“A ca<strong>da</strong> a<strong>no</strong>, cerca <strong>de</strong> 22 mil quilômetros quadrados <strong>de</strong> cerrado são <strong>de</strong>smatados”. 14 | <strong>Os</strong> <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> <strong>Cerrado</strong> e <strong>Amazônia</strong>
DESTRUIÇÃO A expansão do mo<strong>no</strong>cultivo <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> CERRADO O cerrado é conhecido como “pai <strong>da</strong>s águas”, pois abastece as principais bacias hidrográficas do País. A região do <strong>Cerrado</strong> possui dois milhões <strong>de</strong> quilômetros quadrados e está localiza<strong>da</strong> entre a <strong>Amazônia</strong>, a Mata Atlântica, o Pantanal e a Caatinga, incluindo os estados <strong>de</strong> Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Fe<strong>de</strong>ral, Tocantins, sul do Maranhão, oeste <strong>da</strong> Bahia e parte do estado <strong>de</strong> São Paulo. O cerrado é conhecido como “pai <strong>da</strong>s águas”, pois abastece as principais bacias hidrográficas do País. A região é tão importante por sua riqueza em biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> quanto a <strong>Amazônia</strong>, pois abriga cerca <strong>de</strong> 160 mil espécies <strong>de</strong> plantas e animais, muitas ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong> extinção. No entanto, sua <strong>de</strong>struição não tem gerado tanta visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, apesar <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong>s sérias conseqüências que tem causado. Estudos indicam que, a ca<strong>da</strong> a<strong>no</strong>, cerca <strong>de</strong> 22 mil quilômetros quadrados <strong>de</strong> cerrado são <strong>de</strong>smatados. Estima-se que mais <strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> região já tenha sido <strong>de</strong>vasta<strong>da</strong> e, nesse ritmo, sua total <strong>de</strong>struição po<strong>de</strong>rá ocorrer até 2030. Em seu artigo, “Carta aberta a invisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do <strong>Cerrado</strong> na política ambiental”, o professor Carlos Walter Porto-Gonçalves, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense, explica que, “O <strong>Cerrado</strong>, senhor ministro, é o único dos biomas brasileiros que faz limite com todos os outros biomas e, por isso, mantém áreas <strong>de</strong> tensão ecológicas que têm uma eleva<strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, inclusive por sua megabiodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e on<strong>de</strong> o conhecimento porme<strong>no</strong>rizado advindo <strong>de</strong> uma longa vivência, como a dos camponeses, quilombolas e povos originários, se torna particularmente importante e, por isso, esses povos <strong>de</strong>vem se tornar patrimônio do país (e <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>) pela relevante contribuição que têm para qualquer política ambiental para o país pelos <strong>Cerrado</strong>s”. 15 Nessa região, o corte <strong>da</strong> <strong>cana</strong> começa <strong>no</strong> mês <strong>de</strong> abril, que coinci<strong>de</strong> com o final do período chuvoso. Então, a re<strong>no</strong>vação <strong>da</strong> lavoura - ou brota <strong>Os</strong> <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> <strong>Cerrado</strong> e <strong>Amazônia</strong> | 15