SUMÁRIO Página 1. A ORIGEM DO CÃO ... - Editora UFLA
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<strong>SUMÁRIO</strong><br />
<strong>Página</strong><br />
<strong>1.</strong> A <strong>ORIGEM</strong> <strong>DO</strong> <strong>CÃO</strong>................................................................02<br />
2. A ESCOLHA DE UM <strong>CÃO</strong>.......................................................04<br />
3. A ADAPTAÇÃO <strong>DO</strong> FILHOTE.................................................06<br />
4. ABRIGO E HIGIENIZAÇÃO <strong>DO</strong> AMBIENTE...........................08<br />
5. A ALIMENTAÇÃO CORRETA.................................................09<br />
6. A SAÚDE <strong>DO</strong> <strong>CÃO</strong>..................................................................13<br />
7. CUIDA<strong>DO</strong>S GERAIS...............................................................15<br />
8. EDUCAÇÃO E ADESTRAMENTO..........................................18<br />
9. ROTINA VETERINÁRIA: QUAN<strong>DO</strong> PROCURAR AUXÍLIO....20<br />
10. NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS..............................22<br />
1<strong>1.</strong> CIO, CRUZAMENTO, GESTAÇÃO E PARTO......................25<br />
12. O <strong>CÃO</strong> I<strong>DO</strong>SO.......................................................................27<br />
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................30
1 - A <strong>ORIGEM</strong> <strong>DO</strong> <strong>CÃO</strong><br />
MANEJO DE CÃES<br />
Daniela de Melo Resende*<br />
Helaíne Haddad Simões Machado*<br />
Prof a . Ruthnéa Aparecida Lázaro Muzzi**<br />
Prof. Leonardo Augusto Lopes Muzzi**<br />
Pesquisas paleontológicas sugerem que os canídeos<br />
existam na Terra há aproximadamente 30 milhões de anos,<br />
quando surgiram os outros mamíferos e os primeiros primatas.<br />
Há 30 mil anos esses canídeos eram desenhados no interior de<br />
cavernas juntamente com hominídeos, já indicando aspectos de<br />
integração entre os ancestrais das duas espécies. A primeira<br />
domesticação relata-se ter sido a do cão, com evidências bem<br />
concretas de uma amizade que visava o benefício das duas<br />
espécies, ou seja, formava-se uma aliança duradoura, na qual o<br />
homem era o líder e o cão um excelente caçador e perspicaz<br />
assimilador dos costumes e regras peculiares às primeiras<br />
comunidades humanas. Portanto, essa cumplicidade é bastante<br />
antiga e nos permite compreender a forte ligação ainda existente<br />
entre o homem e o cão.<br />
* Alunas do 10º módulo do Curso de Medicina Veterinária da <strong>UFLA</strong><br />
** Professores do Departamento de Medicina Veterinária da <strong>UFLA</strong>
Sugere-se que os próximos animais a serem<br />
domesticados foram os pequenos ruminantes e, logo após, os<br />
bovinos, há cerca de oito mil anos, criando uma nova função para<br />
os cães, que não deixaram de acompanhar os homens: o<br />
pastoreio. Os cães pastores eram usados para controlar o<br />
movimento dos rebanhos e desde tempos remotos já se fazia a<br />
seleção de características propícias para a função. Essa<br />
categoria de cães costumava ter o olhar fixo, que convencia o<br />
rebanho a se mover com o mínimo de confusão e também trazia<br />
para junto do bando os animais desgarrados, usando de<br />
inteligência e muita agilidade.<br />
Nas cortes imperiais, desenvolveu-se a habilidade de<br />
amansar cães para companhia, surgindo daí o costume de<br />
adotar cães para estimação. Já os cães de guarda e outras<br />
utilidades começavam a ser treinados em todas as regiões do<br />
mundo para uma variedade de tarefas específicas como guardar<br />
casas, puxar trenós ou até para serem abatidos para consumo da<br />
carne e utilização da pele.<br />
Atualmente, a família Canidae abrange 13 gêneros e 37<br />
