1 PAULO E ESTEVÃO FRANCISCO CÂNDIDO ... - O Consolador
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recordações suaves e inesquecíveis e, no porto de Cencréia, lembrando a<br />
partida da noiva bem-amada, rapou a cabeça, renovando os votos de fidelidade<br />
eterna, consoante os costumes populares da época.<br />
Depois de viagem difícil, repleta de incidentes pe nosos, Paulo e os<br />
companheiros chegaram ao ponto des tinado.<br />
A igreja de Éfeso enfrentava problemas torturantes. João l utava seriamente<br />
para que o esforço evangélico não degenerasse em polêmicas estéreis. Mas os<br />
tecelões chegados de Corinto deram -lhe mão forte na cooperação<br />
imprescindível.<br />
Em meio das acaloradas discussões que houve de manter com os judeus,<br />
na sinagoga, o ex-rabino não olvidou certas realizações sentimentais que<br />
almejava desde muito. Com delicadeza extrema, visitou a Mãe de Jesus na sua<br />
casinha singela, que dava para o mar. Impressionou -se fortemente com a<br />
humildade daquela criatura simples e amorosa, que mais se assemelhava a um<br />
anjo vestido de mulher. Paulo de Tarso interes sou-se pelas suas narrativas<br />
caridosas, a respeito da noite do nascimento do Mestre, gravou no íntimo suas<br />
divinas impressões e prometeu voltar na primeira opor tunidade, a fim de<br />
recolher os dados indispensáveis ao Evangelho que pretendia escrever para os<br />
cristãos do futuro. Maria colocou-se à sua disposição, com grande alegria.<br />
O Apóstolo, entretanto, depois de cooperar algum tempo na consolidação<br />
da igreja, considerando que Áquila e Prisca se encontravam bem instalados e<br />
satisfeitos, resolveu partir, buscando novos rumos. Debalde os ir mãos<br />
procuraram dissuadi-lo, rogando ficasse na cidade por mais tempo.<br />
Prometendo regressar logo que as cir cunstâncias permitissem, alegou que<br />
precisava ir a Jerusalém, levar a Simão Pedro o fruto da coleta de anos<br />
consecutivos nos lugares que percorrera. O filho de Zebedeu, que conhecia o<br />
projeto antigo, deu-lhe razão para empreender a viagem sem mais demora.<br />
Como já se encontrassem novamente a seu la do, Silas e Timóteo fizeramlhe<br />
companhia nessa nova ex cursão.<br />
Através de enormes dificuldades, mas pregando sem pre a Boa Nova com<br />
verdadeiro entusiasmo devocional, chegaram ao porto de Cesaréia, - onde<br />
permaneceram alguns dias, instruindo os interessado s no conhecimento do<br />
Evangelho. Dali, dirigiram-se a pé para Jerusalém, distribuindo consolações e<br />
curas, ao longo dos caminhos. Chegados à capital do judaísmo, o ex -pescador<br />
de Cafarnaum recebeu-os com júbilos inexcedíveis. Simão Pe dro apresentava<br />
grande abatimento físico, em virtude das lutas terríveis e incessantes para que<br />
a igreja suportasse, sem maiores abalos, as tempestades primitivas; seus<br />
olhos, porém, guardavam a mesma serenidade caracte rística dos discípulos<br />
fiéis.<br />
Paulo entregou-lhe, alegremente, a pequena fortuna, cuja aplicação iria<br />
assegurar maior independência à ins tituição de Jerusalém, para o<br />
desenvolvimento justo da obra do Cristo.<br />
Pedro agradeceu comovido e abraçou -o com lágrimas. Os pobres, os<br />
órfãos, os velhos desamparados e os convalescentes teriam doravante uma<br />
escola abençoada de trabalho santificante.<br />
Pedro notou que o ex-rabino também estava alque brado de corpo. Muito<br />
magro, muito pálido, cabelos já grisalhos, tudo nele denunciava a intensidade<br />
das lutas empenhadas. As mãos e o rosto estavam cheios de ci catrizes.<br />
O ex-pescador, diante do que via, falou -lhe com entusiasmo das suas<br />
epístolas, que se espalhavam por todas as igrejas, lidas com avidez;