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2º Centenário das Invasões Francesas

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ilhante, apartando a si todo o obstáculo, como se regozijava de presenciar a<br />

triunfante entrada do primeiro soberano da Europa na mais afortunada cidade do<br />

Novo Mundo, e queria ser participante do júbilo, e aplausos de um povo embriagado<br />

no mais veemente prazer» …Rio de Janeiro, aí tens a tua augusta rainha e o teu<br />

excelso príncipe com a sua real família, as primeiras majestades que o hemisfério<br />

austral viu e conheceu. Estes são os teus soberanos e senhores, descendentes e<br />

herdeiros daqueles grandes reis que te descobriram, te povoaram e engrandeceram, ao<br />

ponto de seres, de hoje em diante, a princesa de toda a América e Corte dos senhores<br />

reis de Portugal. Enche-te de júbilo, salta de prazer, orna-te dos teus mais ricos<br />

vestidos, sai ao encontro dos teus soberanos, e recolhe com todo o respeito, veneração<br />

e amor o príncipe ditoso, que vem em nome do Senhor visitar o seu povo».<br />

Logo que a armada fundeou, D. João fez saber que permaneceria a bordo e só<br />

desembarcaria no dia seguinte, pelo que partiram ao seu encontro alguns escaleres<br />

formando em cortejo que lhe foram apresentar felicitações e cumprimentos de boas-<br />

vin<strong>das</strong>: os membros da Família Real e os nobres que haviam já chegado, uma comissão<br />

do Senado da Câmara e outra constituída por elementos do Cabido, por magistrados e<br />

oficiais do Exército, seguiram atrás do Vice-Rei, Conde dos Arcos. Depois de beijarem<br />

a mão do Príncipe Regente, deslocaram-se as mesmas comissões à nau «Afonso de<br />

Albuquerque», onde foram cumprimentar a Princesa D. Carlota Joaquina como<br />

mandava o protocolo.<br />

Quando começou a escurecer, diz o nosso cronista, «toda a cidade se iluminou<br />

de tal sorte, que não se fazia sensível a retirada do Sol, pois não houve casa, ainda do<br />

mais pobre, que por meio de luzes não manifestasse exteriormente a alegria interior<br />

dos seus moradores».<br />

O desembarque. Cerimónias festivas.<br />

O desembarque da Família Real no Rio de Janeiro, aos 8 de Março de 1808, foi<br />

mais do que uma cerimónia oficial, foi uma festa popular, porquanto os seus habitantes<br />

saudaram o futuro D. João não, propriamente, como determinavam os editais,<br />

respeitosa e carinhosamente, mas sim com um entusiasmo transbordante.<br />

Sempre em cima do acontecimento, Gonçalves dos Santos fazia a cobertura do<br />

desembarque como se fosse, nos dias de hoje, uma reportagem em directo:<br />

«…Finalmente amanheceu o suspirado dia 8 de Março, tão formoso e claro como o<br />

Carlos Jaca A Corte Portuguesa no Brasil 5

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