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(004) 10/12/2004 - Edição 23 - Grupo de Poetas Livres

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Ventos do Sul<br />

Revista do <strong>Grupo</strong> <strong>de</strong> <strong>Poetas</strong> <strong>Livres</strong> - Difundindo a poesia e fazendo amigos<br />

Florianópolis - SC - Ano VI - Julho / Dezembro / 2<strong>004</strong> - Nº <strong>23</strong><br />

IMPRESSO


VENTOS DO SUL<br />

Oficina <strong>de</strong> Poesia<br />

Mantendo em dia sua mensalida<strong>de</strong> você está não só divulgando sua poesia, mas<br />

também ajudando o grupo <strong>de</strong> poetas livres a se manter ativo. O GPL não recebe<br />

subvenção social. Sua única receita é a contribuição dos sócios.<br />

Neste número, publicaremos a continuação da Oficina sobre Rima,<br />

ministrada pela presi<strong>de</strong>nte do GPL, no SEST/SENAT, Curso <strong>de</strong> Teatro<br />

com o Prof. Marcelo Schappo, dia 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2<strong>004</strong>. Por falha na<br />

edição anterior, <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> publicar outros poeta/alunos daquele<br />

estabelecimento <strong>de</strong> ensino. Dada uma frase, o aluno criou a partir <strong>de</strong>la.<br />

FRASE: “A vida, às vezes, nos prega peças...”<br />

A vida, às vezes, nos prega peças...<br />

É imprevisível!<br />

Não temos hora, local ou data!<br />

Mas, são apenas <strong>de</strong>graus<br />

Nada que me impeça!<br />

EDUARDO M. SILVA<br />

A ALUNA ADRIANA KRÜGER APRESENTOU O<br />

TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA “ENTRANHAS DA VIDA”,<br />

QUE TRANSCREVEMOS:<br />

“Noite <strong>de</strong> angústia!<br />

Virada em branco ou preto à procura <strong>de</strong> um rosto branco<br />

em meu quarto negro! Não consigo amar numa noite<br />

e odiar na outra, pois amo a vida e a morte<br />

ignoro conscientemente. Sinto meu coração partido<br />

em meu corpo que não <strong>de</strong>sistirá no meio do caminho,<br />

pois sei que ainda vamos passar a limpo todas as<br />

páginas <strong>de</strong>sse ca<strong>de</strong>rno que é a vida! Não me encare<br />

como uma amante alucinada e sim como uma louca<br />

apaixonada que quer a ti para dançar nessa<br />

roda viva que é a vida.”<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Maura Soares<br />

Editoração: Jorge Luiz Wagner Behr<br />

Digitação e revisão: Maura Soares<br />

En<strong>de</strong>reço: Av. Patrício Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, 581 / 306<br />

Abraão - 88085150 - Florianópolis, SC<br />

Fone (48) 249-6082<br />

e-mail: maura43@brturbo.com<br />

2<br />

FRASE: “Fui à procura do amor...<br />

Foi a procura do amor...<br />

Que encontrei você.<br />

Foi a procura do amor...<br />

Que me faz ser feliz<br />

Foi a procura do amor...<br />

Que me apaixonei<br />

Foi a procura do amor<br />

Que encontrei a minha alma gêmea.<br />

ARIANE PEREIRA – 14 anos (à época)


Editorial<br />

Caros poetamigos,<br />

O ano <strong>de</strong> 2<strong>004</strong> marcou na cena literária catarinense com as homenagens à poetisa<br />

catarinense MAURA DE SENNA PEREIRA, no seu centenário <strong>de</strong> nascimento. A<br />

Aca<strong>de</strong>mia Catarinense <strong>de</strong> Letras e o Instituto Histórico e Geográfico <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina, instituições as quais pertenceu e divulgou no Rio <strong>de</strong> Janeiro, no Centro<br />

Catarinense fundado por ela e por seu marido, José <strong>de</strong> Almeida Cousin, fizeram uma<br />

merecida homenagem que teve lugar na Assembléia Legislativa do Estado.<br />

O <strong>Grupo</strong> <strong>de</strong> <strong>Poetas</strong> <strong>Livres</strong> também fez sua homenagem no dia 6 <strong>de</strong> agosto, no<br />

Auditório Abelardo Sousa da Biblioteca Pública Municipal Prof. Barreiros Filho.<br />

Detalhes no “Aconteceu”.<br />

Um fato digno <strong>de</strong> registro: a nossa sócia LEATRICE MOELLMANN recebeu, dia <strong>12</strong><br />

<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2<strong>004</strong>, homenagem do Centro Culturale “Maestrale”, da cida<strong>de</strong> do<br />

norte da Itália, Sestri Levante, o Premio Letterario Internazionale “Maestrale” - San<br />

Marco Marengo D’Oro, com Medalha e Diploma, por sua obra poética bilingüe “Anita<br />

Garibaldi (Uma trajetória <strong>de</strong> amor)”. Leatrice lá compareceu sendo efusivamente<br />

homenageada.<br />

É Santa Catarina abrindo fronteiras. Parabéns, Leatrice!. O <strong>Grupo</strong> <strong>de</strong> <strong>Poetas</strong> <strong>Livres</strong><br />

a homenageia pois ela bem a merece pela sua <strong>de</strong>dicação na divulgação da cultura<br />

catarinense. Autora <strong>de</strong> várias obras poéticas, Leatrice lançou neste ano <strong>de</strong> 2<strong>004</strong> seu<br />

primeiro livro <strong>de</strong> contos “Harpia, a bruxa”.<br />

Outro evento no segundo semestre foi a Sessão em homenagem à fundadora do<br />

GPL, MARIA VILMA CAMPOS que, em agosto, completou 70 anos. Emocionada,<br />

ouviu <strong>de</strong> membros do <strong>Grupo</strong> a <strong>de</strong>clamação <strong>de</strong> suas poesias e confraternizou com os<br />

presentes no coquetel preparado por Adriana. Mais <strong>de</strong>talhes na coluna “Aconteceu”.<br />

Leia sobre a instalação e posse dos membros da Aca<strong>de</strong>mia Catarinense <strong>de</strong> Letras<br />

e Artes na seção “Aconteceu”.<br />

Registre-se o retorno do Projeto interno do GPL “O escritor e sua obra”. Leia na<br />

página “Aconteceu”.<br />

Novos bancos com poesias nas Praias do Bom Abrigo e Balneário, num esforço da<br />

Secretaria Regional do Continente, na pessoa do nosso Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honra, Manoel<br />

Philippi. Tire um tempinho e visite as praias da orla do continente. Você, temos<br />

certeza, irá apreciar a paisagem e passar horas agradáveis lendo as poesias dos<br />

autores catarinenses.<br />

Apreciem mais uma edição <strong>de</strong>sta Ventos do Sul.<br />

Profª. Maura Soares<br />

Presi<strong>de</strong>nte<br />

“Que tua sabedoria não seja uma humilhação para teu próximo”.(Omar Khayam)<br />

3


Concurso Softway “ Cultura & Arte”<br />

Uma Comissão do GPL formada por Adir Pacheco, Adriana Cruz, Heralda Victor, Maura Soares e<br />

Zeula Soares julgaram os trabalhos que participaram do Concurso Softway Empresa <strong>de</strong><br />

Marketing. Com o tema “Sonhar e, com união, fazer acontecer” o Concurso foi dividido em<br />

teatro, canto, dança e literatura. Ao GPL coube julgar os trabalhos <strong>de</strong> Literatura. Abaixo,<br />

<strong>de</strong>stacamos as poesias e extrato do texto em prosa dos 1 º (poesia), 2 º (prosa) e 3 º lugar (poesia).<br />

1 º LUGAR<br />

O SONHO DAS PALAVRAS<br />

“Eu tenho um sonho... <strong>de</strong> que um dia viverão numa nação on<strong>de</strong> eles<br />

não serão julgados pela cor da sua pele mas pela essência<br />

do seu caráter” (Martin Luther King Jr.,1963)<br />

Em uma fria manhã <strong>de</strong> novembro<br />

O Memorial <strong>de</strong> Lincoln voltou a ser palco <strong>de</strong> uma batalha<br />

Mas ao invés <strong>de</strong> antigos fuzis, as armas eram outras...<br />

Era uma luta que não buscava por terras ou ouro<br />

A voz <strong>de</strong> um negro gritava por toda uma nação marginal<br />

Suas armas mais po<strong>de</strong>rosas eram sonhos e i<strong>de</strong>ais<br />

E sua luta era por uma liberda<strong>de</strong> ausente<br />

Com palavras doces e revestidas pelo aço da fé<br />

Uma nação solitária encontrou sua voz<br />

Desejos <strong>de</strong> sorrisos foram <strong>de</strong>spertados<br />

E numa fala curta, <strong>de</strong> poucos minutos<br />

Décadas <strong>de</strong> sofrimento foram colocadas em xeque<br />

O país que era a “terra da liberda<strong>de</strong>” para alguns<br />

Para outros não passava <strong>de</strong> uma ilha <strong>de</strong> misérias<br />

O homem que dizia: “Eu tenho um sonho...”<br />

Uniu toda uma nação e tornou seu sonho em i<strong>de</strong>al<br />

O po<strong>de</strong>r dos anseios que vieram <strong>de</strong> seu coração<br />

Tornou-se o orgulho <strong>de</strong> um povo<br />

Ecoaram <strong>de</strong> maneira atemporal<br />

E ainda hoje encontram irmãos.<br />

Um sonho que custou a vi8da daquele homem<br />

Mas que também permitiu que toda uma nação<br />

Voltasse a sonhar.<br />

RONICLER GUIMARÃES DA LEVE (Ronny)<br />

4


Concurso Softway “ Cultura & Arte”<br />

UMA VIDA DE APRENDIZADOS<br />

Foi logo que o sol chegou, minhas mãos eram pequenas e as palavras<br />

mal cabiam em minha boca. Vieram me carregando e cantando para<br />

eu dormir, acalantos <strong>de</strong> esperança, braços fortes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação.<br />

Eram eles, somente os dois. (...)<br />

Aprendi a sempre contar com eles quando preciso. Era a solidarieda<strong>de</strong><br />

que brotava em mim. Vieram as palavras escritas, as contas, ciências e<br />

estudos sociais, e nós três juntos, estudando, apren<strong>de</strong>ndo a viver. (...)<br />

Agora que uma vida <strong>de</strong> minhas tantas está começando e sinto o sol me<br />

queimar os ombros, posso olhar para trás e sorrir. Lembrar dos seus<br />

olhos com o brilho <strong>de</strong> meu sorriso. O sorriso que me ensinaram a<br />

mostrar quando criança. Os lábios que vocês me ensinaram a usar. (...)<br />

Vocês sempre me diziam que a vida está nos olhos <strong>de</strong> quem sabe viver,<br />

a vida é uma peça <strong>de</strong> teatro que não permite ensaios. Vou cantar,<br />

chorar, dançar, rir, viver intensamente cada momento <strong>de</strong> minha vida,<br />

vou fazer acontecer, pois sei que a cortina po<strong>de</strong> se fechar e a peça<br />

terminar em aplausos. O sonho, ah o sonho, um Dom que nos faz<br />

voar, dar passos <strong>de</strong> gigante, vocês me mostraram isso. Mas agora<br />

está na hora <strong>de</strong> dar meus próprios passos <strong>de</strong> gigante e voar tão<br />

alto quanto vocês imaginavam, mas po<strong>de</strong>m ter certeza que não<br />

voarei muito alto on<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>ria mais voltar, mas voarei o<br />

suficiente para que vocês se orgulhem <strong>de</strong> mim seja on<strong>de</strong> vocês<br />

estiverem e po<strong>de</strong>m ter certeza que a união ainda permanecerá<br />

em meu coração.<br />

Mãe,<br />

Pai,<br />

Amo vocês por tudo que me fizeram, agra<strong>de</strong>ço a vocês <strong>de</strong><br />

coração a tudo, pois tudo isto é fruto dos seus esforços.<br />

ALEXANDRE MARQUES ROCHA<br />

5<br />

TODO UM SONHO POSSÍVEL<br />

Sonhar,<br />

um sonho quase impossível,<br />

ultrapassando barreiras,<br />

percorrendo o indizível<br />

E unidos, vencer!<br />

Sentir a vitória provável<br />

Superando o limite<br />

Do momento instável <strong>de</strong> cada um...<br />

E da união, surge um irmão<br />

Um por todos<br />

Todos por um!<br />

Sonhar muito mais que um sonho<br />

Realizar!<br />

O finito <strong>de</strong> uma meta<br />

com esperança sempre certa,<br />

<strong>de</strong> um <strong>de</strong>sejo alcançar<br />

Crescer,<br />

Unificando as fronteiras<br />

Despren<strong>de</strong>ndo as amarras<br />

Numa força invencível<br />

E com toda garra,<br />

Merecer!<br />

E <strong>de</strong>sse sonho fazer<br />

A sua lei,<br />

A sua questão,<br />

O seu norte,<br />

O seu quinhão,<br />

E nesse mundo que<br />

Deus <strong>de</strong>u<br />

Jamais se <strong>de</strong>ixar abater!<br />

Sonhar mais que<br />

Um sonho impossível<br />

Mais que uma força invencível,<br />

Mais que um momento indizível<br />

E com uma raça incrível<br />

ter nas mãos todo o po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> dizer: com força e união,<br />

