>de</strong><br />

negócios do mundo quando adotou, no início do século XX, o método <strong>de</strong><br />

ensino por meio <strong>de</strong> casos – também chamado <strong>de</strong> Método Caso. A filosofia<br />

começou a ser adotada a partir <strong>de</strong> 1908, com a discussão <strong>de</strong> problemas reais<br />

enfrentados por administradores <strong>de</strong> empresas. O Método Caso, porém, só<br />

passou a ser dominante na graduação <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Harvard em 1919,<br />

por <strong>de</strong>cisão do <strong>de</strong>cano Wallace Brett Donham. Por iniciativa <strong>de</strong>le, surgiu o<br />

primeiro livro <strong>de</strong> casos para estudo que se conhece, <strong>de</strong>senvolvido pelo professor<br />

Melvin Copeland, em 1920.<br />

Atualmente, o Estudo <strong>de</strong> Caso é um importante instrumento <strong>de</strong> ensino<br />

em cursos <strong>de</strong> Administração, Empreen<strong>de</strong>dorismo, Ciência Política e Psicologia.<br />

Todos esses cursos têm incorporado os Estudos <strong>de</strong> Caso <strong>de</strong> maneira consistente<br />

e sistemática nos seus programas pedagógicos. Em tais áreas <strong>de</strong> conhecimento,<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento das capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise e julgamento é especialmente<br />

relevante.<br />

O uso do Método Caso nas escolas <strong>de</strong> Administração no Brasil tem<br />

apenas três décadas. Embora as características do sistema, aliado ao gran<strong>de</strong><br />

crescimento do mercado <strong>de</strong> educação executiva, tenham <strong>de</strong>spertado o interesse<br />

<strong>de</strong> muitos professores brasileiros, uma das maiores dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas<br />

é encontrar casos nacionais disponíveis. Mesmo nas escolas <strong>de</strong> negócios<br />

brasileiras que utilizam o método há mais <strong>de</strong> 20 anos, existe gran<strong>de</strong><br />

concentração <strong>de</strong> casos estrangeiros. Neste sentido, o Projeto <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

do <strong>Sebrae</strong> tem o gran<strong>de</strong> mérito <strong>de</strong> contribuir para a formação <strong>de</strong> uma<br />

biblioteca <strong>de</strong> casos que <strong>de</strong>svendam a realida<strong>de</strong> do nosso país.<br />

1.3. Razões para utilizar o Método Caso<br />

Os casos tradicionais, que seguem estritamente o método <strong>de</strong> Harvard,<br />

contam a história <strong>de</strong> uma pessoa, ou protagonista, que vivencia uma situação<br />

on<strong>de</strong> uma difícil <strong>de</strong>cisão será tomada. Na forma clássica <strong>de</strong> se escrever casos<br />

conta-se, em <strong>de</strong>talhes, os principais aspectos <strong>de</strong> um dilema <strong>de</strong> negócio até se<br />

chegar ao momento crucial da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para sua solução. No caso<br />

Harvard, a solução do dilema nunca é apresentada, pois o dilema <strong>de</strong>ve ser<br />

solucionado pelo aluno.<br />

O professor, ao escolher um caso para discutir em sala <strong>de</strong> aula, busca<br />

9


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

um instrumento que permita um exercício <strong>de</strong> reflexão para os seus alunos. O<br />

momento culminante <strong>de</strong> um caso é a sua discussão pelos alunos. A cada solução<br />

dada ao dilema os participantes <strong>de</strong>monstram a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexão,<br />

escolha e, especialmente, sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> argumentar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r um<br />

<strong>de</strong>terminado curso <strong>de</strong> ação. Mediando este <strong>de</strong>bate, o professor procura<br />

<strong>de</strong>stacar os principais conceitos teóricos que ele objetiva ensinar.<br />

No Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong> o texto apresenta, a exemplo do método<br />

Harvard, os principais aspectos que envolvem um dilema vivido pelo<br />

protagonista/empreen<strong>de</strong>dor da história. A diferença é que no Caso do <strong>Sebrae</strong><br />

o <strong>de</strong>sfecho do dilema é apresentado. O leitor é informado sobre a <strong>de</strong>cisão<br />

que efetivamente foi tomada pelo protagonista, os <strong>de</strong>talhes das suas ações e<br />

como se <strong>de</strong>u a sua implementação. Com isso, o professor tem em mãos um<br />

instrumento completo que permite estudar a solução implementada, discutir<br />

as alternativas possíveis que po<strong>de</strong>riam ser adotadas e refletir sobre os <strong>de</strong>safios<br />

futuros.<br />

As situações apresentadas no Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> dão ao leitor a chance <strong>de</strong><br />

conhecer a história <strong>de</strong> quem venceu <strong>de</strong>safios e <strong>de</strong> conhecer uma situação<br />

gerencial semelhante às que ele irá encontrar na sua carreira. O caso obriga o<br />

leitor a pensar, a avaliar criticamente a realida<strong>de</strong> e a se empenhar na busca <strong>de</strong><br />

alternativas para o problema enfrentado.<br />

O Estudo <strong>de</strong> Caso permite ao participante <strong>de</strong> um treinamento:<br />

• simular a realida<strong>de</strong> no ambiente da sala <strong>de</strong> aula, permitindo<br />

vinculação mais fácil da teoria com a prática;<br />

• <strong>de</strong>senvolver competência para resolver problemas complexos. O<br />

participante irá <strong>de</strong>parar-se com situações-problema reais que exigem<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação, análise crítica e <strong>de</strong> resposta<br />

conceitualmente fundamentada;<br />

• apren<strong>de</strong>r fazendo, pois vivenciará situações do mundo real,<br />

colocando-se no lugar do gestor no momento da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

ou na condução do caso. Desta forma, o participante estará<br />

instrumentalizando o conhecimento;<br />

• <strong>de</strong>senvolver a capacida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora, ao <strong>de</strong>parar-se com o<br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> situações repletas <strong>de</strong> variáveis;<br />

• enten<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> forma integrada, percebendo<br />

conexões entre diferentes problemas e forçando a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

que contemplem essa complexida<strong>de</strong>;<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• promover a interdisciplinarida<strong>de</strong>, ao estabelecer relações entre<br />

conceitos abordados em diferentes disciplinas, explicitando a<br />

inter<strong>de</strong>pendência do conhecimento para a solução <strong>de</strong> problemas<br />

complexos e contribuindo para romper com a fragmentação<br />

curricular.<br />

1.4. O Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

O Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> é <strong>de</strong>senvolvido quando uma área fim do <strong>Sebrae</strong><br />

possui uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> conhecimento, ou seja, quando precisa aten<strong>de</strong>r às<br />

necessida<strong>de</strong>s dos empreen<strong>de</strong>dores, empresários <strong>de</strong> micro e pequenas<br />

empresas, gestores municipais e lí<strong>de</strong>res comunitários para a solução <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado problema.<br />

Após levantar as <strong>de</strong>mandas das áreas fim, o Comitê <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>,<br />

formado por um representante <strong>de</strong> cada região do Brasil, i<strong>de</strong>ntificará<br />

experiências bem-sucedidas que possam ser tomadas como exemplo a ser<br />

seguido na solução do problema i<strong>de</strong>ntificado pela referida área.<br />

Um bom Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> é, portanto, um meio para ensinar conceitos<br />

e técnicas bem-sucedidas a partir <strong>de</strong> uma experiência real. Para isso, é<br />

necessário que os objetivos do caso sejam claros em termos da <strong>de</strong>manda que<br />

se <strong>de</strong>seja aten<strong>de</strong>r.<br />

A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um caso po<strong>de</strong> ser avaliada a partir <strong>de</strong> algumas dimensões:<br />

a capacida<strong>de</strong> do caso <strong>de</strong> satisfazer às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conhecimento da área<br />

<strong>de</strong>mandante; a riqueza da pesquisa e dos dados; a forma <strong>de</strong> apresentação e o<br />

nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento dos dados.<br />

Outro atributo <strong>de</strong> um bom caso é a qualida<strong>de</strong> do texto. É importante<br />

lembrar que o escritor do caso não po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o comportamento e<br />

as expectativas do leitor. Em geral, o leitor <strong>de</strong>seja po<strong>de</strong>r apren<strong>de</strong>r com o caso<br />

e <strong>de</strong>seja que ele seja relevante para solucionar seus problemas. No entanto,<br />

ele também <strong>de</strong>seja um caso interessante, escrito <strong>de</strong> maneira clara e agradável,<br />

que ele possa ler e compreen<strong>de</strong>r num tempo razoável e que o <strong>de</strong>ixe motivado.<br />

Portanto, é importante ter em mente que o caso não é um relatório técnico, é<br />

uma história bem contada, escrita em linguagem <strong>de</strong> fácil compreensão, muitas<br />

vezes romanceada para pren<strong>de</strong>r a atenção do leitor.<br />

Um bom caso também não <strong>de</strong>ve ser muito longo. As informações<br />

<strong>de</strong>scritas no caso <strong>de</strong>vem ser apenas aquelas pertinentes à solução do dilema<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

ou <strong>de</strong>safio, <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>manda da área fim. Deve-se evitar que o caso<br />

seja superficial, mas também <strong>de</strong>ve-se evitar que ele seja <strong>de</strong>masiado longo.<br />

<strong>Casos</strong> longos po<strong>de</strong>m provocar <strong>de</strong>smotivação e resistência <strong>de</strong> leitura por parte<br />

do leitor.<br />

Além do caso escrito, alguns recursos adicionais po<strong>de</strong>m ser<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>finida e com a disponibilida<strong>de</strong><br />

orçamentária. Recursos multimídia, por exemplo, po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja benefícios adicionais no aprendizado. Esses recursos também<br />

contribuem para uma boa imagem do <strong>Sebrae</strong>.<br />

12


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

2. A metodologia <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

do <strong>Sebrae</strong><br />

A metodologia <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> foi <strong>de</strong>senvolvida especialmente<br />

para o <strong>Sebrae</strong> em 2002 tendo como base as metodologias clássicas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> ensino usadas pelas melhores escolas <strong>de</strong> negócio e<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo do mundo. O objetivo <strong>de</strong>sta metodologia é sistematizar,<br />

para fins <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> conhecimento, as experiências <strong>de</strong> sucesso do<br />

<strong>Sebrae</strong>.<br />

Em 2005, a metodologia foi atualizada e aperfeiçoada a partir das<br />

experiências colhidas nos três anos <strong>de</strong> aplicação no Projeto <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>,<br />

contendo importantes adaptações que aten<strong>de</strong>m a requisitos da filosofia Geor.<br />

Um Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> é composto por seis seções: ABERTURA,<br />

ANTECEDENTES, DESENVOLVIMENTO, FECHAMENTO, QUESTÕES<br />

PARA DISCUSSÃO e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.<br />

Na seção <strong>de</strong> ABERTURA é apresentado o contexto geral do local on<strong>de</strong><br />

o caso se <strong>de</strong>senvolve, o(s) protagonista(s)/empreen<strong>de</strong>dor(es) do caso, e o dilema<br />

enfrentado por este(s) antes do início do projeto. Na seção ANTECEDENTES<br />

<strong>de</strong>vem ser apresentados dados importantes e indicadores sobre como era a<br />

região e a vida do(s) protagonista(a)/empreen<strong>de</strong>dor(es) antes da tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão, que em boa parte das vezes conta com o apoio e/ou intervenção do<br />

<strong>Sebrae</strong>. Na seção DESENVOLVIMENTO são <strong>de</strong>talhadas as ações que<br />

permitiram solucionar o dilema vivido pelo(s) protagonista(s)/<br />

empreen<strong>de</strong>dor(es) e são apresentados os resultados, quantitativos e<br />

qualitativos, que mostram por que a história é um Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>. Na seção<br />

<strong>de</strong> FECHAMENTO <strong>de</strong>ve-se mostrar as ações que ainda estão em andamento<br />

e finalizar o caso refletindo sobre os <strong>de</strong>safios futuros que precisam ser<br />

trabalhados. Na seção QUESTÕES PARA DISCUSSÃO são propostas<br />

perguntas com o objetivo <strong>de</strong> orientar <strong>de</strong>bates, <strong>de</strong>stacando pontos relevantes<br />

do caso. Por fim, são apresentadas as REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

pesquisadas e utilizadas na elaboração do caso.<br />

Todas as seções <strong>de</strong>vem respeitar a linha do tempo do caso. É importante<br />

lembrar que, para o leitor, o caso estará sempre no passado. Quando o caso<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

for publicado, os resultados também farão parte do passado. Por isso, o texto<br />

do caso tem sempre o tempo passado e precisa <strong>de</strong> datas claras que sirvam <strong>de</strong><br />

guia para o leitor.<br />

Estrutura do Caso<br />

Seção <strong>de</strong> ABERTURA<br />

• Contexto: On<strong>de</strong>?<br />

• Protagonista: Quem?<br />

• Dilema: Quando? Por quê? Apresentação do dilema enfrentado pelo protagonista<br />

do caso, gerando gran<strong>de</strong> suspense sobre o seu <strong>de</strong>sfecho.<br />

• A data <strong>de</strong> referência para todo o caso é a data do dilema.<br />

• Atenção: na abertura não <strong>de</strong>vem ser apresentados resultados e ações.<br />

Seção <strong>de</strong> ANTECEDENTES<br />

• Descrição dos fatos que antece<strong>de</strong>m o dilema: contexto social, econômico, cultural<br />

e <strong>de</strong>mográfico, culminando com o dilema.<br />

• O leitor <strong>de</strong>ve ser levado a compreen<strong>de</strong>r a importância do dilema e do seu<br />

protagonista no contexto local (econômico e social).<br />

• Apresenta-se novamente o dilema enfrentado pelo protagonista do caso, gerando<br />

suspense sobre o seu <strong>de</strong>sfecho.<br />

Seção <strong>de</strong> DESENVOLVIMENTO<br />

• Descrição das ações tomadas pelo protagonista para resolver o dilema.<br />

• Descrição das ações <strong>de</strong> sensibilização e articulação conduzidas pelo<br />

protagonista.<br />

• Descrição das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>talhada.<br />

• Resultados obtidos.<br />

Seção <strong>de</strong> FECHAMENTO<br />

• Lições aprendidas pelo protagonista.<br />

• Novos <strong>de</strong>safios e dilemas futuros.<br />

Seção <strong>de</strong> QUESTÕES PARA DISCUSSÃO<br />

• Apresentação das questões para discussão.<br />

Seção <strong>de</strong> REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Orientações mais específicas sobre a forma <strong>de</strong> construção do texto do<br />

caso serão <strong>de</strong>talhadas neste capítulo.<br />

2.1. Linha do tempo <strong>de</strong> um Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

O escritor <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>senvolver o caso como se estivesse contando uma<br />

história ambientada no passado, com começo, meio e fim, respeitando a<br />

cronologia dos acontecimentos.<br />

Na abertura, o dilema <strong>de</strong>ve ser claramente <strong>de</strong>finido como tendo<br />

acontecido em um <strong>de</strong>terminado ano – as <strong>de</strong>mais datas <strong>de</strong>vem aparecer ao<br />

longo do caso <strong>de</strong> forma coerente com: antece<strong>de</strong>ntes (antes do dilema);<br />

<strong>de</strong>senvolvimento (o projeto e resultados – após o dilema); <strong>de</strong>safios futuros<br />

(tempo mais atual e futuro).<br />

Veja abaixo um exemplo <strong>de</strong> linha do tempo <strong>de</strong> um Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>:<br />

Seção Abertura<br />

A data <strong>de</strong> referência do caso é a<br />

DATA DO DILEMA ou marco crítico<br />

Seção Antece<strong>de</strong>ntes Seção Desenvolvimento Seção Fechamento<br />

Acontecimentos e fatos Acontecimentos e fatos Acontecimentos e fatos<br />

que ocorreram que ocorreram que ocorreram<br />

ANTES do DILEMA DEPOIS do DILEMA DEPOIS do DILEMA<br />

Seção Questões para Discussão<br />

Devem referir-se aos fatos narrados nas<br />

seções Desenvolvimento e Fechamento<br />

Seção Referências Bibliográficas<br />

15


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

2.1.1. Erros comuns na linha do tempo do caso<br />

• Não há uma linha do tempo clara. Alguns escritores confun<strong>de</strong>m-se<br />

com a linha do tempo. Por exemplo: suponha que o dilema aconteceu<br />

em agosto <strong>de</strong> 1999, e o autor <strong>de</strong>screve na seção antece<strong>de</strong>ntes quais<br />

eram os sentimentos da comunida<strong>de</strong> em 2000, quando as ações<br />

<strong>de</strong>senvolvidas começam a se fazer sentir. O erro neste caso foi<br />

antecipar para os antece<strong>de</strong>ntes um fato que ocorreu após a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão do(s) protagonista(s) do caso.<br />

• É muito comum escritores anteciparem na introdução qual o caminho<br />

seguido pelo protagonista, suas ações e os resultados obtidos. Isso é<br />

um erro. A abertura do caso não <strong>de</strong>ve antecipar o <strong>de</strong>sfecho. Pelo<br />

contrário, na abertura é importante que o autor mantenha um clima<br />

<strong>de</strong> suspense sobre o que o protagonista fará.<br />

• Faltam datas para guiar o leitor. O escritor <strong>de</strong>ve procurar situar o<br />

leitor sobre como as ações se <strong>de</strong>senrolaram, lembrando-se sempre<br />

