Disjuntor Palatino Faltin Jr. Alterações Dentofaciais ... - Dental Press

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Artigo Inédito Disjuntor Palatino Faltin Jr. Alterações Dentofaciais Decorrentes da Disjunção da Sutura Palatina Mediana Faltin JR.’ Palatal Expander - Dentofacial Changes Resulting From Rapid Maxillary Expansion Kurt Faltin Jr. Unitermos: Expansão Rápida da Maxila; Expansão Palatina; Sutura Palatina Mediana; Mordidas Cruzadas Posteriores. Resumo Um novo expansor rápido da maxila é apresentado. O estudo cefalométrico objetivou avaliar os efeitos ortodônticos e ortopédicos de dezesseis pacientes submetidos à dois tipos de disjunção rápida da maxila: um grupo de oito pacientes que utilizou disjuntor fixo bandado, preconizado por HAAS e outro grupo de oito pacientes, que usou disjuntor colado nos dentes posteriores, proposto por FALTIN JR. (1990). Os resultados obtidos demonstraram que: - os pacientes que usaram aparelho de HAAS apresentaram aumento da profundidade maxilar, diminuição do eixo facial, aumento do plano palatino em relação ao plano de Frankfurt; - em relação ao grupo de pacientes que utilizou o disjuntor preconizado por FALTIN JR. (1990), não foram encontradas modificações estatísticas, o que indica a utilização desse aparelho para pacientes neutrovertidos e, principalmente para pacientes retrovertidos. Clinicamente, foram observadas alterações consideráveis devido ao uso de ambos os disjuntores: tanto o de HAAS quanto o de FALTIN JR. (1990). Kurt Faltin Jr. A Vitória Aparecida Muglia Moscatiello B Érica Cortez de Barros C Introdução As primeiras citações encontradas na literatura sobre a disjunção da sutura palatina mediana, como tratamento das atresias maxilares que desencadeiam mordidas cruzadas uni ou bilaterais foram feitas por ANGELL 1 em 1860. De acordo com HAAS 7 (1961), a disjunção palatina mediana foi discutida e relatada por seus adeptos como BROWN 3 (1914), na literatura ortodôntica e rinológica. Ortodontistas como DERICHSWEILER 5 (1953), KREBS 11 (1964), entre outros, pesquisaram a sua influência sobre as estruturas craniofaciais, e investigaram a sua eficácia e a sua utilidade como procedimento ortopédico auxiliar na correção das anomalias dentoesqueléticas. Alguns estudos demonstraram que a disjunção palatina mediana realizada com o aparelho fixo tipo HAAS seria contra-indicada em pacientes com altura facial inferior aumentada, mordida aberta esquelética, rotação da mandíbula no sentido horário nos casos de Classe II, pois este tratamento agrava- A Professor Titular do Curso de Graduação e Coordenador dos Cursos de Especialização e Mestrado em Ortodontia - Ortopedia Facial do Departamento de Odontologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista (UNIP). B Professora Adjunta I da Disciplina de Ortodontia - Ortopedia Facial do Departamento de Odontologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista (UNIP). Mestre em Clínica Infantil - Ortodontia - Ortopedia Facial do Departamento de Odontologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista (UNIP). C Especialista em Ortodontia - Ortopedia Facial, pelo Departamento de Odontologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista (UNIP). Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 5

Artigo Inédito<br />

<strong>Disjuntor</strong> <strong>Palatino</strong> <strong>Faltin</strong> <strong>Jr</strong>.<br />

<strong>Alterações</strong> <strong>Dentofaciais</strong> Decorrentes da Disjunção<br />

da Sutura Palatina Mediana<br />

<strong>Faltin</strong> JR.’ Palatal Expander - Dentofacial Changes Resulting From Rapid<br />

