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1 PAULO E ESTEVÃO FRANCISCO CÂNDIDO ... - O Consolador

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164<br />

ansiosa expectativa.<br />

Um homem de semblante severo atendeu secamente.<br />

— Podeis informar, por favor — disse com humildade —, se ainda aqui<br />

reside uma senhora chamada Dalila?<br />

— Não —, respondeu o outro, ríspido.<br />

Aquele olhar duro não ensejava novas perguntas, mas, ainda as sim,<br />

aventurou:<br />

— Poderíeis dizer, por obséquio, para onde se mudou?<br />

— Ora esta! — replicou o dono da casa irrita diço — dar-se-á que tenha de<br />

prestar contas a um mendigo? Daqui a pouco o senhor me perguntará se<br />

comprei esta casa; depois me pedirá o preço, exigirá datas, reclamará novas<br />

informações sobre os antigos moradores, tomará meu tempo com mil<br />

interrogações ociosas.<br />

E, fixando em Saulo os olhos impassíveis, rematou de chofre:<br />

— Nada sei, está ouvindo? Ponha -se na rua!...<br />

O fugitivo de Damasco voltou serenamente para a via pública, enquanto o<br />

homenzinho dava expansão aos nervos doentes, batendo a porta com<br />

estrondo.<br />

O ex-discípulo de Gamaliel refletiu na realidade amarga daquela primeira<br />

recepção simbólica. Jerusalém, certamente, nunca mais poderia con hecê-lo.<br />

Não obstante a impressão dolorosa, não se deixaria empolgar pelo desânimo.<br />

Resolveu procurar Alexandre, parente de Cai fás e seu companheiro de<br />

atividades no Sinédrio e no Templo. Cansadíssimo, bateu -lhe à porta, com<br />

minguadas esperanças. Um servo da casa, depois da primeira per gunta, vinha<br />

trazer-lhe a alvissareira notícia de que o amo não se demoraria a atender.<br />

Com efeito, daí a pouco, Alexandre recebia o des conhecido com<br />

indisfarçável surpresa.<br />

Satisfeito por conseguir a atenção de um velho a migo, Saulo adiantou-se,<br />

cumprimentando-o com efusão.<br />

O israelita ilustre não conseguiu ocultar o desa pontamento e sentenciou<br />

com alguma generosidade nas palavras:<br />

— Amigo, a que vindes a esta casa?<br />

— Será possível que me não reconheças? — interrogou bem-humorado,<br />

apesar da imensa fadiga.<br />

— Vossa fisionomia não me é de todo estranha, en tretanto...<br />

— Alexandre! — exclamou por fim, prazenteiro —não te recordas mais de<br />

Saulo?<br />

Um grande abraço foi a resposta do amigo, que per guntava solícito,<br />

modificando o tratamento:<br />

— Muito bem! Até que enfim! Graças a Deus vejo que estás curado! Não<br />

me enganei esperando que vol tasses! Grande é o poder do Deus de Moisés!<br />

Saulo compreendeu de pronto a ambigüidade da quelas expressões.<br />

Sentindo dificuldade em fazer -se entendido, procurava o melhor meio de<br />

explicar-se com êxito, enquanto o amigo prosseguia:<br />

— Mas que aspecto é este? Olha que mais pareces um beduíno do<br />

deserto... Dize-me: quanto tempo durou a enfermidade pertinaz?<br />

Saulo encheu-se de coragem e acentuou:<br />

— Mas, há engano com certeza, ou estarás mal informado, porque nunca<br />

estive doente.<br />

— Impossível! — disse Alexandre visivelmente de sapontado depois de

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