Investimento social em alta... ...e subindo! Você decide

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19.04.2013 Views

Pérolas Finas Investimento social em alta... Em 2011, os investimentos sociais vo lun tá rios de empresas atingiram a marca de R$ 2 bilhões, quase o dobro do valor registrado há cinco anos. Os dados são do relatório Benchmarking do Investimento So cial Corporativo (BISC), lançado em novembro pela Comunitas, organização social cria da pela antropóloga Ruth Cardoso. Compõem a 5ª edição do estudo 200 com pa nhias, 29 fundações e um instituto independente. Da quantia voluntária, R$ 660 milhões foram investidos em educação só no ano passado; já para cumprir exi gências de leis socioambientais nas comunidades onde atuam, as empresas lançaram mão de outros R$ 2 bilhões. ...e subindo! pesquisa que tam­ Outra bém comprova o aumento do investimento social privado é a 6ª edição do Censo GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas). Em 100 dos 143 as so cia dos da rede, o valor investido cresceu 8% em comparação com o ano passado e chegou a R$ 2,35 bilhões. Desde 2009, clímax da crise mun dial, os números apresentam altas sucessivas, o que mostra a solidez desses recursos no orçamento das organizações. A média de estados que receberam investimentos sociais, em 2009, era de 10 por organização. Em 2011, Você decide Qual banco possui as melhores práticas de responsabilidade so cial? Com a ferramenta desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) quem vai responder essa pergunta, agora, são os pró prios consumidores. Trata­se do Guia dos Bancos Responsáveis (GBR), espécie de ranking entre instituições ba sea do em um questionário sobre políticas re la cio na das a recursos humanos e cri té rios socioambientais para fi nan cia men tos. Os resultados do estudo estão disponíveis no Portal Guia dos Bancos Responsáveis (www.guiadosbancosresponsaveis.org.br), 8 Ideia Sustentável DEZEMBRO 2012 Re la cio na men to com as comunidades, aliás, é um dos destaques do relatório de 2012. Análises inéditas revelam que 90% do total de recursos injetados no entorno das unidades produtivas visaram a me lho rias educacionais da população local. Além disso, em 71% dos casos de empresas (fora instituições financeiras) que receberam fi nan cia men to de bancos federais para projetos, havia nos contratos compromissos socioambientais além dos exigidos por lei. Quan to aos incentivos fiscais, o valor utilizado pelas organizações foi de R$ 454 milhões, menos de um quinto do total de recursos sociais investidos; aproximadamente um terço das empresas nem faz uso desse estímulo para fi nan ciar projetos. chegou a 12. Além da abrangência dos recursos, cresce a transparência dos as so cia dos ao GIFE: entre 2009 e 2010, 50% dos participantes do Censo afirmaram publicar re la tó rios de atividade, e 48%, demonstrações financeiras. Qua se 100% declaram rea li zar, ainda, ava lia ções de resultado de suas ini cia ti vas e, 50%, de impacto. Embora cerca de 50% dos as so cia dos invistam em meio am bien te, somente 7% do total de recursos concentram­se no tema. Trata­se, portanto, de um campo ainda secundário para as empresas (apenas 4% delas têm esse driver como foco). Por outro lado, educação prevalece como principal alvo dos investimentos, com 86% das organizações voltadas para esse fim. onde é possível acompanhar o desempenho social dos maiores representantes do setor no país: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander. As informações podem auxiliar o consumidor no momento da escolha de contratação dos serviços ban cá rios, para encontrar aquele que esteja mais alinhado com seus pró prios valores. E, de quebra, servem como um bom indicador na fundamentação de exi gên cias futuras de mudanças positivas nas instituições financeiras.

Pérolas Finas<br />

<strong>Investimento</strong> <strong>social</strong> <strong>em</strong> <strong>alta</strong>...<br />

Em 2011, os investimentos sociais vo lun tá rios de <strong>em</strong>presas<br />

atingiram a marca de R$ 2 bilhões, quase o dobro<br />

do valor registrado há cinco anos. Os dados são do relatório<br />

Benchmarking do <strong>Investimento</strong> So cial Corporativo (BISC),<br />

lançado <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro pela Comunitas, organização <strong>social</strong><br />

cria da pela antropóloga Ruth Cardoso. Compõ<strong>em</strong> a 5ª<br />

edição do estudo 200 com pa nhias, 29 fundações e um instituto<br />

independente.<br />

Da quantia voluntária, R$ 660 milhões foram investidos<br />

<strong>em</strong> educação só no ano passado; já para cumprir exi gências<br />

de leis socioambientais nas comunidades onde atuam,<br />

as <strong>em</strong>presas lançaram mão de<br />

outros R$ 2 bilhões.<br />

...e <strong>subindo</strong>!<br />

pesquisa que tam­<br />

Outra bém comprova o aumento<br />

do investimento <strong>social</strong><br />

privado é a 6ª edição do<br />

Censo GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas).<br />

Em 100 dos 143 as so cia dos da rede, o valor investido<br />

cresceu 8% <strong>em</strong> comparação com o ano passado<br />

e chegou a R$ 2,35 bilhões. Desde 2009, clímax da crise<br />

mun dial, os números apresentam <strong>alta</strong>s sucessivas,<br />

o que mostra a solidez desses recursos no orçamento<br />

das organizações.<br />

A média de estados que receberam investimentos<br />

sociais, <strong>em</strong> 2009, era de 10 por organização. Em 2011,<br />

<strong>Você</strong> <strong>decide</strong><br />

Qual banco possui as melhores práticas de responsabilidade<br />

so cial? Com a ferramenta desenvolvida pelo Instituto<br />

Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) qu<strong>em</strong> vai responder<br />

essa pergunta, agora, são os pró prios consumidores.<br />

Trata­se do Guia dos Bancos Responsáveis (GBR), espécie de<br />

ranking entre instituições ba sea do <strong>em</strong> um questionário sobre políticas<br />

re la cio na das a recursos humanos e cri té rios socioambientais<br />

para fi nan cia men tos.<br />

Os resultados do estudo estão disponíveis no Portal Guia dos<br />

Bancos Responsáveis (www.guiadosbancosresponsaveis.org.br),<br />

8 Ideia Sustentável DEZEMBRO 2012<br />

Re la cio na men to com as comunidades, aliás, é um dos<br />

destaques do relatório de 2012. Análises inéditas revelam<br />

que 90% do total de recursos injetados no entorno das unidades<br />

produtivas visaram a me lho rias educacionais da população<br />

local. Além disso, <strong>em</strong> 71% dos casos de <strong>em</strong>presas<br />

(fora instituições financeiras) que receberam fi nan cia men to<br />

de bancos federais para projetos, havia nos contratos compromissos<br />

socioambientais além dos exigidos por lei.<br />

Quan to aos incentivos fiscais, o valor utilizado pelas<br />

organizações foi de R$ 454 milhões, menos de um quinto<br />

do total de recursos sociais investidos; aproximadamente<br />

um terço das <strong>em</strong>presas n<strong>em</strong> faz uso desse estímulo para<br />

fi nan ciar projetos.<br />

chegou a 12. Além da abrangência dos recursos, cresce<br />

a transparência dos as so cia dos ao GIFE: entre 2009 e<br />

2010, 50% dos participantes do Censo afirmaram publicar<br />

re la tó rios de atividade, e 48%, d<strong>em</strong>onstrações financeiras.<br />

