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Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia ...

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56 | <strong>Os</strong> <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> <strong>Cerrado</strong> e <strong>Amazônia</strong><br />

agricultores <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> plantar alimentos?”<br />

Ribeiro explica também que a usina faz irrigação<br />

<strong>da</strong> <strong>cana</strong> com pivô central, usando água do São<br />

Francisco.<br />

Especialistas alertam que não há fiscalização<br />

eficiente sobre os <strong>impactos</strong> sociais e ambientais.<br />

“O Estado <strong>de</strong>veria priorizar a preservação <strong>da</strong>s<br />

nascentes dos rios. É como <strong>de</strong>sgastar as veias que<br />

levam o sangue para o coração. Essa expansão tem<br />

sido muito rápi<strong>da</strong> e a idéia é dobrar a <strong>produção</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>cana</strong> na região. A agricultura familiar vai sumir e<br />

po<strong>de</strong>m faltar alimentos”, afirma Lessandro <strong>da</strong><br />

Costa, diretor <strong>da</strong> Associação Ambientalista do Alto<br />

São Francisco.<br />

Apesar <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong> <strong>da</strong>s empresas, que<br />

dizem gerar emprego e <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

organizações locais <strong>de</strong>nunciam que as usinas não<br />

respeitam leis ambientais e trabalhistas. “Usam<br />

vene<strong>no</strong>s violentos que afetam a saú<strong>de</strong> dos<br />

trabalhadores e <strong>da</strong> população. On<strong>de</strong> antes se<br />

produzia milho, feijão, café, leite e outros<br />

alimentos, agora é só <strong>cana</strong>. Não há crédito para os<br />

peque<strong>no</strong>s produtores, mas o Banco do Brasil tem<br />

dinheiro <strong>de</strong> sobra para incentivar as gran<strong>de</strong>s<br />

usinas, que <strong>de</strong>stroem o cerrado e a <strong>Amazônia</strong>. Essa<br />

política vai <strong>de</strong>ixar uma herança <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição”,<br />

afirma Carlos Santana, assessor do Sindicato dos<br />

Trabalhadores Rurais <strong>de</strong> Bambuí.<br />

Trabalho <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>nte<br />

Ele explica que “Aqui tem serviço, mas só<br />

braçal. <strong>Os</strong> trabalhadores chegam <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as partes<br />

do país para cortar <strong>cana</strong> e o aluguel na região<br />

aumentou muito. Outra conseqüência foi o<br />

congestionamento do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />

<strong>Os</strong> cortadores <strong>de</strong> <strong>cana</strong> recebem por <strong>produção</strong> e<br />

isso causa a exploração. Muitos ficam doentes e<br />

não conseguem mais trabalhar”.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte do Sindicato dos Trabalhadores<br />

Rurais <strong>de</strong> Lagoa <strong>da</strong> Prata, Nelson Rufi<strong>no</strong>, <strong>de</strong>nuncia<br />

que, “A usina Louis Dreyfus causa gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>struição ao meio-ambiente. O trator <strong>da</strong> empresa<br />

arranca as árvores e <strong>de</strong>pois enterra para escon<strong>de</strong>r<br />

o crime ambiental. Somente meta<strong>de</strong> dos <strong>cana</strong>is

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