espécies de carnívoros distribuídos por todo o mundo. Uma<br />
teoria, hoje bem aceita, da origem do cão doméstico (Canis<br />
familiaris) afirma que ele descende do lobo cinzento (Canis<br />
lupus), o qual teve sua população drasticamente reduzida pela
civilização. Estudos modernos demonstram que os cães<br />
domésticos conservam muito dos instintos selvagens do lobo, o<br />
qual possui os mesmos instintos sociais do cão e demonstra<br />
lealdade ao homem. Além disso, o cão possui o instinto territorial,<br />
caçador e também de pastoreio.<br />
2 - A ESCOLHA DE UM <strong>CÃO</strong><br />
Depois de decidir-se por ter um cão, atentar para os<br />
seguintes fatores: a escolha do porte, da pelagem, da raça, do<br />
sexo, da idade e das condições físicas do futuro companheiro,<br />
além de levar em consideração o estilo de vida do proprietário<br />
(pessoas que viajam muito ou ficam muito tempo fora de casa<br />
devem optar por raças mais resistentes à solidão ou optar por um<br />
gato ou um peixe).<br />
Primeiramente, deve-se avaliar o tamanho da área<br />
disponível para o cão e a finalidade da sua aquisição para uma<br />
boa escolha da raça, além de considerar a presença de crianças<br />
e de outros animais domésticos. Uma boa opção, havendo<br />
condições e se não houver ainda nenhum cão em casa, é<br />
adquirir um casal, que não seja de irmãos, para que o animal não<br />
se sinta sozinho, e evitar possíveis problemas comportamentais.
É bom lembrar que existem raças anti-sociais, como o Pit<br />
Bull que não deve ser criado com nenhum outro animal, apesar<br />
de ser muito dócil com humanos em condições normais de<br />
criação. Se houver gatos na casa, deve-se escolher um filhote<br />
que tenha grande capacidade de adaptação a essa espécie. Já<br />
para o convívio com crianças, deve-se preferir raças dóceis que<br />
aceitem situações de brincadeiras e que respeitem as crianças<br />
como o Boxer, Dálmata, Collie, Beagle e Schnauzer. O cão, no<br />
entanto, não deve ser visto como um brinquedo, e as crianças<br />
devem ser levadas a entender, logo que atinjam idade suficiente,<br />
tratarem-se de seres vivos que também merecem respeito. Além<br />
disso, para a escolha da raça devem-se conhecer os cuidados<br />
requeridos por ela, como a pelagem, proteção do frio, exercícios<br />
necessários. Enfim, conhecer o comportamento e as<br />
necessidades da raça é essencial para uma boa escolha.<br />
Sabe-se que o instinto protetor da fêmea colabora para a<br />
sua utilidade de guardiã. Sabe-se também que o macho tem o<br />
instinto de demarcação de território para dominância, o que é<br />
ruim para o caso de áreas restritas, como apartamentos. Adquirir<br />
um filhote tem suas vantagens em relação ao cão adulto, porque<br />
sua adaptação ao novo lar será mais fácil e sua educação<br />
certamente será melhor conduzida. O período de socialização de<br />
um cãozinho dura de três a doze semanas, mas o ideal é que a
aquisição ocorra no período de máxima aproximação, entre a<br />
quinta e sétima semanas de vida, quando também ocorre a<br />
desmama.<br />
Ao optar por um filhote e por uma raça, a escolha deve ser<br />
acompanhada das seguintes observações: a necessidade ou não<br />
de um pedigree, lembrando que ele garante a fidelidade aos<br />
padrões da raça, levando em consideração as variações<br />
permitidas, inclusive de personalidade; o filhote deverá aparentar<br />
boa saúde, disposição para brincar, ser esperto e atento, não<br />
possuir defeitos físicos e nem estar prostrado, andar e correr,<br />
apresentar olhos livres de secreções purulentas e límpidos, as<br />
orelhas limpas, o pêlo brilhante e livre de pulgas, carrapatos e<br />
piolhos; a coluna não deve ser proeminente; a área anal deve<br />
estar limpa; barriga muito tumescente pode indicar vermes; a<br />
existência de dedo extra-numerário ou ergot não é desejável.<br />
