19.04.2013 Views

FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

para o que ocorre no interior do aparelho, sobre todos os estímulos externos;<br />

em segundo lugar, a adoção de uma conduta ante as excitações internas que<br />

provocam um excessivo aumento do desprazer. Haverá a tendência de tratá-las<br />

como se agissem a partir de fora e não de dentro, para poder usar contra elas<br />

os meios defensivos da proteção contra estímulos. Essa é a origem da projeção,<br />

destinada a ter um papel importante na causação dos processos patológicos.<br />

Tenho a impressão de que essas últimas reflexões nos fizeram compreender<br />

melhor a dominação do princípio do prazer; mas não pudemos esclarecer os<br />

casos que a ele se opõem. Vamos dar um passo adiante, então. Às excitações<br />

externas que são fortes o suficiente para romper a proteção nós denominamos<br />

traumáticas. Acho que o conceito de trauma exige essa referência a uma defesa<br />

contra estímulos que normalmente é eficaz. Um evento como o trauma externo<br />

vai gerar uma enorme perturbação no gerenciamento de energia do organismo<br />

e pôr em movimento todos os meios de defesa. Mas o princípio do prazer é inicialmente<br />

posto fora de ação. Já não se pode evitar que o aparelho psíquico<br />

seja inundado por grandes quantidades de estímulo; surge, isto sim, outra<br />

tarefa, a de controlar o estímulo, de ligar psicologicamente as quantidades de<br />

estímulo que irromperam, para conduzi-las à eliminação.<br />

O desprazer específico da dor física resulta, provavelmente, de que a barreira<br />

contra estímulos foi rompida numa área limitada. Desse lugar na periferia,<br />

então, afluem para o aparelho psíquico excitações contínuas, que normalmente<br />

podiam vir apenas do interior do aparelho. 12 E como podemos esperar<br />

que a psique reaja a essa irrupção? De todos os lados é convocada energia de<br />

investimento, a fim de criar, em torno do local da irrupção, investimentos de<br />

energia correspondentemente elevados. Produz-se um enorme “contrainvestimento”,<br />

em favor do qual todos os demais sistemas psíquicos empobrecem, de<br />

modo que há uma extensa paralisação ou redução do funcionamento psíquico<br />

restante. Nós buscamos aprender com tais exemplos, baseando nossas conjecturas<br />

metapsicológicas em tais modelos. Desse comportamento, então, inferimos<br />

que um sistema altamente investido é capaz de acolher a nova energia que<br />

<strong>14</strong>1/311

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!