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FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

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outros, os que ocorrem entre a sexualidade e as tendências morais do Eu. Um<br />

tal conflito moral não existe em nosso caso. Pôr a ênfase na bissexualidade<br />

como motivo da repressão seria muito estreito, portanto; pô-la no conflito<br />

entre Eu e tendências sexuais (libido) cobre to<strong>das</strong> as ocorrências.<br />

À teoria do “protesto masculino”, tal como Adler a desenvolveu, pode-se<br />

objetar que de modo algum a repressão toma sempre o partido da masculinidade<br />

e atinge a feminilidade; em categorias inteiras de casos é a masculinidade<br />

que tem de consentir na repressão por parte do Eu.<br />

Além disso, uma apreciação mais justa do processo de repressão, em nosso<br />

caso contestaria, na masculinidade narcísica, a significação do motivo único. A<br />

atitude homossexual que surge durante o sonho é tão intensa que o Eu da<br />

pequena criatura fracassa em dominá-la e dela se defende pelo processo de<br />

repressão. Para ajudá-lo nesse propósito é chamada a masculinidade narcísica<br />

do genital, que é oposta àquela atitude. Apenas para evitar mal-entendidos,<br />

deve-se dizer que todos os impulsos narcísicos atuam a partir do Eu e permanecem<br />

no Eu, e as repressões são dirigi<strong>das</strong> contra investimentos de objeto<br />

libidinais.<br />

Passemos agora do processo de repressão, que talvez não tenhamos conseguido<br />

dominar por inteiro, para o estado que se produz no despertar do<br />

sonho. Se realmente a masculinidade tivesse triunfado sobre a homossexualidade<br />

(feminilidade) no processo do sonho, teríamos de encontrar dominante<br />

uma tendência sexual ativa de caráter marcadamente masculino. O que está<br />

fora de questão; o essencial da organização sexual não mudou, a fase sádicoanal<br />

prossegue, continuou dominante. A vitória da masculinidade se mostra<br />

apenas no fato de então ele reagir com angústia às metas sexuais passivas da<br />

organização dominante (que são masoquistas, mas não femininas). Não há um<br />

impulso sexual masculino vitorioso, mas apenas um impulso passivo e uma rebelião<br />

contra ele.<br />

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