Qua se 100% declaram rea li zar, ainda, ava lia ções<br />

de resultado de suas ini cia ti vas e, 50%, de impacto.<br />

Embora cerca de 50% dos as so cia dos invistam <strong>em</strong><br />

meio am bien te, somente 7% do total de recursos concentram­se<br />

no t<strong>em</strong>a. Trata­se, portanto, de um campo<br />

ainda secundário para as <strong>em</strong>presas (apenas 4% delas<br />

têm esse driver como foco). Por outro lado, educação<br />

prevalece como principal alvo dos investimentos, com<br />

86% das organizações voltadas para esse fim.<br />

onde é possível acompanhar o des<strong>em</strong>penho <strong>social</strong><br />

dos maiores representantes do setor no país:<br />

Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica<br />

Federal, HSBC, Itaú e Santander.<br />

As informações pod<strong>em</strong> auxiliar o consumidor<br />

no momento da escolha de contratação dos serviços<br />

ban cá rios, para encontrar aquele que esteja mais<br />

alinhado com seus pró prios valores. E, de quebra, serv<strong>em</strong><br />

como um bom indicador na fundamentação de exi gên cias<br />

futuras de mudanças positivas nas instituições financeiras.


PARA A SABESP, QUANTO<br />

MAIS TRANSPARÊNCIA,<br />

MELHOR. E NÃO ESTAMOS<br />

FALANDO SÓ DA ÁGUA.<br />

A Sabesp t<strong>em</strong> o compromisso com a transparência<br />

e agilidade de sua comunicação com a sociedade.<br />

Por isso, lançou o Relatório de Sustentabilidade de 2011.<br />

O relatório expõe os planos e as metas da companhia.<br />

Acesse o relatório completo <strong>em</strong> www.sabesp.com.br/RS2011,<br />

confira projetos como o Sabesp 300% e veja como<br />

o saneamento pode transformar a vida das pessoas.<br />

Siga também a Sabesp nas redes sociais:<br />

www.facebook.com.br/oficialsabesp<br />

@CiaSabesp | www.youtube.com.br/saneamentosabesp<br />

@CiaSabesp<br />

POPULAÇÃO ATENDIDA<br />

A @CiaSabesp está presente<br />

<strong>em</strong> 363 municípios e atende 70%<br />

da população urbana do Estado<br />

de São Paulo. #rs2011<br />

MUNICÍPIOS 300%<br />

146 municípios operados pela<br />

@CiaSabesp têm 100% de água<br />

tratada e 100% de coleta<br />

e tratamento de esgoto. #rs2011


Risco ou oportunidade?<br />

relação entre meio am bien te e ne gó cios é um de­<br />

A bate do qual as <strong>em</strong>presas não pod<strong>em</strong> mais escapar.<br />

Para discutir o atual cenário corporativo, os serviços ecossistêmicos,<br />

o pagamento dos recursos ambientais e suas<br />

implicações, a Votorantim promoveu o s<strong>em</strong>inário Biodi<br />

ver si da de: Além da Valoração, com representantes<br />

dos setores público, privado e organizações<br />

da so cie da de civil.<br />

O evento analisou riscos e chances de negócio,<br />

além de levar ao público cases de sucesso<br />

e obstáculos futuros ligados ao t<strong>em</strong>a.<br />

Segundo David Canassa, gerente de Sustentabilidade<br />

Corporativa da Votorantim, “o primeiro<br />

desafio é a capacitação, pois o assunto<br />

é complexo; depois, encontrar oportunidades na<br />

valoração de aspectos tangíveis e intangíveis da bio di ver sida<br />

de, fundamental tanto para a atividade da <strong>em</strong>presa como<br />

para a preservação do meio am bien te e o bom re la cio na men to<br />

com o entorno”.<br />

Leis federais e estaduais <strong>em</strong> vigor no Brasil sobre o t<strong>em</strong>a<br />

foram foco das discussões quanto ao setor público, com<br />

a ressalva da importância da ini cia ti va privada<br />

no desenvolvimento de novos projetos voltados,<br />

principalmente, para a conservação am bien tal e o<br />

respeito às culturas locais. Já as <strong>em</strong>presas foram<br />

orien ta das a incluir aspectos financeiros, ambientais<br />

e sociais na estratégia do negócio.<br />

“O objetivo é buscar manter o país me ga biodi<br />

ver so e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, como a potência econômica<br />

que é”, afirma Canassa.<br />

E por falar <strong>em</strong> biodiversidade...<br />

leque de preo cu pa ções das <strong>em</strong>presas brasileiras <strong>em</strong><br />

O relação a esse t<strong>em</strong>a t<strong>em</strong> mesmo aumentado: segundo<br />

pesquisa do Conselho Em pre sa rial Brasileiro para o Desenvolvimento<br />

Sustentável (CEBDS), as com pa nhias começam<br />

a entender a importância de se aprofundar no restauro<br />

e manutenção de serviços essenciais, como alimentos, água<br />

doce, fibras, produtos químicos, madeira, medicamentos e<br />

clima, entre outros.<br />

Lançada na Co nfe rê ncia so b re B i o di ve r si da d e (COP 11), na<br />

Índia, a pesquisa Bio di ver si da de e Serviços Ecossistêmicos: a Expe<br />

riên cia das Empresas Brasileiras conta com a participação<br />

de 22 grandes organizações de 10 setores da economia que<br />

adotaram análises precisas dos impactos de suas atividades<br />

De Minas para o mundo<br />

COMÉRCIO JUSTO<br />

10 Ideia Sustentável DEZEMBRO 2012<br />

Poços de Caldas, 160 mil habitantes, sul de<br />

Minas Gerais: esse é o primeiro município<br />

abaixo da linha do Equador a receber o título de<br />

Cidade de Comércio Justo. A certificação é fruto<br />

de um esforço de instituições privadas e públicas<br />

— entre elas, o Sebrae­MG — para diss<strong>em</strong>inar<br />

o conceito de Fair Trade na re gião.<br />

Comércio justo implica preços que permitam<br />

uma vida digna aos produtores — garantia<br />

de relações estáveis e r<strong>em</strong>uneração mínima —,<br />

igualdade de gêneros, respeito aos direitos humanos<br />

e proteção am bien tal. Entre os requisitos<br />

para que uma cidade receba o título destacam­se<br />

um organismo de gestão ofi cial (<strong>em</strong><br />

sobre os ecossist<strong>em</strong>as e também<br />

de sua dependência <strong>em</strong><br />

relação a eles.<br />

Men cio na das por 90% das compa<br />

nhias, oportunidades são o fator­ chave<br />

para a integração dos serviços ecossistêmicos<br />

à gestão. Dependência dos ne gó cios<br />

<strong>em</strong> relação aos ecossist<strong>em</strong>as (70%), melhoria<br />

da imag<strong>em</strong> (65%) e redução de riscos (65%) também<br />

aparec<strong>em</strong> entre os mais citados.<br />

A valoração dos serviços ecossistêmicos pelas <strong>em</strong>presas<br />

cresceu 15% <strong>em</strong> relação ao ano passado, mas cons cien ti zar o<br />

alto setor administrativo ainda é o grande desafio.<br />

Poços, criou­se um grupo composto por instituições<br />

de ensino, as so cia ções, sindicatos e <strong>em</strong>presas),<br />

apoio da prefeitura e uma grande <strong>em</strong>presa<br />

disponibilizando os produtos certificados<br />

aos fun cio ná rios.<br />

Para se ter uma ideia dos be ne fí cios do conceito,<br />

o lucro da exportação do Café Fair Trade<br />

de Poços é aplicado, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> creches<br />

co mu ni tá rias, con sul tó rios médicos e cursos de<br />

qualificação. A cidade destaca­se, ainda, não só<br />

pela velocidade com que conseguiu o selo, mas<br />

também, por ser a primeira do mundo a conquistá­lo<br />

<strong>em</strong> um país produtor (paí ses desenvolvidos<br />

são mais consumidores).