Posso fazer acontecer!<br />

ANTONIO ROBERTO DA SILVA


PLANTEI O MEU DESTINO<br />

Sócios Correspon<strong>de</strong>ntes<br />

Plantei o meu <strong>de</strong>stino no jardim<br />

do coração, porque o meu <strong>de</strong>stino começou<br />

quando tu afagaste as minhas mãos.<br />

Plantei o meu <strong>de</strong>stino no momento em que<br />

eu te encontrei. Tu me olhaste, eu te<br />

olhei. Meu <strong>de</strong>stino se uniu ao teu.<br />

Foi um <strong>de</strong>stino iluminado, aquele que<br />

eu sempre pedia a Deus.<br />

Plantei o meu <strong>de</strong>stino, como plantamos<br />

uma flor, porque foi na hora que<br />

nos vimos, que começou o nosso amor.<br />

Plantei o meu <strong>de</strong>stino no meu coração<br />

bem florido e tu ficaste bem guardado<br />

até hoje. És o meu pai, meu amigo e meu marido.<br />

HERMELINDA IZABEL MERIZE (NINI)<br />

[Para Garibaldi, in “Sonhar é dar asas ao coração”,<br />

pág. <strong>10</strong>5] - São José, SC<br />

GRANDE ESCOLA<br />

A primeira escola<br />

Que existe neste mundo<br />

É nosso próprio lar.<br />

On<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> criança<br />

Um sentimento profundo<br />

De apren<strong>de</strong>r e estudar.<br />

Tudo, tudo nos ensina,<br />

A nossa própria vida,<br />

É uma gran<strong>de</strong> escola<br />

De várias disciplinas<br />

De provas seguidas<br />

Como se fosse carambola<br />

Feito às escondidas.<br />

A maior <strong>de</strong> todas<br />

É escola mundo<br />

Que ensina sem distinção<br />

Não pára um segundo<br />

Cada dia, nova lição.<br />

JANETE VEIGA<br />

Poço Claro, Itaiópolis, SC<br />

6<br />

CONCERTO<br />

Hoje amanhecem floridos<br />

Arbustos ontem tristonhos<br />

Novos botões escondidos<br />

Nas franjas <strong>de</strong> nossos sonhos<br />

Alegres chilreiam ninhos<br />

Longe cintila o arrebol<br />

Garganta dos passarinhos<br />

Na sinfonia do sol<br />

Rubra energia explodindo<br />

Em corolas multicores<br />

A primavera surgindo<br />

Néctar <strong>de</strong> doces sabores<br />

Sou borboleta inquieta<br />

Pousando <strong>de</strong> flor em flor<br />

Até cair insurreta<br />

Na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> novo amor<br />

LEATRICE MOELLMANN<br />

[in: Depois do verão, pág.81 ]<br />

[da ACL, do IHGSC, da ALBiguaçu]<br />

CONFIDÊNCIAS DE UM DEFICIENTE<br />

Preso a uma solidão que apavora, sinto uma revolta incontida,<br />

Pelo <strong>de</strong>sígnio <strong>de</strong> um maldoso <strong>de</strong>stino, que mudou a minha vida;<br />

Destino cego e inclemente, me fez da audição, um <strong>de</strong>ficiente;<br />

Des<strong>de</strong> então venho clamando aos céus, ao Mestre, ao nosso Criador<br />

Afim <strong>de</strong> me livrar <strong>de</strong>ste martírio, <strong>de</strong>sta amargura, <strong>de</strong>sta dor.<br />

Porisso minha alma explodindo em imprecações, aos gritos,<br />

Refuta com veemência este sacrifício ingrato e inaudito<br />

De sequer po<strong>de</strong>r ouvir o alegre chilrear dos passarinhos,<br />

Saudando à beira dos seus ninhos, com efusiva alegria,<br />

O romper da madrugada, o raiar do sol, o nascer <strong>de</strong> novo dia.<br />

Queria ter com as pessoas, uma cordial relação <strong>de</strong> amigo,<br />

Contudo dialogar, nem pensar:- não tenho condições, não consigo;<br />

Só me resta a solidão como fiel companheira: - meu abrigo;<br />

Visto o <strong>de</strong>stino vir exercitando em mim, o seu ego inconseqüente,<br />

Procurando apresentar-me com aparência apática, <strong>de</strong> um ser inconsciente<br />

Meu i<strong>de</strong>al era ouvir a voz humana com clareza, sem distorção<br />

Como as notas melodiosas, ao se tanger as cordas <strong>de</strong> um violão;<br />

Ouvir <strong>de</strong> viva voz alguém <strong>de</strong>clamar com precisão as minhas rimas;<br />

E aí, dominando o espaço, a amplidão do firmamento, as alturas,<br />

Deixar para sempre este mundo <strong>de</strong> <strong>de</strong>silusão, angústia e amargura.<br />

ÁUREO CORRÊA DE SOUZA - Bauru, SP


MINHA NOSSA FLOR<br />

Para Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Novaes<br />

Deram-me uma flor.<br />

Não é das mais novas.<br />

“Tadinha, tão mal cuidada,<br />

mas vigorosa! E que formas!”<br />

busco reproduzi-la, fazer <strong>de</strong>la muitas outras,<br />

dá-las a mãos-cheias a quem as quiser.<br />

Não se importem com meu nome; não é importante.<br />

Essencial é que quando você<br />

- que aceirou um brotar da minha flor –<br />

e eu formos só lembranças mais ou menos,<br />

os netos dos netos <strong>de</strong> seus netos<br />

ninem filhos, suspirem amores, falem futuros nessa flor,<br />

variada e jovem para sempre:<br />

Última flor do Lácio, amada e bela.<br />

JÚLIO DE QUEIROZ<br />

[in Álgebra <strong>de</strong> Sonhos, pág. 34 ]<br />

UM SONHO<br />

Dos passo mantidos<br />

é que o <strong>de</strong>stino aparece<br />

e o sonho permanece<br />

como vida em fardos.<br />

Gratos com laços atados<br />

na caminhada em que acontece<br />

a possibilida<strong>de</strong> da messe<br />

na luta <strong>de</strong> um mundo com dados.<br />

De atos mais seguros<br />

e vidas mais bonitas<br />

como canto e poesia<br />

Na festa da partilha em fantasia<br />

é que as carida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cretam infinitas<br />

as formas dos nossos atos verda<strong>de</strong>iros.<br />

“Levante o amor e beneficie os sonhos,<br />

conforme os estudos do seu próprio ser.”<br />

HENRIQUE DUARTE<br />

Caçador, SC<br />

Sócios Correspon<strong>de</strong>ntes<br />

7<br />

PASSOS<br />

Piso macio, piso grama... capim?<br />

Sei lá, piso... <strong>de</strong>slizo...sonho!<br />

O tempo... passando, correndo...<br />

Corro também, vôo!<br />

Crio asas, subo no vento...<br />

Transponho as galáxias.<br />

Flutuando chego ao infinito,<br />

Me <strong>de</strong>slumbro... assombro.<br />

Luz, paz, alegria, felicida<strong>de</strong>,<br />

Transforma-se meu ser...<br />

Sou verda<strong>de</strong>ira,<br />

Sou total.<br />

LUCY GOLINO<br />

Belo Horizonte - MG<br />

O AMIGO<br />

Devia noticiar na sessão fúnebre:<br />

Despediu-se <strong>de</strong> mim...<br />

O texto não sei<br />

Lembro-me <strong>de</strong> como chegou:<br />

Misterioso, cauteloso, <strong>de</strong>sconfiado<br />

E tornou-se um amigo ou melhor,<br />

O amigo.<br />

Tão amigo, que nunca<br />

Opinou ou criticou<br />

Tão amigo que observou<br />

Rigorosamente nossos espaços<br />

E a melhor distância que nos permitiu:<br />

Soleira da janela, à minha mesa<br />

Dali, discreto e presente<br />

Passava-me sempre a sensação<br />

De aplauso, convivência, cumplicida<strong>de</strong>...<br />

Testemunhou o meu esforço continuado<br />

De suprir a falta <strong>de</strong> talento<br />

Mas, num lapso <strong>de</strong> distração<br />

Finou-se o meu amigo sabiá<br />

Nas unhas <strong>de</strong> um gato vadio<br />

Cuja única lembrança que <strong>de</strong>ixará<br />

Serão suas escandalosas e públicas<br />

Noites amorosas.<br />

Foi cantar no céu, o meu amigo<br />

Fiquei órfão <strong>de</strong> amigo.<br />

CARLIMPIM<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ


TRAÇOS DE AMAR<br />

Quantas vezes tracei o seu nome,<br />

Na alva areia das praias do mar<br />

E as águas talvez por ciúme<br />

Vêm apressadas e o seu nome apagar<br />

Escrevi em um tronco frondoso<br />

De uma velha mangueira acampada<br />

E talvez por acaso eu voltando<br />

Encontrei lá no chão <strong>de</strong>rrubada.<br />

Por fim compreendi, mas fiquei a cismar<br />

Seriam as vagas afoitas batendo forte nas praias<br />

Ou as ondas amargas lavando beijos na areia<br />

On<strong>de</strong> se <strong>de</strong>smancham ao sopro do mar.<br />

Como as brancas dunas se <strong>de</strong>slocam ao vento,<br />

Lento fica das gaivotas o sonoro canto<br />

A beijar o doce encanto da Natureza<br />

On<strong>de</strong> ficou do pobre ser lindos traços <strong>de</strong> amar.<br />

NELSON CARNEIRO<br />

[in Devaneio, pág. 48 ]<br />

São José do Rio Preto, SP<br />

PREDADOR DA NATUREZA<br />

Com certeza, com certeza!<br />

O homem é o Predador da Natureza.<br />

Destrói as matas, come animais...<br />

Aduba a terra, querendo mais.<br />

Mais conforto,<br />

mais alimento,<br />

mais Vaida<strong>de</strong>,<br />

mais tormento!<br />

Sufoca a terra <strong>de</strong> concreto, cimento.<br />

Faz <strong>de</strong>struição pior do que o Vento.<br />

Ainda reclama a todo momento,<br />

querendo paz.<br />

Animais irracionais<br />

É o homem, com certeza,<br />

o Predador da Natureza!!<br />

MARIA DA GRAÇA MIRANDA<br />

Paulo Lopes, SC<br />

Sócios Correspon<strong>de</strong>ntes<br />

MÃES<br />

São todas lindas,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua gestação.<br />

Quando com orgulho carregam no ventre<br />

o fruto do seu amor e paixão<br />

Quando com seu bebê<br />

em seu carrinho a passear,<br />

Logo <strong>de</strong>pois, seus primeiros passos ensinar<br />

E por anos a <strong>de</strong>ntro,<br />

sempre carinho e amor<br />

Fazer <strong>de</strong>le gente bem,<br />

até doutora ou doutor<br />

O que será não importa,<br />

importa o que veio do seu ser<br />

Por ele daria sua vida,<br />

Se preciso por ele morrer.<br />

Mãe! Que orgulho assim<br />

ser chamada<br />

Mãe, por Deus abençoadas,<br />

Até Cristo a amou,<br />

e a Dele nos doou<br />

Mãe, é para hoje, amanhã<br />

até à eternida<strong>de</strong><br />

Mãe é Mãe até...<br />

na nossa sauda<strong>de</strong>.<br />

MARIA DA GLÓRIA A. GONÇALVES<br />

São Paulo, SP<br />

GOTA D’ÁGUA<br />

É o fim <strong>de</strong> qualquer coisa;<br />

O início do basta;<br />

O transbordar da paciência.<br />

É a explosão!<br />

A <strong>de</strong>cisão...<br />

O Sim ou o Não.<br />

MÚSICA<br />

A música vem ao encontro dos nossos sentimentos,<br />

nossa vida, e nos leva a viagens <strong>de</strong> sonhos e emoções.<br />

KÁTIA MARIA ESTUQUI MARIOTI<br />

São Joaquim, SC<br />

8


PAIXÃO<br />

De braços abertos... Estamos<br />

Momentos em que o corpo reflete sentimentos<br />

conturbados da alma<br />

Um choque <strong>de</strong> sensações que po<strong>de</strong>mos traduzir<br />

