1 PAULO E ESTEVÃO FRANCISCO CÂNDIDO ... - O Consolador
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os seus ensinos.<br />
A sugestão de Lucas foi aprovada com geral alegria. O próprio Barnabé<br />
abraçou-o, enternecidamente, agrade cendo o acertado alvitre, que vinha<br />
satisfazer a certas aspirações da comunidade inteira. Saulo consolidou suas<br />
impressões excelentes, a respeito daquela vocação supe rior que começava a<br />
exteriorizar-se.<br />
No dia seguinte, o novo convertido despediu -se do ex-rabino com<br />
lágrimas de reconhecimento. Partiria para a Grécia, mas fazia questão de<br />
lembrá-lo em todos os pormenores da nova tarefa. Da porta de sua tenda rús -<br />
tica, o ex-doutor da Lei contemplou o vulto de Lucas até que desaparecesse ao<br />
longe, voltando ao tear, de olhos úmido s.<br />
Gratamente emocionado reconhecia que, no trato do Evangelho,<br />
aprendera a ser amigo fiel e dedicado. Cotejava os sentimentos de agora com<br />
as concepções mais antigas e verificava profundas diferen ças. Outrora, suas<br />
relações se prendiam a conveniências so ciais, os afeiçoados vinham e<br />
seguiam sem deixar grandes sinais em sua alma vibrátil; agora, o coração<br />
renovara-se em Jesus-Cristo, tornara-se mais sensível em contacto com o<br />
divino, as dedicações sinceras insculpiam -se nele para sempre.<br />
O alvitre de Lucas estendeu-se rapidamente a todos os núcleos<br />
evangélicos, inclusive Jerusalém, que o recebeu com especial simpatia. Dentro<br />
de breve tempo, em toda parte, a palavra “cristianismo” substituia a palavra<br />
caminho”.<br />
A igreja de Antioquia continuava oferecendo as mais belas expressões<br />
evolutivas. De todas as grandes cidades afluiam colaboradores sinceros. As<br />
assembléias estavam sempre cheias de revelações. Numerosos irmãos<br />
profetizavam, animados do Espírito Santo (1). Foi aí que Agabo, grande<br />
inspirado pelas forças do plano superior, recebeu a mensagem referente às<br />
tristes provações de que Jerusalém seria vítima. Os orientadores da instituição<br />
ficaram sobremaneira impressionados. Por insistência de Saulo, Barnabé<br />
expediu um mensageiro a Simão Pedro, enviando no tícias e exortando-o à vigilância.<br />
O emissário regressou, trazendo a impressão de surpresa do ex -<br />
pescador, que agradecia os apelos ge nerosos.<br />
(1) Ninguém deverá ignorar que Espírito Santo designa a legião dos<br />
Espíritos santificados na luz e no amor, que cooperam com o Cristo<br />
desde os primeiros tempos da Huma nidade. — (Nota de Emmanuel.)<br />
Com efeito, daí a meses, um portador da igreja de Jerusalém chegava<br />
apressadamente a Antioquia, tra zendo notícias alarmantes e dolorosas. Em<br />
longa missiva, Pedro relatava a Barnabé os últimos fatos que o acabrunhavam.<br />
Escrevia na data em que Tiago, filho de Zebedeu, sofrera a pena de morte, em<br />
grande espetáculo público. Herodes Agripa não lhe tolerara as pre gações<br />
cheias de sinceridade e apelos justos, O irmão de Jo ão vinha da Galiléia com a<br />
primitiva franqueza dos anúncios do novo Reino. Inadaptado ao convencio -<br />
nalismo farisaico, levara muito longe o sentido de suas exortações profundas.<br />
Verificou-se perfeita repetição dos acontecimentos que assinalaram a morte de<br />
Estevão. Os judeus exasperaram -se contra as noções de liberdade religiosa.<br />
Sua atitude, sincera e simples, foi levada à conta de rebeldia. Tremendas<br />
perseguições irromperam sem tréguas. A mensagem de Pedro relatava<br />
também as penosas dificuldades da igreja. A cidade sofria fome e epidemias.