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2º Centenário das Invasões Francesas

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Quem furta muito é barão<br />

Quem mais furta e esconde<br />

Passa de barão a visconde.<br />

Furta Azevedo no Paço<br />

Targini rouba no Erário<br />

E o povo aflito carrega<br />

Pesada cruz ao Calvário».<br />

Os próprios estrangeiros que viviam na Corte denunciaram o desregramento da<br />

vida “carioca”, a corrupção dos funcionários e a desordem moral dos serviços públicos,<br />

como ressalta no «Lundú de Pai João», reproduzido numa interessante monografia de<br />

Artur Ramos, «O Folclore Negro do Brasil»:<br />

«Baranco dize – preto fruta,<br />

Preto fruta co razão;<br />

Sinhô baranco também fruta<br />

Quando panha ocasião<br />

Nosso preto fruta garinha<br />

Fruta saco de feijão;<br />

Sinhô baranco quando fruta<br />

Fruta prata e patacão.<br />

Nosso preto quando fruta,<br />

Vai pará na correcção;<br />

Sinhô baranco quando fruta<br />

Logo sai sinhô barão».<br />

Não foram poucos aqueles que, em breve, passaram a viver muito acima dos<br />

meios que poderiam ter conseguido legitimamente, pois a roubalheira em nome da<br />

Coroa tornou-se prática generalizada.<br />

A transferência da sede da monarquia para o Rio de Janeiro determinou a rápida<br />

criação ou a reforma de organismos de apoio, não apenas para o Governo do Brasil,<br />

mas também para manter a ligação oficial com o Conselho de Regência, em Lisboa.<br />

Além <strong>das</strong> Secretarias de Estado, já referi<strong>das</strong>, o Governo teria de instalar e pôr a<br />

Carlos Jaca A Corte Portuguesa no Brasil 18

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