<strong>de</strong> apresentá-las na seqüência em que aconteceram.<br />

• Na sessão <strong>de</strong>senvolvimento a linha do tempo fica confusa e as ações<br />

relatadas não possuem datas.<br />

• O dilema do caso se passa em uma data, mas na introdução o leitor<br />

é inicialmente apresentado a uma situação que começa muitos anos<br />

antes, contendo um protagonista daquela época.<br />

2.2. Seção <strong>de</strong> ABERTURA<br />

Há três elementos importantes que <strong>de</strong>vem obrigatoriamente estar<br />

<strong>de</strong>scritos na sessão <strong>de</strong> ABERTURA:<br />

• O contexto geral do local on<strong>de</strong> o caso se <strong>de</strong>senvolve (on<strong>de</strong>);<br />

• O(s) protagonista(s)/empreen<strong>de</strong>dor(es) do caso (quem);<br />

• O dilema ou <strong>de</strong>safio enfrentado pelo(s) protagonista(s)/<br />

empreen<strong>de</strong>dor(es) antes do início do projeto (quando e por que).<br />

Na abertura do caso não <strong>de</strong>vem ser apresentados resultados nem ações<br />

implementadas.<br />

16


2.2.1. O contexto geral do caso (on<strong>de</strong>)<br />

<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

O contexto geral do caso <strong>de</strong>ve ser apresentado <strong>de</strong> forma sintética, com<br />

elementos suficientes para que o leitor compreenda on<strong>de</strong> a situação irá se<br />

passar e que características importantes o local possui. Descrições mais<br />

<strong>de</strong>talhadas da região e da história são mais a<strong>de</strong>quadas à seção<br />

ANTECEDENTES.<br />

2.2.2. O protagonista (quem)<br />

Uma das formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o interesse do leitor é provocar<br />

i<strong>de</strong>ntificação, ou empatia, com o personagem principal do caso. O protagonista<br />

do caso existe para que o leitor/aluno possa se i<strong>de</strong>ntificar com a situação<br />

<strong>de</strong>scrita, <strong>de</strong>sejando conhecer e solucionar o dilema apresentado. O<br />

protagonista humaniza o caso e torna a situação mais realista e mais concreta.<br />

O leitor é apresentado a pessoas reais, que viveram problemas reais, sofrendo<br />

com os obstáculos e buscando soluções.<br />

O protagonista é a pessoa ou pessoas que participaram como agentes<br />

<strong>de</strong> mudança; os lí<strong>de</strong>res do projeto; aqueles que tiveram a visão <strong>de</strong> futuro.<br />

A escolha do protagonista do caso <strong>de</strong>ve ser feita pelo escritor tendo<br />

como base os fatos e as pessoas que li<strong>de</strong>raram as ações vividas naquela<br />

experiência. O protagonista po<strong>de</strong> ser:<br />

• o empreen<strong>de</strong>dor dono da empresa;<br />

• o empreen<strong>de</strong>dor que <strong>de</strong>u início a uma <strong>de</strong>terminada a ativida<strong>de</strong>;<br />

• o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um grupo, cooperativa ou comunida<strong>de</strong>.<br />

Muitas vezes po<strong>de</strong> ser difícil i<strong>de</strong>ntificar um único protagonista quando<br />

as ações envolvem grupos fortes. Nesses casos, é possível <strong>de</strong>finir mais <strong>de</strong> um<br />

protagonista ou <strong>de</strong>finir um grupo ou cooperativa como protagonista do caso.<br />

Não é recomendável que políticos ou que o próprio <strong>Sebrae</strong> sejam <strong>de</strong>finidos<br />

como protagonistas <strong>de</strong> um caso.<br />

É importante levantar e registrar o máximo <strong>de</strong> informações (biográficas,<br />

físicas, <strong>de</strong> comportamento) sobre o protagonista ou sobre os envolvidos no<br />

fato. Elas serão úteis no momento da <strong>de</strong>scrição do caso. O texto <strong>de</strong>ve compor<br />

para quem lê uma imagem viva, concreta, do protagonista.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

O escritor <strong>de</strong>ve tomar cuidado com seus próprios preconceitos e<br />

inclinações ao <strong>de</strong>screver o protagonista, evitando fazer elogios ou emitir<br />

julgamentos <strong>de</strong> valor.<br />

2.2.3. O dilema do caso (quando e por que)<br />

O dilema do caso é o coração do problema ou da situação que<br />

empreen<strong>de</strong>dores e/ou grupos enfrentaram e que motivou o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um projeto, abertura <strong>de</strong> um negócio, tecnologia ou inovação específica.<br />

Por meio do dilema ou <strong>de</strong>safio, procura-se estabelecer a motivação do(s)<br />

protagonista(s)/empreen<strong>de</strong>dor(es) para agir buscando a ajuda do <strong>Sebrae</strong> e <strong>de</strong><br />

outras instituições. O caso <strong>de</strong>ve apresentar o dilema ao leitor <strong>de</strong> forma que<br />

este se sinta interessado em continuar a leitura, <strong>de</strong>scobrindo como o dilema<br />

foi solucionado.<br />

O período da narrativa <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>finido claramente informando-se a<br />

data ou época em que o(s) protagonista(s)/empreen<strong>de</strong>dor(es) <strong>de</strong>cidiram agir<br />

para enfrentar o dilema. A época ou data do dilema é muito importante, pois<br />

estabelece a linha do tempo do caso. Todos os fatos anteriores ao dilema<br />

serão consi<strong>de</strong>rados como ANTECEDENTES do caso, e todas as ações que<br />

contaram com o apoio do <strong>Sebrae</strong> para solucionar o dilema <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>scritas<br />

no DESENVOLVIMENTO do caso.<br />

2.2.4. Erros comuns na preparação da ABERTURA<br />

• O dilema não está explicitado na ABERTURA. Isso é um grave erro,<br />

pois o leitor precisa ser <strong>de</strong>safiado por um dilema difícil e instigante<br />

na abertura do caso.<br />

• Não foi estabelecida data para o dilema.<br />

• O dilema escolhido é muito antigo (o autor <strong>de</strong>ve ter cuidado ao<br />

escrever o dilema, para que a realida<strong>de</strong> não fique distante das outras<br />

seções – tempo), o que prejudica os antece<strong>de</strong>ntes do caso e faz com<br />

que o <strong>de</strong>senvolvimento se torne uma seção longa <strong>de</strong>mais e com pouco<br />

foco.<br />

• O <strong>Sebrae</strong> é colocado como protagonista mesmo quando uma<br />

organização comunitária tem gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• A abertura apresenta o governo municipal e/ou estadual e o <strong>Sebrae</strong><br />

como protagonistas. Deve-se evitar que o leitor tenha a sensação <strong>de</strong><br />

estar lendo uma peça <strong>de</strong> propaganda da prefeitura e do <strong>Sebrae</strong>.<br />

• Não há um protagonista personificado. O <strong>Sebrae</strong> é apresentado como<br />

protagonista e “salvador da pátria”, o que não é a<strong>de</strong>quado para um<br />

caso.<br />

• Há informações sobre resultados futuros, posteriores ao dilema – na<br />

abertura não <strong>de</strong>ve ser dada ao leitor nenhuma informação sobre<br />

resultados do projeto.<br />

• Falta na abertura um relato (breve) sobre as características do local<br />

(imaginando que o caso vai ser lido por pessoas <strong>de</strong> todo o Brasil e<br />

talvez até por estrangeiros).<br />

• A abertura do caso não segue a metodologia recomendada, faz um<br />

resumo da situação, já indicando o <strong>de</strong>sfecho e algumas das ações<br />

tomadas. A abertura <strong>de</strong>ve conter a apresentação do dilema, os<br />

protagonistas, o momento em que o dilema ocorre e o cenário geral<br />

que envolve a situação. É errado apresentar o <strong>de</strong>sfecho do caso na<br />

abertura.<br />

• A abertura <strong>de</strong>ve ser empolgante, provocando o interesse do leitor,<br />

buscando fazer com que o leitor tenha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir o caso e<br />

encontrar soluções para o dilema.<br />

• Há dados na abertura sobre os fatos que prece<strong>de</strong>ram o dilema<br />

principal e que <strong>de</strong>vem ser resumidos (os <strong>de</strong>talhes só cabem nos<br />

antece<strong>de</strong>ntes).<br />

2.3. Seção <strong>de</strong> ANTECEDENTES<br />

A história que está sendo escrita possui um conjunto <strong>de</strong> condicionantes<br />

e fatores que contribuíram para que as pessoas envolvidas <strong>de</strong>cidissem agir e<br />

solucionar o dilema, implementando diversas ações. Desta forma, os<br />

antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem apresentar em <strong>de</strong>talhes a situação anterior ao dilema e à<br />

intervenção do <strong>Sebrae</strong> e seus parceiros.<br />

Na seção ANTECEDENTES são apresentados:<br />

• histórico e cenário regional;<br />

• história do protagonista/empreen<strong>de</strong>dor;<br />

• <strong>de</strong>scrição/situação dos indicadores antes do início do projeto.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Em se tratando <strong>de</strong> um empreendimento, priorizar nesta seção as<br />

informações relativas aos antece<strong>de</strong>ntes do empreendimento em si: volume<br />

<strong>de</strong> vendas, número <strong>de</strong> empregados, faturamento, tecnologias utilizadas, formas<br />

<strong>de</strong> comercialização praticadas, linha <strong>de</strong> produtos, fatia <strong>de</strong> mercado ocupada<br />

pela empresa, concorrência, entre outros.<br />

O escritor <strong>de</strong>ve articular tais informações para que elas culminem no<br />

dilema central do caso, <strong>de</strong>stacando a importância <strong>de</strong>sse dilema e do seu<br />

protagonista no contexto local (econômico e social). É importante que a sessão<br />

ANTECEDENTES tenha uma parágrafo final on<strong>de</strong> o dilema apresentado na<br />

ABERTURA é retomado, contendo mais <strong>de</strong>talhes.<br />

Indicadores relevantes para serem usados nos ANTECEDENTES:<br />

• produtivida<strong>de</strong> do setor;<br />

• número <strong>de</strong> empregados ou <strong>de</strong>sempregados;<br />

• renda per capita.<br />

Esses indicadores <strong>de</strong>vem ser apresentados como eram antes do início<br />

do projeto ou das ações que solucionaram o dilema.<br />

Deve ser <strong>de</strong>finido um título para esta seção, que <strong>de</strong>verá ter entre uma e<br />

duas páginas.<br />

2.3.1. Preparação dos ANTECEDENTES<br />

• Utilize dados <strong>de</strong> mercado e <strong>de</strong> domínio público para suportar a<br />

apresentação dos indicadores.<br />

• Faça sempre referência à fonte das informações. Há muitos estudos<br />

disponíveis na internet em instituições como BNDES, Ipea,<br />

Instituições <strong>de</strong> Ensino Superior, entre outros, que po<strong>de</strong>rão ser<br />

utilizados.<br />

• Consulte a biblioteca pública na internet, no site www.scielo.org.br,<br />

on<strong>de</strong> muitas informações sobre <strong>de</strong>senvolvimento estão disponíveis.<br />

• Adicionalmente, po<strong>de</strong>-se consultar o site do IBGE na internet,<br />

www.ibge.gov.br.<br />

• Utilize também tabelas e gráficos para a apresentação <strong>de</strong> indicadores<br />

quantitativos, pois auxiliarão na compreensão e comparação dos<br />

resultados finais com os indicadores iniciais.<br />

• Quando apresentar indicadores qualitativos, seja objetivo e claro nas<br />

<strong>de</strong>finições utilizadas, evitando a subjetivida<strong>de</strong>.<br />

20


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• Sempre procure mostrar dados que comprovem suas afirmações. O<br />

caso muito subjetivo e baseado em dados qualitativos apenas são<br />

consi<strong>de</strong>rados ruins.<br />

• Lembre-se que os resultados do caso <strong>de</strong>vem mostrar a melhora<br />

quantitativa/qualitativa <strong>de</strong> indicadores com base em dados concretos<br />

e reais.<br />

• Sugestão <strong>de</strong> sites na internet para consulta:<br />

IBGE – Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística www.ibge.gov.br<br />

IPEA – Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Econômicas Aplicadas www.ipea.gov.br<br />

BNDES – Banco Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento www.bn<strong>de</strong>s.gov.br<br />

Econômico e Social Seção – Estudos e Projetos<br />

ONU – Organização das Nações Unidas no Brasil www.onu-brasil.org.br<br />

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a www.unesco.org.br<br />

Educação, a Ciência e a Cultura<br />

PNUD Brasil – Programa das Nações Unidas para o www.pnud.org.br/idh<br />

Desenvolvimento Seção IDH – Índice <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Humano<br />

2.3.2. Erros comuns na preparação dos ANTECEDENTES<br />

• A <strong>de</strong>scrição é muito superficial.<br />

• Há informações sobre situações ocorridas após o dilema nos<br />

antece<strong>de</strong>ntes.<br />

• O cenário fornecido nos antece<strong>de</strong>ntes está insuficiente.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• A linha do tempo não está clara.<br />

• As informações sobre a história da cida<strong>de</strong> são muito extensas – maior<br />

ênfase <strong>de</strong>ve ser dada à história recente e à situação econômica antes<br />

da intervenção do <strong>Sebrae</strong> e seus parceiros.<br />

• Não é fornecida ao leitor uma idéia mais aprofundada do cenário<br />

em que o caso se <strong>de</strong>senvolve.<br />

• Faltam indicadores objetivos e quantitativos <strong>de</strong> como a situação se<br />

encontrava antes da intervenção do <strong>Sebrae</strong> e seus parceiros.<br />

• Não há antece<strong>de</strong>ntes na forma da metodologia <strong>de</strong> casos do <strong>Sebrae</strong>,<br />

ou seja, uma seção específica que informe ao leitor como era a região<br />

e a vida das pessoas antes do projeto se iniciar.<br />

• Há dados sobre a região e suas belezas naturais, mas poucos dados/<br />

indicadores que informem ao leitor a situação econômica da região<br />

antes do projeto – sem isso é difícil quantificar os benefícios<br />

alcançados.<br />

• Faltam dados mais específicos sobre mercado, concorrência e<br />

consumidor, além <strong>de</strong> dados sobre o produto propriamente dito. O<br />

leitor não consegue perceber bem o cenário em que a situação<br />

acontece.<br />

• Não há um parágrafo ao final nos antece<strong>de</strong>ntes retomando o dilema.<br />

2.4. Seção <strong>de</strong> DESENVOLVIMENTO<br />

Como foi<br />

solucionado o<br />

dilema?<br />

Como foi a<br />

implementação?<br />

Quais foram as<br />

ações tomadas?<br />

22


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

O DESENVOLVIMENTO é a parte central no caso, on<strong>de</strong> efetivamente<br />

será <strong>de</strong>scrita a história <strong>de</strong> sucesso. Aqui o escritor <strong>de</strong>verá ter cuidado com o<br />

foco escolhido na ABERTURA, mostrando ao leitor como o dilema foi<br />

efetivamente resolvido.<br />

Deve-se ter um or<strong>de</strong>namento lógico e cronológico no<br />

DESENVOLVIMENTO do caso. As ações <strong>de</strong>vem ser sempre apresentadas ao<br />

leitor contendo datas e or<strong>de</strong>nadas cronologicamente. Caso isso não aconteça<br />

ou faltem informações, a qualida<strong>de</strong> do trabalho será comprometida.<br />

Esta é a etapa on<strong>de</strong> serão pormenorizadas as ações empreendidas. O<br />

escritor <strong>de</strong>verá:<br />

• <strong>de</strong>screver o <strong>de</strong>senho do projeto ou empreendimento;<br />

• práticas e instrumentos utilizados;<br />

• procedimentos;<br />

• pessoas, entida<strong>de</strong>s e parceiros envolvidos;<br />

• ações e <strong>de</strong>cisões tomadas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>talhadas a partir da perspectiva<br />

escolhida.<br />

Como um instrumento <strong>de</strong> ensino, o caso <strong>de</strong>ve mostrar vários aspectos<br />

da solução do dilema central <strong>de</strong> maneira didática: quais eram os problemas<br />

principais e como idéias e soluções foram encontradas; os principais parceiros<br />

e a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada das ações mais importantes – como treinamentos,<br />

consultorias, entre outros.<br />

É muito importante que o leitor não perca <strong>de</strong> vista o dilema e entenda<br />

como as ações se relacionam com ele. O que foi feito primeiro e por quê?<br />

Qual foi o segundo passo e por quê? Qual foi o terceiro passo? Como ajudar<br />

alguém que <strong>de</strong>seje implantar um projeto semelhante ou precise solucionar<br />

um dilema semelhante? O autor <strong>de</strong>ve se perguntar: como o caso po<strong>de</strong> ajudar<br />

alguém a implantar um empreendimento ou projeto semelhante?<br />

2.4.1. Resultados alcançados<br />

Nesta subseção do <strong>de</strong>senvolvimento, o escritor irá apresentar os<br />

resultados obtidos, preferencialmente relacionando aspectos qualitativos a<br />

resultados quantitativos. É importante situar nesta etapa o estágio atual do<br />

projeto, bem como possíveis <strong>de</strong>sdobramentos do mesmo.<br />

Em resumo, <strong>de</strong>ve-se apresentar:<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• comparativo entre os indicadores atuais versus indicadores<br />

antece<strong>de</strong>ntes, mostrando a evolução após a implementação das ações;<br />