Luz no fim do túnel<br />

Surge uma luz no fim do túnel para os aborrecimentos<br />

com troca de lâmpadas e com os gastos<br />

de eletricidade (ao menos, pelos próximos 40 anos): a<br />

promessa é da <strong>em</strong>presa norte­ americana Firefly, que<br />

desenvolveu um modelo capaz de durar ao longo das<br />

próximas quatro décadas e economizar cerca de 90%<br />

de energia <strong>em</strong> relação aos convencionais.<br />

O segredo da longevidade do produto fabricado<br />

no Texas é um dissipador de calor que diminui <strong>em</strong><br />

32% a t<strong>em</strong>peratura da lâmpada. A Firefly LED, como<br />

Em favor da maré<br />

maré não estava boa para<br />

A<br />

a Adidas: segundo pesquisas<br />

da própria companhia,<br />

o volume de água utilizado<br />

para tingir camisetas numa<br />

fábrica ao longo de dois anos<br />

era equivalente ao do Mar Mediterrâneo.<br />

A fim de inverter<br />

esse jogo, a <strong>em</strong>presa adotou uma nova tecnologia de<br />

tingimento que utiliza apenas a compressão do dió xi do<br />

de carbono para fixar cores nos tecidos. E a nova onda<br />

já apresenta bons resultados.<br />

Parte da estratégia am bien tal da <strong>em</strong>presa — plano<br />

de cinco anos que visa tornar mais efi cien te a gestão de<br />

é chamada, custará mais caro do que os d<strong>em</strong>ais modelos<br />

— <strong>em</strong> torno de U$ 35 (ou R$ 70) —, mas deve<br />

compensar no longo prazo devido à economia.<br />

Além disso, a <strong>em</strong>presa patenteou um mecanismo<br />

responsável por fazer a lâmpada fun cio nar com<br />

5% de sua capacidade. Para melhorar a intensidade<br />

da luz, basta trocar o dispositivo Smart LED da estrutura,<br />

procedimento não apenas simples como também<br />

responsável por eliminar as preo cu pa ções com<br />

reciclag<strong>em</strong> ligadas aos modelos convencionais.<br />

recursos <strong>em</strong> toda a cadeia de valor do grupo, desde a<br />

concepção de produtos até os sites e sist<strong>em</strong>as de TI —,<br />

a tecnologia conhecida como DryDye já foi utilizada na<br />

fabricação de 50 mil camisetas, representando uma economia<br />

aproximada de um milhão de litros de água. Com<br />

o sucesso da medida, o objetivo agora é am pliar o uso<br />

da ferramenta para todas as linhas da marca.<br />

A inspiração do projeto veio da Levi’s, que passou<br />

a utilizar um mecanismo para reduzir o uso de água na<br />

produção de jeans. As peças receberam um selo di feren<br />

cial e, segundo números da <strong>em</strong>presa, venderam mais<br />

rápido do que líquido es coan do pelo ralo.<br />

Surfando a boa onda<br />

Na onda das boas novidades verdes, a Política Na cio nal de As coletas de<br />

Re sí duos Sólidos também traz resultados animadores, porta <strong>em</strong> porta es­<br />

conforme aponta a primeira pesquisa Ciclosoft rea li za da desde tão presentes <strong>em</strong><br />

a promulgação da lei, <strong>em</strong> 2010. Promovido pelo Compromis­ 88% dos mu ni cí pios;<br />

so Em pre sa rial para Reciclag<strong>em</strong> (C<strong>em</strong>pre), o levantamento postos de entrega voluntária, <strong>em</strong> 53%; e, <strong>em</strong> ascensão constan­<br />

acompanha a coleta seletiva no Brasil desde 1994.<br />

te, as coo pe ra ti vas de catadores pod<strong>em</strong> ser encontradas <strong>em</strong><br />

O estudo registrou, nos últimos dois anos, um salto de 73% 72% das cidades analisadas, das quais 48% têm na prefeitura o<br />

na quantidade de mu ni cí pios que rea li zam coleta seletiva (de responsável pelo serviço, e 26%, nas <strong>em</strong>presas particulares.<br />

443 para 766), reflexo da PNRS. Assim, inverte­se o quadro de Os resultados animam o presidente do C<strong>em</strong>pre, Victor Bic­<br />

redução visto <strong>em</strong> 2010, quando se registrou um decréscimo: naca, para qu<strong>em</strong> o incentivo da PNRS significa um caminho só<br />

quele ano, 20 milhões de brasileiros contavam com esse tipo de ida. Contudo, ele ress<strong>alta</strong> que a tarefa não pode ser deixa­<br />

de coleta, enquanto, <strong>em</strong> 2008, eram 26 milhões. Agora, <strong>em</strong> da apenas para governos e <strong>em</strong>presas: “Todos precisam fazer a<br />

2012, o índice se recuperou e atingiu a marca de 27 milhões de sua parte, pois não são poucos os de sa fios para consolidarmos<br />

pes soas (14% da população).<br />

o desenvolvimento sustentável”, diz.<br />

DEZEMBRO 2012 Ideia Sustentável 11


Cristiano oliveira<br />

F de futuro<br />

Por Marília Arantes<br />

Um mau uso da terra é a causa principal<br />

do desmatamento das florestas. Este,<br />

por sua vez, razão máxima das <strong>em</strong>issões de<br />

CO ² na atmosfera. A conclusão foi reiterada,<br />

<strong>em</strong> 2011, pelo Living Forest Report da organização<br />

am bien tal WWF. O levantamento<br />

inspirou o projeto The Forests Dialogue (TFD), s e dia d o<br />

na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, na cria ção<br />

da ini cia ti v a d os 4Fs — Food, Fuel, Fiber and Forests (segurança<br />

alimentar, biocombustíveis, agricultura e florestas),<br />

que parte da ideia de desmatamento zero para construir<br />

soluções por meio de um diá lo go mul tis se to rial.<br />

“Na competição por terra e água entre os 9 bilhões<br />

de habitantes estimados no mundo, <strong>em</strong> 2050, setores<br />

da so cie da de, isoladamente, não conseguirão assegurar<br />

a sobrevivência das florestas”, alerta James Mayers,<br />

do Instituto In ter na cio nal para o Meio Am bien te e<br />

Desenvolvimento do Reino Unido (IIED). Por isso, a inicia<br />

ti va busca antecipar probl<strong>em</strong>as e ce ná rios, oferecendo<br />

respostas tangíveis e coletivas. “A boa notícia é que<br />

diversas organizações já estão interessadas <strong>em</strong> participar”,<br />

garante Gary Dunning, diretor executivo do TFD,<br />

que acredita no alinhamento de processos como decisivo<br />

para uma governança efetiva. “O que f<strong>alta</strong>, ainda, é<br />

mais comunicação.”<br />

O primeiro trabalho de campo dos 4Fs aconteceu <strong>em</strong><br />

nov<strong>em</strong>bro, no Brasil, na cidade de Capão Bonito, in te rior<br />

