2º Centenário das Invasões Francesas
2º Centenário das Invasões Francesas
2º Centenário das Invasões Francesas
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
que se havia perdido da comitiva real por altura do arquipélago da Madeira e chegara<br />
ao Rio, depois de ter feito a escala prevista em Cabo Verde. Numa <strong>das</strong> naus, a «Rainha<br />
de Portugal», viajavam<br />
apenas as irmãs de D.<br />
Maria I, D. Maria<br />
Benedita e D. Maria Ana,<br />
e as princesas Maria<br />
Francisca e Isabel Maria,<br />
filhas de D. João e<br />
Carlota Joaquina.<br />
Convida<strong>das</strong> pelo Conde<br />
dos Arcos a desembarcar, as princesas preferiram continuar a bordo até receber a<br />
confirmação de que a restante família estava a salvo na Baía, o que veio a acontecer a<br />
22 de Fevereiro, quando a Família Real já se aprontava para viajar a caminho do Rio.<br />
Afinal, a permanência da Família Real na Baía não deixou de constituir um<br />
alívio para o vice-rei, uma vez que lhe permitiu dispor de mais tempo para dar à<br />
recepção o luzimento que pretendia.<br />
Finalmente, a 7 de Março, depois de três meses e uma semana de viagem,<br />
incluindo a escala em S. Salvador da Baía, a esquadra que transportava o núcleo mais<br />
importante da Corte, a Rainha, o Príncipe Regente, a sua família mais próxima e uma<br />
parte da sua comitiva, entrava na barra do porto do Rio de Janeiro.<br />
Ao contrário do que sucedeu em S. Salvador, onde a surpresa da chegada não<br />
permitiu manifestações de regozijo, to<strong>das</strong> as fortalezas que defendiam a barra e to<strong>das</strong> as<br />
naus portuguesas e inglesas, fundea<strong>das</strong> no porto, saudaram a esquadra onde viajava o<br />
Príncipe Regente com salvas de vinte e um tiros que ecoavam pela baía e abalavam os<br />
morros da cidade, ao mesmo tempo que em to<strong>das</strong> as capelinhas, igrejas e mosteiros os<br />
sinos repicavam continuamente.<br />
Luis Gonçalves dos Santos, o conhecido Padre “Perereca”, como se fosse um<br />
repórter, registava o espectáculo da chegada:<br />
«Eram duas para as três horas da tarde, a qual estava muito fresca bela e<br />
aprazível. […] Desde a aurora o sol nos havia anunciado como o mais ditoso (dia)<br />
para o Brasil: uma só nuvem não ofuscava os seus resplendores, e cujos ardores eram<br />
mitigados pela frescura de uma forte e constante viração. Parecia que este astro<br />
Carlos Jaca A Corte Portuguesa no Brasil 4