• indicadores <strong>de</strong> sucesso Geor, se houver;<br />

• outros indicadores, como volume <strong>de</strong> produção, faturamento, renda<br />

familiar, postos <strong>de</strong> trabalho diretos, postos <strong>de</strong> trabalho indiretos,<br />

exportações, entre outros;<br />

• estágio <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> do projeto – ações e benefícios em que se<br />

encontra o projeto e percepção do mesmo no contexto. Como o<br />

processo está consolidado quanto à sua implementação e ao seu<br />

resultado (sempre com o cuidado <strong>de</strong> manter os verbos no passado);<br />

• sustentabilida<strong>de</strong> – apontar a questão <strong>de</strong> durabilida<strong>de</strong> do projeto<br />

consi<strong>de</strong>rando tempo futuro. Avaliar o grau <strong>de</strong> participação do <strong>Sebrae</strong><br />

e <strong>de</strong> parceiros (relação sócio minoritário / majoritário);<br />

• continuida<strong>de</strong> e potencialização – fatos que <strong>de</strong>monstram a<br />

continuida<strong>de</strong> do projeto com a integração <strong>de</strong> pessoas, parceiros e<br />

recursos. Novas ações que serão inseridas e quais são as áreas <strong>de</strong><br />

abrangência;<br />

• efeito multiplicador do projeto – <strong>de</strong>screver, neste ponto, as ações e<br />

seus benefícios, mesmo que tenham sido pontuais e implementadas<br />

em prazo pre<strong>de</strong>terminado. O efeito multiplicador do resultado po<strong>de</strong><br />

ter <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado novos projetos e ações envolvendo outros parceiros<br />

para a continuida<strong>de</strong> e disseminação.<br />

A seção DESENVOLVIMENTO <strong>de</strong>ve ser dividida em várias partes, que<br />

organizem os dados e orientem o leitor sobre a seqüência lógica em que as<br />

ações foram implementadas. O escritor <strong>de</strong>ve apresentar os dados citados <strong>de</strong><br />

forma literária, buscando pren<strong>de</strong>r a atenção do leitor, e não no formato <strong>de</strong><br />

um relatório. Devem ser dados subtítulos sugestivos a cada uma <strong>de</strong>ssas partes.<br />

Esta seção <strong>de</strong>verá ter entre oito e <strong>de</strong>z páginas.<br />

2.4.2. Erros comuns na preparação do DESENVOLVIMENTO<br />

• O texto é composto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrições como em um folheto promocional,<br />

o que não é a<strong>de</strong>quado a um caso do <strong>Sebrae</strong>.<br />

• Falha em mostrar como o dilema se resolveu <strong>de</strong> forma clara e<br />

organizada, passo a passo.<br />

24


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• O autor se per<strong>de</strong> nas muitas ações, que estão contadas com idas e<br />

vindas <strong>de</strong> tempo e sem muita profundida<strong>de</strong>.<br />

• A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma metodologia usada é feita <strong>de</strong> forma incompleta.<br />

É preciso, por exemplo, indicar quem <strong>de</strong>senvolveu a metodologia e<br />

como ela foi trazida ao Brasil.<br />

• Descrição <strong>de</strong> um projeto do <strong>Sebrae</strong> em linhas gerais, sem maiores<br />

<strong>de</strong>talhes técnicos.<br />

• Dados apresentados <strong>de</strong> forma superficial, sem <strong>de</strong>talhes técnicos –<br />

por exemplo: o que é e quais são as implicações da implantação <strong>de</strong><br />

um sistema <strong>de</strong> células <strong>de</strong> produção.<br />

• O <strong>de</strong>senvolvimento apresenta várias ações do <strong>Sebrae</strong>, mas se per<strong>de</strong><br />

um pouco do foco principal do dilema caso. O i<strong>de</strong>al é que as ações<br />

relacionadas ao foco do caso sejam mais <strong>de</strong>talhadas e as <strong>de</strong>mais sejam<br />

resumidas.<br />

• Eventos que ocorreram antes do dilema inseridos nesta seção.<br />

• Não há dados quantitativos que possam ser comparados com os<br />

antece<strong>de</strong>ntes do caso. Empregos gerados? Renda? Melhoria <strong>de</strong><br />

imagem da região?<br />

• Não há dados quantitativos ou fatos qualitativos (isentos / <strong>de</strong><br />

especialistas) que mostrem o sucesso – sem fatos e dados o caso fica<br />

sem credibilida<strong>de</strong>.<br />

• Um erro comum é o escritor fazer uma afirmação sem apresentar<br />

dados relevantes sobre como a situação foi convergindo para aquele<br />

ponto. É necessário apresentar o <strong>de</strong>senrolar dos fatos, <strong>de</strong> forma que<br />

seja crível para o leitor que as ações tomadas foram as relatadas no<br />

caso. É um erro comum o escritor atribuir a escolha <strong>de</strong> um caminho<br />

pelo protagonista orientado apenas a aspectos subjetivos da <strong>de</strong>cisão.<br />

É preciso buscar e <strong>de</strong>screver os fatos.<br />

2.4.3. Seção <strong>de</strong> FECHAMENTO<br />

Nesta seção o escritor <strong>de</strong>verá apresentar: a) as lições aprendidas <strong>de</strong><br />

acordo com a perspectiva do protagonista; b) os <strong>de</strong>safios e dilemas futuros. É<br />

importante que o escritor não emita suas opiniões nesta seção nem faça análises<br />

sobre o caso.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Lições aprendidas:<br />

O autor <strong>de</strong>ve apresentar a visão do protagonista sobre as lições que ele<br />

apren<strong>de</strong>u na experiência vivida. Deve-se transferir para o leitor a<br />

responsabilida<strong>de</strong> por emitir julgamento <strong>de</strong> valor sobre as idéias e escolhas do<br />

protagonista.<br />

Para obter informações sobre as lições aprendidas pelo protagonista, o<br />

autor <strong>de</strong>ve fazer a ele as seguintes perguntas:<br />

• Quais foram as principais lições que você apren<strong>de</strong>u com esta<br />

experiência? O que você faria diferente?<br />

• Quais foram seus principais erros e acertos? (Citar 3 <strong>de</strong> cada.)<br />

• O que você diria a alguém que esteja começando (um novo negócio;<br />

um novo projeto) ou vivendo uma experiência parecida?<br />

Desafios futuros:<br />

A apresentação <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios e dilemas futuros conclui o caso mostrando<br />

ao leitor que existe uma dinâmica própria no mercado e que sempre há <strong>de</strong>safios<br />

futuros a serem enfrentados. Isso traz ao caso novos dilemas. O objetivo é<br />

levar o leitor a refletir sobre a sustentabilida<strong>de</strong> do negócio ou projeto no<br />

longo prazo. Os <strong>de</strong>safios futuros são compostos da visão do protagonista sobre<br />

o futuro e <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> mercado.<br />

Para obter informações sobre a visão do protagonista sobre o futuro, o<br />

autor <strong>de</strong>ve fazer a ele as seguintes perguntas:<br />

• Na sua avaliação, quais são os <strong>de</strong>safios futuros <strong>de</strong>ste negócio (ou<br />

projeto)? Que recomendações você faria para que o negócio seja<br />

expandido?<br />

• Quais são a possíveis ameaças ao sucesso do empreendimento?<br />

• Existem novas ações já programadas ou em andamento?<br />

Para suscitar uma reflexão mais aprofundada por parte do leitor,<br />

informações relevantes sobre mudanças possíveis/esperadas no mercado <strong>de</strong>vem<br />

ser incluídas. Por exemplo:<br />

• Tendências sobre o mercado consumidor (preferências, questões<br />

culturais e sociais, estímulos da mídia etc.)<br />

• Mudanças no ambiente geral (política econômica, legislação, tributos,<br />

tecnologia, questões internacionais etc.)<br />

• Concorrência (novos concorrentes, novas ações da concorrência atual,<br />

produtos/serviços substitutos, pirataria etc.)<br />

Deve ser <strong>de</strong>finido um título para esta seção, que <strong>de</strong>verá entre três e oito<br />

parágrafos.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

2.4.4. Erros comuns na preparação do FECHAMENTO do caso<br />

• Poucas reflexões sobre o futuro.<br />

• Análises e elogios sobre o caso e/ou protagonista.<br />

• Não há dados <strong>de</strong> mercado sobre os <strong>de</strong>safios futuros.<br />

• Não há uma visão <strong>de</strong> futuro do protagonista: qual é o novo <strong>de</strong>safio?<br />

Há novos dilemas a serem enfrentados?<br />

2.4.5. Seção <strong>de</strong> QUESTÕES PARA DISCUSSÃO<br />

As questões para discussão são úteis para levar o leitor a refletir<br />

criticamente sobre o caso e sobre o que ele po<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r por meio <strong>de</strong>le. Nos<br />

<strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>, as questões <strong>de</strong>verão ser colocadas para instigar os leitores<br />

do caso sobre as soluções adotadas, as possíveis alternativas existentes, a<br />

expectativa <strong>de</strong> ampliação da iniciativa e sobre os <strong>de</strong>safios futuros.<br />

As questões <strong>de</strong>vem ser elaboradas <strong>de</strong> acordo com o foco do caso. Por<br />

exemplo, se o caso tem como ponto central a estratégia <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> um<br />

produto <strong>de</strong> uma cooperativa, <strong>de</strong>ve-se incluir questões relativas ao tema. É<br />

importante evitar que as questões tenham a abordagem <strong>de</strong> certo ou errado.<br />

O i<strong>de</strong>al é que elas sejam abertas o suficiente para levar a reflexões mais<br />

aprofundadas.<br />

Alguns exemplos:<br />

• “O que você faria diferente?”<br />

• “Que alternativas po<strong>de</strong>riam ser adotadas?”<br />

• “Quais ações adicionais você sugeriria?”<br />

• “Como multiplicar tal iniciativa?”<br />

É importante lembrar que as perguntas <strong>de</strong>vem abranger apenas os<br />

assuntos apresentados no <strong>de</strong>senvolvimento do caso. Alguns dos <strong>de</strong>safios<br />

ensejados na seção DESAFIOS FUTUROS também po<strong>de</strong>m ser transformados<br />

em perguntas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja dados suficientes no caso sobre eles. O autor<br />

precisa sempre verificar se há dados suficientes no caso que permitam que as<br />

questões elaboradas sejam respondidas.<br />

Devem ser <strong>de</strong>senvolvidas <strong>de</strong> três a cinco perguntas para cada caso 1 .<br />

1 Há situações especiais em que o caso po<strong>de</strong>rá ter mais <strong>de</strong> cinco questões para discussão. Isso acontece<br />

quando há uma gran<strong>de</strong> riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes e possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> uma teoria mais ampla para<br />

análise do caso. A <strong>de</strong>cisão sobre a quantida<strong>de</strong> final <strong>de</strong> questões ficará a cargo do Tutor Regional e <strong>de</strong>verá<br />

ser aprovada pela Tutoria Nacional.<br />

27


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

2.4.6. Erros comuns na preparação das QUESTÕES PARA DISCUSSÃO<br />

• Faltam questões relacionadas aos dados presentes no caso.<br />

• Faltam questões que levem o aluno a pensar os dilemas do futuro, na<br />

continuida<strong>de</strong> do projeto.<br />

• A questão leva o aluno a buscar dados que não estão presentes no<br />

caso.<br />

2.5. Seção <strong>de</strong> REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Nesta seção <strong>de</strong>ve ser apresentada a relação das obras consultadas e<br />

citadas pelo autor. Não confundir com bibliografia, que é uma relação <strong>de</strong><br />

obras a ser consultadas pelo leitor, caso tenha interesse em aprofundar-se no<br />

assunto em questão. As referências <strong>de</strong>vem ser relacionadas em or<strong>de</strong>m<br />

alfabética. (Ver exemplos das normas no Anexo X.)<br />

2.6. Exemplos <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

Para exemplos <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> escritos <strong>de</strong>ntro da nova metodologia,<br />

consultar:<br />

• <strong>Casos</strong> <strong>de</strong>kasseguis<br />

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3.1. Objetivo<br />

<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

3. Metodologia para <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong><br />

Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

Ser um instrumento <strong>de</strong> consulta e <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> conhecimento<br />

sobre novos processos <strong>de</strong> trabalho, tecnologias, equipamentos ou produtos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos e implementados com sucesso para a solução <strong>de</strong> problemas no<br />

ambiente organizacional.<br />

3.2. A <strong>de</strong>scrição da Prática<br />

Uma Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> é a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada, contendo o passo a<br />

passo, <strong>de</strong> uma nova tecnologia, equipamento, produto ou processo, como,<br />

por exemplo, uma técnica <strong>de</strong> cultivo, uma técnica para criação <strong>de</strong> animais,<br />

um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização do trabalho em empresas ou cooperativas,<br />

entre outros.<br />

Consultando a Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>, outros empreen<strong>de</strong>dores <strong>de</strong>vem ser<br />

capazes <strong>de</strong> reproduzir e implementar o que foi apresentado. Por esse motivo,<br />

a Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> <strong>de</strong>ve sempre apresentar esquemas, medidas, fotos e figuras<br />

que possam servir <strong>de</strong> base para a implantação. Além disso, a prática <strong>de</strong>ve ser<br />

objetiva, clara e didática, sempre <strong>de</strong>scrita em poucas páginas e informando<br />

os pontos críticos e fundamentais a serem seguidos.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Estrutura da Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

Seção <strong>de</strong> ABERTURA<br />

• Contribuição principal (como a prática inovadora ou equipamento po<strong>de</strong> contribuir<br />

com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um empreen<strong>de</strong>dor ou negócio)<br />

• Justificativa (explicar por que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta técnica é importante e<br />

on<strong>de</strong> ela po<strong>de</strong> ser aplicada)<br />

• Dados <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho (principais indicadores <strong>de</strong> performance da nova prática,<br />

ou seja, o que faz com que ela seja consi<strong>de</strong>rada uma prática <strong>de</strong> sucesso)<br />

Seção <strong>de</strong> DESCRIÇÃO DA PRÁTICA<br />

• Características dos elementos envolvidos, como animais e/ou plantas, peças<br />

etc. (se for o caso)<br />

• Recursos necessários (pessoas, materiais, custos etc.)<br />

• Instruções sobre como fazer (preparação, montagem, acabamentos, fontes <strong>de</strong><br />

informação etc.)<br />

Anexos<br />

• Croqui <strong>de</strong>talhado contendo dimensões e especificações técnicas (se for o caso)<br />

• Fotos e/ou ilustrações<br />

Seção <strong>de</strong> REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

A seguir são apresentados alguns exemplos <strong>de</strong> como uma Prática <strong>de</strong><br />

<strong>Sucesso</strong> <strong>de</strong>ve ser escrita e estruturada.<br />

Exemplo 1 - Equipamento <strong>de</strong> pulverização <strong>de</strong> barras em V<br />

ou bicicletinha pulverizadora 2<br />

ABERTURA<br />

Contribuição principal – Este equipamento <strong>de</strong> pulverização,<br />

<strong>de</strong>senvolvido pelo pesquisador Machado Neto, da Unesp, é fácil <strong>de</strong> montar e<br />

diminui a exposição do agricultor aos agrotóxicos.<br />

Justificativa – Um dos maiores perigos à saú<strong>de</strong> do agricultor é a aplicação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos químicos na lavoura. Muitos equipamentos existentes no<br />

2 João Mathias – Revista Globo Rural – Editora Globo (http://revistagloborural.globo.com/GloboRural<br />

site pesquisado em 26/01/2006). Edição 243 - 06/01/2006.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

mercado fazem com que a névoa <strong>de</strong> pulverização fique muito próxima ao<br />

corpo do trabalhador e, com isso, a contaminação com agrotóxicos é possível.<br />

Para evitar que isso ocorra, o pesquisador do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> fitossanida<strong>de</strong><br />

da Unesp-Jaboticabal, Joaquim Machado Neto, sob orientação do professor<br />

Tomomassa Matuo, inventou um equipamento que afasta o ponto <strong>de</strong> emissão<br />

das gotas <strong>de</strong> agrotóxicos do agricultor e reduz riscos <strong>de</strong> intoxicação.<br />

Dados <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho – Foi verificado que com o equipamento<br />

convencional <strong>de</strong> pulverização o corpo do agricultor é atingido por cerca <strong>de</strong><br />

2,3 litros <strong>de</strong> calda (agrotóxico diluído na água) por hora. Com a bicicletinha<br />

pulverizadora esse número cai para 0,1 litro por hora.<br />

Além <strong>de</strong> reduzir a exposição a agentes tóxicos, a bicicleta tem a vantagem<br />

<strong>de</strong> ser mais ergonômica. Há aumento <strong>de</strong> 75% no rendimento do trabalho,<br />

uma vez que o produtor aplica o <strong>de</strong>fensivo simultaneamente nas plantas, tanto<br />

no seu lado esquerdo quando direito. O equipamento custa 300 reais.<br />

Recursos necessários<br />

Descrição da Prática<br />

Para montagem são necessários os seguintes materiais:<br />

• 1 roda <strong>de</strong> bicicleta, aro 26;<br />

• 1 conduíte metálico <strong>de</strong> 9 metros <strong>de</strong> comprimento por 0,5 polegada <strong>de</strong> diâmetro;<br />