como estado <strong>de</strong> admiração<br />

A impressão que se tem é <strong>de</strong> estar inspirado pelo amor<br />

ou quem sabe pelo ódio,<br />

na verda<strong>de</strong> o êxtase <strong>de</strong> estar alegre<br />

tem o mesmo peso da tristeza<br />

Essa perturbação agora ocupa provisoriamente<br />

o lugar do juízo<br />

É quando estar vivo torna-se intenso, o corpo pulsa<br />

com mais força e os valores sofrem o abalo<br />

do livre-arbítrio<br />

Sentir esse estado proporcionado pela natureza,<br />

antes <strong>de</strong> tudo é não duvidar da vonta<strong>de</strong><br />

Vonta<strong>de</strong> essa que possui o nome <strong>de</strong> paixão<br />

(...)<br />

DIMITRI SÂNDALO<br />

BÉCQUER (canción)<br />

Soñaba el gran poeta<br />

en un bello jardin,<br />

ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> minosas<br />

a orilla <strong>de</strong>l genil.<br />

Soñaba tantas cosas,<br />

tantas cosas soñaba<br />

que el aire lo llenabre<br />

<strong>de</strong> amor y poesia.<br />

Su canto qué tan suave,<br />

que lo siento latir,<br />

cuando su “rima” triste<br />

fugaz pasó por mi.<br />

Bécquer, el poeta i<strong>de</strong>al.<br />

Bécquer, tus golondrinas volando van<br />

y mientras exista el amor.<br />

Bécquer...no <strong>de</strong>scansarás.<br />

Estribillo<br />

Muchachita que sueñas<br />

y que empiezas a amar,<br />

cuando te hablen <strong>de</strong> amores<br />

<strong>de</strong> Bécquer te hablaran.<br />

MANUEL GONZALEZ ALVAREZ<br />

Madrid – Espanha<br />

9<br />

QUIMERAS<br />

Quem <strong>de</strong>ra amor eu tivesse hoje!<br />

Um daqueles que outrora eu tive.<br />

Como eu adoraria que fosse<br />

Um daqueles amores antigos...<br />

Ternamente pediria fique,<br />

Fique, sim, para sempre comigo.<br />

Oh, que ilusão! O tempo é sem volta.<br />

Triste realida<strong>de</strong>. Que pena!<br />

Meu coração ainda comporta<br />

Uma paixão daquelas, serena.<br />

Tantas sauda<strong>de</strong>s das carinhosas,<br />

Minhas charmosas apaixonadas.<br />

Sonhadoras e compreensíveis!<br />

Gentis, me aceitavam do meu jeito.<br />

Oh, sauda<strong>de</strong>s das minhas amadas,<br />

Românticas, sutis e sensíveis!<br />

Que fazer? Sei que não endireito:<br />

Nostálgico, sauda<strong>de</strong>s eu tenho.<br />

Eram tão suaves, femininas.<br />

Da mulher atual, não <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nho.<br />

Vivem sua época, é sina.<br />

É época materialista,<br />

Só existe individualista.<br />

Lamento, comigo não combina.<br />

O que necessito é reviver,<br />

E quero, minha sensual era.<br />

É também maneira <strong>de</strong> viver,<br />

E eu preciso, viver quimeras.<br />

ALDO JOSÉ BARROCA<br />

(in Amor, Amores, pág. 63)<br />

Vitória, ES<br />

NINFA<br />

Quem po<strong>de</strong> ser, senão tu a flutuar,<br />

Espécie <strong>de</strong> ser vivo, entre a se formar,<br />

Mistura <strong>de</strong> terreno: <strong>de</strong> céu a mar...<br />

Quem po<strong>de</strong> ser, senão tu, um todo, um nada,<br />

Um ponto original na paisagem sem fim,<br />

Imenso horizonte, um ponto a mirar...<br />

Quem po<strong>de</strong> ser, senão tu, imagem <strong>de</strong><br />

Vida, <strong>de</strong> fada, <strong>de</strong> tudo enfim que me<br />

Faz <strong>de</strong>sperto, no mundo a findar...<br />

LEONE CAVALCANTE<br />

Maceió, AL


CORPO<br />

Oculto<br />

está o poema<br />

que tecerás,<br />

um dia,<br />

sobre meu corpo.<br />

Os gestos<br />

<strong>de</strong>senharão a forma,<br />

dando-lhe a harmonia,<br />

e o arfar ca<strong>de</strong>nciado,<br />

a poesia!<br />

(in Sinfonias do Corpo,<br />

acervo do IHGSC)<br />

SILVÉRIO DA COSTA<br />

CHAPECÓ, SC<br />

(Membro da ACHE)<br />

INTERIORES<br />

En montos significativos<br />

el dinero<br />

encuentra obstaculizado<br />

su aceso hasta mí<br />

En un arranque<br />

neurasténico<br />

me presentó su renuncia<br />

el dinero<br />

la cual no acepté<br />

Se me da en cuentagotas<br />

el dinero<br />

El gozaría dándoseme<br />

sin retaceos<br />

Pero se ve que soy un bruto<br />

y que a mi pesar<br />

algo goza en mi interior<br />

histéricamente<br />

frustrándolo<br />

y acrecentando su <strong>de</strong>sasosegante<br />

anhelo <strong>de</strong> dárseme<br />

De braços abertos... Estamos<br />

CLICK DE LOCURA<br />

Anotaciones <strong>de</strong> puño y letra<br />

recorren mis ojos, <strong>de</strong>svelados.<br />

Mecen mi angustia,<br />

la enérgica voluntad<br />

y los fantasmas <strong>de</strong> la espera.<br />

Me duelen los huesos<br />

<strong>de</strong> mi soledad, inevitable.<br />

Claro y rumoroso,<br />

es el pasado<br />

que no <strong>de</strong>ja <strong>de</strong> volver.<br />

No envidio nada<br />

y brindo, con altura,<br />

por la vida que manda.<br />

La fiebre me inva<strong>de</strong><br />

en esta medianoche,<br />

y entre los laberintos<br />

geográficos <strong>de</strong>l alma,<br />

pétalos <strong>de</strong> alivio<br />

<strong>de</strong>sbordan la materia,<br />

con el click <strong>de</strong> luz<br />

<strong>de</strong> mi locura...<br />

En medio <strong>de</strong> todo este involuntario retorcimiento<br />

no cuento yo ni siquiera com el resignado paradigma<br />

“pobre pero honrado”.<br />

ROLANDO REVAGLIATTI<br />

Buenos Aires – Argentina<br />

MIGUEL ÁNGEL MIGLIARINI<br />

Buenos Aires, Argentina<br />

CREPÚSCULO<br />

No fim da tar<strong>de</strong><br />

aplaudindo<br />

pássaros<br />

em alar<strong>de</strong>,<br />

vou analisando<br />

o alegre DIA<br />

que por mim<br />

cruzou,<br />

rogando a DEUS<br />

para que novos<br />

DIAS,<br />

sejam tão bons<br />

DIAS<br />

como o lindo DIA<br />

que recém findou.<br />

GILDÁSIO T BARBOSA<br />

Sant’Ana do Livramento, RS<br />

<strong>10</strong><br />

CAMINHANDO NO VAZIO<br />

Caminhando<br />

não sei por on<strong>de</strong>,<br />

em direção<br />

ao infinito<br />

sem nada encontrar!<br />

Vivendo<br />

não sei por quê,<br />

sem dimensão,<br />

num vazio sem fim<br />

e sem a luz da alvorada!<br />

Amando<br />

não sei a quem,<br />

sem motivação,<br />

num mundo <strong>de</strong> ilusão<br />

e sem ter a quem clamar!<br />

Recordando<br />

não sei por quê,<br />

sem ação ou união,<br />

num horizonte sem fim<br />

e sem po<strong>de</strong>r sorrir ou chorar!<br />

Caminhando<br />

não sei até on<strong>de</strong>,<br />

em sua direção, talvez;<br />

em direção ao nada,<br />

sem nenhum clamor ou fusão!<br />

E eu continuo caminhando...<br />

em direção ao Amanhã,<br />

na esperança <strong>de</strong> encontrar<br />

a poeira do seu corpo<br />

ou a rocha da minha imperfeição.<br />

NILSON MELLO<br />

(da ASAJOL e <strong>Grupo</strong> Nós)


Aos <strong>Poetas</strong> mortos. Fonte <strong>de</strong> muitas inspirações!<br />

Esta página é <strong>de</strong>dicada aos gran<strong>de</strong>s poetas catarinenses já falecidos.<br />

THEOBALDO COSTA JAMUNDÁ<br />

Nasceu no dia <strong>10</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

1914, em Campo Gran<strong>de</strong>, subúrbio <strong>de</strong><br />

Recife, PE. Faleceu no dia 4 <strong>de</strong> junho<br />

<strong>de</strong> 2<strong>004</strong>, em Blumenau, SC.<br />

Tive contato com o Prof. Jamundá<br />

nos anos em que trabalhei no<br />

Conselho Estadual <strong>de</strong> Cultura, como<br />

Secretária das Câmaras e, também,<br />

no Instituto Histórico e Geográfico <strong>de</strong><br />

Santa Catarina, do qual ainda faço<br />

parte. Primoroso quanto ao conteúdo<br />

das Atas do Conselho, não permitia<br />

jamais que nem eu nem o secretárioexecutivo<br />

mudássemos uma vírgula<br />

do que ele havia dito em Plenário.<br />

Homem cioso do bom português,<br />

gentil no retorno a todas as<br />

correspondências que lhe eram<br />

<strong>de</strong>stinadas, o “mestre” Theobaldo<br />

<strong>de</strong>ixou marcas na cultura catarinense.<br />

Não nasceu em Santa Catarina, mas<br />

foi um gran<strong>de</strong> incentivador do<br />

catarinensismo e levou a nossa<br />

cultura a várias partes do país.<br />

Sob o signo <strong>de</strong> Áries temos gente<br />

<strong>de</strong> temperamento forte e o “mestre”<br />

não fugia à regra. Não recuava<br />

quando emitia uma opinião pois ele<br />

tinha conhecimento <strong>de</strong> causa. Dono<br />

<strong>de</strong> uma vasta cultura, po<strong>de</strong>ria ficar<br />

em qualquer roda que se saía muito<br />

bem.<br />

Difícil não estar presente nas<br />

sessões solenes do Instituto e nos<br />

lançamentos <strong>de</strong> livros <strong>de</strong> seus amigos<br />

acadêmicos. Quando não podia<br />

comparecer, enviava carta primorosa<br />

<strong>de</strong>sculpando-se pela ausência.<br />

Igualmente em lançamentos <strong>de</strong> livros<br />

e panegíricos <strong>de</strong> seus amigos<br />

acadêmicos. Pertenceu às Aca<strong>de</strong>mias<br />

Catarinense <strong>de</strong> Letras e Desterrense<br />

<strong>de</strong> Letras, com distinção.<br />

Homem distinto, correto, para<br />

muitos ranzinza, mas abnegado,<br />

cumpridor dos seus <strong>de</strong>veres e,<br />

também, POETA. Mestre Jamundá,<br />

on<strong>de</strong> quer que estejas, recebe o nosso<br />

carinho. [Maura Soares]<br />

OLHAR LADRA NA SAUDADE<br />

O olhar dos meus cachorros, falante da<br />

lealda<strong>de</strong> que me <strong>de</strong>ram, estão<br />

on<strong>de</strong> estiveram: nos pés da cama,<br />

nos quatro cantos da casa, no sótão da memória,<br />

<strong>de</strong> todos, os dois mais perto são aqueles da<br />

fuga da Baía-norte. Todos no retrato animam<br />

um tempo que formos <strong>de</strong> dona Ruth como os tinhorões<br />

e as orquí<strong>de</strong>as, família num feixe <strong>de</strong> Felicida<strong>de</strong>.<br />

O olhar dos meus cachorros<br />

ladra no íntimo da sauda<strong>de</strong><br />

e acuada a dor dói menos. Meus cachorros<br />

no sol da eternida<strong>de</strong>, cabeças sobre as patas<br />

olham <strong>de</strong>ntro dos meus olhos que fomos<br />

do teatro <strong>de</strong> dona Ruth, personagens lambidas<br />

pelo ar salgado da Baía-norte, ali<br />

numa esquina da Ilha da Santa Catarina.<br />

(in Dialeto dos Avessos, p.5)v<br />

11


Exercício Poético<br />

Na reunião do <strong>Grupo</strong> do dia 2 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2<strong>004</strong>, cada membro<br />

do GPL recebeu três pensamentos. A partir do pensamento<br />

escolhido, elaborou o que vamos <strong>de</strong>stacar a seguir:<br />

“A linguagem se <strong>de</strong>teriora, porém a função dos poetas<br />

é revalorizar as palavras” – Otávio Paz – poeta mexicano<br />

Poeta não só revaloriza palavras<br />

Não só viaja momentos<br />

Mas vive também acontecimentos<br />

Transmite-os com suas palavras<br />

CARLOS PICCOLI<br />

“A solidão é quando o coração, se não está vazio,<br />

sobra lugar nele que não acaba mais.”<br />

Antônio Maria - jornalista e compositor brasileiro<br />

“Música é vida interior e quem tem vida interior<br />

jamais pa<strong>de</strong>cerá <strong>de</strong> solidão”. Arthur da Távola – senador brasileiro<br />

A solidão preenche o infinito vazio da alma, mesmo que o<br />

coração esteja pleno <strong>de</strong> musicalida<strong>de</strong>.<br />

ZEULA SOARES<br />

“A vida sem música é uma jornada pelo <strong>de</strong>serto.”<br />

Pat Conroy – escritor norte americano<br />

Sinto-me vazia sem a música. Ela me alça a lugares<br />

além da imaginação. Como viver sem ela, sem o som<br />

do Universo? Sim, a vida sem música seria árida, como o <strong>de</strong>serto.<br />