3 - A ADAPTAÇÃO <strong>DO</strong> FILHOTE<br />
A chegada do cãozinho ao novo lar irá provocar mudanças<br />
na rotina da casa, já que requer uma atenção toda especial e<br />
muitos cuidados. O filhote tem o hábito de mordiscar objetos por<br />
isso é importante evitar que estejam ao seu alcance, aqueles<br />
que possam machucá-lo ou que ele possa engolir, como objetos
pequenos e pontiagudos, plásticos, madeiras, fios elétricos,<br />
linhas, agulhas, etc. O ideal é que ele possua brinquedos<br />
próprios que possam ser mordidos e que se acostume com eles<br />
desde a chegada à nova casa, porém, na medida certa, ou seja,<br />
não viciando o cãozinho. Essa medida diminui e pode até cortar o<br />
hábito de destruir pernas de móveis, almofadas, sapatos, entre<br />
outros.<br />
O ambiente onde o cão irá morar deve ser previamente<br />
preparado, de maneira que ele entenda que ali será o seu lugar:<br />
com uma caminha confortável e protegida do frio, água e comida<br />
à disposição e um lugar para suas necessidades de defecar e<br />
urinar. Além disso, é essencial que ele receba muito carinho e<br />
atenção, já que está sendo separado da mãe e dos irmãos.<br />
Qualquer filhote saudável apresenta grande energia e<br />
precisa gastá-la, sendo, portanto, inadequado deixá-lo preso por<br />
muito tempo ou sem uma atividade ou espaço para suas<br />
traquinagens. Brincar com o filhote é essencial e nesse ponto, as<br />
crianças são muito importantes. No entanto, não deve sair na rua<br />
até que o calendário de vacinas esteja completo. Receber visitas<br />
de outros cães também não é aconselhável nesse período.<br />
O proprietário deve estar atento a qualquer mudança<br />
fisiológica ou de comportamento do filhote e deve levá-lo ao<br />
veterinário assim que adquiri-lo, para iniciar o acompanhamento
perfeito da saúde do animal e para que as vacinações sejam<br />
seguidas corretamente. Vacinar em lojas agrícolas ou “pet shops”<br />
com pessoas leigas, assim como a medicação feita por conta<br />
própria, podem ser atitudes muito perigosas!<br />
4 - ABRIGO E HIGIENIZAÇÃO <strong>DO</strong> AMBIENTE<br />
É imprescindível que o cão tenha um lugar só dele na<br />
casa, ou seja, uma casinha ou uma cama segura, protegida do<br />
frio e da chuva. Esse local deve estar de acordo com<br />
temperamento, a finalidade e o tamanho da raça, o que definirá<br />
se será dentro ou fora de casa. Fora de casa, pode-se optar por<br />
um canil próprio, construído sob medida e sob a orientação do<br />
veterinário ou por uma casinha, construída com tijolos ou<br />
madeira, não esquecendo de proporcionar ao cão, qualquer que<br />
seja, tempo e espaço para exercícios.<br />
Dentro de casa, geralmente, ficam os cães menores ou<br />
muito afetuosos. Esses devem ser acostumados desde pequenos<br />
a dormirem numa cama própria para que eles não usem<br />
poltronas, sofás ou a cama do proprietário como substitutos. Sua<br />
caminha deve ser lavável, já que é nela que as pulgas preferem<br />
depositar seus ovos; deve, portanto, estar sempre limpa e ser
grande o suficiente para acomodar o corpo inteiro do cão depois<br />
de crescido e da forma mais relaxada.<br />
O local escolhido para que o cão faça as necessidades<br />
fisiológicas não deve ser próximo do local onde estiver a cama e<br />
os alimentos, pois, por instinto próprio de higiene, os cães evitam<br />
urinar e defecar nesses locais.<br />
A limpeza das acomodações deve ser uma rotina para o<br />
proprietário e feita, no mínimo, uma vez por dia. Deve-se recolher<br />
as fezes e lavar o chão com desinfetantes indicados pelo<br />
veterinário (há cães alérgicos que não podem ter contato com<br />
qualquer tipo de desinfetante). Varrer o ambiente e retirar os<br />
pêlos soltos também deve ser rotina, assim como lavar a cama e<br />
o canil, quando necessário, para que não acumulem poeira,<br />