• 2 barras metálicas <strong>de</strong> pulverização <strong>de</strong> 1 metro <strong>de</strong> comprimento por 3/8 <strong>de</strong><br />

polegada <strong>de</strong> diâmetro (cada barra já vem com cinco bicos pulverizadores<br />

conectados);<br />

• 3 registros do tipo “abre/fecha” <strong>de</strong> 0,5 polegada cada;<br />

• 1 conector em Y <strong>de</strong> 0,5 polegada;<br />

• 50 metros <strong>de</strong> mangueira <strong>de</strong> 0,5 polegada <strong>de</strong> espessura, que será ligada ao<br />

recipiente com agrotóxico (esse valor po<strong>de</strong>rá ser maior ou menor, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

do comprimento dos talhões da lavoura);<br />

• 3 metros <strong>de</strong> mangueira <strong>de</strong> 3/8 <strong>de</strong> polegada <strong>de</strong> diâmetro para fazer a conexão<br />

com a barra <strong>de</strong> pulverização;<br />

• 10 braça<strong>de</strong>iras metálicas;<br />

• 2 conjuntos <strong>de</strong> filtros metálicos;<br />

• 2 chapas metálicas <strong>de</strong> 5 centímetros <strong>de</strong> largura e 7 centímetros <strong>de</strong> comprimento;<br />

• 2 porcas;<br />

• arame.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Instruções<br />

Parte 1 - Preparação<br />

Serre o conduíte em 13 partes da seguinte forma:<br />

• 2 pedaços <strong>de</strong> 50 centímetros <strong>de</strong> comprimento;<br />

• 3 pedaços <strong>de</strong> 45 centímetros <strong>de</strong> comprimento;<br />

• 1 pedaço <strong>de</strong> 40 centímetros <strong>de</strong> comprimento;<br />

• 1 pedaço <strong>de</strong> 20 centímetros <strong>de</strong> comprimento;<br />

• 4 pedaços <strong>de</strong> 1,10 metro <strong>de</strong> comprimento;<br />

• 2 pedaços <strong>de</strong> 1,20 metro <strong>de</strong> comprimento.<br />

Parte 2 – Montagem<br />

1. Divida a bicicleta em três partes (guidão, pneu e pulverizador), conforme as<br />

figuras apresentadas no anexo.<br />

2. Pegue o conduíte <strong>de</strong> 50 centímetros e sol<strong>de</strong> cada ponta a um pedaço <strong>de</strong> 1,10<br />

metro. Nas outras extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssas barras, sol<strong>de</strong> o conduíte <strong>de</strong> 20<br />

centímetros. Repare que o guidão fica parecido a uma letra “V”.<br />

3. Feito isso, sol<strong>de</strong> um pedaço <strong>de</strong> 45 centímetros entre as duas barras <strong>de</strong> 1,10<br />

metro a 20 centímetros <strong>de</strong> distância do conduíte <strong>de</strong> 50 centímetros. Essa peça<br />

é fundamental, pois servirá <strong>de</strong> base aos registros do tipo “abre/fecha”. Por fim,<br />

sol<strong>de</strong> bem no centro do guidão mais dois conduítes <strong>de</strong> 45 centímetros em<br />

forma <strong>de</strong> cruz para dar sustentação ao equipamento.<br />

4. Fixe nas pontas da base <strong>de</strong> 20 centímetros do guidão dois pedaços <strong>de</strong> conduíte<br />

<strong>de</strong> 1,10 metro. Deixe espaço entre eles <strong>de</strong>, aproximadamente, 20 centímetros.<br />

No centro <strong>de</strong> cada barra, sol<strong>de</strong> a chapa metálica. Fure-as com o mesmo diâmetro<br />

do eixo da roda. Coloque o pneu da bicicleta e prenda-o com as porcas.<br />

5. Para a base do pulverizador, sol<strong>de</strong> o conduíte <strong>de</strong> 40 centímetros nas outras<br />

extremida<strong>de</strong>s dos tubos que sustentam a roda. Fixe em cada ponta do conduíte<br />

uma barra <strong>de</strong> 1,20 metro. Para dar sustentação sol<strong>de</strong> um ferro <strong>de</strong> 50 centímetros<br />

entre elas.<br />

6. Com todo o “esqueleto” montado, conecte as barras <strong>de</strong> pulverização, as<br />

mangueiras e os registros. Primeiro, pegue o conector em Y e fixe os dois<br />

conjuntos <strong>de</strong> filtros metálicos nas duas pontas simétricas do conector. Prenda<br />

em cada um <strong>de</strong>les um registro “abre/fecha”. Faça isso também na outra<br />

extremida<strong>de</strong> do conector em Y. Para segurar este sistema à bicicleta, faça um<br />

furo na barra <strong>de</strong> 45 centímetros e fixe o conector com um arame.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

7. Nos conduítes <strong>de</strong> 1,20 metro, prenda com as braça<strong>de</strong>iras as duas barras <strong>de</strong><br />

pulverização. Coloque-as com os bicos voltados para fora e <strong>de</strong> modo que fiquem<br />

um pouco mais à frente do que os conduítes.<br />

8. A mangueira maior, que sai do recipiente com o agrotóxico, <strong>de</strong>ve ser conectada<br />

ao primeiro registro. As mangueiras menores são fixadas nos dois outros<br />

registros, inseridas nos conduítes que sustentam a roda e, por fim, conectadas<br />

às barras <strong>de</strong> pulverização. Para prendê-las nos registros e nas barras <strong>de</strong><br />

pulverização, use também as braça<strong>de</strong>iras.<br />

Anexo - Croqui do projeto, ilustrações 3 .<br />

3 Ilustração Francisco José da Costa – Revista Globo Rural – Editora Globo<br />

(http://revistagloborural.globo.com/GloboRural site pesquisado em 26/01/2006). Edição 243 - 06/01/2006.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Exemplo 2 – Criação <strong>de</strong> faisão 4<br />

ABERTURA<br />

Contribuição principal – A criação <strong>de</strong> faisão po<strong>de</strong> ser feita para fins<br />

ornamentais, venda <strong>de</strong> carnes, <strong>de</strong> ovos e até mesmo <strong>de</strong> esterco.<br />

Justificativa – A natureza pintou bonitos <strong>de</strong>senhos nas penas do faisão,<br />

a ponto <strong>de</strong> as aves serem criadas com o propósito <strong>de</strong> enfeitar sítios, chácaras,<br />

casas <strong>de</strong> campo, jardins <strong>de</strong> estabelecimentos públicos e <strong>de</strong> museus. Artesãos<br />

também aproveitam a exuberância <strong>de</strong> cores das plumagens para confeccionar<br />

fantasias e a<strong>de</strong>reços, que ajudam a embelezar <strong>de</strong>sfiles e bailes na época do<br />

Carnaval. Além da ornamentação, o faisão proporciona carne e ovos <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> para quem preza uma alimentação saudável. Com baixo colesterol<br />

e pouca gordura, po<strong>de</strong>m fazer parte da receita <strong>de</strong> diferentes cardápios. Até<br />

mesmo o esterco da ave é útil como fertilizante agrícola. Assim, a criação abre<br />

um leque <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas para a escolha do produtor.<br />

Dados <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho – O faisão vivo adulto <strong>de</strong> corte po<strong>de</strong> ser vendido<br />

a 50 reais, em média. Há também espécies difíceis <strong>de</strong> serem encontradas e,<br />

por isso, ofertadas com valores muito mais altos. O faisão dourado, que leva<br />

um longo tempo para <strong>de</strong>finir a coloração das penas e somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> dois<br />

anos apresenta cores vibrantes, sai a 350 reais o casal.<br />

A carne do faisão po<strong>de</strong> ser adquirida em canais <strong>de</strong> comercialização<br />

especializados, como restaurantes sofisticados e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> supermercados que<br />

ven<strong>de</strong>m produtos nobres. Na mesma categoria das exóticas, o preço do quilo<br />

da carne fica em torno <strong>de</strong> 40 reais. Os ovos, embora menores, são quase <strong>de</strong>z<br />

vezes mais caros que os da galinha, em média, 30 reais a dúzia no varejo.<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

Características dos elementos envolvidos – Entre as raças fáceis <strong>de</strong> lidar,<br />

a coleira é a mais indicada para proprieda<strong>de</strong>s pequenas. É rústica, resistente<br />

e traz bons rendimentos ao avicultor, que po<strong>de</strong> contar com posturas que<br />

chegam a 100 ovos por ano.<br />

Vindos da Ásia, os faisões passaram por vários cruzamentos que<br />

originaram mais <strong>de</strong> 100 espécies no mercado brasileiro. Entre as ornamentais<br />

4 Revista Globo Rural – Editora Globo<br />

(http://revistagloborural.globo.com/GloboRural site pesquisado em 26/01/2006). Edição 243 - 06/01/2006.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

estão lady, dourado, canário, nepal, prateado e swinhoe. As aves <strong>de</strong> corte<br />

incluem coleira, versicolor, jumbo white e buff.<br />

Recursos necessários – O criador <strong>de</strong> faisão po<strong>de</strong> baratear o<br />

empreendimento com peças seminovas e abatimento no preço das aves. Os<br />

indicadores básicos são esses:<br />

• Investimento – 1.200 reais na compra <strong>de</strong> um macho e duas fêmeas<br />

• Equipamentos – 900 reais<br />

• Instalações – 150 reais<br />

• Preço dos animais – 150 reais<br />

• Capital <strong>de</strong> giro – 120 reais<br />

• Ração – 40 reais<br />

• Tempo <strong>de</strong> retorno – um ano<br />

• Área necessária – 1,5 metro por dois metros<br />

• Construção – ma<strong>de</strong>ira, sarrafos, telhas<br />

• Reprodução – 100 ovos por ano<br />

• Clima – quente<br />

Instruções – Os faisões se alimentam à base da mesma ração que é dada<br />

às galinhas ou às codornas, quando se quer uma dose mais alta <strong>de</strong> proteína.<br />

As refeições são distribuídas três vezes ao dia e po<strong>de</strong>m ser complementadas<br />

com frutas e verduras, exceto alface, que provoca diarréia. As aves não precisam<br />

<strong>de</strong> cuidados especiais para evitar doenças, a não ser duas aplicações anuais<br />

<strong>de</strong> vermífugos; uma é recomendada em julho, no período que antece<strong>de</strong> a<br />

postura, e a outra em fevereiro, antes da troca <strong>de</strong> penas.<br />

As regiões <strong>de</strong> clima quente são i<strong>de</strong>ais para o <strong>de</strong>senvolvimento dos faisões.<br />

Ao completar um ano <strong>de</strong> vida, já atingiram a maturida<strong>de</strong> sexual e po<strong>de</strong>m se<br />

acasalar. A reprodução é concentrada entre os meses <strong>de</strong> agosto e <strong>de</strong> janeiro.<br />

Como são selvagens, as fêmeas sentem dificulda<strong>de</strong>s para chocar em cativeiro.<br />

A galinha caipira e a garnizé são opções como amas; há também a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> uma choca<strong>de</strong>ira, que dá conta <strong>de</strong> manter os ovos aquecidos<br />

até a eclosão, quando os faisõezinhos são transferidos para cria<strong>de</strong>iras por 40<br />

a 60 dias, até empenarem.<br />

Apesar da beleza visual, os faisões também têm um lado agressivo e<br />

apresentam estresse na rotina dos criatórios. Os primeiros meses são os mais<br />

complicados, período em que as aves passam por uma fase <strong>de</strong> canibalismo e<br />

precisam <strong>de</strong> mais espaço para se acomodar. Quando atingem a ida<strong>de</strong> adulta,<br />

a domesticação fica mais fácil, mas ainda sob intensa <strong>de</strong>dicação do produtor.<br />

Recomenda-se a separação <strong>de</strong> um macho por viveiro, assim que for possível<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificar os sexos, por volta dos três meses. Esse procedimento <strong>de</strong>ve ser<br />

realizado especialmente em julho, pouco antes <strong>de</strong> iniciar o período <strong>de</strong><br />

reprodução, para evitar brigas entre os faisões na disputa pelas fêmeas.<br />

Os faisões ficam estressados facilmente. Movimentos agitados e a<br />

aproximação <strong>de</strong> pessoas provocam irritação, o que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia a agressivida<strong>de</strong><br />

nas aves. É necessário espaço amplo para evitar que os faisões fiquem muito<br />

próximos uns dos outros e para as caudas balançarem à vonta<strong>de</strong>.<br />

Doenças comuns – coriza, bouba aviária, newcastle e verminose.<br />

Gastos com veterinário – vacina a partir <strong>de</strong> três dias e vermífugo duas<br />

vezes por ano; as vacinas po<strong>de</strong>m ser dadas pelo criador.<br />

On<strong>de</strong> adquirir os animais – a Associação dos Criadores <strong>de</strong> Raça Pura<br />

indica criadores cadastrados.<br />

Mais informações: Marcelo Queiroz, criador <strong>de</strong> faisões, tel.: (11) 4338-<br />

0332 e (11) 9820-9896, e-mail: criadouroqueiroz@uol.com.br. Associação<br />

Brasileira dos Criadores <strong>de</strong> Aves <strong>de</strong> Raças Puras, contato com Maria Virgínia<br />

F. da Silva, Rua Ferrúcio Dupre, 68, CEP 04776-180, Interlagos, São Paulo,<br />

SP, tel.: (11) 5667-3495; João Germano <strong>de</strong> Almeida, criador, tel.: (11) 3251-<br />

2311; Sandro Henrique, criador, tel.: (11) 4822-2103 e (13) 3225-1175; José<br />

Renato, criador, tel.: (21) 2736-2017.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

4. Dicas <strong>de</strong> estilo e <strong>de</strong> redação<br />

Este capítulo <strong>de</strong> dicas <strong>de</strong> redação e estilo tem por objetivo auxiliar os<br />

escritores dos casos a escrever com fluência, respeitando as regras da língua<br />

portuguesa e, ao mesmo tempo, adotando o tom coloquial que facilita o<br />

entendimento da linguagem escrita por parte <strong>de</strong> todos os que são levados a<br />

ler textos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> ou especialização. Na maioria das<br />

vezes, as pessoas falham ao escrever, ou porque levam para o papel os vícios<br />

da linguagem falada, ou então porque não têm o hábito <strong>de</strong> se exercitar com<br />

freqüência na escrita. O escritor <strong>de</strong>ve respeitar a ortografia, a concordância<br />

e a regência do idioma. A explicação das regras visa minorar essas<br />

<strong>de</strong>ficiências.<br />

As dicas aqui incluídas <strong>de</strong>stacam as <strong>de</strong>ficiências encontradas nos casos<br />

<strong>de</strong> sucesso que foram objeto <strong>de</strong> revisão ao longo dos últimos três anos. Este<br />

capítulo não substitui a gramática da língua portuguesa. Sugerimos que os<br />

escritores façam consultas adicionais ao manual <strong>de</strong> redação e estilo do jornal<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo, disponível para consulta gratuita no site<br />

http://txt.estado.com.br/redac/geral.html, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> este capítulo utilizou as<br />

principais referências.<br />

4.1. Qualida<strong>de</strong>s essenciais <strong>de</strong> um caso<br />

Objetivida<strong>de</strong> – Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso. Convém<br />

que os parágrafos e frases sejam curtos e que cada frase contenha uma só<br />

idéia. Evite utilizar or<strong>de</strong>ns inversas <strong>de</strong>snecessárias. Não é justo exigir que o<br />

leitor faça complicados exercícios mentais para compreen<strong>de</strong>r o texto. O texto<br />

<strong>de</strong>ve <strong>de</strong>senvolver-se por meio <strong>de</strong> enca<strong>de</strong>amentos lógicos. Verbos e substantivos<br />

fortalecem o texto do caso, mas adjetivos e advérbios, sobretudo se usados<br />

com freqüência, ten<strong>de</strong>m a piorá-lo.<br />

Didatismo – Esta é uma qualida<strong>de</strong> essencial do caso e um dos objetivos<br />

básicos do Projeto <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>. Todo texto <strong>de</strong>ve ser redigido a partir do<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

princípio <strong>de</strong> que o leitor não está familiarizado com o assunto. Explique tudo<br />

<strong>de</strong> forma simples, concisa, exata e contextualizada.<br />

Empatia – Processo pelo qual uma pessoa se coloca no lugar <strong>de</strong> outra e<br />

se i<strong>de</strong>ntifica com seus sentimentos, <strong>de</strong>sejos, idéias e ações. O caso <strong>de</strong>ve explorar<br />

a relação <strong>de</strong> empatia entre o leitor e o protagonista, apresentando os <strong>de</strong>talhes<br />

que permitam ao leitor colocar-se no lugar <strong>de</strong>le.<br />

Distanciamento – Mantenha e procure <strong>de</strong>senvolver uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

distanciamento crítico do assunto e dos personagens do caso. Examine<br />

eventuais contradições nas versões da história e questione o seu próprio<br />

envolvimento e preconceitos em relação ao assunto.<br />

Emoção – A emoção po<strong>de</strong> ser importante em alguns casos, mas evite o<br />

tom melodramático, triunfalista ou piegas. O registro <strong>de</strong>ve ser o mais <strong>de</strong>scritivo<br />

possível. Preste atenção em <strong>de</strong>talhes que po<strong>de</strong>m caracterizar <strong>de</strong> forma objetiva<br />

essa emoção. Não especule sobre o estado emocional, os pensamentos ou<br />

intenções dos personagens do caso.<br />

Simplicida<strong>de</strong> – É condição essencial do texto do caso. Lembre-se <strong>de</strong><br />

que você escreve para todos os tipos <strong>de</strong> leitor e todos, sem exceção, têm o<br />

direito <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o caso nas suas variadas dimensões. A simplicida<strong>de</strong> do<br />

texto não implica necessariamente repetição <strong>de</strong> formas e frases <strong>de</strong>sgastadas,<br />

uso exagerado <strong>de</strong> voz passiva (será iniciado, será realizado), pobreza vocabular<br />

etc. Com palavras conhecidas <strong>de</strong> todos é possível escrever <strong>de</strong> maneira original<br />

e criativa e produzir frases elegantes, variadas, fluentes e bem alinhavadas.<br />

