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FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

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simples entre a força <strong>das</strong> sensações e as modificações a elas correspondentes;<br />

tampouco — após tudo o que nos ensinou a psicofisiologia — numa proporção<br />

direta; provavelmente o fator decisivo para a sensação é a medida de<br />

diminuição ou aumento num dado período de tempo. A experimentação talvez<br />

contribuísse em algo neste ponto, mas para nós, psicanalistas, não é aconselhável<br />

adentrarmos esses problemas, enquanto observações bem defini<strong>das</strong> não<br />

nos possam guiar.<br />

Não pode nos deixar indiferentes, entretanto, o fato de um pesquisador arguto<br />

como G. T. Fechner sustentar uma concepção de prazer e desprazer que<br />

coincide essencialmente com a que nos impôs o trabalho psicanalítico. A<br />

afirmação de Fechner está no seu breve escrito Einige Ideen zur Schöpfungsund<br />

Entwicklungsgeschichte der Organismen [Algumas ideias sobre a história da<br />

criação e do desenvolvimento dos organismos], de 1873 (parte xi, suplemento,<br />

p. 94), e diz o seguinte:<br />

“Na medida em que os impulsos conscientes sempre se acham em relação<br />

com o prazer ou desprazer, pode-se também pensar o prazer ou desprazer<br />

em relação psicofísica com situações de estabilidade e instabilidade,<br />

podendo fundamentar-se nisso a hipótese, que desenvolverei mais minuciosamente<br />

em outro lugar, de que todo movimento psicofísico que supera<br />

o limiar da consciência é acompanhado de prazer enquanto, além de certo<br />

limite, aproxima-se da plena estabilidade, e de desprazer enquanto, além de<br />

certo limite, afasta-se dela, havendo entre os dois limites, que podem ser<br />

designados como limiares qualitativos do prazer e do desprazer, uma certa<br />

margem de indiferença estética […].”<br />

Os fatos que nos levaram a crer que o princípio do prazer predomina na<br />

psique também acham expressão na hipótese de que o aparelho psíquico se empenha<br />

em conservar a quantidade de excitação nele existente o mais baixa possível,<br />

ou ao menos constante. É a mesma coisa, apenas em outra formulação,<br />

pois, se o trabalho do aparelho psíquico se dirige para manter baixa a<br />

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