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FREUD, Sigmund. Obras Completas (Cia. das Letras) – Vol. 14

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I<br />

Na teoria psicanalítica, não hesitamos em supor que o curso dos processos<br />

psíquicos é regulado automaticamente pelo princípio do prazer; isto é, acreditamos<br />

que ele é sempre incitado por uma tensão desprazerosa e toma uma<br />

direção tal que o seu resultado final coincide com um abaixamento dessa<br />

tensão, ou seja, com uma evitação do desprazer ou geração do prazer. Se atentamos<br />

para esse curso, ao considerar os processos psíquicos que estudamos,<br />

introduzimos o ponto de vista econômico em nosso trabalho. Uma descrição<br />

que, junto ao fator topológico e ao dinâmico, procure levar em conta esse fator<br />

econômico, parece-nos ser a mais completa que hoje podemos imaginar, merecendo<br />

a designação de metapsicológica.<br />

Não é de nosso interesse investigar em que medida, estabelecendo o princípio<br />

do prazer, nos aproximamos ou afiliamos a um sistema filosófico particular,<br />

historicamente assentado. Chegamos a tais especulações na tentativa de<br />

descrever e dar conta dos fatos que diariamente observamos em nossa área.<br />

Prioridade e originalidade não se incluem entre as metas do trabalho psicanalítico,<br />

e as impressões em que se baseia o estabelecimento de tal princípio<br />

são tão claras que é praticamente impossível ignorá-las. Por outro lado, com<br />

prazer manifestaríamos gratidão a uma teoria filosófica ou psicológica que nos<br />

pudesse informar sobre o significado <strong>das</strong> sensações de prazer e desprazer, que<br />

tão imperativamente agem sobre nós. Mas, infelizmente, nada de útil nos é<br />

oferecido nesse ponto. É o mais obscuro e inacessível âmbito da vida psíquica<br />

e, se não podemos evitá-lo, creio que a melhor hipótese, no que a ele diz respeito,<br />

será aquela mais frouxa. Decidimos relacionar prazer e desprazer com a<br />

quantidade de excitação — não ligada de nenhuma maneira — existente na<br />

vida psíquica, de tal modo que o desprazer corresponde a um aumento, e o<br />

prazer, a uma diminuição dessa quantidade. Nisso não pensamos numa relação

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