Evite os rebuscamentos, os pedantismos vocabulares, a erudição, a gíria, o<br />

jargão e o coloquialismo.<br />

Isenção do escritor – O texto do caso <strong>de</strong>ve ser imparcial e objetivo. Não<br />

exponha opiniões, mas fatos, para que o leitor tire <strong>de</strong>les as próprias conclusões.<br />

Em nenhuma hipótese se admite textos como: “Demonstrando mais uma vez<br />

sua gran<strong>de</strong> competência, o empreen<strong>de</strong>dor João da Silva superou todos os<br />

obstáculos e sagrou-se vencedor da concorrência”. Seja direto: “Com a<br />

reestruturação da linha <strong>de</strong> produção, João da Silva habilitou-se a participar<br />

da concorrência para fornecer 500 quilos <strong>de</strong> tilápia para a merenda escolar,<br />

vencendo a disputa”.<br />

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4.2. Normas gerais <strong>de</strong> estilo<br />

<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Tempo do caso – O tempo do caso é o passado, portanto, não <strong>de</strong>vem<br />

ser usadas expressões relativas ao presente, como “atual”, “hoje”, “agora”,<br />

“já”, “recentemente”, “até o presente”, que <strong>de</strong>vem ser substituídas por datas<br />

específicas. O autor <strong>de</strong>ve usar apenas datas específicas.<br />

Títulos e subtítulos – São muito importantes e <strong>de</strong>vem ser claros,<br />

específicos e <strong>de</strong>screver uma ação em curso. O título <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>stacar o elemento<br />

mais importante ou inusitado do texto.<br />

Jargões e termos técnicos – Só recorra aos termos técnicos e jargões<br />

absolutamente indispensáveis e, nesse caso, coloque o seu significado entre<br />

parênteses. Os leitores do caso, em sua maioria, são pessoas comuns. Por<br />

exemplo, “gerando emprego e renda” é um jargão do <strong>Sebrae</strong> – po<strong>de</strong> ser<br />

substituído por “proporcionando melhor renda”, “buscar alternativas <strong>de</strong><br />

emprego e <strong>de</strong> melhoria <strong>de</strong> renda”; “repasse <strong>de</strong> metodologia” e “agregar valor”<br />

também são jargões e <strong>de</strong>vem ser evitados; não usar “etc.”, quando necessário,<br />

usar a expressão “entre outros”; evitar termos <strong>de</strong> uso regional – quando utilizálos,<br />

explique o seu significado.<br />

Expressões <strong>de</strong>sgastadas e palavras rebuscadas – Evitar o uso <strong>de</strong><br />

expressões como: a nível <strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixar a <strong>de</strong>sejar, chegar a um <strong>de</strong>nominador<br />

comum, transparência, instigante, pano <strong>de</strong> fundo, encerrar com chave <strong>de</strong><br />

ouro, segredo guardado a sete chaves, dar o último a<strong>de</strong>us, entre outras. Evite<br />

também as palavras rebuscadas, como oportunizando, potencializar,<br />

disponibilizá-los, tecnologizado, agudização, consubstanciação, execucional,<br />

operacionalização, mentalização, transfusional, paragonado, rentabilizar,<br />

paradigmático, programático, emblematizar, ressociabilização, dialogal,<br />

transacionar e outras do gênero.<br />

Vocabulário do leitor – Adote esta regra prática: nunca escreva o que<br />

você não diria. Assim, alguém rejeita (e não <strong>de</strong>clina <strong>de</strong>) um convite, protela<br />

ou adia (e não procrastina) uma <strong>de</strong>cisão, aproveita (e não usufrui) uma situação.<br />

Da mesma forma, prefira <strong>de</strong>mora ou adiamento a <strong>de</strong>longa; antipatia a<br />

idiossincrasia; discórdia ou intriga a cizânia; crítica violenta a diatribe;<br />

obscurecer a obnubilar etc.<br />

Adjetivos e superlativos – Os casos não justificam a inclusão <strong>de</strong> palavras<br />

ou expressões <strong>de</strong> valor absoluto ou muito enfático, como certos adjetivos<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

(magnífico, maravilhoso, sensacional, espetacular, admirável, esplêndido,<br />

genial), os superlativos (engraçadíssimo, <strong>de</strong>liciosíssimo, competentíssimo,<br />

celebérrimo) e verbos fortes, como infernizar, enfurecer, maravilhar, assombrar,<br />

<strong>de</strong>slumbrar etc.<br />

Termos coloquiais ou <strong>de</strong> gíria – Deverão ser usados com extrema<br />

parcimônia e apenas em casos muito especiais (nos diálogos, por exemplo),<br />

para não darem ao leitor a idéia <strong>de</strong> vulgarida<strong>de</strong> e, principalmente, para que<br />

não se tornem novos lugares-comuns.<br />

Formas pessoais – Não utilize formas pessoais nos textos, como: Dissenos<br />

o prefeito... / Em conversa com os técnicos do <strong>Sebrae</strong>... / Perguntamos ao<br />

empreen<strong>de</strong>dor... / Chegou à nossa capital... / Temos hoje no Brasil uma situação<br />

peculiar... / Não po<strong>de</strong>mos silenciar diante <strong>de</strong> tal fato.<br />

Clareza – Você po<strong>de</strong> ter familiarida<strong>de</strong> com <strong>de</strong>terminados fatos ou<br />

situações internas do <strong>Sebrae</strong>, mas o leitor, não. Por isso, seja explícito nas<br />

informações e não <strong>de</strong>ixe nada subentendido.<br />

Enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> parágrafos – Lembre-se <strong>de</strong> sempre fazer a conexão<br />

entre os parágrafos <strong>de</strong> maneira que o texto tenha fluência e enca<strong>de</strong>amento<br />

lógico.<br />

Uso da primeira pessoa – Não se <strong>de</strong>ve usar no caso recurso à primeira<br />

pessoa do singular.<br />

Precisão e <strong>de</strong>talhamento da informação – Confira habitualmente os<br />

nomes das pessoas, seus cargos, os números incluídos no caso, somas, datas e<br />

horários. Com isso você estará garantindo a confiabilida<strong>de</strong> do caso. Preocupese<br />

em incluir no texto <strong>de</strong>talhes adicionais que aju<strong>de</strong>m o leitor a compreen<strong>de</strong>r<br />

melhor o fato e a situá-lo: datas, local, ambiente, contexto, entre outros.<br />

Atitu<strong>de</strong>s e reações dos personagens – Registre no caso as atitu<strong>de</strong>s ou<br />

reações das pessoas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que significativas: mostre se elas estavam nervosas,<br />

agitadas, emocionadas, empolgadas, aflitas. Em matéria <strong>de</strong> ambiente, essas<br />

indicações permitem que o leitor saiba como os personagens se comportavam<br />

quando i<strong>de</strong>ntificaram o dilema ou quando estavam prestes a solucioná-lo.<br />

Fontes – Sempre que possível, mencione no texto a fonte da informação.<br />

O leitor precisa ter idéia da procedência da informação.<br />

Generalizações – O caso não admite generalizações que possam atingir<br />

toda uma classe ou categoria, raças, credos, profissões, instituições etc.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Consultas – Em caso <strong>de</strong> dúvida, não hesite em consultar dicionários,<br />

enciclopédias, almanaques e outras referências. Ou recorrer aos especialistas<br />

e aos colegas mais experientes.<br />

Narrativa – Pense em contar uma história partindo da história <strong>de</strong> quem<br />

vivenciou o caso, <strong>de</strong> quem é personagem do caso.<br />

Depoimentos – Use <strong>de</strong>poimentos dos envolvidos para dar maior realismo<br />

à história, mas cuidado com os excessos.<br />

Uso do gerúndio – Cuidado para não usar o gerúndio <strong>de</strong> maneira<br />

equivocada. Por exemplo: para dizer que um <strong>de</strong>terminado produto não estaria<br />

disponível para venda o escritor fez a seguinte afirmação: “a comunida<strong>de</strong><br />

não po<strong>de</strong> estar aten<strong>de</strong>ndo o pedido”. O correto seria “a comunida<strong>de</strong> não<br />

po<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r o pedido”.<br />

Apresentação <strong>de</strong> dados – Tenha muito cuidado ao apresentar<br />

indicadores. Por exemplo: o crescimento populacional foi negativo. Atenção:<br />

o índice <strong>de</strong> crescimento po<strong>de</strong> ser negativo, mas crescimento nunca po<strong>de</strong> ser<br />

negativo. Um índice po<strong>de</strong> ser positivo, negativo ou nulo. Po<strong>de</strong>-se dizer que<br />

houve <strong>de</strong>créscimo, <strong>de</strong>crescimento, <strong>de</strong>clínio, redução, diminuição, retração,<br />

encolhimento, queda ou <strong>de</strong>cremento, entre <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> outros termos<br />

apropriados.<br />

4.3. Normas <strong>de</strong> redação<br />

ABREVIATURAS OU SIGLAS – Na primeira citação no texto, <strong>de</strong>vem<br />

ser traduzidas, a não ser que sejam <strong>de</strong> uso corrente na área <strong>de</strong> conhecimento<br />

em questão. Escreve-se o nome por extenso e <strong>de</strong>pois a sigla entre parênteses.<br />

• Abreviaturas ou siglas estrangeiras – Usa-se a forma original, sem<br />

tradução, exceto nos casos <strong>de</strong> uso consagrado.<br />

• Abreviaturas <strong>de</strong> locuções técnicas e comerciais – Usam-se apenas as<br />

iniciais, maiúsculas e sem pontos.<br />

• Abreviaturas com redução do vocábulo – Dr., Dra., Sr., Sra., Prof.,<br />

Profa., Exmo., Ilmo.<br />

• Siglas <strong>de</strong> até três letras, silabáveis ou não – Escrevem-se as iniciais,<br />

maiúsculas e sem pontos (ONU, FMI, CEE).<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• Siglas silabáveis, com quatro letras ou mais – Escreve-se apenas a<br />

primeira letra, maiúscula (Ipea, Celg, Petrobras, Unicef).<br />

• Siglas não-silabáveis – Escrevem-se as iniciais, maiúsculas e sem<br />

pontos (INPS, RFFSA, DNOCS).<br />

• Siglas oficiais – Usa-se a grafia convencionada, transcrevendo-se<br />

maiúsculas, minúsculas, acentos e pontos (MAer, CNPq, UnB, DOI-<br />

Codi).<br />

• Abreviaturas com corpo elevado ou rebaixado – 1.o , 1.a , cm³ , O2,<br />

n.°<br />

DATAS – Quando completas, no corpo do texto: 2 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1986<br />

(preferencialmente) ou 2/3/1986. Quando se indicam apenas mês e ano: março<br />

<strong>de</strong> 1986. Quando indicadas numericamente em publicações internacionais:<br />

1986.03.02. Em notas e nas referências, usam-se as formas abreviadas do mês:<br />

mar. 1986.<br />

DÉCADAS – Década <strong>de</strong> 1940 (preferencialmente) ou anos 40.<br />

FIGURA, TABELA, QUADRO e GRÁFICO – No texto, escrever por<br />

extenso, com maiúsculas e minúsculas e com algarismos arábicos, por exemplo:<br />

Figura 1, Tabela 9 etc. Nas tabelas e quadros, o título vem em cima, em<br />

maiúsculas e minúsculas. Nas figuras, o título vem em baixo, junto com a<br />

legenda. Escreve-se a legenda com corpo claro e redondo, sem ponto final.<br />

De preferência, tabelas e quadros são abertos nas laterais. Deve-se citar a<br />

fonte e evitar excesso <strong>de</strong> traços. Tabela é uma relação <strong>de</strong> dados. Quadro<br />

apresenta dados comparativos.<br />

ITÁLICO – Recurso usado para <strong>de</strong>staque nos seguintes casos:<br />

• Títulos <strong>de</strong> livros, trabalhos monográficos, jornais, revistas, discos,<br />

CDs, DVDs, filmes, peças musicais e teatrais, óperas, programas <strong>de</strong><br />

rádio e TV, pinturas e esculturas, nomes <strong>de</strong> embarcações.<br />

• Palavras ou frases em língua estrangeira (em relação à utilizada no<br />

texto).<br />

Obs.: Em publicações especializadas, como revistas técnicas, <strong>de</strong><br />

economia, <strong>de</strong> artes, <strong>de</strong> medicina, <strong>de</strong> antropologia etc. em que se<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

supõe a familiarida<strong>de</strong> do leitor com os termos estrangeiros usados<br />

normalmente na forma original como expressões correntes da<br />

nomenclatura específica do assunto tratado, não serão grifados os<br />

termos estrangeiros consi<strong>de</strong>rados peculiares à terminologia técnica<br />

da especialida<strong>de</strong> a que se <strong>de</strong>dica a publicação em questão; porém, os<br />

termos que não façam parte <strong>de</strong>ssa terminologia específica <strong>de</strong>vem<br />

ser grifados.<br />

• Destaque <strong>de</strong> palavra ou frase, em uma fala, que o interlocutor acentua<br />

com certa ênfase.<br />

Obs.: Para realce <strong>de</strong> palavras ou expressões, usam-se também aspas duplas.<br />

• Destaque e atenção especial para um termo ou expressão a que se<br />

atribui particular importância no contexto.<br />

• Destaque para o fato <strong>de</strong> que uma <strong>de</strong>terminada palavra está grafada<br />

propositadamente <strong>de</strong> modo não-convencional.<br />

• Em textos teatrais, para <strong>de</strong>stacar instruções do autor (rubricas), ao<br />

longo do texto.<br />

• Em biologia, para escrever o gênero, a espécie e a subespécie, caso<br />

existente, <strong>de</strong> animais e plantas da classificação sistemática. Os nomes<br />

da família e do autor vêm em corpo normal. (Paullinia cupana H. B.<br />

K. var. sorbilis (Mart.) Ducke – guaraná; Talisia esculenta (St. Hil.)<br />

Radlk – pitomba).<br />

MAIÚSCULAS – Usam-se para nomes próprios, vocábulos a que o autor<br />

<strong>de</strong>seja dar <strong>de</strong>staque especial ou palavras iniciais <strong>de</strong> parágrafos, períodos, versos<br />

(uso clássico) e citações textuais (transcrições <strong>de</strong> períodos em sua íntegra). Os<br />

nomes próprios po<strong>de</strong>m ser classificados em:<br />

Usam-se sempre maiúsculas nos casos a seguir.<br />

Uso geral:<br />

• Nomes <strong>de</strong> eras, períodos e épocas geológicas (era Cenozóica, período<br />

Pré-Cambriano, o Pleistoceno).<br />

• Designação <strong>de</strong> reinos, divisões, classes, subclasses, or<strong>de</strong>ns, famílias e<br />

gêneros, em botânica e zoologia. Em textos científicos, os nomes da<br />

classificação sistemática costumam vir em latim.<br />

• Disciplinas <strong>de</strong> currículo acadêmico (Música, Pintura, Química, curso<br />

<strong>de</strong> Direito, aula <strong>de</strong> História).<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• Nomes <strong>de</strong> instituições religiosas (Igreja, Santa Sé, Sinagoga).<br />

• Nomes <strong>de</strong> documentos e atos do po<strong>de</strong>r público, em textos oficiais<br />

(Estatuto da Microempresa, Consolidação das Leis do Trabalho etc.).<br />

Leis e <strong>de</strong>cretos escrevem-se com minúsculas, a não ser que tenham<br />

um nome ou número (Lei 4.260, Lei Afonso Arinos, Lei do Uso do<br />

Solo).<br />

• Nomes <strong>de</strong> instituições públicas (Executivo, Congresso, Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>, Bolsa <strong>de</strong> Valores do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Fundação Nacional do<br />

Índio). Escrevem-se com maiúsculas também Estado, quando <strong>de</strong>signa<br />

o conjunto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res políticos <strong>de</strong> uma nação (golpe <strong>de</strong> Estado,<br />

Estado <strong>de</strong> direito); República, quando substitui Brasil (presi<strong>de</strong>nte da<br />

República); União, no sentido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r central, associação dos<br />

estados fe<strong>de</strong>rativos (estados da União).<br />

• Em livros <strong>de</strong> antropologia e etnologia há regras específicas para a<br />

grafia <strong>de</strong> nomes, que <strong>de</strong>vem ser usadas com critério em textos que<br />

não pertençam a essas áreas. Nomes <strong>de</strong> nações indígenas são grafados<br />

com maiúsculas e sempre no singular (os Xavante, os Apache, os<br />

Zulu).<br />

Antropônimos:<br />

• Nomes e sobrenomes (Jorge Benjor, Edu Lobo).<br />

• Cognomes (Henrique, o Navegador; Ricardo Coração <strong>de</strong> Leão).<br />

