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1 PAULO E ESTEVÃO FRANCISCO CÂNDIDO ... - O Consolador

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225<br />

Não obstante tal êxito, crescia igualmente a animo sidade de uns tantos,<br />

contra a nova doutrina.<br />

Os poucos judeus de Listra deliberaram consultar as a utoridades de Icônio,<br />

relativamente aos dois desco nhecidos. E foi isso o bastante para que se<br />

turvassem os horizontes. Os comissionários regressaram com um acervo de<br />

notícias ingratas. O caso de Tecla era pintado a cores negras. Paulo e Barnabé<br />

eram acusados de blasfemos, feiticeiros, ladrões e sedutores de mulheres<br />

honestas. Paulo, principalmente, era apresentado como revolucionário temível,<br />

O assunto, em Listra, foi dis cutido “intra muros”, Os administradores da cidade<br />

convidaram o sacerdote de Júpiter a entrar na campanha contra os<br />

embusteiros e, com a mesma facilidade com que haviam acreditado na sua<br />

condição de deuses, passaram todos a atribuir aos pregadores as maiores<br />

perversões. Combinaram-se providências criminosas. Des de a chegada dos<br />

dois desconhecidos, que falavam em nome de um novo profeta, Listra vivia<br />

sobressaltada por idéias diferentes. Era preciso coibir os abusos. A palavra de<br />

Paulo era audaciosa e requeria corretivo eficaz. Finalmente, deliberaram que o<br />

fogoso pregador fosse apedrejado na primeira ocasião que falasse em público.<br />

Ignorando o que se tramava, o Apóstolo dos gentios, deixando Barnabé<br />

acamado por excesso de trabalho, fez -se acompanhar do pequeno Timóteo, no<br />

sábado imediato, ao entardecer, foi até à praça pública onde, mais u ma vez,<br />

anunciou as verdades e promessas do Evangelho do Reino.<br />

O logradouro apresentava movimento invulgar. O pregador notou a<br />

presença de muitas fisionomias sus peitas e absolutamente desconhecidas.<br />

Todos lhe acompanhavam os mínimos gestos com evidente curiosidade.<br />

Com a máxima serenidade, subiu à tribuna e come çou a falar das glórias<br />

eternas que o Senhor Jesus havia trazido à Humanidade sofredora. No<br />

entanto, mal havia iniciado o sermão evangélico, quando, aos gritos furiosos<br />

dos mais exaltados, começaram a chover pedras em barda.<br />

Paulo recordou subitamente a figura inesquecível de Estevão. Certo, o<br />

Mestre lhe reservara o mesmo gênero de morte, para que se redimisse do mal<br />

infligido ao mártir da igreja de Jerusalém. Os pequenos e duros granizos<br />

caíam-lhe nos pés, no peito, na fronte.<br />

Sentiu o sangue a escorrer-lhe da cabeça ferida e ajoelhou -se, sem uma<br />

queixa, rogando a Jesus que o fortalecesse no angustioso transe.<br />

Nos primeiros momentos, Timóteo, aterrado, pôs -se a gritar, suplicando<br />

socorro; mas um homem de braços atléticos aproxima -se cauto e murmura-lhe<br />

no ouvido:<br />

— Cala-te se queres ser útil!...<br />

— És tu, Gaio? — exclamou o pequeno de olhos lacrimosos,<br />

experimentando certo conforto em reconhecer um rosto amigo no pandemônio<br />

em que se via.<br />

— Sim — disse o outro baixinho —, aqui estou para socorrer o Apóstolo.<br />

Não posso esquecer que ele curou minha mãe.<br />

E olhando o movimento da turba criminosa, acres centou:<br />

— Não temos tempo a perder. Não tardará que o levem ao monturo. Se tal<br />

se der, procura seguir-nos com um pouco de água. Se o missionário não<br />

sucumbir, prestarás os primeiros socorros, até que eu consiga pre venir tua<br />

mãe!...<br />

Separaram-se imediatamente. Ralado de aflição, o rapaz viu o pregador de<br />

joelhos, olhos fitos no céu, num transporte inesquecí vel. Filetes de sangue

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