MAURA SOARES<br />

Nada é mais bonito do que o amor que atravessou as<br />

tempesta<strong>de</strong>s da vida. Jerome K. Jerome – romancista e dramaturgo inglês<br />

An<strong>de</strong>i por terra, naveguei por mares<br />

Na terra me enterrei, nos mares naufraguei<br />

Com astúcia e paciência da terra me livrei<br />

Naveguei calmamente e na praia aportei<br />

Na terra ou no mar, não importa a estada<br />

Ultrapasso todas as barreiras, nada me <strong>de</strong>precia.<br />

MARCIA CARGNIN<br />

Em todas as lágrimas sempre fica uma esperança.<br />

Simone <strong>de</strong> Beauvoir – escritora francesa<br />

Céus esquecidos lustram matas, escalam paz.<br />

E no amanhecer, pérolas orvalhadas<br />

se <strong>de</strong>ixam achar por mim...<br />

MARILU PERES RAMOS<br />

<strong>12</strong>


Exercício Poético<br />

Na reunião do <strong>Grupo</strong> do dia 2 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2<strong>004</strong>, cada membro<br />

do GPL recebeu três pensamentos. A partir do pensamento<br />

escolhido, elaborou o que vamos <strong>de</strong>stacar a seguir:<br />

O trabalho <strong>de</strong> cada homem, seja na literatura, música, pintura,<br />

arquitetura, ou qualquer outra arte, é sempre um retrato <strong>de</strong>le mesmo.<br />

Samuel Butler – escritor inglês<br />

A arte também é feita para se expressar.<br />

ALAN R. BERNARDES – <strong>12</strong> anos<br />

Em todas as lágrimas sempre fica uma esperança.<br />

Simone <strong>de</strong> Beauvoir – escritora francesa<br />

Ah, a Esperança! Ela é a mãe <strong>de</strong> todas as virtu<strong>de</strong>s. É a aurora que<br />

surge <strong>de</strong>pois das noites tenebrosas. A Esperança faz-me lembrar<br />

o meu pai, que em momento <strong>de</strong> profundas amarguras, dores e<br />

sofrimentos não se <strong>de</strong>ixou abater. Ergueu a cabeça, olhou para<br />

os filhos com serenida<strong>de</strong> e sentenciou com bravura: vamos em frente,<br />

esqueçamos os contratempos – surge um novo dia.<br />

EDMAR ALMEIDA BERNARDES<br />

Mesmo que soubesse que o mundo se <strong>de</strong>sintegraria amanhã,<br />

ainda assim plantaria a minha macieira.<br />

Martin Luther King – li<strong>de</strong>r anti-racista norte-americano<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> chegar ou <strong>de</strong> partir, tenho sempre na<br />

bagagem, a visão do infinito...<br />

ALZEMIRO LIDIO VIEIRA<br />

Quanto mais perfeito for o artista, mais separados estarão <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>le o homem que pa<strong>de</strong>ce e a mente que cria; e, mesmo assim,<br />

digere e transmite as paixões que constituem seu material.<br />

T. S. Eliot – poeta inglês<br />

No artista perfeito pa<strong>de</strong>ce o homem que cresce ante a mente<br />

que cria. Em sintonia, arte, paixões, tristezas e uma eterna nostalgia.<br />

ADIR PACHECO<br />

Poesia é a harmonia das palavras, música é a harmonia <strong>de</strong> notas.<br />

John Dry<strong>de</strong>n – poeta inglês<br />

Quer fugir da realida<strong>de</strong><br />

Despertar a sensibilida<strong>de</strong><br />

Leia uma poesia<br />

Quer sonhar mais alto<br />

Ser levado pelos anos<br />

Não ver passar os anos<br />

Escreva uma poesia<br />

Quer ouvir o som dos sinos<br />

O coração bater como <strong>de</strong> um menino<br />

Diga uma poesia<br />

IVA GERALDA CAMPOS<br />

13


INTIMA VONTADE<br />

Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

Efêmero <strong>de</strong>sejo que aflora<br />

que <strong>de</strong>ixa corpo e mente<br />

firmes como patrolas<br />

e fulminantes como estrelas ca<strong>de</strong>ntes<br />

Clímax <strong>de</strong> paixões arrebatadoras<br />

um coração febril<br />

suave como mãos que acariciam<br />

e bocas que dizem coisas mil<br />

Mãos que me tocam<br />

olhos que soltam faíscas<br />

que queimam fragmentos <strong>de</strong> um corpo<br />

que vive num sufoco<br />

e que pe<strong>de</strong> <strong>de</strong> novo<br />

e tem a vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tê-la aqui.<br />

Amar é o caminho mais curto para a felicida<strong>de</strong>.<br />

ADELICIO MANOEL CAMPOS<br />

(LICINHO)<br />

MINHA EXISTÊNCIA<br />

Solto o ar que respiro.<br />

Passagem discreta do tempo distorcido.<br />

Máscara <strong>de</strong> vida e morte.<br />

Longa distância nos separa da razão.<br />

Resgate simples e ocasional da luta diária.<br />

Fecho os olhos,<br />

Sinto a pureza do ar.<br />

Aperto as pálpebras,<br />

Sinto o escuro em que me vejo.<br />

Obstáculos? Muitos.<br />

Liberda<strong>de</strong>? Plena ilusão.<br />

Tudo teoria,<br />

Na prática, me perco.<br />

Esten<strong>de</strong> a mão,<br />

busca encontrar a minha e<br />

retira-me do poço em que <strong>de</strong>ixei per<strong>de</strong>r<br />

meu coração.<br />

Antes pensei existir,<br />

mas só agora sei que existo.<br />

ADRIANA CRUZ<br />

CANTO NAGÔ<br />

Ritmos, cantos, atabaques, é o som da alegria<br />

Em momentos da senzala na esperança da alforria.<br />

Sorri a mãe preta na dança gingada,<br />

Esquecemos os tormentos <strong>de</strong> su´alma cansada.<br />

E o negro se transforma no ritmo, na dança<br />

E o sorriso criança domina-lhe a face<br />

Que cansada renova-se.<br />

E canta, canta e canta, a alegria da vida,<br />

Esquecendo a liberda<strong>de</strong> perdida<br />

Muito além <strong>de</strong>stes mares.<br />

E neste cantar, instantes <strong>de</strong> glória<br />

No assédio da negra que às palhas espera.<br />

No celeiro, a sensualida<strong>de</strong> nos abraços, na entrega<br />

Da negra <strong>de</strong>ngosa, que fogosa se per<strong>de</strong><br />

No afago do seu negro<br />

Agora “Senhor”.<br />

Ah! Quanto ardor nesta entrega.<br />

Espaço tempo infinito<br />

Tão pleno <strong>de</strong> amor reprimido.<br />

E neste encontro do céu com a terra,<br />

Fun<strong>de</strong>m-se corpos e almas<br />

Dormentes na dor.<br />

...E me vejo ante a senzala,<br />

crianças brincando inocentes.<br />

...E a voz se cala,<br />

ante mãe-preta mostrando seus <strong>de</strong>ntes,<br />

no riso solto <strong>de</strong> rosto bonito<br />

sofrimento contido na alma escrava.<br />

E retorno ao terreiro entre sons e atabaques.<br />

No seu grito, no seu canto <strong>de</strong> glória,<br />

O negro se faz livre no culto a Xangô.<br />

E se entrega a Oxalá e seus Orixás,<br />

Cantando Ilê, Banto, e Nagô.<br />

(Canto)<br />

Caô! Meu pai Xangô!<br />

Peça a Oxalá, pra aliviar<br />

A minha dor.<br />

ADIR PACHECO<br />

14


PASSARINHO<br />

Canta<br />

encanta<br />

o lugar.<br />

Des<strong>de</strong> o dia clarear<br />

até o anoitece<br />

quando vai se <strong>de</strong>itar.<br />

E todos ficam a olhar<br />

o cantar do passarinho.<br />

ALAN R. BERNARDES<br />

Pedaço <strong>de</strong> poeta – <strong>12</strong> anos<br />

ESTRANHO RETRATO<br />

Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

A chuva escorre do telhado,<br />

Deixa meu coração apressado<br />

Porque recordo um a<strong>de</strong>us.<br />

Em meio sauda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>satino<br />

As borboletas já pereceram,<br />

O bosque já secou,<br />

Meu pensamento já não tem on<strong>de</strong> voar!<br />

Já no céu não existem estrelas<br />

Nem existe noite pra sonhar..<br />

Dentro da alma<br />

O que pressinto<br />

É um sintoma amargo<br />

Como retrato <strong>de</strong> labirinto.<br />

Tudo surge misterioso como enigma,<br />

Visível, bem visível,<br />

Mas inexplicável,<br />

Sem entrada e sem saída.<br />

ALZEMIRO LIDIO VIEIRA<br />

[In Mundo Neutro, pág. 41]<br />

QUE PENA<br />

Que pena que este mundo está perdido,<br />

infestado <strong>de</strong> dor e sofrimento,<br />

com todos os valores distorcidos<br />

em nome do progresso e do fomento.<br />

Que pena que há pessoas (tenho crido),<br />

sem timoneiro; e vão, sem tomar tento,<br />

se afastando da raia e sem sentido,<br />

pelas veredas vãs do falso alento.<br />

Que pena que os espertos pensam ser<br />

bem mais que os outros homens do saber.<br />

Não sabem que a esperteza é dos <strong>de</strong>mônios.<br />

Não sabem que o saber, ao bem se expõe,<br />

que esperteza e saber se contrapõe,<br />

que saber e esperteza são antônimos.<br />

CACILDO SILVA<br />

APENAS SER<br />

O meu mundo é fantasia, fruto do imaginário<br />

Não tenho cem anos, mas sinto que meu ser é centenário<br />

Neste mundo que é sem tempo, é estacionário<br />

On<strong>de</strong> todo segundo é sempre o mesmo aniversário...<br />

Amar a vida é meu trabalho diário<br />

E este amor é meu único calendário<br />

Amo <strong>de</strong> graça, não preciso <strong>de</strong> salário<br />

Pois meu coração é um secular berçário...<br />

É o nascedouro <strong>de</strong> sonhos <strong>de</strong> um visionário<br />

Que não visita nenhum confessionário<br />

Mas sabe que amar é necessário...<br />

Que não conta contas <strong>de</strong> nenhum rosário<br />

Nem faz parte <strong>de</strong> nenhum antiquário<br />

Apenas ama porque vive...ou o contrário!...<br />

CESARIO FRANCISCO DA SILVA NETO<br />

15


PERDA DE UM AMIGO<br />

Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

Amigos inseparáveis<br />

Irmãos em outras vidas<br />

Parceiro <strong>de</strong> momentos infindáveis<br />

Companhia <strong>de</strong> anos, que não finda<br />

Não finda é o que julgamos<br />

Nossos dias aqui são contados<br />

Quisera eu que fossem mil anos<br />

Momentos juntos como temos passado<br />

O SUPERIOR que na terra nos colocou<br />

Bem sabia qual o tempo, finalida<strong>de</strong><br />

Somente a nós ele não confi<strong>de</strong>nciou<br />

Qual a missão e até que ida<strong>de</strong>.<br />

Quão difícil per<strong>de</strong>r alguém<br />

Quão difícil amigos per<strong>de</strong>rem nós<br />

Procurem saber a razão que esta vida tem,<br />

Compreen<strong>de</strong>rão nosso futuro, monte <strong>de</strong> pó.<br />

Esta vida é a gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

Que todos os Anjos gostariam <strong>de</strong> Ter<br />

Na hora da partida, não importa a ida<strong>de</strong>,<br />

Importa sim, o que fizeste pro teu SER.<br />

Entre milhões <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s foste o primeiro<br />

O tipo <strong>de</strong> sexo? o do Amor...<br />

Aproveitaste o dia e hora, com tiro certeiro,<br />

És um felizardo, um gran<strong>de</strong> vencedor.<br />

A quem per<strong>de</strong>mos só temos a lamentar<br />

Regozijemo-nos por tudo o que tem feito<br />

Po<strong>de</strong>ria ter mais tempo e outros mais, amar<br />

Se não cumpriu sua meta, terá outros pleitos.<br />

Nosso <strong>de</strong>stino é rumo à perfeição<br />

Juntar a nosso PAI, único CRIADOR<br />

Voltaremos sempre, até cumprir nossa missão<br />

O Universo é infinito, nosso combustível a Dor<br />

Um dia seremos UNO...CRIAÇÃO e CRIADOR.<br />

CARLOS PICCOLI<br />

16<br />

EL TAMBOR<br />

Por el campo, un niño batiendo su tambor<br />

se va acercando, para mi asombro el tambor<br />

no emite su boom, boom, sinó que emite un cantar<br />

al ser batido por lor palillos, que estan hechos <strong>de</strong> huesos<br />