de São Paulo, como resultado de uma reunião ini cial <strong>em</strong><br />

Washington, <strong>em</strong> 2011. O evento, organizado pelo TFD e<br />

Instituto Ethos, contou com o apoio do BNDES, GIZ (uma<br />

agência al<strong>em</strong>ã para o desenvolvimento sustentável), Ministério<br />

do Meio Am bien te, As so cia ção Brasileira de Celulose<br />

e Papel (Bracelpa), Fibria, Diá lo go Florestal Brasileiro,<br />

IIED, Mondi (companhia europeia de papel), WWF<br />

e Con ser va tion In ter na cio nal.<br />

“Se melhorarmos a utilização, não precisar<strong>em</strong>os desmatar<br />

mais nenhuma árvore. Pod<strong>em</strong>os con ci liar crescimento,<br />

natureza e so cie da de”, afirma Mi riam Prochnavi,<br />

12 Ideia Sustentável DEZEMBRO 2012<br />

diretora da As so cia ção de Preservação do Meio Ambien<br />

te e da Vida (Apr<strong>em</strong>avi) e secretária executiva do<br />

evento, que destacou a abordag<strong>em</strong> multistakeholder.<br />

“Pela primeira vez no Brasil, setores geralmente <strong>em</strong> conflito<br />

resolveram discutir soluções comuns”, pontuou.<br />

Para Carlos Alberto Roxo, gerente geral de Sustentabilidade<br />

da Fibria, a reunião foi um sucesso. ”Líderes<br />

b<strong>em</strong> se le cio na dos originaram propostas claras e o comprometimento<br />

voluntário a ‘sair das trincheiras’ para fortalecer<br />

o debate e fomentar integração entre as partes<br />

no Brasil e no mundo. Moradores da re gião mobilizaramse<br />

para dar continuidade às propostas e mostraram­se<br />

dispostos à interação local pelos 4Fs.”<br />

O grupo apontou a necessidade de impl<strong>em</strong>entação<br />

efetiva da legislação, regularização de títulos de<br />

terras públicas e privadas, adequação ao Código Florestal<br />

— <strong>em</strong> especial, o cumprimento do Cadastro Ambiental<br />

Rural — e reflorestamento. ”Agora, precisamos<br />

da so cie da de <strong>em</strong>penhada <strong>em</strong> aumentar produtividade,<br />

agregar valor às terras e romper a rígida fronteira se torial.<br />

Ao reconhecermos a questão do carbono e seus impactos<br />

ambientais, compartilhar<strong>em</strong>os melhor o mesmo<br />

espaço”, argumenta Roxo.<br />

Desenvolvida pela organização britânica especializada<br />

<strong>em</strong> relações internacionais Chatham House, a<br />

metodologia do encontro também é inovadora. S<strong>em</strong><br />

a presença da imprensa, preserva­se a espontaneidade<br />

do diá lo go e uma liberdade maior na abordag<strong>em</strong><br />

de t<strong>em</strong>as polêmicos. Também “evita­se que pessoas<br />

apareçam na mídia, s<strong>em</strong> envolvimento verdadeiro<br />

com a discussão”, diz Rod Taylor, diretor de Florestas da<br />

WWF In te r na ci o nal .<br />

T<strong>em</strong>as polêmicos, aliás, estão na pauta das próximas<br />

reuniões, como projetos REDD (Redução de Emissões<br />

por Desmatamento e Degradação), certificações e plantas<br />

geneticamente modificadas — principal “linha de fratura”,<br />

segundo Dunning, do TFD. “Po ten cial tecnológico<br />

para isso existe. E pode até ser positivo, dependendo da<br />

atua ção das <strong>em</strong>presas”, analisa. Segundo Taylor, da WWF,<br />

todas essas questões são muito importantes para a conservação<br />

das florestas e os povos que depend<strong>em</strong> delas.<br />

Porém, “não resolv<strong>em</strong> o maior de todos os dil<strong>em</strong>as: o do<br />

consumo excessivo”. Como se vê, assuntos não f<strong>alta</strong>rão<br />

para os próximos encontros.<br />

Cristiano oliveira


Entrevista Marina Silva<br />

A opção pelo que não existe Doug<br />

No último mês de outubro, o Banco Santander pr<strong>em</strong>iou<br />

professores uni ver si tá rios de cursos de Economia e Administração<br />

que integram o t<strong>em</strong>a da sustentabilidade <strong>em</strong> suas<br />

disciplinas. A cerimônia de entrega do concurso Práticas <strong>em</strong><br />

Educação para a Sustentabilidade teve abertura de Marina Silva.<br />

Com 30 anos de vida pública e muitos importantes “ex” no<br />

currículo — senadora, ministra e candidata à Presidência da República<br />

—, Marina reiterou seu talento também como diss<strong>em</strong>inadora<br />

“da ideia cujo t<strong>em</strong>po chegou”. Segundo ela, é na educação,<br />

afinal, que o mundo deve buscar resignificar­se para a<br />

crise civilizatória instalada no planeta.<br />

Educação e liderança para a sustentabilidade nas <strong>em</strong>presas<br />

foi o t<strong>em</strong>a da entrevista exclusiva que Marina Silva concedeu<br />

à Ideia Sustentável na oca sião.<br />

Ideia Sustentável – A senhora costuma dizer que o mundo carece<br />

de “ideais iden ti fi ca tó rios”. Na sua opi nião, a sustentabilidade<br />

já representa um ideal, hoje, nas <strong>em</strong>presas e no mundo<br />

corporativo?<br />

Marina Silva – Acredito ver isso nas pes soas, <strong>em</strong> primeiro lugar.<br />

Pes soas vir tuo sas criam instituições vir tuo sas. Aos poucos,<br />

os projetos iden ti fi ca tó rios vão para as <strong>em</strong>presas. Os ideais se<br />

transformam <strong>em</strong> projetos. É bom quando isso adquire sentido<br />

transversal, que não seja só uma atividade ou ação dentro das<br />

corporações, mas uma cultura de sustentabilidade. Cada vez<br />

mais, as pes soas imping<strong>em</strong> essa visão na cultura das <strong>em</strong>presas.<br />

E já t<strong>em</strong>os alguns ex<strong>em</strong>plos, no Brasil e no mundo — mais do<br />

que discurso, muitas já se esforçam pelo sustentável.<br />

IS – De que maneira acredita que as <strong>em</strong>presas pod<strong>em</strong> envolver<br />

e educar lideranças para a sustentabilidade?<br />

MS – A principal ferramenta é liderar — e ensinar — pelo ex<strong>em</strong>plo.<br />

Se for discursivo, o apelo não t<strong>em</strong> a mesma força que o<br />

ex<strong>em</strong>plo, de assumir atitudes. São práticas: desde tratar corretamente<br />

os re sí duos, ter um envolvimento respeitoso com<br />

comunidades locais, uma atitude correta no uso da energia.<br />

É preciso fazer algo que traduza esses valores, tanto no próprio<br />

tecido da <strong>em</strong>presa como nos produtos ou serviços que<br />

e la ap o r t a à s o ci e da d e.<br />

IS – A senhora acredita que algumas <strong>em</strong>presas já tenham valores<br />

estabelecidos a ponto de transformar o padrão mental<br />

para ajudar a promover a revolução civilizatória de que<br />

necessitamos?<br />

MS – Começam a surgir <strong>em</strong>presas com esse compromisso, de<br />

que o dinheiro não é apenas um fim <strong>em</strong> si mesmo, mas uma ferramenta<br />

para se construir um mundo e vida melhores. Essa é a<br />

grande mudança de padrão civilizatório. Não se pode mais produzir<br />

e consumir, produzir e consumir. Precisamos com preen der<br />

que t<strong>em</strong>os um mundo limitado e, portanto, ser cria ti vos. Enquanto<br />

há limites para o ter, não há para o ser, n<strong>em</strong> para generosidade,<br />

coo pe ra ção e erudição. É essa a cultura da sustentabilidade<br />

que precisa fazer parte da visão e do objetivo das <strong>em</strong>presas.<br />

