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Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia ...

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- só acontece com a aju<strong>da</strong> <strong>de</strong> irrigação do solo. É<br />

justamente neste período que o volume <strong>de</strong> água<br />

dos rios diminui, pois coinci<strong>de</strong> com o período <strong>de</strong><br />

estiagem. Com o uso <strong>da</strong> água para a irrigação <strong>da</strong><br />

<strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar, esse volume diminui ain<strong>da</strong> mais.<br />

Dessa forma, ocorre um processo <strong>de</strong> secagem dos<br />

brejos e dos leitos dos rios, dizimando pequenas<br />

nascentes. Soma-se a esse fato a <strong>de</strong>struição <strong>da</strong><br />

mata ciliar, provocando a erosão do solo e<br />

comprometendo ain<strong>da</strong> mais o fluxo <strong>no</strong>rmal <strong>da</strong>s<br />

águas, diminuindo inclusive os índices<br />

pluviométricos. Esse processo está acarretando<br />

profun<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças na paisagem do cerrado e<br />

põe em risco a própria existência <strong>de</strong>ste bioma. 16<br />

“O <strong>de</strong>smatamento<br />

para <strong>da</strong>r lugar à<br />

lavoura <strong>de</strong> <strong>cana</strong><br />

prejudica<br />

diretamente as<br />

populações rurais<br />

que sobrevivem do<br />

uso <strong>da</strong><br />

biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

<strong>Cerrado</strong>.<br />

16 | <strong>Os</strong> <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> <strong>Cerrado</strong> e <strong>Amazônia</strong><br />

A expansão dos <strong>cana</strong>viais<br />

Nos últimos a<strong>no</strong>s, o gover<strong>no</strong> elegeu o <strong>Cerrado</strong><br />

como prioritário para a expansão <strong>da</strong>s lavouras <strong>de</strong><br />

<strong>cana</strong>, pois essa região apresenta uma topografia<br />

favorável, com terras planas, <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, e<br />

farto potencial hídrico. Dados do IBGE indicam que,<br />

na safra <strong>de</strong> 2007, as lavouras <strong>de</strong> <strong>cana</strong> ocupavam<br />

5,8 milhões <strong>de</strong> hectares <strong>no</strong> <strong>Cerrado</strong>. 17<br />

A indústria <strong>cana</strong>vieira tem se expandido<br />

rapi<strong>da</strong>mente e gerado e<strong>no</strong>rme <strong>de</strong>vastação<br />

ambiental. Para iniciar o plantio <strong>da</strong> <strong>cana</strong> é<br />

necessário retirar a vegetação nativa e, portanto,<br />

to<strong>da</strong>s as árvores são arranca<strong>da</strong>s. Em agosto <strong>de</strong><br />

2008, um acordo entre o Ministério do Meio<br />

Ambiente e o Ministério <strong>da</strong> Agricultura resultou<br />

em uma série <strong>de</strong> modificações na Lei <strong>de</strong> Crimes<br />

Ambientais. Um dos resultados foi o anúncio <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>creto do presi<strong>de</strong>nte Lula que permite a<br />

instalação <strong>de</strong> usinas <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> Pantanal. De<br />

acordo com <strong>da</strong>dos do Instituto Nacional <strong>de</strong><br />

Pesquisas Espaciais (INPE), do IBGE e do Ministério<br />

do Meio Ambiente (MMA), <strong>no</strong>vas usinas <strong>de</strong> <strong>cana</strong><br />

estão sendo instala<strong>da</strong>s em áreas <strong>de</strong> preservação<br />

ambiental e <strong>de</strong> nascentes. 18<br />

Um relatório do Instituto Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, População<br />

e Natureza (ISPN) afirma que, “O ISPN <strong>de</strong>tectou<br />

situações que apontam riscos para a<br />

biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a água e o clima na região. Nos<br />

municípios <strong>de</strong> Goianésia e Barro Alto, em Goiás,<br />

uma área <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2, 5 mil km2 consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

pelo MMA como ´priori<strong>da</strong><strong>de</strong> muito alta´ para o<br />

fomento e uso sustentável já está domina<strong>da</strong> pela<br />

cultura <strong>da</strong> <strong>cana</strong>. A situação se repete em outras<br />

áreas do estado. Na região que engloba as<br />

nascentes do rio São Lourenço – um dos mais<br />

importantes do Mato Grosso – as lavouras <strong>de</strong> <strong>cana</strong><br />

avançam sobre áreas on<strong>de</strong> se tenta implementar<br />

um corredor <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nesse caso, a<br />

<strong>produção</strong> <strong>cana</strong>vieira se concentra <strong>no</strong>s municípios<br />

<strong>de</strong> Dom Aqui<strong>no</strong>, Jaciara e Juscimeira. Em Minas<br />

Gerais, estado que também está vivendo a<br />

expansão <strong>da</strong> mo<strong>no</strong>cultura <strong>da</strong> <strong>cana</strong>, o<br />

levantamento aponta exemplos como o do<br />

polígo<strong>no</strong> que envolve os municípios <strong>de</strong> Lagoa <strong>da</strong><br />

Prata, Luz, Arcos, Iguatama e Japaraíba e que tem<br />

‘alta priori<strong>da</strong><strong>de</strong>´ para a conservação ambiental. Na

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