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FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

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chamada de “narcísica”. 28 Essa libido narcísica também era, naturalmente,<br />

manifestação de força de instintos sexuais no sentido analítico, que tivemos de<br />

identificar com os “instintos de autoconservação”, admitidos desde o princípio.<br />

Assim tornava-se insatisfatória a oposição original entre instintos do Eu e<br />

instintos sexuais. Uma parte dos instintos do Eu foi vista como libidinal; no Eu<br />

atuavam — provavelmente junto a outros — também instintos sexuais, mas é<br />

lícito dizer que a velha fórmula, segundo a qual a psiconeurose baseia-se num<br />

conflito entre os instintos do Eu e os instintos sexuais, nada contém que hoje se<br />

deva rejeitar. Apenas sucede que a diferença entre as duas espécies de instintos,<br />

originalmente pensada como de algum modo qualitativa, deve agora ser<br />

caracterizada de outra forma, isto é, como sendo topológica. E em particular a<br />

neurose de transferência, o verdadeiro objeto de estudo da psicanálise, continua<br />

a ser resultado de um conflito entre o Eu e o investimento libidinal de<br />

objeto.<br />

Tanto mais deveremos agora enfatizar o caráter libidinal dos instintos de<br />

autoconservação, quando ousamos dar outro passo, reconhecendo o instinto<br />

sexual como o Eros que tudo preserva e derivando a libido narcísica do Eu dos<br />

montantes de libido com que as células somáticas se apegam umas à outras.<br />

Mas agora nos defrontamos, repentinamente, com a seguinte questão: se também<br />

os instintos de autoconservação são de natureza libidinal, talvez não tenhamos<br />

outros instintos que não os libidinais. Pelo menos não há outros à vista.<br />

Então é preciso dar razão aos críticos que desde o início suspeitaram que a<br />

psicanálise explica tudo a partir da sexualidade, ou aos inovadores como Jung,<br />

que prontamente utilizaram “libido” para a força instintual * em geral. Não é<br />

assim?<br />

Certamente não era nossa intenção chegar a este resultado. Partimos de<br />

uma nítida separação entre instintos do Eu = instintos de morte e instintos<br />

sexuais = instintos de vida. Dispusemo-nos a incluir os chamados instintos de<br />

autoconservação entre os instintos de morte, algo que depois retificamos.<br />

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