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FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

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emontar os sintomas aos instintos motivadores, indicamos nos sintomas esses<br />

motivos instintuais até então desconhecidos para o doente, tal como o químico<br />

isola a substância básica, o elemento químico, do sal em que se tornara irreconhecível,<br />

por estar unida a outros elementos. Também mostramos ao doente<br />

que, no caso de suas manifestações psíquicas não considera<strong>das</strong> patológicas, a<br />

motivação delas não lhe era inteiramente consciente, que nelas tiveram participação<br />

outros motivos instintuais, desconhecidos para ele.<br />

Também explicamos o impulso sexual ** humano dissecando-o em seus<br />

componentes, e ao interpretar um sonho procedemos de modo a negligenciar o<br />

todo e ligar a associação aos seus elementos distintos.<br />

Essa justificada comparação da atividade médica psicanalítica com o trabalho<br />

de um químico poderia resultar em estímulo para uma nova direção em<br />

nossa terapia. Nós analisamos o doente, isto é, decompusemos sua atividade<br />

psíquica em suas partes constitutivas elementares, mostrando esses elementos<br />

instintuais isoladamente; o próximo passo não seria então ajudá-lo numa nova,<br />

melhor composição deles? Os senhores sabem que tal exigência foi efetivamente<br />

levantada. Disseram-nos que após a análise de uma psique enferma deve<br />

ocorrer a síntese. E a isso logo se juntou a preocupação de estar fazendo análise<br />

em excesso e síntese de menos, e o esforço de deslocar o peso da intervenção<br />

terapêutica para esta síntese, uma espécie de restauração do que teria<br />

sido destruído pela vivissecção.<br />

Mas não posso acreditar, caros colegas, que uma nova tarefa se nos apresente<br />

com essa psicossíntese. Caso eu me permitisse ser franco e indelicado,<br />

diria que se trata de uma frase irrefletida. Contento-me em observar que temos<br />

aí apenas a ampliação exagerada de uma comparação, ou, se quiserem, a exploração<br />

injustificada de uma denominação. Mas um nome é apenas uma<br />

etiqueta usada para distinguir uma coisa de outras semelhantes, não é um programa,<br />

um sumário ou definição. E uma comparação precisa apenas tangenciar<br />

num ponto a coisa comparada, podendo se distanciar dela em todos os outros.<br />

O psíquico é algo tão singularmente peculiar, que nenhuma simples<br />

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