Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia ...
Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia ...
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EXPANSÃO<br />
SEM<br />
Alimentos, sem<br />
biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
sem futuro...<br />
Dados do IBGE indicam que entre 2005 e<br />
2006, o cultivo <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> estado aumentou<br />
20,93%, significando um crescimento<br />
<strong>de</strong> 19,15% na <strong>produção</strong>. 80<br />
Em setembro <strong>de</strong> 2006, o gover<strong>no</strong> do Estado criou<br />
o Programa Maranhense <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />
Biocombustíveis, que prevê a construção <strong>de</strong> 45<br />
<strong>no</strong>vas usinas, com estimativas <strong>de</strong> produzir entre 4<br />
bilhões e 7 bilhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> eta<strong>no</strong>l. 81 Segundo<br />
o gover<strong>no</strong>, o objetivo seria “incentivar peque<strong>no</strong>s,<br />
médios e gran<strong>de</strong>s produtores <strong>de</strong> todo o país,<br />
especialmente do Nor<strong>de</strong>ste e Centro-Sul, a<br />
investirem <strong>no</strong> plantio <strong>de</strong> <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar para a<br />
<strong>produção</strong> <strong>de</strong> álcool, açúcar e biocombustível”,<br />
afirmou o governador José Reinaldo Tavares,<br />
durante o lançamento. O gover<strong>no</strong> cita ain<strong>da</strong> como<br />
vantagens as instalações do Porto <strong>de</strong> Itaqui, a<br />
Ferrovia dos Carajás e a Companhia Ferroviária do<br />
Nor<strong>de</strong>ste. A primeira parte do projeto prevê a<br />
construção <strong>de</strong> 20 usinas em um prazo <strong>de</strong> cinco a<strong>no</strong>s,<br />
o que representaria a expansão <strong>de</strong> 15% na<br />
<strong>produção</strong> nacional <strong>de</strong> eta<strong>no</strong>l. 82<br />
MARANHÃO<br />
Grilagem <strong>de</strong> terras<br />
Segundo o governador do Maranhão, o Estado<br />
po<strong>de</strong>ria utilizar 500 mil hectares para plantação<br />
<strong>de</strong> <strong>cana</strong>. 83 O pesquisador Mayron Régis, <strong>da</strong><br />
Secretaria Executiva do Fórum Carajás <strong>de</strong>nuncia a<br />
prática <strong>da</strong> grilagem <strong>de</strong> terras para a indústria sucroalcooleira<br />
e afirma que, “<strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s mais à frente<br />
fiquem certos que entre elas estão as melhores<br />
terras do Maranhão como as dos municípios <strong>de</strong><br />
Campestre e Porto Franco, oeste maranhense,<br />
on<strong>de</strong> o grupo Maity, um dos gran<strong>de</strong>s beneficiários<br />
do Pró-álcool, compraz-se em ferrar agricultores<br />
familiares, com seus funcionários e com policiais<br />
militares, para que suas rotinas produtivas se<br />
<strong>de</strong>sajustem, e, <strong>de</strong>sajustados produtivamente, fica<br />
mais fácil para a empresa retirá-los <strong>da</strong> área”. 84<br />
O estudo do Fórum Carajás indica que cerca <strong>de</strong><br />
200 mil hectares <strong>de</strong> terras grila<strong>da</strong>s serão<br />
<strong>Os</strong> <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> <strong>Cerrado</strong> e <strong>Amazônia</strong> | 39