ácaros, pêlos, comida ou qualquer sujidade. Lembre-se que um<br />
cão sempre limpo e em ambiente limpo estará menos predisposto<br />
às doenças.<br />
5 - A ALIMENTAÇÃO CORRETA<br />
As tigelas em que o animal come e bebe água devem ser<br />
de aço inoxidável ou plástico para que possam ser limpas<br />
adequadamente e evitar retenção de umidade. Tigelas de
cerâmica racham com facilidade e favorecem a proliferação de<br />
microrganismos, tornando-se fontes de infecção para o animal.<br />
A dieta do filhote até a sexta semana de vida deve basear-<br />
se preferencialmente na amamentação natural. Nos casos de<br />
falta da mãe, pode-se recorrer a alternativa de uma mãe adotiva,<br />
ou seja, outra cadela em lactação e que se mostre receptiva para<br />
amamentar o filhote. Como é difícil encontrar uma mãe adotiva no<br />
momento certo, pode-se recorrer ao leite artificial, que simula o<br />
leite materno, que pode ser caseiro ou preparado<br />
comercialmente. Até a sexta semana de vida, a fórmula deve ser<br />
aquecida a 37 o C (próxima da temperatura corporal do animal) e a<br />
quantidade oferecida deve ser suficiente para saciar o filhote,<br />
porém, sem que seu abdome fique superdistendido após a<br />
refeição. Deve ser oferecida seis vezes ao dia até a terceira<br />
semana de vida, em porções iguais e preparada na hora,<br />
podendo ser conservada em geladeira por, no máximo, 24 horas.<br />
A quantidade será aumentada de acordo com o crescimento do<br />
filhote e a forma de administrar será através de mamadeira, até<br />
que o animal consiga comer sozinho. A partir da terceira semana,<br />
o leite artificial já pode ser oferecido à vontade. Nunca deve-se<br />
espremer a mamadeira quando estiver dentro da boca do filhote,<br />
pois grandes quantidades de leite pode levar a um
engasgamento grave. Uma receita caseira para preparo da<br />
mamadeira do filhote é:<br />
• 800 ml de leite em pó integral (Ninho, Glória, etc);<br />
• 2 colheres de sopa de creme de leite;<br />
• 2 colheres de sopa de Vitaminex “S” suspensão;<br />
• 1 gema de ovo (sem a clara).<br />
Esse leite será oferecido com o animal mantido em pé e<br />
até que ele se desinteresse. Uma hora após cada refeição com<br />
leite, deve-se oferecer de 15 a 20 gotas de água. O crescimento<br />
do filhote deve ser visível dia após dia. Se isso não ocorrer, deve-<br />
se procurar o veterinário.<br />
Após o desmame (em torno da sexta semana de vida),<br />
deve-se, gradualmente, fornecer alimentação sólida em três<br />
refeições diárias, no mínimo. Essa alimentação transitória deve<br />
ser semelhante a uma papa, consistindo de ração para filhotes<br />
umedecida, a fim de facilitar o processo digestivo. Não é<br />
recomendável oferecer restos de comida nessa fase para não<br />
instituir o hábito desse tipo de alimentação, pois o melhor é uma<br />
nutrição à base de ração por toda a vida do animal. Essa fase<br />
termina quando o cãozinho demonstra capacidade de mastigar e<br />
deglutir a ração seca sem dificuldade. A partir daí, deve ser<br />
oferecida ração seca para filhotes até um ano de idade, três<br />
vezes ao dia, em horários fixos (a ração não deve ficar exposta
nos recipientes e deve ser retirada entre as refeições para<br />
adequada higienização da vasilha).<br />
A água deve ficar à disposição do animal, sendo trocada<br />
duas vezes ao dia. Os suplementos devem ser evitados, a menos<br />
que sejam recomendados por um veterinário, pois a ração, cuja<br />
marca poderá ser indicada por veterinário, é completa e já está<br />
balanceada para o perfeito desenvolvimento do filhote. Para os<br />
filhotes que têm o hábito de roer as vasilhas, recipientes<br />
plásticos estão contra-indicados.<br />
Após um ano de idade, o cão já é considerado adulto e, a<br />
partir daí, a dieta deve ser exclusivamente à base de ração para<br />
