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FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

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Nossos atuais conhecimentos nos permitem penetrar até este ponto, e não<br />

mais do que até ele, na compreensão <strong>das</strong> fantasias de surra. O médico analista<br />

suspeita que com isso não está resolvido o problema, ao confessar a si mesmo<br />

que essas fantasias permanecem geralmente fora do conteúdo restante da neurose<br />

e não ocupam lugar certo em sua trama; mas, como sei por experiência<br />

própria, há o costume de ignorar tais impressões.<br />

III<br />

A rigor — e por que não tomar isso com o máximo rigor? —, deve ser visto<br />

como psicanálise correta apenas o trabalho analítico que logra remover a amnésia<br />

que esconde ao adulto o conhecimento de sua vida infantil desde o início<br />

(dos dois aos cinco anos, aproximadamente). Não se pode enfatizar isso o<br />

bastante nem repeti-lo suficientemente para os analistas. Os motivos para não<br />

levar em conta essa advertência são compreensíveis. Busca-se obter resultados<br />

práticos em pouco tempo e com esforço mínimo. Mas hoje o conhecimento<br />

teórico é bem mais importante, para cada um de nós, do que o sucesso<br />

terapêutico, e quem negligencia a análise da infância incorre necessariamente<br />

nos erros mais graves. Sublinhar a importância <strong>das</strong> primeiras vivências não implica<br />

subestimar o peso <strong>das</strong> vivências posteriores; mas essas posteriores impressões<br />

da vida falam com clareza pela boca do paciente, enquanto o médico<br />

tem de erguer a voz em favor da infância.<br />

A idade entre dois e quatro ou cinco anos é aquela em que os fatores libidinais<br />

congênitos são primeiramente despertados pelas vivências e ligados a determinados<br />

complexos. As fantasias de surra de que aqui tratamos se mostram<br />

apenas no final ou depois desse período. Bem pode ser, então, que elas tenham<br />

uma pré-história, que perfaçam um desenvolvimento, correspondam a um desfecho<br />

final, não a uma manifestação inicial.<br />

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