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2º Centenário das Invasões Francesas

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Assim, e por isso mesmo, um alvará de 10 de Maio criava a Intendência Geral<br />

da Polícia da Corte e do Estado do Brasil, à semelhança da que existia em Portugal<br />

desde 1760, e cujo regulamento deveria ser rigorosamente cumprido por to<strong>das</strong> as<br />

autoridades criminais e civis existentes nas cidades e vilas <strong>das</strong> capitanias.<br />

Como se torna bem claro, os objectivos eram em grande parte de ordem<br />

política: salvaguardar a estabilidade <strong>das</strong> instituições tradicionais da monarquia, tratando<br />

de vigiar e perseguir «os espiões e partidistas dos franceses, de prevenir os crimes<br />

secretos, forjados nas trevas em clubes e lojas que minavam o Estado e a religião, e<br />

limpar a cidade de vadios que perturbassem a ordem civil e a tranquilidade públicas».<br />

O desembargador Paulo Fernandes Viana foi nomeado Intendente Geral da<br />

Polícia, cargo que exerceu até 1821 e com amplos poderes, porquanto, quase tudo era<br />

considerado caso de polícia: «a guarda da pessoa real, a organização da guarda real e<br />

o estabelecimento de quartéis, as obras municipais, a fiscalização dos teatros e<br />

diversões públicas, a matrícula dos veículos e embarcações, o registo dos estrangeiros<br />

e a expedição de passaportes, a promoção e o policiamento de festas públicas, a<br />

detenção de escravos fugidos, a perseguição e prisão de pessoas ou grupos que<br />

criticassem o Governo ou a ele se opusessem».<br />

Com todos os melhoramentos já mencionados e outros que serão ainda<br />

referidos, o Brasil deixou, praticamente, de ser uma colónia de Portugal desde a<br />

chegada da Família Real a terras de Santa Cruz. Esta nova situação acabaria por ser<br />

confirmada quando o Príncipe Regente elevou o Brasil à condição de Reino Unido aos<br />

de Portugal e Algarves, modificando-se, por esse motivo, as respectivas armas e títulos<br />

dos soberanos e príncipes herdeiros.<br />

O «manifesto» do Rio de Janeiro. Nova orientação na política externa.<br />

Segura a Corte no Brasil, após a Casa de Bragança como Casa reinante ter sido<br />

considerada extinta por determinação de Bonaparte, o Gabinete do Rio definiu<br />

igualmente uma nova atitude em face da agressão e dos agravos do Governo francês.<br />

Efectivamente, pouco depois da sua entrada para o Governo, na qualidade de<br />

Ministro dos Estrangeiros e Guerra, D. Rodrigo de Sousa Coutinho tomou por si só,<br />

(com o próprio Strangford ainda ausente em Inglaterra) a iniciativa de propor em Abril<br />

de 1808, a publicação de um «manifesto, ou exposição justificativa do procedimento da<br />

Corte de Portugal a respeito da França», e que viria a servir de referência formal da<br />

Carlos Jaca A Corte Portuguesa no Brasil 21

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