Maxillary Expansion<br />

Kurt <strong>Faltin</strong> <strong>Jr</strong>.<br />

Unitermos:<br />

Expansão Rápida<br />

da Maxila; Expansão<br />

Palatina; Sutura<br />

Palatina Mediana;<br />

Mordidas Cruzadas<br />

Posteriores.<br />

Resumo<br />

Um novo expansor rápido da maxila é<br />

apresentado. O estudo cefalométrico objetivou<br />

avaliar os efeitos ortodônticos e ortopédicos<br />

de dezesseis pacientes submetidos<br />

à dois tipos de disjunção rápida da<br />

maxila: um grupo de oito pacientes que<br />

utilizou disjuntor fixo bandado, preconizado<br />

por HAAS e outro grupo de oito pacientes,<br />

que usou disjuntor colado nos dentes<br />

posteriores, proposto por FALTIN JR.<br />

(1990). Os resultados obtidos demonstraram<br />

que:<br />

- os pacientes que usaram aparelho<br />

de HAAS apresentaram aumento da profundidade<br />

maxilar, diminuição do eixo<br />

facial, aumento do plano palatino em<br />

relação ao plano de Frankfurt;<br />

- em relação ao grupo de pacientes<br />

que utilizou o disjuntor preconizado por<br />

FALTIN JR. (1990), não foram encontradas<br />

modificações estatísticas, o que<br />

indica a utilização desse aparelho para<br />

pacientes neutrovertidos e, principalmente<br />

para pacientes retrovertidos.<br />

Clinicamente, foram observadas alterações<br />

consideráveis devido ao uso de<br />

ambos os disjuntores: tanto o de HAAS<br />

quanto o de FALTIN JR. (1990).<br />

Kurt <strong>Faltin</strong> <strong>Jr</strong>. A<br />

Vitória Aparecida Muglia Moscatiello B<br />

Érica Cortez de Barros C<br />

Introdução<br />

As primeiras citações encontradas<br />

na literatura sobre a disjunção da sutura<br />

palatina mediana, como tratamento<br />

das atresias maxilares que desencadeiam<br />

mordidas cruzadas uni ou<br />

bilaterais foram feitas por ANGELL 1 em<br />

1860.<br />

De acordo com HAAS 7 (1961), a<br />

disjunção palatina mediana foi discutida<br />

e relatada por seus adeptos como<br />

BROWN 3 (1914), na literatura ortodôntica<br />

e rinológica. Ortodontistas<br />

como DERICHSWEILER 5 (1953),<br />

KREBS 11 (1964), entre outros,<br />

pesquisaram a sua influência sobre as<br />

estruturas craniofaciais, e investigaram<br />

a sua eficácia e a sua utilidade<br />

como procedimento ortopédico auxiliar<br />

na correção das anomalias dentoesqueléticas.<br />

Alguns estudos demonstraram que<br />

a disjunção palatina mediana realizada<br />

com o aparelho fixo tipo HAAS seria<br />

contra-indicada em pacientes com<br />

altura facial inferior aumentada, mordida<br />

aberta esquelética, rotação da mandíbula<br />

no sentido horário nos casos de<br />

Classe II, pois este tratamento agrava-<br />

A Professor Titular do Curso de Graduação e Coordenador dos Cursos de Especialização e Mestrado em Ortodontia -<br />

Ortopedia Facial do Departamento de Odontologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista (UNIP).<br />

B Professora Adjunta I da Disciplina de Ortodontia - Ortopedia Facial do Departamento de Odontologia do Instituto de<br />

Ciências da Saúde da Universidade Paulista (UNIP). Mestre em Clínica Infantil - Ortodontia - Ortopedia Facial do<br />

Departamento de Odontologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista (UNIP).<br />

C Especialista em Ortodontia - Ortopedia Facial, pelo Departamento de Odontologia do Instituto de Ciências da Saúde<br />