IS – Na sua vida política, a senhora se aproximou de lideranças<br />

<strong>em</strong>presariais, como Guilherme Leal (presidente do conselho da<br />

Natura) e Ricardo Young (ex­ candidato ao Senado e ve rea dor<br />

eleito da cidade de São Paulo). O que <strong>em</strong> pre sá rios traz<strong>em</strong> de<br />

novo à visão atual da política?<br />

MS – O mais importante é que, para estas pes soas, meio ambien<br />

te não é uma estratégia de propaganda, mas a narrativa<br />

de um compromisso de vida. Eles correram e ainda corr<strong>em</strong> riscos<br />

ao assumir essa bandeira no co ti dia no de suas vidas e <strong>em</strong>presas.<br />

Fizeram isso <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que não havia glamour<br />

para o t<strong>em</strong>a da sustentabilidade. São verdadeiros pioneiros no<br />

fazer e no dizer.<br />

IS – Seria possível citar ex<strong>em</strong>plos ou valores de algumas <strong>em</strong>presas<br />

que mereçam ser replicados?<br />

MS – Acho difícil citar especificamente uma <strong>em</strong>presa, corre­se<br />

o risco de parecer propaganda. Hoje, o que se t<strong>em</strong> de diferente<br />

é um compromisso que foi transformado <strong>em</strong> cultura, ainda<br />

que <strong>em</strong> pouca quantidade no Brasil e no mundo. Cada vez<br />

mais, no entanto, isso se constitui enquanto tendência e processo<br />

de re troa li men ta ção. Os pioneiros mostram que é possível<br />

fazer diferente. Então, a opi nião pública d<strong>em</strong>anda mais do<br />

que simplesmente um produto sanitário, estético, técnico ou<br />

de valor financeiro. Passa a querer coisas que estejam as so ciadas<br />

a valores, que são intangíveis, mas igualmente importantes<br />

para se constituir a qualidade de um produto.<br />

IS – Ao seu ver, a exigência do consumidor promoverá essa<br />

mudança nas <strong>em</strong>presas?<br />

MS – Como falei, trata­se de um processo de re troa li men ta ção,<br />

não existe via de mão única. Os que se dispõ<strong>em</strong> a liderar pelo<br />

ex<strong>em</strong>plo mostram, <strong>em</strong> vá rias dimensões, que é possível um<br />

produto integrar valor econômico, so cial, am bien tal e cultural.<br />

E o consumidor que busca um consumo admirável e sustentável<br />

d<strong>em</strong>anda produtos que faz<strong>em</strong> com que aqueles que ainda<br />

não estão comprometidos com esta agenda torn<strong>em</strong>­se. Exist<strong>em</strong><br />

duas formas de entrar nesse esforço: pelo coração ou pela<br />

razão. Há aqueles que estão de coração. No entanto, outros enxergam,<br />

pela tendência, “uma ideia cujo t<strong>em</strong>po chegou”, como<br />

dizia Victor Hugo, e acabam seguindo. Penso como o poe ta<br />

Thia go de Mello: “Não é preciso se preo cu par com o novo caminho,<br />

basta uma nova maneira de caminhar”. Aqueles que são<br />

pioneiros nessa maneira acabam trilhando um novo caminho<br />

para servir a todos. (Cláudia Piche)<br />

Meneuz<br />

DEZEMBRO 2012 Ideia Sustentável 13


Navegar é preciso<br />

Por Fábio Congiu<br />

Transporte marítimo de toras de eucalipto firma-se<br />

como alternativa sustentável para <strong>em</strong>presa, comunidades<br />

e meio ambiente na região de Caravelas (Ba)<br />

Inovar <strong>em</strong> busca de um melhor re la cio na men to com as<br />

comunidades de seu entorno t<strong>em</strong> sido uma receita básica<br />

para as <strong>em</strong>presas que pretend<strong>em</strong> garantir lugar no<br />

mercado <strong>em</strong> futuro próximo. A opção muitas vezes encarece<br />

processos, mas trata­se de uma escolha focada<br />

<strong>em</strong> responsabilidades e oportunidades de longo prazo.<br />

Em 2002, a Fibria Celulose S.A. encontrou no mar<br />

uma possível solução para reduzir os impactos socioambientais<br />

de suas atividades entre Caravelas (BA) e Aracruz<br />

(ES), s<strong>em</strong> prejudicar o ecossist<strong>em</strong>a de baleias e caranguejos<br />

característicos da re gião. Dez anos depois, os<br />

resultados animam.<br />

Para diminuir o trânsito de caminhões que transportam<br />

toras de madeira pela BR‑101 e, consequent<strong>em</strong>ente,<br />

reduzir o risco de acidentes e a poluição am bien tal e<br />

sonora ao longo do trajeto, a <strong>em</strong>presa tornou­se a primeira<br />

do setor a adotar o modal marítimo. A operação,<br />

no entanto, não foi nada fácil.<br />

A re gião entre o sul da Bahia e o norte do Espírito<br />

Santo, próxima ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos,<br />

é marcada pela presença das baleias Jubarte, que<br />

vêm para águas tropicais acasalar, reproduzir<br />

e cuidar das crias. Por isso, <strong>em</strong><br />

vez de simplesmente “invadir a praia”, a<br />

Fibria optou por desenvolver uma parceria<br />

com o Instituto Baleia Jubarte<br />

(IBJ), a fim de contribuir com o monitoramento<br />

da espécie e encontrar a alternativa<br />

mais eficaz para o transporte<br />

de madeira para o percurso de 275<br />

km entre suas unidades. Aproximadamente<br />

R$ 700 mil foram investidos <strong>em</strong><br />

pesquisas para determinar a rota ideal<br />

das barcaças.<br />

“No início do projeto, apenas 3.396<br />

animais foram contabilizados pelo IBJ.<br />

Hoje, registra­se a presença de 11.418<br />

14 Ideia Sustentável DEZEMBRO 2012<br />

Tiago noronha<br />

baleias na re gião”, com<strong>em</strong>ora Milton Marcondes, diretor<br />

de Pesquisa do Instituto. A parceria, portanto, não só potencializou<br />

o monitoramento como provou que as atividades<br />

não prejudicam o ecossist<strong>em</strong>a, com atropelamentos<br />

e outros acidentes.<br />

Nos últimos 10 anos, 4,9 milhões de metros cúbicos<br />

de madeira foram transportados pelo mar, o equivalente<br />

a 195 mil via gens de caminhão. A ini cia ti va representa<br />

uma redução de 63% no consumo de combustíveis<br />

fósseis e de 100 mil toneladas de CO ² eq. Hoje, sa<strong>em</strong> do<br />

terminal marítimo de Caravelas 30% da madeira utilizada<br />

na fábrica de celulose de Aracruz. Qua tro barcaças<br />

cumpr<strong>em</strong> o trajeto. “Esse sist<strong>em</strong>a ainda não é tão econômico<br />

