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2º Centenário das Invasões Francesas

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Abreu Pereira, para que o Príncipe Regente e a sua comitiva chegassem a bom porto e<br />

pelo rápido estabelecimento do Império brasileiro: «Vinde reinar nos corações de<br />

vossos fieis americanos, ainda mais do que no seu vasto continente. Um novo Império,<br />

novo mundo, novo céu e nova terra vos desejam e vos chamam, […] Em meio de tanta<br />

perturbação e tantas calamidades o bom Senhor lançou vistas piedosas sobre nós;<br />

livrou o nosso bom príncipe de cair nas sanguinosas mãos dos inimigos […]».<br />

A ilha de Santa Catarina, já depois da Família Real ter aportado ao Rio, em<br />

Abril de 1808, homenageou o Príncipe na missa realizada no dia 24, quando um orador<br />

ousou compará-lo a D. Sebastião, «felicitando-o por sua melhor fortuna». Nesse<br />

mesmo dia um espectáculo de pirotecnia deixava o povo boquiaberto: «…pelas onze<br />

horas [da noite] começou a latada de fogo [que se] havia armado no meio da Praça,<br />

cujo elegante princípio foi por este modo: uma pomba por uma corda correu de um<br />

lado cheia de fogo a acender um letreiro que mostrou muito tempo estas iniciais – V. S.<br />

A. R. (Viva Sua Alteza Real), o que teve imensos vivas. Outra pomba por outro lado da<br />

mesma sorte correndo fez iluminar outro letreiro que dizia – Feliz o Brasil. Depois<br />

apareceu um bonito fogo, à imitação de luminárias, que durou muito vivo mais de dez<br />

minutos […]. Seguiu-se depois entrar na praça um navio de fogo, seguindo-se depois<br />

disso ro<strong>das</strong>, chafarizes, pistolas etc. Finalmente concluiu esta brilhante função<br />

aparecendo na Praça um vistoso carro enramado que, dando volta em roda da mesma<br />

praça, deitou ao ar cento e tantos foguetes de respostas».<br />

Ao fim e ao cabo era a monarquia que se instalava na nossa antiga colónia<br />

americana e os festejos pareciam dar a entender que, sob o ponto de vista local, teria<br />

vindo para ficar; talvez, por isso o dia 7 de Março se tivesse tornado memorável sendo<br />

considerado feriado até 1820.<br />

Instalação da Corte. A lei <strong>das</strong> “aposentadorias”.<br />

Após as cerimónias festivas da recepção, uma outra realidade se deparava não<br />

só àqueles que tinham acabado de entrar na capital da colónia, mas também aos seus<br />

residentes.<br />

De facto, a chegada da Família Real ao Rio de Janeiro acompanhada da Corte,<br />

bem como de milhares de portugueses criava, de imediato, um complicado problema de<br />

instalação e alojamento que não seria fácil resolver, porquanto o afluxo de reinóis<br />

(naturais do Reino) constituía um considerável aumento da população do Rio que, de<br />

Carlos Jaca A Corte Portuguesa no Brasil 9

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