da Universidade Paulista (UNIP).<br />

Revista <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 5


ia tais condições.<br />

De acordo com FALTIN JR.<br />

(1990), os efeitos nocivos causados<br />

pelos disjuntores bandados poderiam<br />

ser minimizados utilizandose<br />

um aparelho de disjunção palatina<br />

mediana, apresentando um plano<br />

de mordida posterior na forma<br />

de capas de contenção coladas nos<br />

dentes posteriores superiores, e, a<br />

possibilidade da remoção da peça<br />

ativa de disjunção que se encaixa<br />

nas mesmas.<br />

Considerando as várias pesquisas<br />

encontradas na literatura nos propomos<br />

a elaborar este trabalho, para<br />

investigar as mudanças ortodônticas<br />

e ortopédicas (independente dos tipos<br />

faciais dos pacientes), resultantes<br />

da disjunção palatina mediana,<br />

com o uso de dois tipos de aparelhos:<br />

o disjuntor dento-muco suportado<br />

fixo preconizado por HAAS, e, o<br />

disjuntor colado nos dentes posteriores<br />

superiores com plano de mordida<br />

proposto por FALTIN JR. (1990).<br />

Revisão da Literatura<br />

A primeira descrição de uma expansão<br />

maxilar da qual se teve notícias,<br />

foi de Le FOULON 12 , em 1839,<br />

através de um arco transverso. O autor<br />

relatou que em uma paciente de<br />

12 anos, num período de 5 meses,<br />

ele conseguira uma expansão de 14<br />

mm, na distância entre os primeiros<br />

molares superiores permanentes.<br />

ANGELL 1 , em 1860, relatou ter<br />

conseguido a expansão da sutura<br />

palatina através de um aparelho<br />

fixo, observando após duas semanas<br />

a presença de um diastema<br />

entre os dois incisivos centrais superiores<br />

evidenciando a separação<br />

dos ossos da maxila.<br />

BROWN 3 (1914) estudando<br />

grande número de casos tratados<br />

com disjunção palatina mediana,<br />

notou que, num período de sete a<br />

quatorze dias havia ocorrido: a presença<br />

de um diastema entre os incisivos<br />

centrais; aumento da largura<br />

das narinas melhorando a respiração<br />

nasal; uma acentuada depres-<br />

são na rafe mediana, indicando a<br />

ausência de tecido ósseo, comprovada<br />

por radiografias. Demonstrou,<br />

utilizando um crânio jovem, que a<br />

força aplicada através do palato promoveria<br />

a separação da sutura em<br />

todo o seu comprimento.<br />

HAAS 7 (1961), em dez pacientes<br />

submetidos a disjunção palatina<br />

mediana, obteve como resultados:<br />

inclinação lateral dos processos alveolares<br />

e gradual abertura da sutura<br />

palatina mediana; movimentação<br />

inferior dos processos palatinos<br />

da maxila, com abaixamento da<br />

abóbada palatina; separação dos<br />

maxilares em forma de cunha, com<br />

o ápice voltado para a cavidade nasal<br />

e a base no mesmo plano dos<br />

processos palatinos; divergência das<br />

coroas dos incisivos centrais superiores<br />

maior do que das raízes; inclinação<br />

vestibular dos dentes inferiores<br />

buscando uma oclusão com<br />

os superiores; alargamento do nariz<br />

e abaixamento de seu assoalho,<br />

possibilitando a respiração nasal.<br />

KREBS 11 (1964) utilizando implantes<br />

metálicos na maxila, para<br />

avaliar as mudanças ocorridas com<br />

a disjunção palatina em uma amostragem<br />

de vinte e três pacientes com<br />

idades entre 8 e 19 anos portadores<br />

de mordidas cruzadas bilaterais<br />

observou que o aumento de expansão<br />

na arcada dentária estava associado<br />

a uma expansão na base<br />

maxilar mais freqüente em meninos<br />

do que em meninas e que o efeito<br />

mais acentuado da expansão maxilar<br />

foi registrado antes e durante o<br />

surto de crescimento puberal.<br />

TIMMS 18 (1968) avaliando dezenove<br />

pacientes de dez a quinze<br />

anos de idade, submetidos à disjunção<br />

palatina mediana com um aparelho<br />

composto por duas capas de<br />

prata cimentadas nos dentes posteriores<br />

de cada lado e unidas por uma<br />

barra com um torno central observou<br />

que os ossos maxilares e<br />

palatinos desarticularam-se um do<br />

outro e inclinaram-se lateralmente<br />

com abertura maior da sutura na re-<br />

gião anterior; que criou-se um diastema<br />

mediano entre os incisivos centrais<br />

superiores e os dentes posteriores<br />

giraram lateralmente, aumentando<br />

suas inclinações axiais e ocorreu<br />

aumento na área de secção<br />

transversal do espaço aéreo nasal.<br />

WERTZ 21 (1970) estudando a<br />

abertura da sutura palatina mediana<br />

com um aparelho fixo dentomuco-suportado<br />

observou que: as telerradiografias<br />

laterais mostraram o<br />

deslocamento da maxila para baixo<br />

e para frente; abertura do plano<br />

mandibular e aumento no ângulo<br />

ANB; as telerradiografias frontais<br />

mostraram que as metades maxilares<br />

arquearam lateralmente, com o<br />

fulcro localizado próximo à sutura<br />

maxilo-frontal; houve inclinação alveolar<br />

e extrusão dentária; não houve<br />

mudança na forma do septo nasal,<br />

mas aumento na cavidade nasal<br />

e a largura da arcada dentária<br />

inferior permaneceu estável; nas radiografias<br />

oclusais, a abertura do<br />

palato foi maior na região anterior<br />

diminuindo posteriormente; nos modelos<br />

de gesso, foi observado um<br />

alargamento da arcada dentária superior,<br />

com espaçamento dos incisivos<br />

centrais superiores, que sofreram<br />

mesialização e verticalização<br />

após a estabilização.<br />

Para HAAS 8 (1970), as principais<br />

indicações para a disjunção da<br />

sutura palatina mediana seriam: casos<br />

cirúrgicos e não cirúrgicos de<br />

Classe III, especialmente os não cirúrgicos;<br />

casos de deficiência maxilar<br />

real e relativa; casos de inadequada<br />

capacidade nasal com problemas<br />

respiratórios nasais crônicos;<br />

pacientes palato-fissurados adultos;<br />

problemas de comprimento de arco<br />

na maxila para evitar os distúrbios<br />

do perfil tão freqüentemente associados<br />

à remoção dos dentes.<br />

RICCIOLI 14 (1973) observou que,<br />

na disjunção da sutura palatina mediana<br />

com um aparelho fixo tipo<br />

HAAS, pode ocorrer vestibularização<br />

e intrusão dos molares superiores,<br />

provocando uma rotação posterior<br />

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da mandíbula com um aumento da<br />

