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2º Centenário das Invasões Francesas

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agora na posição de Conselheiro de Estado, que se opôs formalmente à celebração do<br />

Tratado, constituindo, efectivamente, o pólo de resistência às manobras do grupo<br />

liderado por Sousa Coutinho / Strangford, como comprovam os documentos publicados<br />

por Ângelo Pereira.<br />

Araújo de Azevedo, Conde da Barca, lutou quanto lhe foi possível contra a<br />

assinatura do Tratado, apercebendo-se <strong>das</strong> perniciosas consequências no comércio e<br />

indústria nacionais. Foi uma luta intensa a que se travou entre os que favoreciam a<br />

conclusão do famoso documento e<br />

aqueles que a contestavam.<br />

Strangford, que dominava D.<br />

Rodrigo, conforme se pode deduzir<br />

do próprio relatório que Linhares<br />

enviou ao Príncipe, chegou ao ponto<br />

de caluniar os adversários,<br />

insinuando, por mais de uma vez,<br />

que eram «estranhas» as relações da<br />

Princesa com o Almirante Smith,<br />

«este amigo e cúmplice de Araújo».<br />

Para Londres, queixava-se a D.<br />

Domingos, do comportamento de<br />

alguns ingleses, de Sidney Smith,<br />

do <strong>2º</strong> Marquês de Pombal, do<br />

Núncio, de Araújo de Azevedo e de Gambier, em cuja casa se reuniam os elementos<br />

opositores («C´est là où s´est formée cette nouvelle opposition») aos seus interesses.<br />

Para Strangford era Araújo que movia esta oposição. Pedia, ainda, ao embaixador que,<br />

«em nome do Céu», fizesse tudo quanto lhe fosse possível «pour ouvrir les yeux du<br />

Ministère Anglais sur la conduite que tiennent ici quelques uns le leurs Agents». Neste<br />

caso, visava particularmente Sir Sidney Smith, que lhe fazia “sombra”, não<br />

descansando, de facto, enquanto não conseguiu que o Governo londrino o recambiasse<br />

para Inglaterra.<br />

À medida que a Inglaterra impunha as cláusulas do acordo, Portugal estava cada<br />

vez mais nas mãos do Governo de Londres, nunca ficando tão marcada uma relação de<br />

dependência como aquela que resultou do Tratado, negociado no Rio de Janeiro, e do<br />

Carlos Jaca A Corte Portuguesa no Brasil 38

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