<strong>de</strong> los brazos <strong>de</strong> un niño.<br />

Me acerqué al niño y le pregunté el porque<br />

<strong>de</strong>l sonido <strong>de</strong> ese tambor que al ser batido<br />

emite el cantar <strong>de</strong> un niño.<br />

El niño me hizo sentar<br />

a la sombra <strong>de</strong> un árbol y narró su historia.<br />

Estabamos jugando en la plaza junto a otros amiguitos,<br />

cuando um mísil cayó sobre el grupo,<br />

yo sufri rasguños, pero mi amigo<br />

estaba mal herido y amino a la muerte<br />

alcanzó a <strong>de</strong>cirme que su alma<br />

se transformaría en un tambor<br />

y me pidió que hos huesos <strong>de</strong> sus brazos<br />

lo utilizará <strong>de</strong> palillos y batiera el tambor<br />

hasta llegar a ese hombre sin alma<br />

que cortó su vida cuando recién empezada a volar.<br />

Señor, también es la historia <strong>de</strong> miles<br />

<strong>de</strong> niños <strong>de</strong> este mundo,<br />

sin distinción <strong>de</strong> razas y religiones,<br />

mi ban<strong>de</strong>ra está hecha <strong>de</strong> amor<br />

porque con ella se gana la paz.<br />

por eso señor este tambor habla <strong>de</strong> su dolor<br />

por los niños masacrados, mutilados,<br />

por ese mísil que a matado a mis hermanos,<br />

pero no a podido matar nuestro<br />

grito <strong>de</strong> libertad, justicia, amor y paz.<br />

Estamos transitando en esta vida<br />

buscando al ser humano.<br />

Rogamos al Señor<br />

amor, paz, hermanas, hermanos<br />

estos pedidos estan en nuestra conciencia<br />

y en nuestras manos,<br />

pero nada hacemos<br />

para mejorar nuestra existencia.<br />

No roguemos por lo que<br />

<strong>de</strong>spués <strong>de</strong>struimos.<br />

DONATO PERRONE<br />

[<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Buenos Aires, Argentina]


TERRA AMADA<br />

Teu céu azul <strong>de</strong> estrelas pontilhado<br />

Tua lua cheia <strong>de</strong> encantos mil<br />

Tens uma beleza contagiante<br />

És força e orgulho para nós, Brasil<br />

Olhos o vento balançar as árvores<br />

Vejo o nascer <strong>de</strong> mais um lindo dia<br />

Ouço o canto do sabiá formoso<br />

Que enche o ar com sua melodia<br />

Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

Vem a lua linda, toda vaidosa<br />

Nela o poeta vai se inspirar<br />

Com seu encanto em madrugada fria<br />

No azul do mar gosta <strong>de</strong> se espelhar<br />

Ó, terra amada, divina beleza<br />

Teu céu azul tem a cor <strong>de</strong> anil<br />

Bendito o ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> tuas florestas<br />

És nossa pátria, querido Brasil.<br />

DORALICE ROSA DE SOUSA SILVA<br />

AMOR<br />

Essência da vida.<br />

Vemo-lo disseminado por toda parte;<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a minúscula semente às estrelas<br />

espalhadas no éter sem fim.<br />

É sopro divino que nutre o corpo<br />

e robustece a alma.<br />

Enigmático – impele homens e mulheres<br />

às sublimes <strong>de</strong>lícias.<br />

Auspicioso – inspira, alenta e triunfa.<br />

Robusto – <strong>de</strong>spedaça os grilhões<br />

que encruam os corações<br />

Faz-se sereno para transpor a escuridão<br />

e suportar a tempesta<strong>de</strong>,<br />

com a certeza <strong>de</strong> um novo alvorecer<br />

e da bonança.<br />

EDMAR ALMEIDA BERNARDES<br />

VERSO EM PROSA<br />

Eu sou a flor que nasce neste canteiro florido,<br />

ao clarear <strong>de</strong>sta manhã <strong>de</strong> primavera.<br />

Debruço-me no galho para avistar os pássaros<br />

e vejo a menina que passa.<br />

O sol nasce e as gotas <strong>de</strong> orvalho vão embora,<br />

enquanto as borboletas que pousam em mim,<br />

bebem o néctar com um lindo raio <strong>de</strong> sol<br />

a folha que me espelha.<br />

A manhã chega, bate um vento fino,<br />

e as pessoas vão seguindo para o trabalho que as espera.<br />

O dia passa, a noite vem chegando <strong>de</strong> mansinho.<br />

De volta da escola as crianças vêm andando rapidinho.<br />

Já é tar<strong>de</strong>. Adormeço e sonho com as estrelas e<br />

<strong>de</strong> tanto vê-las, a madrugada passa.<br />

A raposa, passando pelo jardim,<br />

bate com os pêlos fortes em mim e acordo<br />

com seus passos rápidos.<br />

Tudo é vida: os sinos dobram, os galos cantam,<br />

e os anjos dizem amém.<br />

Hoje a manhã está cinzenta, escurece a terra,<br />

embaciando a minha vista.<br />

Ouço ao longe um belo som que se aproxima.<br />

Tudo é bonito, do <strong>de</strong>dilhar do piano ao pianista.<br />

Continua no mesmo tom a melodia,<br />

balanço os ramos, parecendo artista.<br />

Observo o céu azul que se apresenta,<br />

faço da dor alívio,<br />

ao lindo passo do malabarista.<br />

Cantam, os pássaros trazendo alegria,<br />

tudo é belo, no cenário que se avista.<br />

Eu vou cantando com eles pela pista,<br />

fazendo <strong>de</strong>slizar os meus suaves pés,<br />

ao puro troque<br />

do violinista.<br />

Quer seja convidado ou não, Deus estará presente.<br />

FRANCIANE MACIEL DUTRA<br />

(16 anos)<br />

17


Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

SONHOS<br />

Sonhos sonhados,<br />

uns já concretizados,<br />

outros ainda não realizados.<br />

Ações pRESentes,<br />

e tantas outras ainda, infelizmente,<br />

ausentes.<br />

Reciclar é urgente,<br />

urgentíssimo,<br />

<strong>de</strong>ve ser priorida<strong>de</strong><br />

para que mais tar<strong>de</strong><br />

não choremos <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong>s.<br />

Sauda<strong>de</strong>s do que fizemos <strong>de</strong> bom,<br />

sauda<strong>de</strong>s do que <strong>de</strong>ixamos por fazer,<br />

sauda<strong>de</strong>s são sauda<strong>de</strong>s,<br />

é preciso logo RESolver.<br />

GERALDO, Simplesmente Poeta<br />

[in: Para sempre se ( r )...<br />

Soldado do amor, pág. 95<br />

A GARÇA<br />

Estava sentada na praia<br />

pensando no meu amor.<br />

A garça veio voando<br />

e no meu lado pousou.<br />

Escrevi uma cartinha<br />

pra mandar pro meu amor.<br />

A garça pegou a carta<br />

e num momento voou<br />

Depois <strong>de</strong> uma semana<br />

a resposta chegou.<br />

Dizia: meu bem ,te amo,<br />

espera por mim, meu amor.<br />

Chegou o dia marcado<br />

meu amor fui esperar,<br />

e quando estávamos juntos<br />

a garça também chegou.<br />

Parecia que dizia:<br />

Oh! Como é lindo o amor.<br />

MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA<br />

18<br />

PALAVRAS<br />

Palavras que levam à luz,<br />

Palavras que levam ao nada.<br />

Palavras que dão vida à alma,<br />

Ou que <strong>de</strong>ixam a alma gelada.<br />

Palavras que a nós dizem tudo,<br />

E aos outros, é tão sem sentido.<br />

Palavras que nem é preciso,<br />

Usá-las pra ter compreendido.<br />

Palavras que tu precisavas<br />

Dizer para me ajudar,<br />

Palavras tão bem escolhidas,<br />

Mas que me fizeram chorar,<br />

Pois elas formavam uma frase:<br />

“Preciso <strong>de</strong> ti me afastar”!<br />

Agora não tenho palavras<br />

Pois pra que falar se não estás?<br />

Então eu recordo sozinha,<br />

As palavras que tu me dizias<br />

E que não dirás nunca mais...<br />

Das tuas palavras que ouvi,<br />

Guar<strong>de</strong>i para serem escritas,<br />

Pois eram tão sábias, tão belas,<br />

Mas por ironia da vida,<br />

Somente esta frase escrevi:<br />

“Preciso afastar-me <strong>de</strong> ti!”<br />

HERALDA VICTOR<br />

NOS TEUS BRAÇOS<br />

Nos teus braços me perdi inteira<br />

Não vi a hora passar<br />

Deixei os sonhos me levar<br />

E flutuei <strong>de</strong> prazer<br />

Em teus braços nem quis ler<br />

As notícias dos jornais<br />

Do teu amor quis muito mais<br />

E <strong>de</strong>ixei a vida lá fora<br />

E que o tempo fosse embora<br />

Naquela tar<strong>de</strong> sem fim<br />

Quando chegaste pra mim<br />

E me levaste ao teu leito<br />

No perfume dos lençóis<br />

No aconchego do teu peito<br />

Depois do amor o repouso<br />

Do teu corpo este calor<br />

Nos teus braços eu <strong>de</strong>scanso<br />

Adormecendo <strong>de</strong> amor<br />

IVA GERALDA CAMPOS


SERTÃO<br />

Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

Suassuna é nome <strong>de</strong> cobra feroz e <strong>de</strong> medo, também.<br />

Debaixo <strong>de</strong> sol, o xiquexique do agreste conhece o<br />

cabra aperreado, o vaqueiro, Cabra-da-Peste, que juntos:<br />

ele e o cavalo, suados, vão atropelando o mandacaru.<br />

A terra seca pega carona no vento e grita cheirando a<br />

velame os aboios das botas duras e esporas ligeiras.<br />

Estalam no nor<strong>de</strong>ste os reclamos das árvores da seca<br />

que abastecem a avoante e acolhe a asa branca.<br />

Vaqueiros rezam com bocas cheias <strong>de</strong> chuvas ausentes<br />

e tocando chocalhos clamam às estrelas surdas e fingidas,<br />

do céu, para procurarem água fria. Assim chegam vozes<br />

noturnas repetindo que nunca faltarão as rasga-mortalhas<br />

para todos os tipos <strong>de</strong> vidas.<br />

Assim é o Nor<strong>de</strong>ste on<strong>de</strong> a esperança renova<br />

ou reencarna sempre e com muita fé!<br />

IVAN ALVES PEREIRA<br />

(Ivan <strong>de</strong> Paulo Jacintho, in “há MAR e Bebê( r ), pág.9)<br />

NATAL<br />

É Natal cada vez que alguém enxuga uma lágrima<br />

É Natal cada vez que alguém nasce para a vida<br />

É Natal cada vez que alguém é perdoado<br />

É Natal cada vez que alguém <strong>de</strong>ixa as armas <strong>de</strong> lado<br />

É Natal cada vez que termina uma guerra<br />

Será Natal sempre que a paz reinar na terra<br />

É sempre Natal a cada dia que renasce em nós o amor <strong>de</strong> Deus.<br />