altura facial. O maior efeito da expansão<br />

foi de até 8mm, obtido ao<br />

nível dos dentes, enquanto as bases<br />

esqueléticas alcançaram metade<br />

da expansão dos dentes.<br />

HAAS 9 (1973) analisando três<br />

pacientes portadores de má-oclusão<br />

de Classe III que foram tratados com<br />

disjunção palatina mediana, relatou<br />

que a mordida cruzada dentária e esquelética<br />

pôde ser corrigida em duas<br />

ou três semanas; a maxila foi<br />

deslocada para frente, enquanto a<br />

mandíbula sofreu movimento de rotação<br />

para baixo e para trás, resultando<br />

numa maior profundidade<br />

maxilar e na redução efetiva do comprimento<br />

mandibular; ocorreu um relacionamento<br />

mais favorável da dentição;<br />

houve uma diminuição da necessidade<br />

de movimentação dentária<br />

e o estigma da Classe III foi evitado.<br />

GRAY 6 (1975) avaliando trezentos<br />

e dez casos submetidos à<br />

disjunção relatou ter ocorrido uma<br />

mudança no alinhamento da mandíbula<br />

e, conseqüentemente, alteração<br />

no perfil facial, além da melhora<br />

na mastigação e do alívio na<br />

articulação temporomandibular.<br />

Observou ainda que, assim como o<br />

aumento do espaço aéreo nasal,<br />

outras melhorias em relação à saúde<br />

geral dos pacientes foram constatadas,<br />

como: mudanças na fisiologia<br />

do tórax; 87% dos pacientes<br />

tornaram-se respiradores nasais,<br />

com diminuição das infecções, dos<br />

espirros e das coceiras no nariz, do<br />

chiado e da asma.<br />

LINDER-ARONSON & LINDGREN 13<br />

(1979) analisando vinte e três pacientes<br />

com mordidas cruzadas posteriores<br />

bilaterais, tratados com disjunção<br />

palatina mediana observaram<br />

um aumento de 6,6 mm na altura<br />

facial anterior total e de 3,7 mm<br />

na altura facial inferior, durante o<br />

período de observação, sem aumento<br />

no trespasse horizontal e sem redução<br />

na sobremordida.<br />

TIMMS 19 (1980), citou que após<br />

a disjunção palatina mediana, não<br />

somente as maxilas, mas também<br />

os ossos palatinos se separaram,<br />

com os processos pterigóides do<br />

osso esfenóide, deslocando-se<br />

para fora, pelo menos, nas suas<br />

partes inferiores.<br />

HAAS 10 (1980) preconizou o<br />

aparelho dento-tecido suportado,<br />

pelo fato de ele agir não somente<br />

contra a ancoragem dentária, como<br />

também contra as paredes inclinadas<br />

da abóbada palatina, da lâmina<br />

alveolar lingual e de estruturas<br />

alveolares mais profundas. Observou<br />

que, em relação à dimensão<br />

vertical, torna-se necessário protruir<br />

a maxila alargada, afim de aumentar<br />

a convexidade maxilar e inclinála<br />

parcialmente, pois está desarticulada<br />

e, portanto, promover o aumento<br />

da dimensão vertical.<br />

SATO et al 16 (1986) usando um<br />

disjuntor tipo HAAS para o tratamento<br />

de uma paciente com mordida cruzada<br />

posterior bilateral de onze anos<br />

e sete meses de idade perceberam<br />

que, após a disjunção, houve um aumento<br />

de 4mm na largura nasal e de<br />

5 mm na largura da maxila.<br />

BISHARA & STALEY 2 (1987)<br />

observaram que a disjunção palatina<br />

mediana comprime o ligamento periodontal,<br />

inclina lateralmente os<br />

processos alveolares e os dentes de<br />

ancoragem e gradualmente abre a<br />

sutura palatina mediana, sendo esta<br />

abertura em forma de cunha, vista<br />

oclusalmente. Quando observada<br />

pelo plano frontal, a abertura da sutura<br />

apresenta forma piramidal, com<br />

a base da pirâmide localizada na região<br />

bucal e o ápice voltado para a<br />

cavidade nasal. No plano frontal, o<br />

fulcro de rotação para cada maxila<br />

foi, aproximadamente, na sutura<br />

fronto-maxilar.<br />

SILVA FILHO et al 17 (1991) avaliando<br />

trinta pacientes, com idades<br />

entre cinco e dez anos e onze meses<br />

de idade após a disjunção palatina<br />

mediana, concluíram que a maxila<br />

não mostrou qualquer alteração<br />

estatisticamente significativa na<br />

posição ântero-posterior (SNA); a<br />

maxila sempre se deslocou para<br />

baixo, exibindo uma rotação para<br />

baixo e para trás no plano palatino;<br />

os molares superiores de ancoragem<br />

seguiram o deslocamento<br />

maxilar para baixo; a altura facial<br />

aumentou como conseqüência de<br />

um efeito direto do deslocamento<br />

vertical da maxila e dos molares superiores;<br />

a subseqüente rotação<br />

mandibular aumentou a inclinação<br />

do plano mandibular e reposicionou<br />

o ponto B mais posteriormente.<br />

COÊLHO 4 (1998) avaliando as<br />

alterações verticais e sagitais da<br />

maxila produzidas pela disjunção<br />

palatina mediana, através da utilização<br />

do disjuntor de FALTIN JR.<br />

observou a sua efetividade para a<br />

expansão rápida da sutura palatina<br />

mediana verificando também,<br />

que esse tipo de disjuntor é indicado<br />

principalmente para pacientes<br />

retrovertidos.<br />

Materiais e Métodos<br />

• Características da amostra<br />

A amostra empregada na realização<br />

deste trabalho constou de trinta<br />

e duas telerradiografias cefalométricas<br />

em norma lateral, obtidas de 16<br />

pacientes brasileiros, leucodermas, de<br />

ambos os sexos, com mordida cruzada<br />

posterior bilateral, dentro de<br />

uma faixa etária de 7 anos e seis<br />

meses a 15 anos e 11 meses.<br />

Os pacientes foram submetidos<br />

à Disjunção Rápida da Sutura Palatina<br />

Mediana divididos em dois<br />

grupos:<br />

a) oito pacientes foram tratados<br />

com o aparelho fixo tipo HAAS;<br />

b) oito pacientes usaram um<br />

aparelho com plano de mordida<br />

posterior colado nos dentes posteriores<br />

superiores, preconizado por<br />

FALTIN JR. (1990).<br />

• <strong>Disjuntor</strong> <strong>Palatino</strong> Mediano<br />

preconizado por FALTIN JR.<br />

(1990)<br />

É um disjuntor misto ou semifixo<br />

que é assim chamado por apresentar<br />

um componente fixo e uma<br />

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FIGURA 1 - Aparelho de expansão rápida proposto por FALTIN JR. (1990).<br />

FIGURA 2 - Componente fixo do disjuntor preconizado por<br />

FALTIN JR. (1990).<br />

A B<br />

parte removível (FIG. 1), que está<br />

sendo usado desde 1974.<br />

O componente fixo é constituído<br />

por duas capas de acrílico que formam<br />

um plano de mordida posterior para<br />

desoclusão dentária evitando interferências<br />

oclusais durante a disjunção<br />

(FIG. 2). Essas capas inicialmente<br />

eram confeccionadas em ligas metálicas<br />

de prata, porém, o acrílico de ativação<br />

térmica, com a ceroplastia e a<br />

inclusão em muflas ou similares mostra<br />

excelente resultado. As capas de<br />

contenção são cimentadas com<br />

ionômero de vidro (Ketac-Cem).<br />

A parte removível do aparelho é<br />

composta por uma porção acrílica palatina<br />

e por um torno de expansão do<br />

tipo Hyrax nº 602-813 da Dentaurum,<br />

FIGURA 3 - Componente removível do disjuntor preconizado<br />

por FALTIN JR. (1990) composto por uma porção acrílica<br />

e um torno de expansão<br />

FIGURA 4 - Aparelho de expansão rápida proposto por FALTIN JR. (1990) instalado: A) Antes da expansão; B) Após<br />

conseguida a expansão.<br />

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que apresenta abertura de até 11 mm,<br />

