03 / 2013 - Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte
03 / 2013 - Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte
03 / 2013 - Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
S<br />
NAA SERVIÇO<br />
NACIONAL<br />
AVISOS<br />
AGRÍCOLAS<br />
AVISOS AGRÍCOLAS<br />
ESTAÇÃO DE ENTRE DOURO E MINHO<br />
CIRCULAR N.º <strong>03</strong> / <strong>2013</strong><br />
_____________________________________________________________________________<br />
ALFINETE (BICHA AMARELA)<br />
(Agriotes spp. )<br />
Os “alfinetes” são as larvas <strong>de</strong> pequenos insetos<br />
coleópteros <strong>do</strong> género Agriotes spp. (1)<br />
Se sucessivas culturas sensíveis forem<br />
realizadas numa parcela infestada, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das populações <strong>de</strong> alfinete será constante. Os adultos<br />
não causam prejuízos. Pelo contrário, as larvas,<br />
conhecidas por “alfinete”, atacam numerosas culturas,<br />
entre as quais a da batateira, perfuran<strong>do</strong> as batatas,<br />
que assim ficam impróprias para comercialização e até<br />
para consumo.<br />
As larvas vivem no solo, on<strong>de</strong> atacam <strong>de</strong><br />
preferência, primeiro o tubérculo-mãe e <strong>de</strong> seguida as<br />
batatinhas novas. Os estragos vão <strong>de</strong> simples<br />
mor<strong>de</strong>duras superficiais a profundas galerias que<br />
po<strong>de</strong>m atravessar completamente o tubérculo. Se as<br />
perdas quantitativas são mínimas, a qualida<strong>de</strong> é<br />
fortemente reduzida e po<strong>de</strong> ir até à <strong>de</strong>sclassificação<br />
total <strong>do</strong>s lotes <strong>de</strong> batata mais fortemente afeta<strong>do</strong>s.<br />
Os ataques <strong>de</strong> alfinete dificultam a lavagem e<br />
complicam o armazenamento, as mor<strong>de</strong>duras<br />
constituem uma porta <strong>de</strong> entrada preferencial para<br />
diferentes <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> conservação. Economicamente, a<br />
batateira é sem dúvida, a cultura mais prejudicada pelo<br />
alfinete. Existe apenas um inseticida autoriza<strong>do</strong> para<br />
<strong>de</strong>sinfeção <strong>do</strong> solo à sementeira, à base <strong>de</strong> clorpirifos<br />
em formulação granulada.<br />
Aspeto exterior <strong>de</strong> batatas atacadas por alfinete<br />
O alfinete não gosta <strong>de</strong> temperaturas muito<br />
baixas nem <strong>de</strong> muito calor e <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> humida<strong>de</strong>. É<br />
por isso que as larvas se refugiam em profundida<strong>de</strong> no<br />
solo, no Verão e no Inverno para se protegerem, o que<br />
dificulta muito o seu combate.<br />
Direção <strong>Regional</strong> <strong>de</strong> <strong>Agricultura</strong> e <strong>Pescas</strong> <strong>do</strong> <strong>Norte</strong><br />
Se<strong>de</strong>: Rua da República, 133<br />
5370 – 347 Miran<strong>de</strong>la<br />
Tel + 351 27 826 09 00 - Fax + 351 27 826 09 76<br />
E-mail geral@drapn.min-agricultura.pt<br />
http://www.drapn.min-agricultura.pt<br />
ALGUMAS MEDIDAS CULTURAIS PARA UMA LUTA<br />
MUITO DIFÍCIL<br />
Uma das primeiras medidas é, evi<strong>de</strong>ntemente,<br />
escolher uma parcela pouco ou não infestada para<br />
plantar as batatas. As culturas prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> maior<br />
risco são um terreno <strong>de</strong> pousio, um cereal <strong>de</strong> pragana<br />
ou uma leguminosa.<br />
Proce<strong>de</strong>r a uma boa mobilização <strong>do</strong> solo – lavoura e<br />
gradagem – <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a <strong>de</strong>struir o máximo <strong>de</strong> larvas. É<br />
muito importante a proteção das aves insectívoras –<br />
piscos, lavandiscas, melros, felosas, carriças, etc. – que<br />
consomem gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stes insetos<br />
prejudiciais à agricultura, mesmo durante os trabalhos<br />
<strong>de</strong> mobilização da terra.<br />
Prejudicar a postura estival é uma medida bastante<br />
eficaz: um solo nú durante o Verão, uma cultura pouco<br />
regada ou cobrin<strong>do</strong> pouco o solo, são factores<br />
<strong>de</strong>sfavoráveis ao alfinete, que prefere refugiar-se sob a<br />
vegetação e fazer a postura num solo fofo e húmi<strong>do</strong>.<br />
Os méto<strong>do</strong>s culturais também limitam a<br />
multiplicação <strong>do</strong>s alfinetes. Um trabalho <strong>do</strong> solo<br />
superficial (sacha, gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> molas) realiza<strong>do</strong> no<br />
momento da postura, (Junho - Julho) permite trazer<br />
para a superfície os ovos e as pequenas larvas, que<br />
morrem sen<strong>do</strong> expostos ao calor. Os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> luta<br />
térmica (solarização e <strong>de</strong>sinfeção a vapor <strong>de</strong> água) são<br />
utiliza<strong>do</strong>s contra os nemáto<strong>de</strong>s, os fungos e bactérias<br />
<strong>do</strong> solo e as infestantes. Po<strong>de</strong>m também ser utiliza<strong>do</strong>s<br />
para a luta contra o alfinete, porque elevam a<br />
temperatura <strong>do</strong> solo a temperaturas mortais para este<br />
inseto (40°C a 60°C). No entanto, apesar <strong>do</strong> seu<br />
interesse, a solarização apenas atinge uma camada<br />
superficial <strong>do</strong> solo e é <strong>de</strong> difícil aplicação em gran<strong>de</strong>s<br />
extensões.<br />
A <strong>de</strong>sinfeção a vapor <strong>de</strong> água tem o inconveniente <strong>de</strong><br />
ser uma verda<strong>de</strong>ira esterilização, <strong>de</strong>struin<strong>do</strong> também a<br />
fauna e flora úteis <strong>do</strong> solo.<br />
A utilização <strong>de</strong> armadilhas com feromonas parece<br />
interessante para acompanhar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s<br />
voos <strong>do</strong>s adultos, mas não permite uma captura<br />
massiva <strong>do</strong> inseto, nem o seu combate.<br />
_____________________________________________________<br />
(1) Estu<strong>do</strong>s feitos no Minho há poucos anos mostraram que a<br />
espécie pre<strong>do</strong>minante nos locais em observação era Agriotes<br />
proximus.<br />
Divisão <strong>de</strong> Sanida<strong>de</strong> e Controlo Agroalimentar<br />
Quinta <strong>de</strong> S. Gens Estrada Exterior da<br />
Circunvalação, 11 846<br />
4460 – 281 SENHORA DA HORA<br />
Telefone: 229 574 010 Fax: 229 574 029<br />
e-mail: avisos.edm@drapn.min-agricultura.pt