IONARA REGINA VERZOLA<br />

MIGALHAS DE AMOR<br />

O gosto <strong>de</strong> teus beijos<br />

Em minha boca permanece<br />

O calor do teu corpo<br />

Ainda me aquece<br />

Preciso <strong>de</strong> tuas carícias<br />

Envolver-me no teu abraço<br />

Amparar-me no teu regaço<br />

Pois só assim terei a ilusão<br />

Que contigo ainda estou<br />

E que uma migalha <strong>de</strong>sse<br />

Amor restou<br />

Devolva-me, <strong>de</strong>volva-me, por favor<br />

O resto <strong>de</strong>sse amor!<br />

MARIA DE LOURDES TEIXEIRA<br />

19<br />

São das ilusões<br />

Que nascem nossas eternas paixões<br />

Por isso pensando em você por um momento<br />

Sinto você por todo o tempo...<br />

Tempo que nos faz lembrar<br />

Que novamente encontramos a sonhar<br />

Que das nossas emoções contidas<br />

Sobraram só ilusões sofridas<br />

Então misturamos <strong>de</strong>silusões sentidas<br />

De cada um,<br />

Com a vida alienada <strong>de</strong> modo algum!...<br />

* * *<br />

Uma noite, vou lhe falar<br />

Mas quando, eu mesmo não sei<br />

Pois nunca soube<br />

O que tenho pra dizer<br />

No entanto você fica sempre a esperar<br />

Que algum dia terei que lhe contar<br />

Que por você me apaixonei<br />

Uma coisa que eu mesmo nunca esperei.<br />

MARCOS AURÉLIO PEREIRA<br />

PERIFERIA<br />

Caminhando na periferia,<br />

Muitas coisas constatei,<br />

A pobreza <strong>de</strong>ssa gente,<br />

Juro que me envergonhei.<br />

Os políticos do Brasil,<br />

Só nos dão <strong>de</strong>cepção,<br />

Prometem mundos e fundos,<br />

Na época da eleição.<br />

Depois quando estão no po<strong>de</strong>r,<br />

Não conhecem a gente não,<br />

Esquecem as crianças doentes,<br />

E também da educação.<br />

MAURILIA FREITAS


Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

CANTIGAS DE AMOR<br />

Naquele entar<strong>de</strong>cer<br />

ameno, mesclado, divagal!...<br />

com ternura<br />

eu estarei te amando!!!<br />

Naquela brisa suave<br />

que a face te roça, sonha!...<br />

com doçura<br />

eu estarei te amando!!!<br />

Naquele mar quebrando<br />

com fúria e frenesi, vibra!...<br />

com arrebatamento<br />

eu estarei te amando!!!<br />

Naquele estardalhaço tremendo<br />

<strong>de</strong> trovões e tempesta<strong>de</strong>s, estremece!...<br />

com impetuosida<strong>de</strong><br />

eu estarei te amando!!!<br />

Naquelas doces canções<br />

que gostas <strong>de</strong> ouvir, relembra!...<br />

com suavida<strong>de</strong><br />

eu estarei te amando!!!<br />

Naquela zelosa mãe<br />

que ao filho acalanta, abranda!...<br />

com serenida<strong>de</strong><br />

eu estarei te amando!!!<br />

Naquele moleque atrevido<br />

que matreiro te sorri, regozija!...<br />

com brejeirice<br />

eu estarei te amando!!!<br />

Sussurrando Cantigas <strong>de</strong> Amor!!!<br />

MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS<br />

(Fundadora e Presi<strong>de</strong>nte Perpétuo do GPL)<br />

20<br />

QUANDO O AMOR ACABA<br />

Quando o amor acaba<br />

e cada qual segue seu novo caminho<br />

ficam as lembranças,<br />

gostosas lembranças <strong>de</strong> quando<br />

o amor era lindo<br />

e só nuvens cor-<strong>de</strong>-rosa existiam<br />

Quando o amor acaba<br />

as fotos são recordações <strong>de</strong> dias felizes<br />

momentos marcados<br />

pela emoção<br />

pelo instante fugaz<br />

<strong>de</strong> olhar no olhar<br />

com paixão<br />

Quando o amor acaba<br />

dói, dói <strong>de</strong>mais<br />

palavras <strong>de</strong> amigos não consolam<br />

o <strong>de</strong>bruçar no ombro amigo<br />

é apenas um paliativo<br />

Quando o amor acaba<br />

fica a sauda<strong>de</strong>...<br />

Quando o amor acaba...<br />

Definitivamente...<br />

Não era o verda<strong>de</strong>iro amor.<br />

MAURA SOARES


AS TELAS DE MINHAS VIDAS (II)<br />

Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

Por que tanta agonia, po<strong>de</strong>ndo alma transpor barreiras,<br />

viajar livre por on<strong>de</strong> queiras? Mesmo assim,<br />

impe<strong>de</strong>s ao coração esvaziar-se na oportuna<br />

passagem em que tu mesma te assistes?<br />

Só tu po<strong>de</strong>rás sentenciar-te, na ausência,<br />

ao repelir o vôo liberto no caminho vagaroso,<br />

em que escolhes as paisagens do pouso.<br />

E só saciar-te-á, alma, no momento em que<br />

beberes o cálice que a ti ofereces,<br />

erguendo brindarás teu olhar com ternura translúcida.<br />

E que céu pintaria eu? Que não o próprio céu,<br />

se tua alma gran<strong>de</strong> é <strong>de</strong>positária do meu amor.<br />

Se um dia encontrar-te, alma gêmea,<br />

só a ti <strong>de</strong>snudarei meu corpo.<br />

MARILU PERES RAMOS<br />

[in As telas <strong>de</strong> minhas vidas, pág. 31]<br />

PAIXÃO POR PAIXÃO<br />

Sua imagem, meu pensamento <strong>de</strong> súbito invadia.<br />

Atordoada, como se <strong>de</strong> um sono brusco acordava,<br />

Sentia seu olhar fulminar minh’alma <strong>de</strong> paixão,<br />

E seu amor, o meu amor faminto, alimentava.<br />

Não fosse, por sua alma projetado o arremesso,<br />

Pelo forte impacto, com que atingiu o coração,<br />

Não conseguiria suportar a força embriagadora,<br />

De uma paixão ar<strong>de</strong>nte, a provocar outra paixão.<br />

A foto mental, pela paixão inspirada, dava a configuração<br />

De homem louro, com cabeleira, por raios do sol, formada.<br />

Olhos castanhos, da cor do ouro envelhecido do rochedo,<br />

Boca tão perfeita, como se por DA VINCI, fora <strong>de</strong>senhada.<br />

A natureza <strong>de</strong>u um toque sensual ao rosto enrubescido, e<br />

A seu corpo, o vigor e a beleza <strong>de</strong> um grego guerreiro.<br />

Quisera real, esta paixão, para sempre, além da morte,<br />

Pois meu coração passaria a ser o seu eterno para<strong>de</strong>iro.<br />

MARIA JARLETE GUIMARÃES<br />

[in: Ser além do ser, pág. 19]<br />

21<br />

VIBRAÇÃO DE UMA ALMA<br />

Na sauda<strong>de</strong> meu peito recorda<br />

Vibra, cala e chora<br />

Um vida um amor<br />

Uma esperança<br />

Que para sempre foi embora<br />

Lá distante<br />

Entre o céu e a terra<br />

Em pensamento se une<br />

Sem corpo<br />

Sem braços<br />

Sem faces<br />

Sem olhos humanos<br />

Tudo como num passe <strong>de</strong> mágica<br />

Uma nuvem branca flutua<br />

Não ocupa espaço<br />

Atravessa lentamente<br />

Tudo pela frente<br />

São corpos, braços, faces e olhos<br />

Tudo transparente<br />

Flutuam<br />

Leves como a brisa<br />

Vagam pelo espaço<br />

E o vemos com os olhos da mente<br />

Na imaginação<br />

E no que o coração sente.<br />

MARINÊS POTÓSKÊI<br />

NO AMOR FALAR DE AMOR<br />

Não fiques mudo durante o amor,<br />

O amor não se basta com mecânica ação,<br />

O amor fala, precisa ouvir sua emoção,<br />

Pois, robotizado, o amor po<strong>de</strong> ser dor.<br />

Mudo é o amor <strong>de</strong> animais já conhecidos,<br />

Menos o ruidoso amor <strong>de</strong> gatos nos telhados,<br />

Acompanhado <strong>de</strong> sonoros e coloridos miados<br />

Comemorando a orgia <strong>de</strong> orgasmos sucessivos.<br />

Se temos a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r falar,<br />

Por que silenciar e o amor não revelar<br />

sempre, principalmente nos íntimos atos?<br />

Será que a atual “Era da Ciência e da Tecnologia”<br />

Faz-nos olvidar a poesia do amor e sua filosofia?<br />

Oh! meu Deus! Que inveja tenho eu dos gatos.<br />

MANOEL TELES<br />

[Manolo]


AUSÊNCIA<br />

Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

O som melancólico das cordas<br />

se rasga em lágrimas;<br />

lágrimas que não souberam chorar<br />

ou sequer simular um grito;<br />

grito que jaz oculto<br />

na impertinente espera<br />

<strong>de</strong> alguém amar.<br />

Acor<strong>de</strong>s lentos vêm e vão,<br />

como o marejar das ondas.<br />

Sons se confun<strong>de</strong>m em re<strong>de</strong>moinhos<br />

e se envolvem em um profundo vazio.<br />

[ nas conchas ]<br />

A esperança ainda embala<br />

o sonho dos enamorados<br />

e dos amores consumados,<br />

sem ter um triste fim para recordar<br />

sem criar falsas expectativas<br />

e sem <strong>de</strong>mais sonhar.<br />

Os sonhos contidos se acabam,<br />

escoam-se na negra<br />

vala dos valores excluídos...<br />

Seriam sentidos ignorados<br />

pela cegueira da alma,<br />

pelo medo que afugenta<br />

imaginários perigos?!<br />

Sofreria menos se eu apren<strong>de</strong>sse<br />

a <strong>de</strong>sistir, a renunciar,<br />

a esquecer, a perdoar,<br />

a dizer não – ao menos uma vez?<br />

RENATA SOARES CARDOSO<br />

22<br />

MEU CHÃO<br />

Ao Pedro José(meu primo)<br />

Vou cantar a minha terra<br />

De pródiga natureza<br />

Nos versos do meu poema<br />

Vou elegê-la princesa<br />

Canto a Praia <strong>de</strong> Palmas<br />

Praia da Cruz, Armação<br />

Encantos do Criador<br />

Meu pedacinho <strong>de</strong> chão<br />

Quando eu era criança<br />

Levantava bem cedinho<br />

Para ver o arrastão<br />

Pegar o peixe vivinho<br />

O sol furava o morro<br />

O dia ficava quente<br />

E lá ia a serelepe<br />

Pulando, toda contente<br />

Era aquele corre-corre<br />

Saindo pé ante pé<br />

Ligeirinhos como lebre<br />

Eu e o Pedro José<br />

Ah! como eu tenho sauda<strong>de</strong>s<br />

Das pedras do limo ver<strong>de</strong><br />

Dos peixinhos prateados<br />

Pulando naquela re<strong>de</strong><br />

Agora aquela menina<br />

Que era alegre e prazenteira<br />

Convidou dona sauda<strong>de</strong><br />

Para ser sua companheira<br />

“Toda felicida<strong>de</strong> é uma inocência”<br />

- Marguerite Yourcenar<br />

NEUSITA LUZ DE AZEVEDO CHURKIN<br />

[in Cantando meu chão, pág. 11/<strong>12</strong>]


BEM-AVENTURANÇAS<br />

Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

A escuridão partiu<br />

com os primeiros versos da poesia.<br />

O silêncio foi rompido<br />

pela emoção <strong>de</strong> um aplauso.<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrever<br />

contagiou a todos:<br />

os cegos leram,<br />

os mudos recitaram,<br />

os surdos auscultaram<br />

e os mancos caminharam<br />

sobre o seu equilíbrio<br />

para presenciar o fenômeno.<br />

... e o mundo começou assim,<br />

a conhecer a Paz.<br />

NEOMAR N.B.CEZAR JUNIOR<br />

METAS<br />

Não quero ser diferente,<br />

Quero fazer diferença;<br />

Não quero ser astuta,<br />

Quero ser sabedoria.<br />

Não quero apenas olhar;<br />

Olhando, preciso ver.<br />

Não quero só sentir;<br />

Mas sentindo po<strong>de</strong>r agir.<br />

Não quero apenas o fruto;<br />

Com o fruto, quero a semente<br />

Que faz a vida germinar<br />

Não quero valsar ao som da valsa,<br />

Contemplando ao redor;<br />

Voltando sempre ao mesmo lugar.<br />

Quero sim, pés firmes na rocha,<br />

Caminhando com um propósito,<br />

Sabendo on<strong>de</strong> vou chegar.<br />

ROSEMARI VIEIRA MACHADO<br />

FLOR DE LÓTUS<br />

No vale corre a veia sangrenta<br />

Da vida<br />

Flutua sobre o lençol ver<strong>de</strong><br />

Que cobre a terra<br />

Teu olhar perdido<br />

Não vê o raio <strong>de</strong> sol<br />

Cortando multidões<br />

E secando rios<br />

Milhares <strong>de</strong> pingos<br />

Espalham-se sobre o corpo da terra<br />

Irrigando teu seio<br />

Que brota o ver<strong>de</strong><br />

E <strong>de</strong>sse pântano fértil<br />

Nasce a flor radiante <strong>de</strong> lótus.<br />

ROSE NILVA SIMÃO<br />

SIMPLES VIVER<br />

Em um vale entre morros ver<strong>de</strong>jantes,<br />

o simples viver em plena natureza!<br />

Água corrente, do morro nascente,<br />

formando lagos em gran<strong>de</strong> beleza...<br />

Aí nadam tranqüilos, marrecos, peixes e patos,<br />

enfeitando a paisagem <strong>de</strong>ntro dos matos.<br />

Pássaros diversos e aves mais raras, como faisões,<br />

vivem aí, como também garnisés, coelhos e pavões.<br />

Tudo muito rústico, primitivo, mas sobretudo belo,<br />

parecendo ter com o Além um precioso elo...<br />

Abençoe Deus essa significativa estância,<br />

cujo símbolo é a valorosa Coruja Branca.<br />

Junto ao silêncio, a paz <strong>de</strong> um viver harmonioso...<br />

Parabéns, Carlos, por esse recanto tão formoso!<br />

SUELI BITTENCOURT<br />

<strong>23</strong>


SOMBRAS DE LEMBRANÇAS<br />

Promovendo... <strong>Poetas</strong> do <strong>Grupo</strong><br />

Há sombras <strong>de</strong> lembranças que vão caminhando,<br />

ser amado que foge num infinito vazio<br />

Entre amigos que, com falsos dizeres, vão zombando <strong>de</strong> ti<br />

levando-te a um universo longínquo, a lugares baldios<br />

Procuro-te, já não consigo ter-te. Em meus sonhos<br />

vejo teu rosto, tento beijar-te,<br />

Meus lábios não te tocam, pareces fantasma,<br />

não consigo ter-te<br />

Tento compartilhar minha solidão não consigo<br />

Por alguns instantes vejo teu rosto, teu olhar,<br />

Teu semblante ferido.<br />

Acordo, ainda sinto a tua presença e, em vão<br />

Só tenho o vazio na cama, que agrava ainda mais<br />

meu tormento, minha solidão.<br />

Ainda sonolento tento te encontrar, mas ao meu redor<br />

vejo escuridão.<br />

A sauda<strong>de</strong>, a tristeza inva<strong>de</strong> meu pensamento, uma<br />

dor imensa fere meu coração<br />

Por um instante tento suportar meu sofrimento, mas a<br />

impossibilida<strong>de</strong> toma todo o vazio escuro e então<br />

agrava meu tormento.<br />

Então me levanto, acendo a luz, vejo tua foto<br />

amarelada pelo tempo.<br />

Priorizo o prazer <strong>de</strong> amar em tua direção; por alguns<br />

instantes, sou feliz só por um momento. Então, novamente<br />

mergulho em <strong>de</strong>sespero, tentando encarnar a matéria que<br />

meu corpo ronda. Mas é inútil. Desesperado, caminho<br />

em meu quarto, procuro-te. Por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong> cada objeto,<br />

somente sombra. Minha mente continua conturbada.<br />

Num último esforço tento unir plasma que, num surto infeliz,<br />

separou nossos corpos e con<strong>de</strong>nou tua alma.<br />

Tomado pela dor da sauda<strong>de</strong>, finjo acreditar que há uma<br />

esperança real, mas tenho que aceitar tua inexistência,<br />

teu fantasma num outro plano astral.<br />

VALTELINO GOULART DA ROCHA<br />

(Valter)<br />

24<br />

SENHOR!!!<br />

Conheço-te <strong>de</strong>s<strong>de</strong> menino<br />

Também conheço tua morada<br />

Tua mãe é a imaculada<br />

Sou feliz por ti<br />

Ando nos teus passos por crer<br />

Teu pai é o Deus altíssimo<br />

Também conheço tua trajetória<br />

E um homem me aparece<br />

Falando <strong>de</strong> salário<br />

Estou rezando sem rosário<br />

E elevando o pensamento numa prece<br />

Escrevendo uma jaculatória<br />

Sinto força <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro pra fora<br />