encaixando-se perfeitamente nas capas<br />

acrílicas previamente cimentadas<br />

nos dentes posteriores. O torno de expansão<br />

deve ser colocado paralelo ao<br />

plano oclusal, centrado sobre a rafe<br />

mediana e na altura dos primeiros molares<br />

permanentes (FIG. 3).<br />

Esse método possui a vantagem<br />

de manter o contato com a superfície<br />

palatina, podendo ser removido para<br />

a higiene. Pode sofrer desgaste de<br />

acrílico para o alívio do palato, quando<br />

necessário. Possui boa retenção;<br />

usa ancoragem dentária e palatina;<br />

evita úlcera de decúbito e permite movimentação<br />

dos dentes anteriores superiores<br />

simultaneamente. A ativação<br />

desse tipo de disjuntor deve ser feita<br />

duas vezes por dia, nos dois primeiros<br />

dias e depois, três vezes ao dia,<br />

em intervalos iguais, até o término<br />

da disjunção. Prevendo-se uma recidiva<br />

após a expansão, deve ser feita<br />

uma sobreexpansão da maxila.<br />

• <strong>Disjuntor</strong> <strong>Palatino</strong> Mediano<br />

preconizado por HAAS<br />

É um disjuntor muco-dento-suportado<br />

fixo, que de acordo com o<br />

autor deve apresentar:<br />

a) uma estrutura metálica formada<br />

por quatro bandas metálicas, fixadas<br />

nos primeiros pré-molares superiores<br />

e nos primeiros molares permanentes<br />

superiores; com apoios bilaterais<br />

de resina acrílica unidos na linha<br />

média por um torno de expansão.<br />

A B<br />

b) barras de conexão lingual e<br />

vestibular que servem para ligar as<br />

bandas entre si e com o acrílico; as<br />

barras linguais devem ser estendidas<br />

anterior e posteriormente, sendo que<br />

essas extensões estão direcionadas<br />

palatalmente para ancorar as bandas<br />

e as barras ao acrílico;<br />

c) botão de acrílico que deve se<br />

estender sobre a abóbada palatina<br />

e paredes laterais dos processos alveolares,<br />

aliviando a gengiva marginal<br />

livre, região das rugosidades<br />

palatinas e região distal do primeiro<br />

molar permanente;<br />

d) um torno expansor com abertura<br />

de 0,8 a 1 mm cujo centro deve<br />

ser colocado sobre a rafe palatina afastado<br />

cerca de um milímetro do palato.<br />

FIGURA 5 - Conecção de Aparelho fixo ao disjuntor através da colagem de tubo ou bráquete na superfície vestibular das<br />

capas de contenção.<br />

A B<br />

FIGURA 6 - Radiografias oclusais do Aparelho de expansão rápida proposto por FALTIN JR. (1990): A) No momento da<br />

instalação; B) Após conseguida a expansão.<br />

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FIGURA 7 - Aparelho de expansão rápida preconizado por<br />