quanto o ro do viá rio. Apesar disso, a intenção é<br />

otimizá­ lo”, destaca Pedro Mo raes Torres Pinto, coor dena<br />

dor de Comunicação da Fibria.<br />

A <strong>em</strong>presa apoia ainda o Projeto Manguezal na região,<br />

parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação<br />

da Bio di ver si da de (ICMBio), órgão am bien tal<br />

do governo brasileiro. O programa monitora o ecossist<strong>em</strong>a<br />

de Caravelas e orien ta pescadores no uso correto<br />

dos recursos naturais. Com um barco­ escola, auxilia 350<br />

fa mí lias de ribeirinhos, cuja renda mensal não chega a<br />

R$ 90 e dos quais 70% são analfabetos.<br />

Para Ulisses Souza Sco field, responsável pelo Projeto<br />

Manguezal no ICMBio, as par ce rias com o setor privado<br />

são fundamentais. “Se não fosse esse tipo de colaboração,<br />

ainda não te ría mos n<strong>em</strong> começado a pôr nossos<br />

planos <strong>em</strong> prática”, admite.<br />

O jornalista Fábio Congiu viajou a Caravelas a convite da Fibria.<br />

Tiago noronha


Entrevista Paulette Frank,<br />

vice-presidente da Johnson&Johnson<br />

O negócio é cuidar<br />

Centrada na ideia de cuidado, Paulette Frank leva a in fluência<br />

dos filhos como inspiração para o trabalho no dia a dia.<br />

A vice­ presidente de Sustentabilidade, Meio Am bien te, Saú de e<br />

Segurança da Johnson&Johnson integra uma nova safra de lideranças<br />

f<strong>em</strong>ininas <strong>em</strong> ascensão num mundo corporativo que<br />

tenta imbuir valores sustentáveis aos ne gó cios.<br />

Na J&J, o programa Healthy Planet 2010 conseguiu reduzir<br />

<strong>em</strong> 23% as <strong>em</strong>issões de CO ² da <strong>em</strong>presa ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong><br />

que aumentou <strong>em</strong> 400% o crescimento do negócio. Entre as<br />

metas a ser<strong>em</strong> alcançadas, até 2015, estão: “Saú de e b<strong>em</strong>­ estar<br />

para todos; um mundo s<strong>em</strong> re sí duos; e ser uma das marcas com<br />

mais credibilidade no meio <strong>em</strong> que atua.”<br />

Confira como a <strong>em</strong>presa pretende alcançar essas metas,<br />

de que forma os novos fun cio ná rios são estimulados a pensar<br />

<strong>em</strong> sustentabilidade e como Paulette encara a necessidade de<br />

equilíbrio entre aspectos f<strong>em</strong>ininos e masculinos para a sustentabilidade<br />

efetiva dos ne gó cios.<br />

Ideia Sustentável – Como a Johnson&Johnson engaja seus<br />

<strong>em</strong>pregados no dia a dia? Como se dá esse processo <strong>em</strong> relação<br />

às lideranças?<br />

Paulette Frank – Quan do tentamos explicar a sus ten ta bii da de<br />

para um colaborador, começamos uma jornada. O que significa<br />

o conceito no mundo? Definimos de maneira geral, induzindoos<br />

a pensar sobre mudanças; então traz<strong>em</strong>os o foco um pouco<br />

mais perto — o que significa para a nossa <strong>em</strong>presa, para o negócio<br />

de consumo, para um trabalho específico? Se o colaborador<br />

trabalha próximo aos consumidores da J&J, deve entender o<br />

que há de diferente nesse mercado <strong>em</strong> relação ao t<strong>em</strong>a. Tomamos<br />

decisões todos os dias e integramos a sustentabilidade de<br />

maneira muito fun cio nal. É bom saber o que todos os seus parceiros<br />

faz<strong>em</strong>, mas minha preo cu pa ção prio ri tá ria deve ser como<br />

integrá­la no papel que des<strong>em</strong>penho. Posso inseri­la, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

no scorecard dos meus fornecedores. Quan do estou falando<br />

sobre inovação, também posso integrar o t<strong>em</strong>a na conversa. T<strong>em</strong>os<br />

parceiros de vendas que se importam com isso; como posso<br />

levar o conceito a eles, como eles pod<strong>em</strong> nos ajudar? T<strong>em</strong>os<br />

dicas para todos os tipos de função. E o passo final é integrar a<br />

sustentabilidade na vida fora do trabalho. Esse é o desafio. T<strong>em</strong>os<br />

times diferentes e dicas para tentar engajar os fun cio ná rios<br />

<strong>em</strong> todos os níveis. Há os Green Teams para aqueles com uma<br />

paixão es pe cial por sustentabilidade e que se tornam vo lun tários<br />

para tornar as fábricas mais am bien tal men te amigáveis, por<br />

ex<strong>em</strong>plo. Dependendo do papel que des<strong>em</strong>penham na organização,<br />

pod<strong>em</strong> até mesmo atingir metas pela execução dos projetos.<br />

Também t<strong>em</strong>os <strong>em</strong> nosso site a seção Healthy Future & Me,<br />

voltada aos colaboradores, onde conectamos dados sobre todas<br />

as contribuições para mostrar o tamanho da diferença.<br />

IS – O conhecimento <strong>em</strong> sustentabilidade conta no recrutamento<br />

de um novo colaborador?<br />

PF – T<strong>em</strong>os um processo<br />

b<strong>em</strong> descentralizado.<br />

Cada parte do<br />

negócio executa processos<br />

de maneiras<br />

b<strong>em</strong> diferentes. No geral,<br />

todos os nossos valores<br />

são integrados<br />

<strong>em</strong> novos processos<br />

seletivos, incluindo a<br />

sustentabilidade. Mesmo<br />

antes de alguém se<br />

tornar um <strong>em</strong>pregado de fato, falamos sobre o t<strong>em</strong>a porque<br />

t<strong>em</strong>os visto, ao longo dos anos, os mais jovens se interessando.<br />

Eles também analisam se a <strong>em</strong>presa está de acordo com<br />

os seus valores. Atual men te, sustentabilidade representa uma<br />

vantag<strong>em</strong> competitiva. Os bons colaboradores quer<strong>em</strong> trabalhar<br />

para uma <strong>em</strong>presa que esteja fazendo a diferença no mundo,<br />

não apenas lucrando com ele. Todas as pes soas desejam<br />

estar numa <strong>em</strong>presa de sucesso, mas há formas diferentes de<br />

interpretá­lo, por meio de diferentes fontes de valor.<br />

IS – Desde quando você percebe esse interesse maior por<br />

parte de possíveis colaboradores?<br />

PF – Nos últimos cinco ou sete anos, os profissionais na função<br />

de recrutadores começaram a nos perguntar se te ría mos<br />

informações sobre sustentabilidade justamente porque essa<br />

d<strong>em</strong>anda passou a existir. Agora sustentabilidade já integra o<br />

ma te rial do recrutador.<br />

IS – Alguns es pe cia lis tas afirmam que a sustentabilidade possui<br />

características f<strong>em</strong>ininas. <strong>Você</strong> concorda com essa ideia?<br />