adultos, fornecida duas vezes ao dia na quantidade recomendada<br />
pelo fabricante para evitar a obesidade naqueles animais que<br />
comem mais do que precisam. A mudança da ração de filhote<br />
para a de adulto será de forma gradual, mantendo-se água<br />
sempre à disposição e sempre fresca. O cão não deve ter<br />
acesso às rações destinadas a outros tipos de animais<br />
domésticos, como gatos, aves, porcos, etc., que podem causar<br />
obstrução urinária e alterações gástricas e intestinais.<br />
Vísceras e ossos de bovinos, suínos e aves, provenientes<br />
de açougues ou de restos de comida, não devem ser fornecidos,<br />
assim como grãos, frutos do mar e enlatados em geral. Também<br />
não serão oferecidos doces, balas, sorvetes, chocolates, patês,
fubá, salsicha, presunto, salame, café, refrigerante, bebidas<br />
alcoólicas, etc. Se quiser presentear ou agradar o animal por<br />
recompensa, ofereça ossos ou biscoitos próprios para cachorros.<br />
Rações vendidas a granel (proveniente de sacos abertos)<br />
ou estocada estocada em grandes quantidades, podem atrair<br />
insetos e ratos, grandes veiculadores de doenças para o cão e<br />
para o homem, além de fermentar e rancificar na presença de<br />
umidade.<br />
Uma alimentação correta é essencial para o bem-estar, o<br />
bom desenvolvimento e a boa saúde do cão, evitando-se o<br />
excesso de peso que pode trazer conseqüências negativas. A<br />
alimentação baseada exclusivamente na ração de boa qualidade<br />
é a melhor forma de nutrir o seu cão e demonstrar o amor por ele.<br />
6 - A SAÚDE <strong>DO</strong> <strong>CÃO</strong><br />
A saúde do cão deve ser monitorada desde o seu<br />
nascimento com consultas periódicas ao veterinário que devem<br />
começar quando o cão é adquirido, para a vermifugação e<br />
administração das primeiras vacinas, o que deve acontecer em<br />
torno dos dois meses de vida. Aos três e quatro meses, será<br />
necessário retornar ao veterinário para os reforços das vacinas e
aplicação da primeira dose da vacina anti-rábica aos quatro<br />
meses. Todas as vacinas deverão receber reforço anual.<br />
A vacina anti-rábica é imprescindível pois previne contra a<br />
raiva, uma doença transmissível ao homem e de caráter fatal. As<br />
outras vacinas também são fundamentais, pois protegem o cão<br />
de doenças graves. É importante frisar que tais vacinas devem<br />
ser administradas somente por veterinários e nunca por pessoas<br />
leigas, pois a falta de conhecimento técnico pode acarretar até na<br />
falta do seu efeito preventivo. O esquema vacinal pode ser<br />
alterado a critério veterinário e os filhotes que não foram<br />
amamentados pela mãe ou que foram desmamados<br />
precocemente podem iniciar o esquema vacinal antes dos dois<br />
meses de idade.<br />
O filhote deve ser vermifugado logo após o desmame,<br />
podendo ter início mais cedo, de acordo com o grau de<br />
infestação da mãe e sob a prescrição do médico veterinário. Um<br />
reforço após um intervalo de alguns dias, poderá ser definido<br />
pelo veterinário e a repetição da vermifugação deve ocorrer a<br />
cada quatro ou seis meses.<br />
A vermifugação é importante não só para proteger a saúde<br />
do cão mas também para evitar que parasitas sejam transmitidos<br />
ao homem, principalmente às crianças, que têm o hábito de<br />
brincar na terra ou que tenham íntimo contato com o cão. Além
dos vermes, alguns vírus, bactérias, fungos e protozoários do cão<br />
doente também podem ser transmitidos ao homem, causando<br />
doenças como diarréias, leptospirose, micoses, toxoplasmose e<br />
leishmaniose. Portanto, é importante manter a saúde do cão,<br />
uma higiene satisfatória e uma relação saudável com o animal,<br />
não permitindo, por exemplo, o contato direto do cão com a<br />
cama, mesa ou banheiro do proprietário.<br />
Além dessas medidas, deve-se manter o controle de<br />