HAAS: A) estrutura metálica; B) apoios bilaterais de acrílico;<br />

C) torno expansor.<br />

Para HAAS 7,8,10 (1961,1970,<br />

1980) após a cimentação do aparelho,<br />

deve-se dar uma volta completa<br />

de ativação no torno, sendo<br />

um quarto de volta a cada cinco minutos<br />

de intervalo; após essa fase,<br />

a ativação deve ser realizada duas<br />

vezes ao dia, sendo um quarto de<br />

volta de manhã e um quarto à noite,<br />

até se conseguir suficiente expansão<br />

da arcada dentária. Deve<br />

ser feita uma sobrecorreção para o<br />

tratamento, pois ocorre uma recidiva<br />

após tal procedimento.<br />

TABELA I<br />

Dados cefalométricos, antes e após a expansão rápida da maxila, usandose<br />

o aparelho preconizado por FALTIN JR. (1990)<br />

Variáveis T1 T2 t g.l. Nível (p)<br />

Alt.daDentição<br />

Incl.incis.inf.<br />

Incl.incis. sup.<br />

Eixo facial<br />

Prof. maxilar<br />

Prof. facial<br />

Pl.palat./<br />

pl.Frankfurt<br />

Pos. ramo<br />

mandib.<br />

Arco mandib.<br />

48,69<br />

(3,34)<br />

21,63<br />

(6,30)<br />

22,13<br />

(8,70)<br />

87,25<br />

(4,47)<br />

89,56<br />

(4,13)<br />

90,00<br />

(2,82)<br />

10,31<br />

(4,58)<br />

75,06<br />

(3,48)<br />

27,88<br />

(1,87)<br />

49,50<br />

(3,61)<br />

20,38<br />

(6,60)<br />

25,50<br />

(6,14)<br />

87,88<br />

(3,93)<br />

89,75<br />

(4,32)<br />

90,13<br />

(3,13)<br />

11,19<br />

(5,54)<br />

73,75<br />

(4,95)<br />

27,81<br />

(2,52)<br />

1,021<br />

0,6440<br />

1,485<br />

0,5092<br />

0,1025<br />

0,0952<br />

0.8258<br />

1,008<br />

0,0519<br />

7<br />

7<br />

7<br />

7<br />

7<br />

7<br />

7<br />

7<br />

7<br />

PLANO DE FRANKFURT<br />

• Telerradiografias e Traçados<br />

Cefalométricos<br />

Foram feitas telerradiografias em<br />

norma lateral, antes e após a disjunção<br />

rápida maxilar dos pacientes<br />

tratados. Para a obtenção destas<br />

telerradiografias foi utilizado um<br />

aparelho de raio X tipo Esfera II da<br />

Siemens, com fator de exposição de<br />

75 Kvp e 12mA e tempo de exposi-<br />

0,3413<br />

0,5401<br />

0,1812<br />

0,6263<br />

0,9213<br />

0,9268<br />

0,4362<br />

0,3471<br />

0,9601<br />

PLANO XI-ENA<br />

PLANO BASE CRANIANA<br />

PLANO PALATINO<br />

FIGURA 8 - Traçado Cefalométrico de RICKETTS 15 (1982)<br />

com linhas e planos utilizados: 1) Inclinação do incisivo<br />

inferior; 2) Inclinação do incisivo superior; 3) Altura da<br />

dentição; 4) Ângulo do eixo facial; 5) Profundidade maxilar;<br />

6) Profundidade facial; 7) Plano palatino; 8) Posição<br />

do ramo mandibular; 9) Arco mandibular.<br />

ção de 1,2 segundos; cefalostato tipo<br />

Bauer e filmes T mat g da kodak,<br />

tamanho 18 x 24 cms e chassis X<br />

Omatic Regular, também da Kodak.<br />

Usou-se um filtro de alumínio justaposto<br />

ao chassis, para permitir melhor<br />

visualização do perfil dos tecidos<br />

moles do paciente.<br />

Os traçados cefalométricos da<br />

análise de RICKETTS foram elaborados<br />

com papel ultraphan tamanho<br />

17,5 x 17,5 cms; grafite de<br />

diâmetro 0,5 milímetros; gabarito<br />

especial (Template de Ricketts) da<br />

marca Dentaurum.<br />

• Método de avaliação cefalométrica<br />

De acordo com os critérios e normas<br />

preconizadas por RICKETTS 15<br />

(1982) em seus estudos, a partir das<br />

T1 = média dos valores iniciais;<br />

T2 = média dos valores após a expansão<br />

rápida da maxila;<br />

t = Student;<br />

Nível descritivo (p) =<br />

p > 0,05 = Não significante<br />

g.l. = grau de liberdade = (n-1)<br />

Revista <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 10<br />

EIXO CONDILAR<br />

9<br />

8<br />

4<br />

LINHA CF-XI<br />

3<br />

EIXO CORPO<br />

MANDIBULAR<br />

PLANO MANDIBULAR<br />

7<br />

PLANO FACIAL<br />

6 5<br />

2<br />

1<br />

PLANO DENTÁRIO<br />

PLANO Na-PONTO A


100<br />

75<br />

50<br />

25<br />

0<br />

FIGURA 9 - Médias das variáveis obtidas antes e após a expansão rápida da<br />

maxila, usando-se o aparelho preconizado por FALTIN JR. (1990).<br />

100<br />

75<br />

50<br />

25<br />

0<br />

Eixo<br />

Facial<br />

Eixo<br />

Facial<br />

Altura<br />

Dentição<br />

Altura<br />

Dentição<br />

Arco<br />

Mandib.<br />

Arco<br />

Mandib.<br />

Prof.<br />

Maxilar<br />

Prof.<br />

Maxilar<br />

Prof.<br />

Facial<br />

Prof.<br />

Facial<br />

Incl. Inc.<br />

Inf.<br />

Incl. Inc.<br />

Inf.<br />

Pl. Palatal<br />

Frankfurt<br />

Pl. Palatal<br />

Frankfurt<br />

Pos. Ramo<br />

Mandib.<br />

Pos. Ramo<br />

Mandib.<br />

FIGURA 10 - Médias das variáveis obtidas antes e após a expansão rápida da<br />

maxila, usando-se o aparelho preconizado por HAAS.<br />

T1 = média dos valores iniciais;<br />

T2 = média dos valores após a expansão<br />

rápida da maxila;<br />

t = Student;<br />

Nível descritivo (p) =<br />

p > 0,05 = Não significante<br />

0,01> p < 0,05 = * Significante ao 5%<br />

p < 0,01 = ** Significante ao 1%<br />

g.l. = grau de liberdade = (n-1)<br />

Revista <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 11<br />

T1<br />

T2<br />

D.P.<br />

T1<br />

T2<br />

D.P.<br />

Incl. Inc.<br />

Sup.<br />

Incl. Inc.<br />

Sup.<br />

TABELA II<br />

Dados cefalométricos analisados antes e após a expansão rápida da maxila,<br />

utilizando-se o aparelho preconizado por HAAS.<br />

Variáveis T1 T2 t g.l. Nível (p)<br />

Alt. daDentição 49,19 50,00 0,7632 7 0,4703<br />

(7,38) (6,78)<br />

Incl. incis. inf. 22,44 21,19 1,234 7 0,2572<br />

(6,10) (4,09)<br />

Incl. incis. sup. 30,00 29,38 0,530 7 0,6125<br />

(10,40) (9,83)<br />

Eixo facial<br />

85,31 83,50 2,399 7 0,0475*<br />

(3,58) (5,06)<br />

Prof. maxilar 88,38 91,06 2,999 7 0,02*<br />

(3,16) (1,97)<br />

Prof. facial 84,38 85,50 1,111 7 0,3031<br />

(4,72) (4,51)<br />

Pl. palat./<br />

11,81 13,75 2,133 7 0,0704**<br />

pl. Frankfurt (1,46) (2,56)<br />

Pos. ramo<br />

72,00 72,06 0,0322 7 0,9752<br />

mandib.<br />

(6,46) (2,16)<br />

Arco mandib. 28,44 29,06 0,4989 7<br />

0,6331<br />

(6,13) (7,70)<br />

telerradiografias foram desenhadas<br />

as estruturas anatômicas, os pontos<br />

cefalométricos, linhas e planos<br />

utilizados. Selecionamos nove medidas<br />

angulares da análise cefalométrica<br />

de Ricketts, para avaliar as<br />

mudanças ocorridas antes e após<br />

o tratamento (FIG. 8).<br />

• Método Estatístico<br />

Os resultados dessas medidas<br />

foram analisados e comparados estatisticamente<br />

pelo teste “t” de<br />

Student, para amostras dependentes<br />

ou emparelhadas.<br />

Resultados<br />

Os resultados obtidos e expressos<br />

na TAB.I com o aparelho proposto<br />

por FALTIN JR. (1990), mostraram<br />

que não houve alterações<br />

estatisticamente significativas das<br />

medidas cefalométricas analisadas.<br />

Uma melhor visualização dos resultados<br />

obtidos pode ser observada através<br />

do gráfico representado pela FIG.9.<br />

Os resultados obtidos e expressos<br />

na TAB. II com o aparelho fixo<br />

tipo HAAS nos revelaram que:<br />

1 - houve, em média, um aumento<br />

significante ao 5% da profundidade<br />

maxilar, com p = 0,02<br />

2 - houve, em média, uma diminuição<br />

significante ao 5% do eixo<br />

facial com p = 0,047<br />

3 - houve, em média, um aumento<br />

altamente significante ao 1%<br />

do plano palatino em relação ao<br />

plano de Frankfurt, com p = 0,0704<br />

Uma melhor visualização dos<br />

dados obtidos pode ser observada<br />

no gráfico ao lado representado<br />

pela FIG.10.