Que me impulsiona sem medo<br />

Também conheço teu segredo<br />

Quando alguém me afronta<br />

Sei que a língua tem ponta<br />

Assim ninguém me afora<br />

Pensamento que vem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro pra fora<br />

Não faz mal a ninguém<br />

Mas <strong>de</strong> fora pra <strong>de</strong>ntro<br />

E como se fosse um rebento<br />

Falar do Senhor só nos faz bem<br />

Obrigado , Senhor, Amém.<br />

VALTER OSVALDO SANT’ANA<br />

CRIANÇA<br />

Como é bom ser criança...<br />

E trazer sempre consigo a esperança<br />

De ser feliz na vida.<br />

Como é bom ser criança...<br />

Usar em abundância<br />

Os verbos que traduzem alegria:<br />

Brincar, sorrir, cantar,<br />

correr, sonhar e amar<br />

Amar ao mundo que a ro<strong>de</strong>ia.<br />

Ah! como é bom ser criança!<br />

Pena que nem todos vivam <strong>de</strong>sta forma<br />

Porque a vida, muitas vezes madrasta,<br />

Transforma o ser criança<br />

Em ser abandonado, mal amado,<br />

Bandido, amaldiçoado<br />

Pela humana comunida<strong>de</strong><br />

Que lhe impõe regras para viver feliz.<br />

Ah! que pena ser criança<br />

Dentro <strong>de</strong>ssa socieda<strong>de</strong>!!!<br />

ZEULA SOARES


Dia 26 <strong>de</strong> maio, no Auditório do Palácio Cruz e<br />

Sousa, aconteceu a comemoração dos 50 anos <strong>de</strong><br />

fundação da Aca<strong>de</strong>mia Catarinense <strong>de</strong> Filosofia,<br />

ocasião em que foi orador o prof. Evaldo Pauli.<br />

Confra<strong>de</strong>s e confreiras da Aca<strong>de</strong>mia e membros do<br />

Instituto Histórico se fizeram presentes. O GPL foi<br />

representado por sua presi<strong>de</strong>nte.<br />

Dia 5 <strong>de</strong> junho, no Palácio Cruz e Sousa, o<br />

lançamento da obra do jornalista Moacir Pereira, “A<br />

primeira viagem”. Concorrido lançamento, pelo<br />

prestígio do jornalista e pelos méritos como<br />

profissional. O GPL foi representado por sua<br />

presi<strong>de</strong>nte.<br />

Dia 30 <strong>de</strong> junho, na Assembléia Legislativa do<br />

Estado, o Dr. Salomão Antônio Ribas Júnior,<br />

membro da Aca<strong>de</strong>mia Catarinense <strong>de</strong> Letras e do<br />

Instituto Histórico e Geográfico <strong>de</strong> Santa Catarina,<br />

foi o orador oficial das homenagens à poetisa<br />

catarinense Maura <strong>de</strong> Senna Pereira, neste ano do<br />

centenário <strong>de</strong> seu nascimento. Na ocasião, o<br />

presi<strong>de</strong>nte da Aca<strong>de</strong>mia Catarinense <strong>de</strong> Letras,<br />

Prof. Lauro Junkes leu texto escrito por Leatrice<br />

Moellmann sobre a escritora que, no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

acolheu todos os escritores catarinenses que<br />

compareciam ao Centro Catarinense, por ela<br />

fundado junto com seu marido, o escritor Almeida<br />

Cousin. O maestro Carmelo Krieger emprestou<br />

áudio com gravação <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> rádio em<br />

que Maura <strong>de</strong>clamava suas poesias. O professor<br />

Lauro Junkes lançou obra em que uniu todos os<br />

poemas <strong>de</strong> Maura <strong>de</strong> Senna Pereira. Momentos<br />

marcantes em honra da poetisa catarinense que,<br />

junto com outras mulheres tenazes e perseverantes,<br />

souberam lutar em prol da igualda<strong>de</strong> feminina. O<br />

GPL já a homenageou em página especial <strong>de</strong>sta<br />

Revista, <strong>de</strong>dicada aos poetas catarinenses<br />

falecidos. O <strong>Grupo</strong> <strong>de</strong> <strong>Poetas</strong> <strong>Livres</strong> foi<br />

representado por Maura e Heralda.<br />

Dia 13 <strong>de</strong> julho, recebimento do recorte publicado<br />

no Jornal Alô Tatuapé, <strong>de</strong> São Paulo, enviado por<br />

nossa sócia Maria da Glória Gonçalves, em que<br />

publica foto <strong>de</strong> poesia <strong>de</strong> sua autoria no banco da<br />

praia das Palmeiras, em Florianópolis, resultado do<br />

Projeto Poesia na Praça, do GPL.<br />

Dia 17 <strong>de</strong> julho, na RD Livros localizada no<br />

Shopping Itaguaçu, os membros do GPL Maura,<br />

Ivan, Alzemiro, Zeli, Licinho e Edmar compareceram<br />

nas comemorações do aniversário daquela livraria<br />

confraternizando com a professora Thelma, membro<br />

da Aca<strong>de</strong>mia Desterrense <strong>de</strong> Letras, Elza, esposa<br />

Aconteceu...<br />

25<br />

do poeta Alzemiro e os anfitriões Ricardo Duarte e<br />

sua irmã Ruth.<br />

Dia 27 <strong>de</strong> julho, no Gabinete da Prefeita<br />

Municipal, Angela Amin, Edmar Bernar<strong>de</strong>s e Marilu<br />

Peres Ramos, representaram o GPL na assinatura<br />

dos contratos <strong>de</strong> reurbanização das praias do Bom<br />

Abrigo e Balneário que terão mais bancos com<br />

poesias. Desta feita os sócios Áureo Corrêa <strong>de</strong><br />

Souza(SP), Lucy Golino(MG) e Nelson Carneiro(SP),<br />

estarão com suas poesias sendo apreciadas pelos<br />

moradores e turistas.<br />

Dia 25 <strong>de</strong> julho, no Dia do Escritor, Zeli M<br />

Dorcina, membro do GPL convidou os poetas<br />

Augusto <strong>de</strong> Abreu e Geraldo Pereira Lopes(do<br />

GPL), para conversarem sobre poesias com seus<br />

alunos, na Escola Jardim Sol e Mar. O evento foi<br />

realizado em dois dias.<br />

Dia 6 <strong>de</strong> agosto, após o recesso <strong>de</strong> julho, o GPL<br />

fez Sessão Especial em homenagem a Maura <strong>de</strong><br />

Senna Pereira, com sua presi<strong>de</strong>nte Maura Soares,<br />

apresentando um perfil da escritora. O evento<br />

aconteceu no Auditório Abelardo Sousa da<br />

Biblioteca Prof. Barreiros Filho, ocasião em que<br />

Zeula Soares e Heralda Victor interpretaram poesias<br />

da homenageada, Cacildo Silva acompanhou as<br />

poesias ao violão e Renata Soares Cardoso<br />

interpretou, ao piano, melodias <strong>de</strong> sua autoria, com<br />

os títulos Miría<strong>de</strong>s e Distante. Momento singelo com<br />

a presença <strong>de</strong> membros do <strong>Grupo</strong>, <strong>de</strong> funcionários<br />

da Biblioteca Marilene e Beatriz, do presi<strong>de</strong>nte em<br />

exercício da Aca<strong>de</strong>mia Desterrense <strong>de</strong> Letras, Prof.<br />

Nereu do Vale Pereira, do escritor Abel B. Pereira,<br />

editor <strong>de</strong> A Figueira, do presi<strong>de</strong>nte da Associação<br />

<strong>de</strong> Potecas, Osvaldo Navarro, amigos e convidados.<br />

Após, um coquetel preparado pela tesoureira do<br />

GPL, Adriana Cruz.<br />

Dia 6 <strong>de</strong> agosto, o Jornal O Estado publicou nota<br />

comunicando a sessão especial que o GPL fez em<br />

homenagem a Maura <strong>de</strong> Senna Pereira.<br />

Dia 26 <strong>de</strong> agosto, na se<strong>de</strong> da Aca<strong>de</strong>mia<br />

Catarinense <strong>de</strong> Letras, Sessão Solene em<br />

homenagem ao escritor Theobaldo Costa Jamundá.<br />

O GPL foi representado por Marilu.<br />

Dia 13 <strong>de</strong> agosto registro em reunião <strong>de</strong> ofício da<br />

Câmara Catarinense do Livro comunicando a<br />

disponibilização <strong>de</strong> um stand na Feira do Livro do<br />

Beiramar Shopping, para abrigar as Aca<strong>de</strong>mias e as<br />

Associações. O <strong>Grupo</strong> <strong>de</strong> Poeta participou com a


apresentação <strong>de</strong> vários números da Revista Ventos<br />

do Sul. Destaque-se a presença da vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

do GPL, Marilu Peres Ramos, no atendimento aos<br />

visitantes da Feira.<br />

Dia 20 <strong>de</strong> agosto, no Auditório Abelardo Sousa,<br />

da Biblioteca Pública Municipal Prof. Barreiros Filho,<br />

o GPL participou do 1 º Encontro Literário da Gran<strong>de</strong><br />

Florianópolis, com membros da Fe<strong>de</strong>ração das<br />

Aca<strong>de</strong>mias Catarinenses <strong>de</strong> Letras, Aca<strong>de</strong>mia<br />

Desterrense <strong>de</strong> Letras, ALIFLOR, ACPCC- Assoc.<br />

dos Cronistas, <strong>Poetas</strong> e Contistas Catarinenses,<br />

Aca<strong>de</strong>mia Biguaçu <strong>de</strong> Letras, Aca<strong>de</strong>mia Santo<br />

Amaro <strong>de</strong> Letras e Aca<strong>de</strong>mia Palhocense <strong>de</strong> Letras.<br />

Membros do GPL apresentaram suas poesias, num<br />

encontro que teve caráter reivindicatório. O evento<br />

contou com a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Augusto <strong>de</strong> Abreu e<br />

Paulo Berri, com André Luiz Vieira no solo <strong>de</strong> violino,<br />

Renata Soares Cardoso, do GPL, ao piano,<br />

apresentou melodias <strong>de</strong> sua autoria e Cacildo Silva,<br />

ao violão, acompanhou a apresentação das poesias<br />

<strong>de</strong> Franciane, Maurília, Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s, Heralda,<br />

Doralice, Alcita, Neusita, Márcia, Marinês, Maria da<br />

Anunciação, Geraldo, Marinês, Neusita e Rose<br />

Nilva. Ivan Alves Pereira lançou seu livro “há Ma( r)<br />

e Bebê( r)”.<br />

Dia 16 <strong>de</strong> agosto, em Sessão Especial da<br />

Câmara <strong>de</strong> Vereadores, a presi<strong>de</strong>nte do GPL, Maura<br />

Soares, recebeu o Troféu pelo Dia do Teatro,<br />

juntamente com <strong>de</strong>mais atores, autores e diretores<br />

<strong>de</strong> teatro <strong>de</strong> Florianópolis. O troféu a homenageia<br />

pelos anos <strong>de</strong>dicados ao teatro na autoria <strong>de</strong> peças<br />

infantis e adultas e participação efetiva no <strong>Grupo</strong><br />

Armação, que neste ano <strong>de</strong> 2<strong>004</strong> completa 32<br />

anos.<br />

Dia 20 <strong>de</strong> agosto, início da 3a Etapa do Concurso<br />

“Palavras com Formas”, iniciativa do Colégio Lauro<br />

Müller e apoio do GPL. O Concurso para os alunos<br />

do Colégio inclui <strong>de</strong>senho, teatro, poesia. O GPL<br />

participará na comissão julgadora e divulgará as<br />

poesias vencedoras na Revista Ventos do Sul.<br />

Dia 27 <strong>de</strong> agosto, convite da empresa Softway <strong>de</strong><br />

