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FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

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provoca uma tal renovação da vida? O experimento que substitui a copulação<br />

dos protozoários pela ação de estímulos químicos, e mesmo mecânicos (loc.<br />

cit.) permite uma resposta segura: acontece pela introdução de novas quantidades<br />

de estímulos. Isto se harmoniza com a hipótese de que o processo vital<br />

do indivíduo conduz, por razões internas, ao nivelamento <strong>das</strong> tensões químicas,<br />

ou seja, à morte, enquanto a união com uma substância viva individualmente<br />

diversa magnifica essas tensões, introduz como que novas diferenças<br />

vitais, que depois têm de ser dissipa<strong>das</strong> vivendo. * É claro que quanto a esta dissimilaridade<br />

deve haver um optimum, ou mais de um. O fato de havermos reconhecido<br />

como tendência dominante da vida psíquica, talvez da própria vida<br />

dos nervos, o esforço de diminuir, manter constante, abolir a tensão interna<br />

dos estímulos (o princípio do Nirvana, na expressão de Barbara Low), tal como<br />

se exprime no princípio do prazer — é um dos nossos mais fortes motivos para<br />

crer na existência de instintos de morte.<br />

Mas ainda sentimos como apreciável estorvo, em nossa argumentação, o<br />

fato de precisamente quanto ao instinto sexual não podermos demonstrar o<br />

caráter de compulsão à repetição que inicialmente nos levou a detectar os instintos<br />

de morte. Certamente a área dos processos de desenvolvimento embrionários<br />

é pródiga em tais fenômenos de repetição, as duas células germinais da<br />

reprodução sexual e a história de sua existência são, elas mesmas, apenas repetições<br />

dos primórdios da vida orgânica; mas o essencial nos processos visados<br />

pelo instinto sexual é a fusão de dois corpos de células. Apenas isso garante,<br />

nos seres vivos superiores, a imortalidade da substância viva.<br />

Em outras palavras, necessitamos obter informação sobre a gênese da reprodução<br />

sexual e a origem dos instintos sexuais, uma tarefa de assustar quem<br />

não é desse âmbito e que até agora mesmo os especialistas não puderam realizar.<br />

Por isso nos limitaremos a destacar resumidamente aquilo que, de to<strong>das</strong> as<br />

afirmativas e opiniões discordantes, pode ser relacionado à presente<br />

argumentação.<br />

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