Discussão<br />

Concluída a revisão da literatura,<br />

notamos que há muitas divergências<br />

entre os autores quanto ao tipo de<br />

aparelho empregado, idade dos pacientes,<br />

natureza da pesquisa e os resultados<br />

obtidos após a disjunção rápida<br />

maxilar.<br />

Procuraremos, a seguir, correlacionar<br />

e comparar com as opiniões dos<br />

diversos autores estudados, os resultados<br />

obtidos com as variáveis cefalométricas<br />

da análise de RICKETTS 14 (1982),<br />

que apresentaram alterações significativas,<br />

após o tratamento estatístico, entre<br />

as médias das medidas obtidas antes<br />

e após a expansão rápida da maxila<br />

com o uso dos aparelhos de expansão<br />

rápida maxilar preconizados por HAAS<br />

e por FALTIN JR. (1990).<br />

• Profundidade maxilar<br />

Com o aparelho proposto por FALTIN<br />

JR. (1990), não observamos alterações<br />

estatisticamente significativas na profundidade<br />

maxilar. O mesmo foi observado<br />

por LINDER- ARONSON & LINDGREN 11<br />

(1979), SILVA FILHO et al 17 (1991).<br />

Com o aparelho fixo tipo HAAS, pudemos<br />

observar um aumento significativo<br />

da profundidade maxilar ao nível de 5%,<br />

o que corrobora os achados de (HAAS<br />

7,8,10, 1961, 1970, 1980; GRAY 6 ,1975),<br />

que observaram um movimento para<br />

frente e para baixo da maxila, no sentido<br />

póstero-anterior, logo após a disjunção.<br />

• Ângulo do eixo facial<br />

Em relação ao ângulo do eixo facial,<br />

com o aparelho fixo tipo HAAS,<br />

houve em média uma diminuição significativa<br />

ao nível de 5%, HAAS 7,8,9,10<br />

(1961, 1970, 1973, 1980),<br />

WERTZ 21 (1970), RICCIOLI 14 (1973),<br />

BISHARA; STALEY 2 (1987), SILVA<br />

FILHO et al 17 (1991), observaram que<br />

a mandíbula sofreu um movimento<br />

de rotação no sentido horário, diminuindo<br />

assim o ângulo SNB de Steiner<br />

e aumentando o ângulo ANB.<br />

Com o aparelho preconizado por<br />

FALTIN JR. (1990), não notamos alterações<br />

estatisticamente significativas no<br />

ângulo do eixo facial, o que sugere a<br />

indicação desse aparelho para os pacientes<br />

que apresentam tendência de crescimento<br />

da face no sentido vertical.<br />

• Ângulo da profundidade facial<br />

Com o aparelho fixo tipo HAAS, observamos<br />

uma leve tendência de diminuição<br />

do ângulo da profundidade facial.<br />

HAAS 7,8,9,10 (1961, 1970, 1973,<br />

1980), RICCIOLI 13 (1973), observaram<br />

um deslocamento para frente e para<br />

baixo da maxila associado a uma rotação<br />

da mandíbula no sentido horário,<br />

aumentando a dimensão vertical do<br />

terço inferior da face. HAAS 7,8,9,10<br />

(1961, 1970, 1973, 1980), relatou<br />

que nos casos de má-oclusão de Classe<br />

III, essa rotação horária da mandíbula<br />

promoveria uma correção da mordida<br />

cruzada anterior, com melhora na<br />

relação das bases ósseas.<br />

Com o aparelho de FALTIN JR.<br />

(1990), não houve alteração estatisticamente<br />

significativa da profundidade<br />

facial, sendo portanto, este aparelho<br />

indicado àqueles pacientes<br />

cuja mandíbula não pode sofrer rotação<br />

no sentido horário.<br />

• Ângulo do plano palatino<br />

Como constatamos, com o aparelho<br />

fixo tipo HAAS houve em média<br />

um aumento altamente significativo<br />

ao nível de 1% do ângulo do plano<br />

palatino em relação ao plano de<br />

Frankfurt HAAS 7,8,9,10 (1961, 1970,<br />

1973, 1980) constando um abaixamento<br />

da espinha nasal posterior.<br />

Utilizando-se o aparelho de FALTIN<br />

JR. (1990), não houve alteração estatisticamente<br />

significativa do ângulo do<br />

plano palatino em relação ao plano de<br />

Frankfurt, o que seria uma indicação<br />

deste aparelho para pacientes que têm<br />

tendência à mordida aberta anterior.<br />

Observações clínicas<br />

Nos dois tipos de disjuntores avaliados<br />

clinicamente foram observadas<br />

a ocorrência de uma inclinação lateral<br />

dos processos alveolares, com a<br />

gradual abertura da sutura palatina<br />

mediana como nos achados de HAAS 7,<br />

8,9,10 ,1961, 1979, 1973, 1980;<br />

TIMMS 18,19,20 , 1968, 1980, 1987;<br />

WERTZ 21 , 1970; BISHARA &<br />

STALEY 2 , 1987); com inclinação vestibular<br />

dos dentes superiores posteriores<br />

(HAAS 7,8,9,10 ,1961, 1970, 1973,<br />

1980; TIMM 18,19,20 1968, 1980, 1987)<br />

havendo predominantemente um movimento<br />

de corpo desses dentes.<br />

Conclusões<br />

Com base nos resultados obtidos podemos<br />

considerar válido concluir que:<br />

1) com a aparelho proposto por<br />

FALTIN JR., não notamos alterações<br />

estatisticamente significativas nas<br />

medidas cefalométricas: ângulo do<br />

eixo facial, profundidade facial e ângulo<br />

do plano mandibular, reforçando<br />

a indicação deste tipo de aparelho<br />

para os pacientes neutrovertidos e,<br />

principalmente retrovertidos;<br />

2) com o aparelho fixo tipo HAAS<br />

ocorreram como alterações: um aumento<br />

significativo da profundidade<br />

maxilar; uma diminuição significativa<br />

do ângulo do eixo facial; um aumento<br />