Telemarketing para que o GPL apoie na Comissão<br />

Julgadora <strong>de</strong> Literatura, o 5º Concurso Cultura &<br />

Artes que envolve dança, música, teatro, artes<br />

plásticas, literatura.<br />

Dia 27 <strong>de</strong> agosto, tendo em vista a <strong>de</strong>sistência <strong>de</strong><br />

Rose Nilva Simão do cargo <strong>de</strong> 1ª secretário, em<br />

Assembléia Geral, membros do GPL elegeram<br />

Renata Soares Cardoso para o cargo. A Diretoria,<br />

Aconteceu...<br />

26<br />

gestão 2<strong>004</strong>/2006, fica assim constituída:<br />

Presi<strong>de</strong>nte-perpétuo: Maria Vilma Campos;<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honra: Manoel Philippi; Presi<strong>de</strong>nteexecutivo:<br />

Maura Soares; Vice-presi<strong>de</strong>nte: Marilu<br />

Peres Ramos; 1 º Secretário: Renata Soares<br />

Cardoso; 2 º Secretário: Adir Pacheco; 1 º Tesoureiro:<br />

Adriana Cruz; 2 º Tesoureiro: Maria Jarlete<br />

Guimarães; Relações Públicas: Edmar Almeida<br />

Bernar<strong>de</strong>s e Geraldo Pereira Lopes<br />

Dia 29 <strong>de</strong> agosto, apresentação, no SESC <strong>de</strong><br />

Cacupé-Florianópolis, do <strong>Grupo</strong> <strong>de</strong> Idosos do SESC<br />

em que Maria da Anunciação faz parte. Ela falou<br />

para os jovens presentes e os idosos e <strong>de</strong>clamou<br />

suas poesias que foram apreciadas e serão<br />

enviadas cópias para setores do SESC em outros<br />

Estados.<br />

Dia 3 <strong>de</strong> setembro, no Centro Integrado <strong>de</strong><br />

Cultura, instalação e posse da ACLA - Aca<strong>de</strong>mia<br />

Catarinense <strong>de</strong> Letras e Artes, fundada por Maria<br />

Vilma Campos que também fundou o GPL, a<br />

ACPCC e a ASAJOL. Tomaram posse os membros<br />

do GPL Maria Vilma, Doralice R. S. Silva, Ivan Alves<br />

Pereira, Manoel Teles, Marilu Peres Ramos e Adir<br />

Pacheco.<br />

Dia 3 <strong>de</strong> setembro, registro em reunião <strong>de</strong> envio<br />

<strong>de</strong> ofício circular aos jornalistas Miltinho Cunha,<br />

Marcos Barbosa, Moacir Pereira, Sérgio da Costa<br />

Ramos, Ricardinho Machado, Sybilla Goulart, Luiz<br />

Carlos Prates, enviando cópia da Lei CMF 504/2000<br />

que “autoriza o po<strong>de</strong>r público municipal a conce<strong>de</strong>r<br />

incentivo fiscal para comercialização <strong>de</strong> livros <strong>de</strong><br />

autores resi<strong>de</strong>ntes no município”. O GPL solicitou<br />

apoio.<br />

NOTA: Até o fechamento <strong>de</strong>sta Revista,<br />

NENHUM JORNALISTA SE PRONUNCIOU, NEM<br />

QUE FOSSE CONTRA!!!!!<br />

Dia 5 <strong>de</strong> setembro, na 19ª Feira do Livro,<br />

lançamento da obra Que achas do padre beber em<br />

serviço?, <strong>de</strong> Marcello Almeida, presi<strong>de</strong>nte da FACL-<br />

Fe<strong>de</strong>ração das Aca<strong>de</strong>mias Catarinenses <strong>de</strong> Letras.<br />

O GPL foi representado.<br />

Dia 6 <strong>de</strong> setembro, no Auditório Licurgo Costa, na<br />

19º Feira do Livro no Beiramar Shopping, no<br />

programa relativo ao Festival Nacional <strong>de</strong> Poesia,<br />

promoção da Fe<strong>de</strong>ração das Aca<strong>de</strong>mias<br />

Catarinenses <strong>de</strong> Letras, o GPL participou com sua<br />

presi<strong>de</strong>nte proferindo rápida palestra e os membros<br />

do <strong>Grupo</strong> apresentando suas próprias poesias.


Dia <strong>10</strong> <strong>de</strong> setembro, no Auditório Abelardo<br />

Sousa, da Biblioteca Prof. Barreiros Filho, o GPL<br />

participou do aniversário da Biblioteca nos seus 48<br />

anos. O Programa constou <strong>de</strong>: 1) apresentação da<br />

Informatização <strong>de</strong> todo o acervo; 2) apresentação da<br />

peça “Drogas, tô fora!”, pelo <strong>Grupo</strong> Gratta; 3)<br />

Exposição dos trabalhos <strong>de</strong> crivo, resultado <strong>de</strong> curso<br />

na Biblioteca; 4) Exposição <strong>de</strong> Artes Plásticas, telas<br />

e artesanato, <strong>de</strong> membros do GPL: Márcia, Cacildo<br />

e Rose Nilva; 5) Exposição fotográfica <strong>de</strong> Edmar<br />

Almeida Bernar<strong>de</strong>s e 6) Assinatura do Termo <strong>de</strong><br />

Convênio Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Floria<br />

Dia 11 <strong>de</strong> setembro, na 19ª Feira do Livro,<br />

lançamento da obra Sementes do Tempo, do nosso<br />

consócio Júlio <strong>de</strong> Queiroz. O GPL foi representado.<br />

Dia 16 <strong>de</strong> setembro, Sessão em homenagem da<br />

Aca<strong>de</strong>mia Desterrense <strong>de</strong> Letras, em memória do<br />

escritor Theobaldo Costa Jamundá. Cacildo Silva, do<br />

GPL, apresentou músicas ao violão. O GPL foi<br />

representado.<br />

Dia 21 <strong>de</strong> setembro, no Theatro Adolpho Mello,<br />

apresentação da peça teatral <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong><br />

Franciane Maciel Dutra, do GPL, intitulada “O<br />

monstro Celina”, com o <strong>Grupo</strong> Teatral Cyfran. O<br />

teatro, lotado, aplaudiu a nossa jovenzinha que além<br />

<strong>de</strong> talentosa poetisa e contista, também está<br />

merecendo <strong>de</strong>staque como futura dramaturga. O<br />

GPL foi representado por Edmar e Rose Nilva.<br />

Dia 6 <strong>de</strong> outubro, na Aca<strong>de</strong>mia Catarinense <strong>de</strong><br />

Letras, o escritor Artemio Zanon falou sobre a vida e<br />

a obra do escritor Marcos Kon<strong>de</strong>r Reis. O GPL foi<br />

representado por Marilu, Alzemiro e Cacildo.<br />

Dia 13 <strong>de</strong> outubro, no Museu Histórico,<br />

lançamento da obra “Descortinando as <strong>10</strong>0 belas<br />

praias <strong>de</strong> Florianópolis”, <strong>de</strong> autoria do Prof. Nereu<br />

do Vale Pereira. A presi<strong>de</strong>nte representou o GPL na<br />

ocasião. A sessão <strong>de</strong> autógrafos contou com a<br />

presença da Prefeita Angela Amin, do exgovernador<br />

Esperidião Amin, além <strong>de</strong> outras<br />

autorida<strong>de</strong>s, escritores e membros das Aca<strong>de</strong>mias<br />

<strong>de</strong> Letras,<br />

Dia 15 <strong>de</strong> outubro, em reunião do GPL, Edmar<br />

Almeida Bernar<strong>de</strong>s, falou sobre a vida e a obra do<br />

escritor catarinense Juvêncio <strong>de</strong> Araújo Figueiredo,<br />

<strong>de</strong>ntro do Projeto do <strong>Grupo</strong> “O escritor e sua obra”.<br />

Edmar, <strong>de</strong>monstrando preciso conhecimento sobre o<br />

autor, foi cumprimentado pela pesquisa. Usaram da<br />

palavra Alzemiro(cujo escritor é patrono da ca<strong>de</strong>ira<br />

Aconteceu...<br />

27<br />

que ocupa na Aca<strong>de</strong>mia São José Letras), Zeula,<br />

Manoel, Maura, Heralda, Valter, Adir e Maria.<br />

Dia 22 <strong>de</strong> outubro, na seção “O escritor e sua<br />

obra”, Alzemiro Lídio Vieira apresentou vida e obra<br />

do escritor Il<strong>de</strong>fonso Juvenal, seu patrono na<br />

ca<strong>de</strong>ira nº 29 que ocupa na Aca<strong>de</strong>mia Desterrense<br />

<strong>de</strong> Letras. Após a explanação <strong>de</strong> Alzemiro, usaram<br />

da palavra Maura, Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s, Adir, Zeula,<br />

Licinho, Valter e Manoel.<br />

Dia 29 <strong>de</strong> outubro, na reunião festiva do GPL,<br />

Manoel Teles, <strong>de</strong> forma brilhante, falou sobre o<br />

poeta chileno, <strong>de</strong> fama internacional, Pablo Neruda.<br />

Em seu texto, Manoel incluiu um poema <strong>de</strong><br />

Alzemiro, intitulado América Latina, tendo sido muito<br />

aplaudido e recebido cumprimentos do escritor.<br />

Comentaram sobre sua apresentação, <strong>de</strong>ntro do<br />

Projeto “O escritor e sua obra”, os seguintes<br />

membros do GPL: Alzemiro, Heralda, Honório,<br />

Zeula, Adir, Rose Nilva, Maurília, Valtelino e Adriana.<br />

Dia <strong>12</strong> <strong>de</strong> novembro, em reunião do GPL, Edmar<br />

Almeida Bernar<strong>de</strong>s <strong>de</strong>monstrou como ficará o “site”<br />

do <strong>Grupo</strong> <strong>de</strong> <strong>Poetas</strong> <strong>Livres</strong>.<br />

Dia <strong>10</strong> <strong>de</strong> novembro, a classe teatral <strong>de</strong><br />

Florianópolis per<strong>de</strong>u um dos seus baluartes, Ney<br />

Luiz Gonçalves. Nasceu em 16 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1940,<br />

em Florianópolis. Fundou o <strong>Grupo</strong> Galpão, em 1975,<br />

apresentando peças que fizeram sucesso em<br />

Florianópolis. Participou no cinema do elenco <strong>de</strong><br />

“Novembrada”, “Cruz e Sousa” e “O preço da ilusão”<br />

e na televisão, em comerciais <strong>de</strong> sucesso. Teve<br />

atuação no carnaval da capital com sucesso nas<br />

escolas <strong>de</strong> samba Protegidos da Princesa e<br />

Embaixada Copa Lord. Foi diretor do Teatro Álvaro<br />

<strong>de</strong> Carvalho e estava na direção do Teatro da<br />

UBRO. Membro da Associação Catarinense <strong>de</strong><br />

Imprensa/Casa do Jornalista, mantinha uma coluna<br />

no jornal A Fonte. No dia 26 <strong>de</strong> novembro receberia<br />

o Troféu Allan Braga, pelos serviços prestados ao<br />

teatro. Foi velado em sala especial na se<strong>de</strong> da<br />

Fundação Franklin Cascaes. A poetisa Zeula Soares<br />

<strong>de</strong>dicou um belíssimo poema ao caro amigo <strong>de</strong><br />

teatro que foi apresentado na reunião do GPL dia <strong>12</strong><br />

<strong>de</strong> novembro. Ao Ney Luiz, a nossa eterna sauda<strong>de</strong>.<br />

Dia 26 <strong>de</strong> novembro, Doralice R S Silva<br />

apresentou, <strong>de</strong>ntro do Projeto “O escritor e sua<br />

obra”, a vida e a obra <strong>de</strong> Cora Coralina. Admiradora<br />

da escritora, Doralice contou sobre a autora,<br />

emocionando os presentes.


MANTENDO EM DIA SUA MENSALIDADE VOCÊ ESTÁ, NÃO SÓ<br />

DIVULGANDO SUA POESIA, MAS TAMBÉM AJUDANDO O GRUPO DE<br />

POETAS LIVRES A SE MANTER ATIVO. O GPL NÃO RECEBE SUBVENÇÃO<br />

SOCIAL. SUA ÚNICA RECEITA É A CONTRIBUIÇÃO DOS SÓCIOS.<br />

COLABORE COM A BIBLIOTECA DOS POETAS ENVIANDO UM<br />

EXEMPLAR DE SUA AUTORIA OU NÃO, SEJA CONTO, CRÔNICA, POESIA,<br />

ROMANCE, NOVELA, ENSAIO, DE AUTORES BRASILEIROS OU<br />

ESTRANGEIROS. AGRADECEMOS DE CORAÇÃO!<br />

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