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2º Centenário das Invasões Francesas

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nacional e poupar por isso mesmo toda a necessidade de ingerência da estrangeira; e<br />

promover todo o comércio, remediando todos os danos que ao do Continente ameaça a<br />

mudança de todo o sistema político da Europa».<br />

Os documentos enviados pelos negociantes portugueses em Londres e da praça<br />

de Lisboa ao Governo, através dos canais diplomáticos, não constituíram as únicas<br />

represálias discordantes do Tratado de 1810. Entre 1813 e 1814, toda a imprensa<br />

nacional livre, isto é, a que se publicava em Inglaterra, é rica em correspondência de<br />

leitores e artigos de opinião dos próprios redactores dos jornais, que põem a descoberto<br />

os efeitos nefastos do acordo e, fazem-no em ataques mais incisivos e directos do que<br />

nos requerimentos dirigidos às instâncias superiores que, necessariamente, teriam de<br />

ser mais moderados.<br />

Todos estes movimentos, associados a outros vindos a público, exerciam uma<br />

clara pressão sobre a Corte portuguesa que não deixava de ter o seu peso. Note-se,<br />

porém, que neste caso do «Investigador Português», era uma pressão consentida visto<br />

que, então, o jornal era subsidiado pela embaixada portuguesa em Londres e, que, por<br />

esta razão, poderia usar o “lápis azul” da época, isto é, silenciando os comentários tidos<br />

por inconvenientes.<br />

O certo é que o Governo do Rio de Janeiro passou a assumir como suas as<br />

críticas à Grã-Bretanha pelo incumprimento do acordo.<br />

O Conde <strong>das</strong> Galveias, D. João de Almeida, que substituíra nos Negócios<br />

Estrangeiros, Linhares, falecido em 1812, respondendo ao embaixador português, em<br />

Londres, D. Pedro de Sousa Holstein, Duque de Palmela, (que substituíra, seu tio D.<br />

Domingos) à comunicação de que não havia «em Inglaterra um só artigo do Tratado<br />

executado como devia ser em favor dos portugueses», fez-lhe chegar um despacho,<br />

datado de 6 de Outubro de 1813, ordenando-lhe que procedesse a «to<strong>das</strong> aquelas<br />

representações que convém para que se efectuem as estipulações do Tratado que se<br />

acham por observar». Precisamente três meses depois, a 7 de Janeiro de 1814, outro<br />

despacho, agora num tom mais inflamado, lamentava «as desagradáveis negociações<br />

que com tantas e tão inespera<strong>das</strong> variações se prosseguem e têm prosseguido em<br />

tantas localidades diferentes para ajustar as intermináveis altercações que se tem<br />

suscitado sobre a inteligência e disposições do complicado tratado de comércio que<br />

tantos trabalhos e desassossego nos tem causado, e quiçá possa ocasionar outros<br />

ainda maiores e de gravíssimas consequências».<br />

Forte, forte, foi a acção desenvolvida pelo ex-ministro Araújo de Azevedo,<br />

Carlos Jaca A Corte Portuguesa no Brasil 37

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