significativo do ângulo do plano palatino<br />

em relação ao plano de Frankfurt;<br />

3) na técnica preconizada por<br />

HAAS haveria necessidade de se usar<br />

métodos adicionais para minimizar os<br />

efeitos indesejáveis causados pela disjunção<br />

palatina, nos pacientes com<br />

tendência de crescimento vertical e/<br />

ou mordida aberta anterior;<br />

4) os dois tipos de disjuntores desencadearam<br />

as mesmas modificações<br />

clínicas quanto: ao aparecimento de um<br />

diastema entre os incisivos centrais superiores,<br />

o que evidenciou a abertura<br />

da sutura palatina mediana; ao descruzamento<br />

do segmento anterior superior<br />

nos casos que possuíam uma<br />

mordida cruzada anterior; à ocorrência<br />

de expansão posterior, que promoveu<br />

o descruzamento da mordida cruzada<br />

posterior; ao aumento da largura<br />

da arcada, proporcionando mais espaço<br />

para os dentes; ao aumento da capacidade<br />

respiratória, melhorando as<br />

condições para um adequado desenvolvimento<br />

do aparelho estomatognático.<br />

Revista <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 12


Abstract<br />

A new rapid maxillary expander<br />

is presented. The cephalometric<br />

study objected to evaluate the<br />

orthodontic and orthopedic changes<br />

on sixteen patients subjected to<br />

rapid expansion of the maxilla and<br />

they were divided into two groups,<br />

according to the rapid palatal<br />

expansion appliance used: one group<br />

of eight patients who wore banded<br />

rapid palatal expansion aplliance<br />

advised by HAAS and another group<br />

of eight patients who wore half fixed<br />

Referências Bibliográficas<br />

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irregularities of the permanent of<br />

adult teeth. Dent Dent Cosmos Cosmos, Cosmos v.1,<br />

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maxillary contraction and<br />

expansion. Dent Dent Cosmos Cosmos Cosmos, Cosmos v.56,<br />

n.2, p.137-54, Feb. 1914.<br />

04 - COÊLHO, M. C. Avaliação Avaliação das<br />

das<br />

alterações alterações verticais verticais verticais e<br />

e<br />

sagitaissagitais da da maxila, maxila, produprodu-<br />

zidas zidas pela pela disjunção disjunção disjunção da<br />

da<br />

sutura sutura palatina palatina mediana,<br />

mediana,<br />

através através da da utilização utilização do<br />

do<br />

disjuntor disjuntor de de FALTIN FALTIN JR JR. JR<br />

Goiânia, 1998. Monografia (Especialização)<br />

- Associação Brasileira<br />

de Odontologia - Secção Góias.<br />

05 - DERICHSWEILER, H. La desjonction de<br />

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06 - GRAY, L.P. Results of 310 cases of<br />

rapid maxillary expansion selected<br />

for medical reasons. J J Laryngol Laryngol<br />

Laryngol<br />

Otolaryngol<br />

Otolaryngol<br />

Otolaryngol, Otolaryngol<br />

Otolaryngol v.89, n.6, p.601-<br />

9, June 1975.<br />

07 - HAAS, A.J. Rapid expansion of the<br />

maxillary dental arch and nasal<br />

cavity opening the midpalatal<br />

with contention coat occlusal<br />

bonded rapid palatal expansion<br />

appliance on the posterior teeth<br />

advised by FALTIN JR. The results<br />

were statistically conclued that:<br />

- on those patients who wore<br />

HAAS’ appliance were observed:<br />

maxillary depth increase, facial axis<br />

open, palatal plane increase related<br />

to Frankfurt’s plane;<br />

- related to that group of patients<br />

who wore the appliance advised by<br />

FALTIN JR. no statistical changes<br />

suture. Angle Angle Orthod Orthod, Orthod v.31,<br />

n.2, p.73-90, Apr. 1961.<br />

08 - HAAS, A.J. Palatal expansion : just<br />

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v.57, n.3, p.219-55, Mar. 1970.<br />

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Transactions<br />

Transactions, Transactions 1973. p.311-8.<br />

10 - _________. Long-term posttreatment<br />

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11 - KREBS, A. Midpalatal suture<br />

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13 - LINDER-ARONSON, S.; LINDGREN,<br />

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14 - RICCIOLI, G.A. La disgiunzione<br />

rapida della sutura palatina in<br />

ortodonzia. Mondo<br />

Mondo<br />

were found, this fact is indicating<br />

the appliance’s utilization for<br />

patients with tendency of vertical<br />

growth and/or anterior open bite.<br />

Clinically some significant<br />

alterations were observed due to<br />

the use of both appliances: HAAS’<br />

appliance as well as FALTIN JR’S<br />

one.<br />

Uniterms: Rapid Maxillary Expansion;<br />

Palatal Expansion; Midpalatal<br />

Suture; Posterior Cross Bite.<br />

Odontostomat<br />

Odontostomat, Odontostomat v.15, n.3,<br />

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17 - SILVA FILHO, O.G. et al. Rapid<br />

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21 - WERTZ, R.A. Skeletal and dental<br />

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Revista <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 13

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