• Alcunhas e apelidos (Zezé, Tonho, Sete-Dedos).<br />

• Antonomásticos (Patriarca da In<strong>de</strong>pendência, Águia <strong>de</strong> Haia).<br />

Quando usados como simples formas retóricas, os antonomásticos<br />

<strong>de</strong>vem ser escritos com minúsculas (As águias <strong>de</strong> Haia não sobrevoam<br />

o cerrado).<br />

• Pseudônimos (Tristão <strong>de</strong> Athay<strong>de</strong>, João do Rio).<br />

• Nomes dinásticos (os Braganças, os Cardosos). Em nomes que<br />

<strong>de</strong>signam dinastias em formas adjetivas, usam-se minúsculas (A<br />

dinastia dos carolíngios).<br />

• Personagens literários fictícios (Pierrô, Dom Quixote). Quando não<br />

se trata da personagem em si, mas do seu significado simbólico,<br />

<strong>de</strong>vem-se usar minúsculas (Valente como um dom quixote).<br />

Entida<strong>de</strong>s astronômicas:<br />

• Escrevem-se com maiúsculas os nomes <strong>de</strong> estrelas, planetas, satélites,<br />

cometas, constelações e galáxias, sempre que <strong>de</strong>signam entida<strong>de</strong>s<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

si<strong>de</strong>rais. Assim, grafam-se diferentemente: eclipse do Sol e banho<br />

<strong>de</strong> sol; crateras da Lua e fases da lua; diâmetro da Terra e viagem<br />

por terra.<br />

Entida<strong>de</strong>s míticas:<br />

• Escrevem-se sempre com maiúsculas as expressões que <strong>de</strong>signam a<br />

divinda<strong>de</strong> (Deus, Cristo, Buda, Jeová, o Pai, o Todo-Po<strong>de</strong>roso); anjos<br />

bons e maus (Gabriel, Miguel, Belzebu, Lúcifer); e entida<strong>de</strong>s míticas<br />

(Zeus, Hermes, Negrinho do Pastoreio, Xangô). Escrevem-se, porém,<br />

com minúsculas, os nomes <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s mitológicas coletivas (faunos,<br />

ninfas, sereias).<br />

• Santo e outras expressões hagiológicas (são, venerável, beato,<br />

profeta etc.) vêm grafados com maiúsculas quando prece<strong>de</strong>m<br />

imediatamente o nome que qualificam (Santa Maria, São Paulo,<br />

Profeta Elias).<br />

• Escreve-se a palavra Virgem, com maiúsculas, em todas as expressões<br />

que <strong>de</strong>signam a mãe <strong>de</strong> Jesus; o mesmo vale para todas as expressões<br />

similares (Maria Santíssima, Nossa Senhora, Santa Mãe <strong>de</strong> Deus).<br />

• Usam-se maiúsculas nas expressões antonomásticas referentes aos<br />

santos (Santa Catarina, Virgem e Mártir; São Paulo, o Apóstolo dos<br />

Gentios), bem como nos apelidos <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>les (São João Batista,<br />

São João Evangelista).<br />

Intitulativos:<br />

• Escrevem-se com maiúsculas os nomes <strong>de</strong> empresas e<br />

estabelecimentos comerciais, industriais, bancários, médicos e<br />

educacionais; entida<strong>de</strong>s políticas, culturais, sociais, esportivas e<br />

religiosas; associações <strong>de</strong> classes e repartições públicas; marcas<br />

comerciais patenteadas e nomes atribuídos a veículos; nomes <strong>de</strong> obras<br />

literárias ou artísticas, publicações periódicas, trabalhos avulsos e<br />

partes <strong>de</strong> um trabalho; nomes <strong>de</strong> cavalos <strong>de</strong> corrida, animais <strong>de</strong> raça,<br />

<strong>de</strong> circo, <strong>de</strong> zoológico e domésticos <strong>de</strong> estimação.<br />

• Usam-se minúsculas com as marcas comerciais já tornadas<br />

substantivos comuns (dose <strong>de</strong> martini, roupa <strong>de</strong> tergal, tratamento<br />

com terramicina).<br />

Fatos históricos:<br />

• Escrevem-se com maiúsculas as datas, eras e fatos históricos notáveis<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

(7 <strong>de</strong> Setembro, Queda da Bastilha, Era Vitoriana, Ida<strong>de</strong> Média,<br />

Revolução Cubana, Êxodo, Abolição da Escravatura).<br />

Festivida<strong>de</strong>s:<br />

• Escrevem-se com maiúsculas os nomes das festas e comemorações<br />

civis, religiosas e tradicionais (Natal, Quaresma, Dia do Trabalho,<br />

Dia das Mães, Carnaval, Semana Santa). Festas populares e pagãs,<br />

entretanto, são grafadas com minúsculas (bacanais, bumba-meu-boi,<br />

congada).<br />

Regiões:<br />

• Escrevem-se com maiúsculas as regiões em que o país e as unida<strong>de</strong>s<br />

fe<strong>de</strong>rativas estão divididos (Região Sul, Região Nor<strong>de</strong>ste, Sudoeste<br />

Goiano); também nos EUA, escreve-se o Leste, o Oeste; a mesma<br />

regra vale para regiões importantes do ponto <strong>de</strong> vista histórico,<br />

econômico ou político (Oriente Próximo, Oriente Médio, Leste<br />

Europeu, Extremo Oriente, Oriente e Oci<strong>de</strong>nte).<br />

Reverência:<br />

Usam-se maiúsculas para tratamento <strong>de</strong> reverência nos seguintes casos:<br />

• Tratamento direto ou indireto a soberanos (Vossa Majesta<strong>de</strong>, Vossa<br />

Alteza, Sua Alteza).<br />

• Tratamento ao papa, car<strong>de</strong>ais e bispos (Vossa Santida<strong>de</strong>, Vossa<br />

Eminência Reverendíssima, Sua Excelência Reverendíssima).<br />

• Tratamento ao presi<strong>de</strong>nte da República, ministros, governadores,<br />

senadores, <strong>de</strong>putados, secretários estaduais, reitores, juízes, altas<br />

patentes militares e <strong>de</strong>mais cargos da hierarquia civil e militar (Vossa<br />

Excelência, Excelentíssimo Senhor, Magnífico Reitor, Meritíssimo<br />

Juiz, Vossa Senhoria).<br />

• Títulos nobiliários, eclesiásticos e honoríficos (senhor, sir, lor<strong>de</strong>, dom,<br />

car<strong>de</strong>al, monsenhor, comendador, con<strong>de</strong>, príncipe, sultão etc.) são<br />

grafados com maiúsculas somente quando o título acompanhar o<br />

nome pelo qual a pessoa é conhecida (Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taunay, Duque<br />

<strong>de</strong> Caxias, Dom Sebastião). Normalmente, os títulos são grafados<br />

com minúsculas.<br />

• Fórmulas respeitosas informais (senhor, doutor, dona, professor) são<br />

grafadas com maiúsculas apenas nas formas abreviadas (Dr. Antonio,<br />

Sr. Hélio, Prof. Moura).<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Topônimos:<br />

• Locais da geografia política; divisões territoriais, administrativas e<br />

urbanas; locais históricos e sítios arqueológicos são escritos sempre<br />

com maiúsculas.<br />

• Aci<strong>de</strong>ntes geográficos ou topográficos e vias ou logradouros públicos<br />

escrevem-se com maiúsculas (Lagoa Santa, Cabo Frio, Mata Atlântica,<br />

Praça da República).<br />

• No caso <strong>de</strong> expressões adjetivas acrescentadas aos nomes <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />

geográficos, para indicar localização, jurisdição política ou outra<br />

característica, usam-se minúsculas (alto Nilo, An<strong>de</strong>s equatorianos,<br />

Alpes franceses).<br />

• Escrevem-se, por exemplo, Reino do Afeganistão, República Popular<br />

da China ou China Comunista; mas escrevem-se, por outro lado, os<br />

reinos europeus, as repúblicas socialistas, o bloco comunista, a Europa<br />

oci<strong>de</strong>ntal.<br />

• No caso <strong>de</strong> divisões das Forças Armadas, grafa-se a expressão toda<br />

com maiúsculas (Segunda Região Militar, Quarta Zona Aérea, Sexto<br />

Distrito Naval). Normalmente, porém, escreve-se o distrito naval, a<br />

zona aérea, a região militar do Rio etc.<br />

MINÚSCULAS – Usam-se iniciais com letras minúsculas nos seguintes<br />

casos:<br />

• Doutrinas, religiões, correntes e escolas filosóficas, artísticas e<br />

literárias (marxismo, catolicismo, cubismo, impressionismo).<br />

• Substantivos próprios tornados comuns, inclusive os nomes<br />

compostos ligados por hífen (Uma eva sedutora; castanha-do-pará;<br />

palma-<strong>de</strong>-santa-rita).<br />

• Nomes dos pontos car<strong>de</strong>ais, quando não indicam regiões (De norte<br />

a sul).<br />

• Depois <strong>de</strong> dois pontos que não prece<strong>de</strong>m citação direta (Digo e repito:<br />

não sou candidato).<br />

• Depois <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> interrogação e exclamação, quando têm a função<br />

<strong>de</strong> vírgula ou travessão (Deus! ó Deus! on<strong>de</strong> estás que não respon<strong>de</strong>s?;<br />

Enten<strong>de</strong>ste-me? disse ela).<br />

• Na <strong>de</strong>signação das profissões e dos ocupantes <strong>de</strong> cargos (O professor<br />

Hélio, a princesa Anne, o presi<strong>de</strong>nte Itamar).<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

NEGRITO – Deve ser usado com mo<strong>de</strong>ração, para não carregar<br />

<strong>de</strong>masiadamente o texto. Ao autor é permitido, em <strong>de</strong>terminados casos e<br />

sem exagero, utilizá-lo como recurso estilístico. Na dúvida, não utilizá-lo ou<br />

lançar mão <strong>de</strong> aspas ou itálico.<br />

NOTAS DE RODAPÉ – Destinam-se a prestar esclarecimentos,<br />

comprovar uma afirmação ou justificar uma informação que não <strong>de</strong>ve ser<br />

incluída no texto limitando-se ao mínimo necessário.<br />

Deve-se utilizar a nota <strong>de</strong> rodapé quando forem mencionados programas<br />

e projetos do <strong>Sebrae</strong> e <strong>de</strong> seus parceiros. A nota <strong>de</strong>ve conter a <strong>de</strong>scrição da<br />

sigla por escrito e um resumo breve dos objetivos do programa ou projeto.<br />

As notas <strong>de</strong> rodapé são colocadas ao pé da página, separadas do texto<br />

por uma linha <strong>de</strong> aproximadamente 1/3 da largura útil da página, a partir da<br />

margem esquerda. Recomenda-se que a remissão para o rodapé seja feita<br />

através <strong>de</strong> asterisco superescritos, para não ser confundida com outra<br />

numeração, eventualmente adotada no texto.<br />

NUMERAIS – A escrita dos numerais, elemento controverso nos meios<br />

editoriais, <strong>de</strong>ve seguir as normas adotadas até o limite do bom senso, evitandose<br />

interferências ao eficaz entendimento do texto, segundo sua natureza e a<br />

situação em que estão sendo empregados. Deve-se, portanto, respeitar a<br />

utilização estética do algarismo, ou <strong>de</strong> sua forma escrita, pelo autor, sobretudo<br />

em textos <strong>de</strong> cunho literário.<br />

• Algarismos <strong>de</strong> zero a nove <strong>de</strong>vem ser apresentados por extenso no<br />

texto.<br />

• Em textos hieráticos, dogmáticos, solenes, altamente formais (convites<br />

e participações relativos a acontecimentos sociais), literatura<br />

requintada, poesia, canções, títulos <strong>de</strong> obras literárias, <strong>de</strong> artes<br />

plásticas ou <strong>de</strong> episódios históricos, os cardinais e os ordinais <strong>de</strong>vem<br />

ser escritos por extenso.<br />

• Excetuam-se os casos em que o número representa data ou qualquer<br />

outra expressão normalmente escrita em algarismos, ou quando se<br />

trata <strong>de</strong> títulos assim grafados pelos que os cunharam (Revolução <strong>de</strong><br />

9 <strong>de</strong> Julho; 2001, uma odisséia no espaço; 1984).<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• Os cardinais, assim como os ordinais, quando expressos por uma só<br />

palavra, são grafados por extenso. Em caso <strong>de</strong> leis e seus artigos,<br />

parágrafos e alíneas, grafam-se os numerais com algarismos.<br />

• No mesmo parágrafo, quando houver números expressos por uma<br />

palavra e por mais <strong>de</strong> uma, usam-se somente algarismos.<br />

• Não se inicia frase com algarismo, mas sim com o número por extenso.<br />

• Quando expressam dados <strong>de</strong> problemas estatísticos e matemáticos,<br />

medições específicas e <strong>de</strong> caráter preciso expressas em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

padrão internacional, porcentagens e valores semelhantes, <strong>de</strong>verão<br />

ser grafados em algarismos arábicos quando estiverem acompanhados<br />

do respectivo símbolo <strong>de</strong> medida, integrando textos <strong>de</strong> caráter<br />

científico, técnico ou didático.<br />

• Valores monetários são grafados com algarismos arábicos<br />

acompanhados dos respectivos símbolos das moedas – R$ 20,00,<br />

US$ 5 milhões.<br />

• Os sinais que expressam porcentagens ou unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida <strong>de</strong><br />

temperatura serão grafados sempre juntos com os algarismos que os<br />

antece<strong>de</strong>m, sem nenhum espaço <strong>de</strong> separação.<br />

• Escrevem-se os algarismos <strong>de</strong> 1.000 em diante com pontos <strong>de</strong> três<br />

em três casas <strong>de</strong>cimais. Essa regra não vale para a indicação <strong>de</strong> anos<br />

do calendário ou páginas <strong>de</strong> publicações.<br />

• Números fracionários, salvo em publicações <strong>de</strong> caráter científico,<br />

<strong>de</strong>vem ser grafados por extenso.<br />

• Algarismos romanos são usados apenas para <strong>de</strong>signar reis e papas,<br />

nomes oficiais <strong>de</strong> clubes ou associações, os antigos exércitos brasileiros<br />

e os atuais comandos aéreos regionais (Comar), volumes ou tomos<br />

<strong>de</strong> livros, além do uso opcional em <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> capítulos <strong>de</strong><br />

livros ou <strong>de</strong> séculos.<br />

• Para indicar horas, colocar algarismos, separando horas <strong>de</strong> minutos<br />

por dois pontos, sem abreviações (h, min) ou as palavras “horas” e<br />

“minutos” (14:30). Nas horas quebradas, <strong>de</strong>ve-se usar h, min e s,<br />

sem espaçamento entre os números. A abreviatura min só é necessária<br />

quando houver especificação dos segundos.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

CITAÇÕES – As citações po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> três tipos:<br />

• Citações formais – quando transcrevem literalmente trechos <strong>de</strong> obras.<br />

Devem ser colocadas entre aspas.<br />

• Citações conceptuais – quando com sínteses pessoais reproduzem<br />

fielmente as idéias <strong>de</strong> outros.<br />

• Citações mistas – quando citações conceptuais inserem palavras ou<br />

expressões retiradas do texto consultado.<br />

O relacionamento da citação com o documento <strong>de</strong> on<strong>de</strong> foi extraída<br />

será feito acrescentando, após a citação, entre colchetes, as três primeiras<br />

letras do sobrenome do autor, seguido <strong>de</strong> dois últimos algarismos do ano <strong>de</strong><br />

publicação do trabalho. Exemplo: [HEV 90].<br />

4.4. Erros comuns (estilo e metodologia)<br />

• Uso <strong>de</strong> frases muito longas.<br />

• Idéias apresentadas <strong>de</strong> forma confusa e com falta <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong>.<br />

• Pedaços <strong>de</strong> diferentes documentos colados ao longo do documento,<br />

fazendo com que o caso fique fragmentado e <strong>de</strong> leitura difícil.<br />

• O caso sofre mudanças <strong>de</strong> estilo ao longo do texto. Em algumas partes<br />

é coloquial, falando do jeitinho baiano; em outras parece um relatório<br />

interno do <strong>Sebrae</strong>; e ainda em algumas partes utiliza uma linguagem<br />

acadêmica rebuscada.<br />

• Problemas <strong>de</strong> concordância verbal e uso <strong>de</strong> vírgulas.<br />

• Depoimentos em excesso.<br />

• Siglas sem i<strong>de</strong>ntificação.<br />

• Tabelas sem fonte.<br />

• Falta a indicação das referências bibliográficas pesquisadas.<br />

• O escritor do caso tece muitos elogios e emite opiniões, <strong>de</strong>ixando<br />

pouco espaço para que o aluno/leitor tire suas próprias conclusões.<br />

Lembre-se sempre que o caso <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>scritivo e não analítico. O<br />

autor <strong>de</strong>ve ter em mente a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer ao leitor o máximo<br />

<strong>de</strong> informações para que ele mesmo possa chegar às suas conclusões.<br />

• Muitas vezes a seção <strong>de</strong>safios futuros apresenta a opinião do autor,<br />

ao invés <strong>de</strong> mostrar quais são os <strong>de</strong>safios futuros e os novos dilemas.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