PF – Essa é uma questão muito boa. Outro dia comecei uma<br />

apresentação interna com uma foto minha quando crian ça e,<br />

na sequência, mostrei uma de meus filhos, porque eles são a<br />

inspiração para o meu trabalho. Pes soal men te, trago muita inspiração<br />

do fato de ser mãe e cuidar tanto do mundo que eles<br />

vão herdar um dia. Por um lado, concordo que estou na <strong>em</strong>presa<br />

ideal para trabalhar, pois minha personalidade está rela<br />

cio na da a uma cultura de cuidado. Mas v<strong>em</strong>os homens na<br />

J&J com esse mesmo comprometimento, além de dominar<strong>em</strong><br />

aspectos funcionais dos ne gó cios. Por ser mulher, opero<br />

com um lado mais <strong>em</strong>o cio nal, governada mais pelo coração<br />

do que pela razão. Mas não sei se é justo dizer que os homens<br />

não compartilham disso, que não têm um senso de cuidado.<br />

Deve haver um equilíbrio: a inspiração v<strong>em</strong> do cuidado, uma<br />

característica f<strong>em</strong>inina. Mas se não há formas para executar e<br />

agir sobre a inspiração de uma maneira muito efi cien te e efetiva,<br />

não passará apenas de inspiração, não ajudará ninguém.<br />

Deve­se se agir tanto com a razão quanto com a <strong>em</strong>oção para<br />

atingir a sustentabilidade plenamente. (Cristina Tavelin)<br />

DEZEMBRO 2012 Ideia Sustentável 15<br />

Divulgação


Saudações ao astro- rei<br />

reprodução do movimento dos gi ras sóis <strong>em</strong> pai­<br />

A néis solares não é um objetivo novo da ciên cia.<br />

Mas as pesquisas atingiram um novo estágio de iluminação.<br />

O engenheiro elétrico e de computação Hongrui Jiang,<br />

da Universidade Winsconsin­ Madison, conseguiu desenvolver,<br />

junto com sua equipe, sensores fotovoltaicos que giram de<br />

leste a oes te, conforme a estimulação direta do sol. Eles consegu<strong>em</strong><br />

absorver mais raios solares, aumentando <strong>em</strong> 10% a eficiên<br />

cia na geração de energia elétrica <strong>em</strong> relação aos métodos<br />

convencionais. Até hoje, os equipamentos utilizados continham<br />

captadores as so cia dos a pequenos motores, alguns com GPS.<br />

Todavia, com aproveitamento de 2% a 3% da energia recebida.<br />

Para Jiang, “o novo sist<strong>em</strong>a projetará a energia fotovoltaica<br />

a um alto patamar de competitividade”. Cada painel solar<br />

t<strong>em</strong> espelhos <strong>em</strong>baixo, que focam um estimulador comprimido<br />

por nanotubos de carbono. Os sensores, juntos a um<br />

Solução para várias bocas<br />

Modelos portáteis de fogão a bio gás pod<strong>em</strong> substituir<br />

a lenha no dia a dia de aproximadamente três bilhões<br />

de pes soas. Além de eliminar toneladas de CO ² , resolver<br />

a questão do combustível e do lixo no am bien te,<br />

modelos como o BioLite HomeStove vêm com uma tomada<br />

elétrica de 2 watts de potência, su fi cien te para recarregar<br />

ba te rias de pequeno porte, como a dos celulares e<br />

lâmpadas LED. Essa facilidade visa aos habitantes das zona<br />

rurais, após uma pesquisa ter d<strong>em</strong>onstrado gastos de cerca<br />

de 7% da renda <strong>em</strong> busca desse tipo de abastecimento.<br />

O fogão será lançado <strong>em</strong> 2013 ao preço de 40 dólares.<br />

No entanto, Ethan Kay, es pe cia lis ta da BioLite<br />

Reforço concreto<br />

Blocos de concreto, amplamente utilizados na construção civil<br />

<strong>em</strong> todo o mundo, poderão tornar­se carbono­ negativos<br />

do am bien te, como receptáculos do sequestro de carbono.<br />

As ex pe riên cias pretend<strong>em</strong> acomodar produto bruto de carbono<br />

<strong>em</strong> novos blocos do ma te rial, segundo lugar na lista dos<br />

mais po luen tes, perdendo apenas para o carvão.<br />

Entre as <strong>em</strong>presas <strong>em</strong>penhadas nesse objetivo, a canadense<br />

CarbonCure, associou­se a fabricantes norte­ americanos como<br />

Bassalite e Atlas Block buscando via bi li za ção. Os executivos<br />

esperam que a força e durabilidade do novo ma te rial sejam traduzidas<br />

<strong>em</strong> lucros. Conforme afirma o CEO Robert Nevins, “além<br />

de útil para destinar CO ² , o processo resulta também <strong>em</strong> blocos<br />

mais resistentes”. Na Califórnia, a Celera testa um subproduto<br />

16 Ideia Sustentável DEZEMBRO 2012<br />

elastômero (LCE), absorv<strong>em</strong> uma ampla gama de ondas de luz,<br />

das invisíveis às infravermelhas, e se mov<strong>em</strong> conforme se aquec<strong>em</strong>.<br />

Quan do o sol atinge diretamente o espelho, os nanotubos<br />

absorv<strong>em</strong> a luz, aumentando a diferença de t<strong>em</strong>peratura<br />

entre os atua do res e o am bien te externo. Isso força o sist<strong>em</strong>a a<br />

acompanhar os raios mais fortes. De acordo com a posição do<br />

sol, os atua do res se comprim<strong>em</strong>, res friam e reex pan d<strong>em</strong>­se,<br />

movimentando os painéis.<br />

Embora ainda estejam aguardando fi nan cia do res, os engenheiros<br />

esperam inaugurar pólos solares de porte in dus trial daqui<br />

a cinco ou dez anos. Conforme analisou o australiano Philip<br />

Jennings, es pe cia lis ta <strong>em</strong> efi ciên cia fotovoltaica da Universidade<br />

de Murdoch, “a nova ideia já passou pela ‘prova de conceito’,<br />

com um salto im pres sio nan te <strong>em</strong> efi ciên cia, utilizando materiais<br />

relativamente baratos. O desafio agora é d<strong>em</strong>onstrar um<br />

bom custo­ benefício”. (Eleanor Devenish)<br />

para mercados <strong>em</strong>ergentes, garante que o investimento<br />

deverá ser recuperado após, aproximadamente, sete<br />

meses de uso.<br />

A <strong>em</strong>presa aposta que programas de efi ciên cia energética<br />

poderão fi nan ciar o investimento nos fogões. Segundo<br />

a diretora de Pesquisas, Erica Rosen, é preciso verificar primeiro<br />

se o produto se adaptará b<strong>em</strong> para, então, pensar na<br />

grande escala. “O atual foco do HomeStove é com preen dermos<br />

a aceitação dos consumidores e desenvolver modelos<br />

cada vez mais sustentáveis. Pretend<strong>em</strong>os entregar mais de<br />

um milhão de unidades nos próximos cinco anos”, proferiu,<br />

antecipando o sucesso do produto. (Michael Ashcroft)<br />

ba sea do <strong>em</strong> bicarbonato e adi cio na do com injeção<br />

de água do mar, que também cria blocos<br />

mais resistentes. Já a CarbonSciences<br />

v<strong>em</strong> aplicando o carbono excedente das indús<br />

trias do aço e do carvão. Na Inglaterra,<br />

a Novac<strong>em</strong> publicou que, a partir do silicato de magnésio,<br />

já produz blocos de concreto de processos carbono­ zero.<br />

Com tantas expectativas a se concretizar, frente à grande<br />

movimentação de volumes, poucos fabricantes acreditam que<br />

uma produção mais sustentável possa acompanhar as <strong>alta</strong>s<br />

d<strong>em</strong>andas nos próximos anos. Por outro lado, há qu<strong>em</strong> ache<br />

que o depósito de carbono <strong>em</strong> concreto nunca passará de um<br />

experimento interessante de laboratório. (Katherine Rowland)


