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FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

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Farei ainda uma vez a tentativa de reinterpretar os últimos resultados da<br />

análise de acordo com o modelo adversário. O paciente lamenta a sua fuga do<br />

mundo em uma típica fantasia do ventre materno, só consegue divisar sua cura<br />

num renascimento tipicamente concebido. Este último ele exprime em sintomas<br />

anais, correspondendo à predisposição nele dominante. Segundo o modelo<br />

da fantasia anal de renascimento, ele compôs uma cena infantil que repete os<br />

seus desejos com meios de expressão arcaico-simbólicos. Seus sintomas então<br />

se encadeiam, como se partissem de uma tal cena primária. Ele teve que se decidir<br />

a refazer esse caminho de volta, porque deparou com uma tarefa vital que<br />

era demasiado preguiçoso para resolver, ou porque tinha to<strong>das</strong> as razões para<br />

desconfiar de suas inferioridades e com tais medi<strong>das</strong> acreditava se proteger<br />

melhor do menosprezo.<br />

Isso tudo seria muito bom, se aos quatro anos o infeliz já não tivesse tido<br />

um sonho que marcou o início de sua neurose, que foi incitado pela história do<br />

alfaiate e do lobo, contada pelo avô, e cuja interpretação faz necessária a<br />

suposição de uma tal cena primária. Ante esses fatos, pequeninos mas inatacáveis,<br />

fracassam infelizmente as mitigações que as teorias de Jung e Adler nos<br />

querem proporcionar. Tal como se dispõem as coisas, a fantasia de renascimento<br />

me parece antes um derivado da cena primária, do que esta, pelo contrário,<br />

um reflexo da fantasia de renascimento. E talvez nos seja permitido<br />

supor que naquele tempo, quatro anos depois de nascido, o paciente era ainda<br />

jovem demais para desejar um renascimento. Mas este último argumento eu<br />

devo retirar; pois minhas próprias observações vêm demonstrar que as crianças<br />

foram subestima<strong>das</strong>, e que já não sabemos mais o que é possível esperar<br />

delas. 51<br />

IX. RESUMOS<br />

E PROBLEMAS<br />

91/311

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