É importante lembrar que o escritor do caso <strong>de</strong>verá fornecer fatos e<br />

dados, com clareza e objetivida<strong>de</strong>, para que o instrutor ou professor<br />

possa provocar a discussão em sala <strong>de</strong> aula e treinar com os alunos as<br />

habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> julgamento e <strong>de</strong> análise. Em um caso <strong>de</strong> ensino, é<br />

preciso resistir à tentação <strong>de</strong> antecipar análises e <strong>de</strong> emitir opiniões.<br />

• O autor faz análises e emite opiniões, algumas que vão além dos<br />

dados fornecidos no <strong>de</strong>senvolvimento do caso.<br />

• O autor comumente faz uso do tempo presente em alguns trechos,<br />

misturando com o passado. Isso se <strong>de</strong>ve, muitas vezes, ao hábito da<br />

escrita em linguagem jornalística.<br />

4.5. Quando o Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> não é consi<strong>de</strong>rado bom e<br />

po<strong>de</strong> ser recusado para publicação?<br />

• Quando o caso não aten<strong>de</strong> aos requisitos <strong>de</strong>finidos pela área<br />

<strong>de</strong>mandante.<br />

• Quando a metodologia <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> não foi aplicada. O texto<br />

parece uma adaptação do relatório interno ou mesmo do formulário<br />

<strong>de</strong> referência e não aten<strong>de</strong> aos objetivos do Projeto <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>.<br />

• Quando o caso é superficial, o que diminui sua capacida<strong>de</strong> didática<br />

por não cumprir seu papel <strong>de</strong> disseminar o conhecimento através<br />

<strong>de</strong> dados concretos e <strong>de</strong>talhados.<br />

• Quando o caso não mostrar os vários aspectos da solução do dilema<br />

central <strong>de</strong> maneira didática: quais eram os problemas principais e<br />

como idéias e soluções foram encontradas; os principais parceiros e<br />

a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada das ações mais importantes.<br />

• Quando o autor elogia <strong>de</strong>mais o protagonista e o <strong>Sebrae</strong> e não inclui<br />

fatos e dados que indiquem ao leitor por que este é um Caso <strong>de</strong><br />

<strong>Sucesso</strong>.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

5. Escrevendo o Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

5.1. Preparação do escritor<br />

O escritor <strong>de</strong>ve levantar o maior número <strong>de</strong> informações sobre o que<br />

motivou o surgimento do Caso <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> e obter informações sobre a or<strong>de</strong>m<br />

cronológica e datas corretas dos fatos. É importante também conhecer o<br />

contexto socioeconômico e cultural, assim como as razões que levaram as<br />

pessoas/entida<strong>de</strong>s a realizarem o objeto em estudo e qual fato/pessoa <strong>de</strong>u<br />

início às ativida<strong>de</strong>s.<br />

Se for possível, o escritor <strong>de</strong>ve também conhecer a experiência in loco;<br />

conversar com os atores do caso e conversar com o profissional que está (ou<br />

esteve) à frente do trabalho.<br />

O escritor <strong>de</strong>ve pesquisar informações em relatórios ou diagnósticos do<br />

local/região relativos ao caso, muitos <strong>de</strong>les disponíveis na internet. Levantar<br />

antecipadamente o maior número <strong>de</strong> informações e dados que permitam<br />

estabelecer comparações posteriores, quando os resultados alcançados forem<br />

apresentados.<br />

5.2. Coleta <strong>de</strong> informações<br />

Escrever um caso é um exercício que envolve uma ampla pesquisa sobre<br />

a situação que se preten<strong>de</strong> retratar. O escritor po<strong>de</strong>rá encontrar informações<br />

em várias fontes secundárias, como documentos; artigos, reportagens, livros;<br />

ví<strong>de</strong>os; fotos; fol<strong>de</strong>rs e material <strong>de</strong> propaganda; entre outros. A coleta <strong>de</strong><br />

informações primárias po<strong>de</strong> ser feita principalmente através <strong>de</strong> dois<br />

instrumentos: entrevistas e visitas técnicas.<br />

O escritor do caso <strong>de</strong>verá coletar informações sempre tendo em mente<br />

as necessida<strong>de</strong>s educacionais <strong>de</strong>finidas pela área <strong>de</strong>mandante. Quando o caso<br />

envolver a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma empresa, o escritor e o coor<strong>de</strong>nador do <strong>Sebrae</strong><br />

<strong>de</strong>vem certificar-se <strong>de</strong> que a pessoa que representa a organização compreen<strong>de</strong><br />

bem o que está sendo solicitado, já que o caso po<strong>de</strong> implicar a divulgação <strong>de</strong><br />

informações reservadas e/ou confi<strong>de</strong>nciais. Em algumas situações o <strong>Sebrae</strong><br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

po<strong>de</strong>rá ter dificulda<strong>de</strong>s em convencer a empresa a publicar informação sensível<br />

ou estratégica, principalmente em mercados muito competitivos.<br />

Além dos documentos e material escrito que po<strong>de</strong> ser consultado, o<br />

escritor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá também <strong>de</strong> entrevistas pessoais e <strong>de</strong> visitas ao local on<strong>de</strong><br />

o caso se passou para obter uma parcela significativa dos dados. Nas entrevistas<br />

é melhor <strong>de</strong>ixar que as pessoas consultadas saibam quais são as informações<br />

procuradas. Uma relação transparente e ética é fundamental.<br />

Em uma entrevista o escritor <strong>de</strong>ve estar preparado para guiar a entrevista<br />

com perguntas relevantes e previamente preparadas, mas <strong>de</strong>ixando sempre<br />

espaço para que a pessoa entrevistada possa fornecer informações que não<br />

estavam no seu roteiro. Além disso, o escritor não <strong>de</strong>ve argumentar com o<br />

entrevistado, pois seu objetivo é <strong>de</strong>scobrir os fatos e opiniões, não mudá-los.<br />

Na entrevista algumas pessoas po<strong>de</strong>m pintar um belo quadro da situação,<br />

<strong>de</strong>ixando informações importantes <strong>de</strong> fora do relato. É <strong>de</strong>ver do escritor<br />

colocar seu material em perspectiva, verificando várias fontes; fazendo as<br />

mesmas perguntas à mesma pessoa, mas <strong>de</strong> maneira diferente; tomando notas<br />

ou gravando para evitar mal entendidos.<br />

É extremamente importante que o escritor se prepare bem para as<br />

entrevistas e visitas. Não há sentido em ocupar o tempo <strong>de</strong> pessoas com<br />

perguntas sobre assuntos que po<strong>de</strong>m ser pesquisados em fontes públicas, como<br />

documentos, reportagens ou artigos. Além disso, um entrevistador bem<br />

preparado po<strong>de</strong> aproveitar melhor o tempo com questões mais aprofundadas<br />

e com novida<strong>de</strong>s sobre os fatos. A preparação nos ajuda a levantar questões<br />

importantes e a preencher as lacunas <strong>de</strong> informações.<br />

No Brasil, a entrevista <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada sob a ótica <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><br />

relacional. O entrevistador <strong>de</strong>ve criar clima agradável e amistoso, i<strong>de</strong>al para<br />

que as informações relevantes comecem a surgir. Desta forma, será mais fácil<br />

obter certas opiniões e até algumas informações importantes não reveladas<br />

inicialmente.<br />

5.3. Documentação obrigatória para a publicação do caso<br />

Fotos – Todas as fotos usadas no caso <strong>de</strong>vem ter autorizações formais<br />

para publicação, do fotógrafo e das pessoas fotografadas (ver mo<strong>de</strong>los no<br />

Anexo X). É responsabilida<strong>de</strong> do escritor elaborar legenda informando data,<br />

local, horário e contexto <strong>de</strong> cada foto, <strong>de</strong> sua autoria, assim como i<strong>de</strong>ntificar<br />

os personagens que nela aparecem.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

6. Formulários utilizados no processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos casos<br />

6.1. Formulário pré-caso<br />

Contém as informações preliminares que servirão <strong>de</strong> base para a<br />

construção do caso. Este formulário é preenchido pelo escritor do caso e<br />

verificado pelo coor<strong>de</strong>nador local do Projeto <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>.<br />

6.2. Formulário pós-caso<br />

Contém as informações completas sobre o caso que servirão <strong>de</strong> base<br />

para a publicação do caso. Este formulário é preenchido pelo escritor do caso<br />

e verificado pelo coor<strong>de</strong>nador local do Projeto <strong>Casos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong>.<br />

6.3. RTE – Relatório da Tutoria Estadual para<br />

encaminhamento do caso<br />

O preenchimento <strong>de</strong>ste formulário é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do tutor<br />

estadual, que informa a avaliação que faz do caso sob sua orientação É o<br />

instrumento <strong>de</strong> encaminhamento do caso que segue para a tutoria nacional.<br />

6.4. RTN – Avaliação pela Tutoria Nacional<br />

O preenchimento <strong>de</strong>ste formulário é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do tutor<br />

nacional, que informa a avaliação que faz do caso encaminhado. Esta avaliação<br />

e os comentários contidos no caso retornam para o escritor e seu tutor estadual,<br />

que <strong>de</strong>verão incorporar as melhorias sugeridas.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

6.5. RTN Final e recomendação para publicação<br />

O preenchimento <strong>de</strong>ste formulário é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do tutor<br />

nacional, que informa a avaliação final que faz do caso encaminhado.<br />

6.6. RAD Avaliação do Demandante<br />

O preenchimento <strong>de</strong>ste formulário é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do<br />

<strong>de</strong>mandante do caso, que avalia a pertinência do caso em relação à<br />

especificação da <strong>de</strong>manda.<br />

6.7. RTE – Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> – Relatório da Tutoria Estadual<br />

para encaminhamento da Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

O preenchimento <strong>de</strong>ste formulário é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do tutor<br />

estadual, que informa a avaliação que faz da Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> sob sua<br />

orientação. É o instrumento <strong>de</strong> encaminhamento do caso que segue para a<br />

tutoria nacional.<br />

6.8. RTN – Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> – Relatório da Tutoria Nacional<br />

para encaminhamento da Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

O preenchimento <strong>de</strong>ste formulário é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do tutor<br />

nacional, que informa a avaliação que faz da Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> encaminhada.<br />

Esta avaliação e os comentários contidos no caso retornam para o escritor e<br />

seu tutor estadual, que <strong>de</strong>verão incorporar as melhorias sugeridas.<br />

6.9. RTN Final – Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> – Relatório Final da Tutoria<br />

Nacional<br />

O preenchimento <strong>de</strong>ste formulário é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do tutor<br />

nacional, que informa a avaliação final que faz da Prática <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong><br />

encaminhada.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

7. Uso do caso para fins <strong>de</strong> treinamento<br />

e capacitação<br />

Relembramos que no método do caso o participante é conduzido para:<br />

a) <strong>de</strong>scobrir critérios <strong>de</strong> ação, trazendo para discussão os conceitos gerais que<br />

se encontram ilustrados nas situações concretas; b) proporciona um exemplo<br />

que permite viver a aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados critérios <strong>de</strong> ações gerais.<br />

Permitir a análise e a crítica <strong>de</strong> um caso tirado da realida<strong>de</strong>, para facilitar o<br />

aprendizado e o relacionamento entre os conceitos teóricos a serem<br />

apresentados com a prática vivenciada nas empresas ou instituições.<br />

Desta forma, o método do caso propicia ao participante “viver”, <strong>de</strong><br />

maneira personalizada, uma situação ou enten<strong>de</strong>r os meandros que levaram<br />

a uma <strong>de</strong>terminada ação. Com isso, personaliza-se em uma regra <strong>de</strong> ação,<br />

apresentada em um conceito teórico, um critério <strong>de</strong> ação. O método do caso<br />

permite <strong>de</strong>scobrir por si mesmo o que outros já sabem e viver efetivamente o<br />

que se sabia somente em nível teórico. Assim, o participante po<strong>de</strong>rá consolidar<br />

conhecimentos fundamentados em regras, leis, princípios e critérios gerais<br />

<strong>de</strong> ações.<br />

A organização e preparação para aula são bastante diferentes do método<br />

expositivo comumente utilizado, como veremos a seguir.<br />

7.1. Preparação do instrutor para utilizar um estudo <strong>de</strong> caso<br />

Os estudos <strong>de</strong> caso dão suporte a um objetivo pedagógico que o instrutor<br />

preten<strong>de</strong> atingir. Estes objetivos estão <strong>de</strong>scritos no programa da disciplina ou<br />

da capacitação a ser ministrada e contempla: o objetivo, o plano <strong>de</strong> aula, as<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conteúdo que serão abordadas e a bibliografia que será utilizada.<br />

A escolha dos estudos <strong>de</strong> caso a serem utilizados <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>rente ao<br />

programa da disciplina ou capacitação. Ou seja, o instrutor <strong>de</strong>ve ter claro<br />

qual o tópico teórico que irá abordar e como o caso se encaixa no assunto a<br />

ser tratado.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

O instrutor <strong>de</strong>verá traçar os objetivos a serem alçados pelo caso. Cada<br />

aula <strong>de</strong>verá ter um plano específico, inclusive um plano <strong>de</strong> quadro. Ou seja, à<br />

medida que os <strong>de</strong>bate entre os participantes vai se <strong>de</strong>senrolando, o instrutor<br />

<strong>de</strong>verá anotar os pontos principais que foram abordados. No final dos <strong>de</strong>bates,<br />

o quadro <strong>de</strong>verá refletir o planejamento anterior feito pelo instrutor.<br />

7.2. A dinâmica em sala <strong>de</strong> aula<br />

A aula baseada na utilização <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso é dividida em duas partes.<br />

Na primeira parte a turma é dividida em pequenos grupos. Cada grupo <strong>de</strong>ve<br />

discutir o caso entre si, orientados pelas questões propostas pelo instrutor e/<br />

ou sugeridas no próprio caso. Após o <strong>de</strong>bate nos grupos os participantes<br />

<strong>de</strong>verão retornar ao seu lugar em sala <strong>de</strong> aula. Neste momento tem início a<br />

segunda parte da aula, on<strong>de</strong> o instrutor mediará um fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates entre<br />

os participantes.<br />

7.3. Estrutura física das salas <strong>de</strong> aula<br />

I<strong>de</strong>almente, a instituição que promove o curso <strong>de</strong>verá disponibilizar salas<br />

<strong>de</strong> grupo para que os participantes se reúnam para a discussão. Caso não seja<br />

possível dispor <strong>de</strong> um espaço específico para este fim, o instrutor <strong>de</strong>verá dividir<br />

os participantes em grupos e organizá-los em círculos na própria sala <strong>de</strong> aula.<br />

7.4. O papel do instrutor como condutor <strong>de</strong> uma aula baseada<br />

em casos<br />

Deve estar muito claro para o instrutor que a dinâmica da aula baseada<br />

em caso o coloca na situação <strong>de</strong> regente e não mais <strong>de</strong> solista. Ou seja, o<br />

instrutor <strong>de</strong>ve fomentar o <strong>de</strong>bate entre os participantes, anotando no quadro<br />

os pontos-chaves mencionados e que aten<strong>de</strong>m ao seu plano <strong>de</strong> aula.<br />

Especial atenção <strong>de</strong>ve ser dada aos participantes muito tímidos ou<br />

excessivamente falantes. No primeiro caso, o instrutor po<strong>de</strong>rá no horário do<br />

intervalo sinalizar para o participante que irá fazer uma pergunta para ele no<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

<strong>de</strong>correr dos <strong>de</strong>bates. Com isso, estimula-se a participação dos mais tímidos e<br />

<strong>de</strong>monstra o interesse do instrutor no seu ponto <strong>de</strong> vista.<br />

Maior atenção <strong>de</strong>ve ser dada aos participantes com perfil monopolizador.<br />

O instrutor <strong>de</strong>verá controlar com maior vigor a participação <strong>de</strong> pessoas com<br />

este perfil, garantindo que todos os presentes possam expressar as suas<br />

opiniões.<br />

É importante lembrar que a discussão <strong>de</strong> um caso não levará<br />

necessariamente a uma única solução. O que faz a riqueza do método é a<br />

possibilida<strong>de</strong> que ele traz <strong>de</strong> permitir a discussão <strong>de</strong> várias alternativas para a<br />

questão apresentada.<br />

Entretanto, o instrutor <strong>de</strong>ve ter atenção especial à argumentação<br />

apresentada pelos participantes. Não <strong>de</strong>verá haver espaço para respostas<br />

baseadas em “achismos”. Ou seja, cada participante <strong>de</strong>verá basear o seu ponto<br />

<strong>de</strong> vista nos elementos teóricos apresentados. O instrutor <strong>de</strong>ve conduzir os<br />

alunos para que eles explorem a sua argumentação.<br />

A seguir serão apresentados, <strong>de</strong> maneira simplificada, um guia do<br />

instrutor e do participante, além <strong>de</strong> algumas “dicas” sobre os problemas mais<br />

comuns que ocorrem em uma aula baseada em caso.<br />

7.5. GUIA DO INSTRUTOR – 10 passos <strong>de</strong> como ENSINAR<br />

utilizando casos<br />

1º <strong>Passo</strong> – É fundamental que o instrutor:<br />

• Leia exaustivamente o caso.<br />

• Seja instrutor e participante ao mesmo tempo. Cada caso é uma<br />

experiência nova para o instrutor e para a turma.<br />

• Tenha habilida<strong>de</strong> para conduzir a dinâmica, incentivando os<br />

participantes para o <strong>de</strong>bate.<br />

• Siga o método (como técnica), mas não abdique da sua experiência e<br />

criativida<strong>de</strong>.<br />

2º <strong>Passo</strong> – Preparando-se para o caso:<br />

• A técnica consiste em construir e trabalhar relacionamentos entre as<br />

diversas situações do caso com os conceitos teóricos estudados.<br />

59


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• Situações são encontradas em parágrafos, em uma frase ou, até, em<br />

um conjunto frases, seqüenciais, retiradas do caso.<br />

• Um ou mais conceitos po<strong>de</strong>rão ser encontrados nas situações do caso.<br />

