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2º Centenário das Invasões Francesas

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estabelecimentos, respeitantes à administração económica e financeira. Deste modo, o<br />

Príncipe Regente, entendendo «ser indispensável estabelecer-se nesta Corte do Brasil<br />

um erário, ou tesouro geral público, e um conselho de sua Real Fazenda para a mais<br />

exacta administração, arrecadação, distribuição, assentamento e expedição <strong>das</strong> ren<strong>das</strong><br />

do Estado», determinou, pelo alvará de 28 de Julho de 1808, a criação do Real Erário e<br />

do Conselho da Fazenda com as mesmas atribuições que tinham em Lisboa e passando<br />

a administrar de perto as já existentes Junta da Fazenda, Alfândega, Intendência da<br />

Marinha e Armazéns Reais. Por alvará de 12 de Outubro de 1808 foi fundado o Banco<br />

do Brasil, instituição que ainda não havia em Portugal, sendo os objectivos referidos no<br />

diploma: «para fomentar e engrandecer o crédito público e animar a riqueza do<br />

comércio e da população». Assim se facilitava o uso <strong>das</strong> operações de câmbio e<br />

integravam-se os usos de descontos e rebates, como se fazia nas «Nações cultas e<br />

ilumina<strong>das</strong>». A fim de dotar a instituição bancária com pessoal qualificado para o seu<br />

bom funcionamento, o Príncipe Regente decidiu, quando ainda estava em S. Salvador,<br />

criar uma cadeira de Economia Política no Rio de Janeiro, entregando a sua regência ao<br />

Dr. José da Silva Lisboa, deputado da<br />

Mesa da Inspecção da Agricultura e<br />

Comércio da Baía.<br />

Além <strong>das</strong> questões já<br />

referi<strong>das</strong> de administração geral,<br />

justiça e organização económica e<br />

financeira do Estado, era também<br />

prioritária uma estruturação em<br />

matéria de defesa e segurança. Apesar<br />

da abertura dos portos ter sido uma “machadada” no sistema colonial, o Governo<br />

mantinha-se no firme propósito de defender o ideário absolutista, embora já fragilizado,<br />

bem como o seu território americano e o seu trono.<br />

Conquanto, as ameaças mais temi<strong>das</strong> na Europa fossem provenientes do<br />

exemplo da Revolução Francesa, no Brasil, além dos ideais iluministas e daqueles dos<br />

Estados Unidos, «os ventos que sopravam da própria vizinhança precisavam ser<br />

desviados». Recorde-se que as colónias espanholas se encontravam envolvi<strong>das</strong> no<br />

processo revolucionário que as levaria à independência e que, nesse ano de 1808,<br />

Simão Bolívar tomava o poder em Caracas, ao mesmo tempo que rebentavam revoltas<br />

contra a Espanha no Equador e na Bolívia.<br />

Carlos Jaca A Corte Portuguesa no Brasil 20

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