Motores a diesel mais limpos<br />

Os motores a die sel levam vantag<strong>em</strong> <strong>em</strong> termos de<br />

<strong>em</strong>issões de CO ² na atmosfera, se comparados aos a<br />

gasolina. Contudo, eliminam grandes quantidades de óxido<br />

nítrico e dió xi do de nitrogênio. Para ali viar a poluição<br />

desses equipamentos, novas soluções buscam o desenvolvimento<br />

de catalisadores mais efi cien tes.<br />

Um estudo liderado pela <strong>em</strong>presa Nanostellar, junto<br />

ao Centro de Computação Aplicada do Texas e à Fundação<br />

Na cio nal de Pesquisa da Coreia do Sul, recent<strong>em</strong>ente<br />

publicado na revista Science, traz boas perspectivas. Pesquisadores<br />

acreditam que logo conseguirão diminuir <strong>em</strong> 45%<br />

o índice de <strong>em</strong>issões nocivas dos motores die sel utilizando<br />

novos agentes nos catalisadores. O menor impacto foi<br />

Bicicleta de papelão<br />

engenheiro is rae len se Izhar Gafni desenvolveu uma fór­<br />

O mula inovadora e barata para produzir bicicletas com<br />

materiais completamente reciclados. Na técnica, utilizam­se<br />

camadas de papelão prensado envoltas <strong>em</strong> grossa resina. O resultado<br />

é um ma te rial leve, resistente ao peso, à água e ao fogo.<br />

Pela técnica de Gafni, cada bicicleta “reciclada” sai ao preço<br />

de nove dólares para o fabricante. Atual men te, junto à <strong>em</strong>presa<br />

de desenvolvimento co mer cial ERB, discute­se a participação<br />

de investidores privados no <strong>em</strong> preen di men to. O projeto<br />

deverá ser lançado para o mercado consumidor <strong>em</strong> 2013. Especula­se<br />

que serão bicicletas acessíveis, custando entre 60 e 90<br />

dólares, conforme o modelo e peças avulsas que vie r<strong>em</strong> acopladas,<br />

como um pequeno motor. Em princípio, segundo o inventor,<br />

serão três modelos. O infantil pesa 3,5 quilos; o modelo<br />

Alpha, para adultos, 9 kg. Com metade do peso de uma bicicleta<br />

con ven cio nal, a de papelão suporta carregar até o dobro<br />

da “concorrente”: 220 kg.<br />

Reinventando as plantas<br />

Pesquisadores da Panasonic, gigante da indústria eletrônica,<br />

anun cia ram ter desenvolvido um novo sist<strong>em</strong>a de fotossíntese<br />

induzida, completamente inorgânico, e garant<strong>em</strong><br />

que com efi ciên cia quase idêntica à natural. Assim, superaram<br />

ex pe riên cias an te rio res, como a rea li za da pela Toyota Central<br />

R&D Labs, <strong>em</strong> 2011. E também o sist<strong>em</strong>a Artificial Leaf, desenvolvido<br />

pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), e<br />

publicado no ano passado.<br />

No novo sist<strong>em</strong>a, conseguiu­se converter dió xi do de carbono<br />

<strong>em</strong> matéria orgânica com baixíssima perda de energia.<br />

Isto é, o que se gasta na rea ção é exatamente pro por cio nal à<br />

luz produzida. Todavia, serão ne ces sá rios alguns testes para fomentar<br />

sua via bi li da de co mer cial. O processo utiliza a mesma<br />

conseguido pela substituição do metal pre cio so platinum,<br />

de uso comum, pelo mineral mullite, tr a di ci o nal m en te u ti ­<br />

lizado na fabricação de porcelana. “Além de mais fácil de se<br />

produzir, o mullite é mais efi cien te na redução de <strong>em</strong>issões”,<br />

afirma Kyeongjae Cho, professor da equipe. Agora, pretende­se<br />

expandir os testes sobre o uso do ma te rial na geração<br />

de energia <strong>em</strong> rea ções químicas nas células dos combustíveis,<br />

e já se oferec<strong>em</strong> aplicações comerciais para exaustores<br />

die sel, com a marca Noxicat. Futuramente, o objetivo será<br />

desenvolver tecnologia de catalisadores para a conversão<br />

de carvão ou bio mas sas <strong>em</strong> combustíveis líquidos. E também<br />

o aproveitamento do calor excedente para unidades<br />

de ar­ con di cio na do <strong>em</strong> veí cu los, por ex<strong>em</strong>plo. (Bob Cervi)<br />

Devido ao aspecto sustentável<br />

das bicicletas recicladas e o número<br />

de adeptos que poderá conquistar,<br />

tirando carros das ruas, espera­se que<br />

o projeto atraia incentivos e fi nancia<br />

men tos populares. Assim, pretende­se<br />

criar <strong>em</strong>pregos, ocupando trabalhadores com de fi ciên cias.<br />

Para Ohigero Tanaka, diretor de Engenharia e Design de Desenvolvimento<br />

e Produtos da Speck Design, a grande contribuição<br />

do protótipo de papelão é que ele propõe um desafio<br />

aos designers do futuro. Além de desconstruir ideias convencionais<br />

sobre materiais, transportes e engenharia, “abre­se espaço<br />

para novas soluções cria ti vas”.<br />

Acerca do t<strong>em</strong>po de vida e destinação das novas bicicletas,<br />

o inventor afirma que dev<strong>em</strong> durar “cerca de dois invernos chuvosos”.<br />

Difícil saber, <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos de aquecimento global, se isso<br />

se aplicará no longo prazo ou aos climas tropicais. (Elly Earls)<br />

tecnologia da iluminação LED, por s<strong>em</strong>icondutores de nitretos.<br />

Correntes de elétrons quebram moléculas de água <strong>em</strong> hidrogênio<br />

e oxigênio, na presença da luz. O ácido fórmico, produto<br />

final da catálise metálica após a quebra do gás carbônico, é<br />

útil a diversas áreas da indústria e mercados que a Panasonic<br />

pretende expandir.<br />

A <strong>em</strong>presa já patenteou outras 29 tec no lo gias de inovação<br />

nesse campo e declarou que pretende utilizar a nova descoberta<br />

para capturar e converter CO ² de incineradores e usinas de<br />

energia. Agora, promete oportunidades às experimentações na<br />

área, para além do foco na hidrólise de hidrogênio. A fotossíntese<br />

induzida poderá favorecer a produção de novos combustíveis<br />

inspirados na energia solar. (Annabelle Bladon)<br />

As notas assinadas foram originalmente publicadas na revista Green Futures (edição 86 – Outubro de 2012), parceira de Ideia Sustentável. Versão para o português de Marília Arantes.<br />

Leia mais <strong>em</strong>: www.forumforthefuture.org/greenfutures<br />

DEZEMBRO 2012 Ideia Sustentável 17

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