3º <strong>Passo</strong> – Preparando uma aula com o caso:<br />

• De posse do caso, i<strong>de</strong>ntifique, com um marca-texto, todas as situações<br />

relacionadas com os conceitos estudados na disciplina ou capacitação.<br />

• Disponibilize o caso para os participantes no início das aulas.<br />

• Simultaneamente, disponibilize para a turma o “<strong>Guia</strong> do<br />

Participante”, apresentado a seguir, que contém instruções sobre<br />

como cada um <strong>de</strong>verá se preparar para uma aula baseada no Método<br />

do Estudo do Caso.<br />

4º <strong>Passo</strong> – Preparando os participantes para o caso:<br />

• Explique para os participantes toda a dinâmica a ser realizada.<br />

• Oriente e explique aos participantes como <strong>de</strong>verão construir os<br />

relacionamentos entre os conceitos teóricos e as situações encontradas<br />

no caso.<br />

• Dê exemplos simples <strong>de</strong> como você construiu alguns relacionamentos.<br />

• Cobre dos participantes as tarefas que eles <strong>de</strong>verão realizar com o<br />

caso.<br />

5º <strong>Passo</strong> – A dinâmica em sala <strong>de</strong> aula: formando grupos<br />

• No dia marcado, reserve a primeira parte da aula para a dinâmica<br />

dos pequenos grupos e a última parte para a realização <strong>de</strong> um fórum<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>bates com toda a turma.<br />

• Os pequenos grupos serão formados <strong>de</strong> acordo com as conveniências<br />

dos participantes.<br />

• O número i<strong>de</strong>al do pequeno grupo é <strong>de</strong>, no máximo, cinco participantes.<br />

• Opcionalmente, cada pequeno grupo <strong>de</strong>verá produzir um relatório<br />

do trabalho realizado.<br />

• Após a formação dos pequenos grupos, solicite que os grupos<br />

escolham um relator da discussão.<br />

• O relator é responsável pela produção do relatório a ser entregue ao<br />

instrutor.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• O grupo <strong>de</strong>ve ser auto-gerido e <strong>de</strong>verá concluir a discussão no prazo<br />

<strong>de</strong> 20 a 40 minutos, o que <strong>de</strong>verá correspon<strong>de</strong>r à meta<strong>de</strong> da aula.<br />

6º <strong>Passo</strong> – A dinâmica em sala <strong>de</strong> aula: interagindo com os grupos<br />

• Circule entre os grupos, estimulado a discussão e dirimindo dúvidas.<br />

• Ao término do tempo da discussão em grupo, dissolva os grupos e<br />

peça-os que voltem a seus lugares originais para a segunda parte da<br />

aula.<br />

• Os relatórios produzidos pelos participantes <strong>de</strong>vem ser recolhidos<br />

para análise do instrutor e futuros comentários, se assim <strong>de</strong>sejar.<br />

7º <strong>Passo</strong> – A dinâmica em sala <strong>de</strong> aula: organizando o <strong>de</strong>bate<br />

• Enfatize para toda a turma que um <strong>de</strong>bate organizado é fundamental<br />

para apren<strong>de</strong>r com o caso.<br />

• É nesse momento que você, como mediador, <strong>de</strong>verá permitir que os<br />

participantes confrontem seus diferentes pontos <strong>de</strong> vista acerca do<br />

caso. Lembre-se que <strong>de</strong>ve-se evitar “achismos”; os pontos <strong>de</strong> vista<br />

<strong>de</strong>vem ser fundamentados.<br />

• Corrija os relacionamentos ina<strong>de</strong>quados entre os conceitos estudados<br />

e situações do caso.<br />

8º <strong>Passo</strong> – A dinâmica em sala <strong>de</strong> aula: conduzindo o <strong>de</strong>bate<br />

• Inicie os <strong>de</strong>bates com perguntas que associem conceitos estudados<br />

com situações do caso.<br />

• Motive os participantes ao <strong>de</strong>bate, estimulando-os a comentar as<br />

opiniões dos colegas.<br />

• O <strong>de</strong>bate tem por finalida<strong>de</strong>:<br />

• a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> conceitos;<br />

• a reconstrução <strong>de</strong> conceitos;<br />

• a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novos conceitos;<br />

• a análise e crítica dos fatos e dos atores do caso, assim como as<br />

conseqüências das suas <strong>de</strong>cisões.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

9º <strong>Passo</strong> – A dinâmica em sala <strong>de</strong> aula: postura pós-<strong>de</strong>bate<br />

• É normal que os participantes perguntem a sua opinião. Não as<br />

negue, mas enfatize que necessariamente não há apenas esta solução<br />

para o caso.<br />

• Não se preocupe em encontrar respostas <strong>de</strong>finitivas, e sim as<br />

fundamentadas nos conceitos estudados.<br />

• Não tente esgotar o assunto.<br />

• Lembre-se: cada sessão <strong>de</strong> aula com o caso é uma experiência única,<br />

não se presta para generalizações.<br />

10º <strong>Passo</strong> – Para ensinar e apren<strong>de</strong>r<br />

• O sucesso <strong>de</strong> uma aula com o estudo do caso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

fundamentalmente <strong>de</strong> dois fatores:<br />

• preparação dos participantes;<br />

• preparação do instrutor.<br />

7.6. Principais problemas na utilização do método<br />

PROBLEMA 1: Alguns participantes não fizeram as tarefas extra-classe.<br />

SOLUÇÃO: Fazer um grupo à parte com eles.<br />

PROBLEMA 2: O participante quer trabalhar sozinho na dinâmica dos<br />

pequenos grupos.<br />

SOLUÇÃO: Ou trabalha em equipe ou vai trabalhar na biblioteca.<br />

PROBLEMA 3: Em alguns trechos os participantes não encontraram<br />

os conceitos estudados.<br />

SOLUÇÃO: Ou eles não estão presentes ou os participantes e o instrutor<br />

não os perceberam.<br />

PROBLEMA 4: Apenas 50% da turma compareceu na primeira meia<br />

hora.<br />

SOLUÇÃO: Manter sempre o horário estabelecido. Não quebrar as<br />

regras.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

PROBLEMA 5: Apenas 10% dos participantes utilizou o livro para<br />

estudar.<br />

SOLUÇÃO: Recomendar as regras <strong>de</strong> estudo, contidas nas instruções<br />

para os participantes.<br />

PROBLEMA 6: Alguns grupos necessitaram <strong>de</strong> mais tempo para<br />

trabalhar nos pequenos grupos.<br />

SOLUÇÃO: Conce<strong>de</strong>r o tempo necessário, sem ultrapassar o horário<br />

previsto para o início do fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates.<br />

PROBLEMA 7: Alguns participantes tiveram dificulda<strong>de</strong>s em se integrar<br />

nos pequenos grupos.<br />

SOLUÇÃO: Facilitar a integração.<br />

PROBLEMA 8: No dia da dinâmica, nas vésperas <strong>de</strong> prova, alguns<br />

participantes perguntaram o que fazer com o caso.<br />

SOLUÇÃO: Estabelecer uma relação entre as responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada<br />

um e seus respectivos <strong>de</strong>sempenhos.<br />

PROBLEMA 9: Os pequenos grupos pouco solicitaram o instrutor para<br />

dirimir dúvidas.<br />

SOLUÇÃO: Esclarecer os objetivos do trabalho. Lembrar que não é<br />

possível estudar o caso sem antes estudar os conceitos.<br />

O instrutor <strong>de</strong>verá informar ao participante sobre a dinâmica da aula<br />

conduzida utilizando o caso. Para isso é apresentado a seguir um guia passo a<br />

passo para o estudante se preparar para o caso.<br />

7.7. GUIA DO PARTICIPANTE – 10 passos <strong>de</strong> como<br />

ESTUDAR utilizando casos<br />

1º <strong>Passo</strong> – É fundamental que o participante:<br />

• Freqüente as aulas.<br />

• Participe ativamente das aulas.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

• Esclareça todas as suas dúvidas conceituais com o instrutor.<br />

• Faça suas anotações.<br />

2º <strong>Passo</strong> – Após o caso ser disponibilizado pelo instrutor, <strong>de</strong>ve-se ter à mão os<br />

seguintes materiais para estudo extra-classe:<br />

• O caso.<br />

• O programa da disciplina ou capacitação.<br />

• O livro texto básico ou apostila.<br />

• Os textos e/ou livros recomendados.<br />

• As anotações <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />

• Um marca-texto.<br />

3º <strong>Passo</strong> – De posse dos materiais:<br />

• Faça atentamente uma primeira leitura do caso.<br />

• Leia o programa <strong>de</strong> aula até a última seção abordada pelo instrutor.<br />

• Leia suas anotações <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />

• Reforce os conceitos estudados com o livro básico, os textos e/ou livros<br />

recomendados.<br />

4º <strong>Passo</strong> – De posse do caso:<br />

• Faça atentamente uma segunda leitura do caso.<br />

• Com o marca-texto, i<strong>de</strong>ntifique no caso todas as situações relacionadas<br />

como os conceitos estudados.<br />

• Algumas situações po<strong>de</strong>rão conter mais <strong>de</strong> um conceito estudado.<br />

• Em uma folha à parte relacione os conceitos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira seção<br />

do curso com as situações encontradas no caso.<br />

5º <strong>Passo</strong> – Na 1ª parte da dinâmica em sala <strong>de</strong> aula on<strong>de</strong> haverá o <strong>de</strong>bate em<br />

pequenos grupos:<br />

• Junte-se a um grupo <strong>de</strong> colegas com os quais se sinta à vonta<strong>de</strong>.<br />

• Ouça <strong>de</strong> seus colegas as situações que eles encontraram que foram<br />

relacionadas com os conceitos estudados.<br />

• Na sua vez <strong>de</strong> falar, relate as situações que você encontrou e como as<br />

relacionou com os conceitos estudados.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

6º <strong>Passo</strong> – Ainda na 1ª parte da dinâmica:<br />

• Debata com o grupo a respeito das situações encontradas: estão bem<br />

relacionadas com os conceitos estudados?<br />

• I<strong>de</strong>ntifique novas situações encontradas pelos seus colegas que você<br />

não encontrou.<br />

• Se necessário, re<strong>de</strong>fina o relacionamento das situações que você<br />

encontrou.<br />

7º <strong>Passo</strong> – Na 2ª parte da dinâmica:<br />

• Após a discussão em grupo, retome o seu lugar em sala <strong>de</strong> aula.<br />

• Siga rigorosamente as regras estabelecidas para o <strong>de</strong>bate.<br />

• Apresente ao instrutor, através do relator do grupo, o relatório<br />

produzido pelo grupo.<br />

• Participe ativamente com suas opiniões no fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, mediado<br />

pelo instrutor.<br />

8º <strong>Passo</strong> – Qual o significado do estudo do caso?<br />

• Lembre-se <strong>de</strong> que a análise <strong>de</strong> um caso real precisa se basear nos<br />

conceitos estudados.<br />

• As situações encontradas no caso são típicas e exclusivas daquela<br />

empresa ou instituição, não um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> solução.<br />

• Como não é possível fazer experiências com empresas, o método<br />

permite estreitar a distância entre a teoria e a prática.<br />

9º <strong>Passo</strong> – Que lições você po<strong>de</strong> tirar do estudo do caso?<br />

• As experiências relatadas no caso passam a constituir pontos <strong>de</strong><br />

referências para uma futura tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

• O fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates permite a percepção <strong>de</strong> diferentes experiências,<br />

pontos <strong>de</strong> vistas e novas construções <strong>de</strong> conceitos.<br />

10º <strong>Passo</strong> – O que fazer com o que foi produzido no estudo <strong>de</strong> caso?<br />

• Guar<strong>de</strong>. O material produzido por você, com a colaboração do seu<br />

instrutor e <strong>de</strong> seus colegas é fonte <strong>de</strong> preciosas informações<br />

• O acervo <strong>de</strong>ssas informações po<strong>de</strong>rá ser utilizado como consulta em<br />

estudos <strong>de</strong> outras disciplinas.<br />

• Ao longo do tempo você analisará o caso sob novas perspectivas,<br />

enriquecendo seu aprendizado.<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

8. Referências bibliográficas<br />

The Case Writing Process - Len<strong>de</strong>rs & Erskine (1989) e Developing a Teaching<br />

Case – Roberts, M. J. (1999)<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Apresentação <strong>de</strong><br />

livros: NBR 6029. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1993.<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Preparação <strong>de</strong> folha<br />

<strong>de</strong> rosto <strong>de</strong> livros: NBR 10524. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1988.<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Referências: NBR<br />

6023. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2000.<br />

MARTINS, Eduardo. Manual <strong>de</strong> redação e estilo <strong>de</strong> O Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

São Paulo: Mo<strong>de</strong>rna, 2000.<br />

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Coor<strong>de</strong>nadoria-Geral <strong>de</strong><br />

Bibliotecas. Normas para publicações da Unesp. São Paulo: Editora<br />

Unesp, 1994.<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Sistema <strong>de</strong> Bibliotecas. Normas<br />

para apresentação <strong>de</strong> documentos científicos. Curitiba: Editora UFPR,<br />

2000.<br />

67


<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

ANEXO X - Exemplos<br />

<strong>de</strong> referências bibliográficas<br />

Livros e Anais <strong>de</strong> Congresso (Autor. Título. Edição. Local <strong>de</strong> Publicação:<br />

editora, ano <strong>de</strong> publicação ).<br />

OLIVEIRA, R. S. <strong>de</strong>; CARISSIMI, A. da S.; TOSCANI, S. S. Sistemas<br />

Operacionais. 2.ed. Porto Alegre: Instituto <strong>de</strong> Informática da UFRGS:<br />

Sagra Luzzatto, 2001. 247 p. (Série Livros Didáticos, n.11).<br />

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SISTEMAS MULTIMÍDIA E HIPERMÍDIA,<br />

SBMÍDIA, 7, 2001, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC: SBC,<br />

2001.<br />

Capítulo <strong>de</strong> livro (Autor do capítulo. Título do capítulo. In: Autor/Editor/<br />

Organizador do livro. Título do livro. Edição. Local <strong>de</strong> publicação: editora,<br />

ano <strong>de</strong> publicação).<br />

LUBASZEWSKI, M.; COTA, E. F.; KRUG, M. R. Teste e Projeto Visando o<br />

Teste <strong>de</strong> Circuitos e Sistemas Integrados. In: REIS, R. A. da L. (Ed.)<br />

Concepção <strong>de</strong> Circuitos Integrados. 2.ed. Porto Alegre: Instituto <strong>de</strong><br />

Informática da UFRGS: Sagra Luzzatto, 2002, p. 167-189.<br />

ROESLER, V.; BRUNO, G. G.; LIMA, J. V. <strong>de</strong>. ALM: Adaptative Layering<br />

Multicast. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SISTEMAS MULTIMÍDIA,<br />

SBMÍDIA, 7, 2001, Florianópolis. Anais. Florianópolis: UFSC: SBC,<br />

2001, p. 107-121.<br />

Dissertações, teses, trabalhos individuais etc.<br />

MENEGHETTI, E. A. Uma Proposta <strong>de</strong> Uso da Arquitetura Trace como um<br />

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<strong>Guia</strong> <strong>Passo</strong> a <strong>Passo</strong> para Produção <strong>de</strong> <strong>Casos</strong> e Práticas <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> do <strong>Sebrae</strong><br />

Sistema <strong>de</strong> Detecção <strong>de</strong> Intrusão. 2002. 105 f. Dissertação (Mestrado<br />

em Ciência da Computação) – Instituto <strong>de</strong> Informática, UFRGS, Porto<br />

Alegre.<br />

SABADIN, R. da S. QoS em Serviços <strong>de</strong> Suporte por Frame Relay. 2000. 35 f.<br />

Trabalho Individual (Mestrado em Ciência da Computação) – Instituto<br />

<strong>de</strong> Informática, UFRGS, Porto Alegre.<br />

Artigo <strong>de</strong> periódico<br />

GONÇALVES, L. M. G.; CESAR JUNIOR, R. M. Robótica, Sistemas Sensorial<br />

e Motor: principais tendências e direções. Revista <strong>de</strong> Informática Teórica<br />

e Aplicada, Porto Alegre, v.9, n.2, p. 7-36, out. 2002.<br />

Em meio eletrônico<br />

LISBOA FILHO, J.; IOCHPE, C.; BORGES, K. Reutilização <strong>de</strong> Esquemas <strong>de</strong><br />

Bancos <strong>de</strong> Dados em Aplicações <strong>de</strong> Gestão Urbana. IP – Informática<br />

Pública, Belo Horizonte, v.4, n.1, p.105-119, June 2002. Disponível em:<br />

< http://www.ip.pbh.gov.br/ip0401.html >. Acesso em: set. 2002.<br />

Norma Técnica<br />

INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONIC ENGINEERING. IEEE<br />

1003.1c-1995: information technology – portable operating system<br />

interface (POSIX), threads extension [C language]. New York, 1995.<br />

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