Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia ...
Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia ...
Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
EXPANSÃO<br />
DESTRUIÇÃO<br />
Mais <strong>de</strong> 10.000 hectares <strong>de</strong><br />
floresta <strong>de</strong>struí<strong>da</strong> para<br />
iniciar a plantação <strong>da</strong> <strong>cana</strong><br />
A<br />
Companhia Nacional <strong>de</strong> Abastecimento<br />
(CONAB) estima que a <strong>produção</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>cana</strong> <strong>no</strong> estado do Amazonas terá um<br />
aumento <strong>de</strong> 273,1 mil tonela<strong>da</strong>s para 303 mil<br />
tonela<strong>da</strong>s entre 2007 e 2008, representando um<br />
crescimento <strong>de</strong> 10,90%. 65<br />
A Usina Jayoro, <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> do grupo Coca-<br />
Cola, está instala<strong>da</strong> <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte<br />
Figueiredo, na antiga Fazen<strong>da</strong> Rio Negro, às<br />
margens <strong>da</strong> BR-174. A área total <strong>da</strong> empresa é <strong>de</strong><br />
59.000 hectares, em região <strong>de</strong> floresta nativa. A<br />
usina foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, através <strong>de</strong><br />
incentivos do Pró-Álcool e se expandiu<br />
recentemente para fabricar eta<strong>no</strong>l.<br />
AMAZONAS<br />
De acordo com reportagem do jornal Estado <strong>de</strong><br />
S. Paulo, “a Jayoro tem cinco colhedoras <strong>de</strong> <strong>cana</strong><br />
que rasgam os <strong>cana</strong>viais às margens <strong>da</strong> imensidão<br />
<strong>da</strong> floresta. ‘Já vi onça, veado, todo o tipo <strong>de</strong> bicho<br />
nesse <strong>cana</strong>vial’, diz <strong>Os</strong>valdi<strong>no</strong> Santos <strong>de</strong> Oliveira,<br />
operador <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s máquinas há oito safras.” 66<br />
De acordo com artigo <strong>de</strong> Agnaldo Brito, “A estra<strong>da</strong>,<br />
<strong>de</strong> piso <strong>no</strong>vo, corta a mata fecha<strong>da</strong>. O clima é<br />
úmido ao extremo, em alguns momentos acima<br />
<strong>de</strong> 80%.” A reportagem explica que, na safra <strong>de</strong><br />
2007, as chuvas intensas impediram o corte <strong>da</strong><br />
<strong>cana</strong>. 67<br />
Segundo entrevistas com organizações locais,<br />
para o início <strong>da</strong> plantação <strong>de</strong> <strong>cana</strong> foram <strong>de</strong>struídos<br />
cerca <strong>de</strong> 10.000 hectares <strong>de</strong> floresta. Outro<br />
problema é o uso <strong>de</strong> agrotóxicos e o vinhoto, que<br />
têm seus resíduos <strong>de</strong>positados nas lagoas e<br />
igarapés, chegando até o rio que corta o município<br />
e é usado para banho pela população local.<br />
Segundo Paulo Sergio Ribeiro, que é técnico em<br />
agropecuária e trabalhou 18 a<strong>no</strong>s para a usina<br />
Jayoro, são usados vários tipos <strong>de</strong> insetici<strong>da</strong>s,<br />
aplicados com tratores e <strong>de</strong> avião. Enquanto os<br />
trabalhadores cortam <strong>cana</strong>, peque<strong>no</strong>s aviões<br />
sobrevoam a plantação jogando agrotóxicos.<br />
<strong>Os</strong> <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> <strong>Cerrado</strong> e <strong>Amazônia</strong> | 31