pulgas e carrapatos, potenciais transmissores de doenças para<br />
os animais e causadores de vários danos, como coceira,<br />
automutilação, alergia e anemia. Quando presentes, devem ser<br />
tratados.<br />
Por fim, a prevenção continua sendo a melhor forma de<br />
evitar transtornos. As intoxicações, os atropelamentos e outros<br />
traumas, afogamentos e envenenamentos podem ser<br />
perfeitamente evitados se forem impedidas as condições para<br />
que ocorram.<br />
7 - CUIDA<strong>DO</strong>S GERAIS<br />
• Pentear e escovar diariamente o cão desde pequeno é<br />
essencial para remover pêlos soltos e sujidades,<br />
principalmente nas raças de pêlos longos. O cão deve
perceber esse momento como um momento prazeroso e não<br />
como uma obrigação ou castigo. O tom de voz e a forma<br />
como se escova o cão ajudam a tornar a atitude uma<br />
distração.<br />
• Banho: é recomendado quando houver necessidade ou por<br />
orientação médica (com produtos terapêuticos). Não é<br />
necessária a utilização de perfume, pois o cão com a pelagem<br />
saudável não apresenta mau cheiro. O sabonete deve ser<br />
neutro ou de glicerina, pois a pele é muito sensível, e, durante<br />
o banho, o ouvido deve ser protegido com o auxílio de<br />
tampões de algodão seco ou parafinado adquirido em<br />
farmácias de manipulação, que só serão removidos após o<br />
enxágüe. Não se utiliza cotonetes ou quaisquer outros meios<br />
para a limpeza do ouvido do cão, o que deve ser feito apenas<br />
pelo veterinário, nem talco, antes ou após o banho. A água do<br />
banho deve ser preferencialmente corrente e a uma<br />
temperatura morna devendo ser dado em dias quentes, pois o<br />
pêlo demora muito tempo para secar-se completamente,<br />
predispondo o cão à pneumonia. Filhotes só devem tomar<br />
banho após a quinta semana de vida.<br />
• Tosa: cães com pêlo de crescimento contínuo, como o Cocker<br />
Spaniel Inglês, Poodle e Shnauzer, devem ser tosados
periodicamente, de acordo com o padrão da raça ou com o<br />
gosto do proprietário.<br />
• Dentes: devem estar limpos, sem sinais de tártaro (formação<br />
castanha na base do dente), gengivas livres de feridas e<br />
inflamações. Se algum dos dentes estiver pendente ou<br />
partido, ou se o cão tiver mau hálito, deve-se levá-lo ao<br />
veterinário. A extração de tártaros e a gengivite também<br />
devem ser tratadas por profissionais. Roer ossos de couro,<br />
próprios para cães, ajuda a prevenir o tártaro, e podem ser<br />
oferecidos, no máximo, uma vez por semana, pois prendem o<br />
intestino. Outra forma de prevenir o tártaro é a escovação dos<br />
dentes de forma suave e vibrante, com pastas de dente<br />
próprias ou sem pasta, três vezes por semana.<br />
• Um cão que faz bastante exercício geralmente apresenta o<br />
desgaste natural das unhas. Um cão idoso ou que se<br />
movimente pouco tem suas unhas crescidas mais depressa e<br />
precisam ser cortadas, assim como cães pequenos, cujo peso<br />
não permite o desgaste normal das unhas. O procedimento<br />
deve ser feito por veterinário, já que a irrigação e a inervação<br />
da região são muito delicadas.<br />
• Os olhos não devem apresentar secreções e nem<br />
avermelhamento. Secreções podem ser removidas com papel<br />
macio, umedecido com solução fisiológica.
• Medicar o cão sem receita médica pode ser perigoso para a<br />
saúde do seu amigo; prevenir a gestação em cadelas através<br />
do uso de anticoncepcionais por exemplo, pode ter<br />
conseqüências nocivas ou até fatais.<br />
• O combate a pulgas e carrapatos do ambiente é muito eficaz<br />
quando se dedetiza a casa, porém, os animais deverão ser<br />
afastados do local por, no mínimo, 48 horas.<br />
• Viajar com cães para o litoral não é recomendável, pois, nas<br />
regiões de praias existe o risco de contaminação (por picada<br />
de um mosquito específico) pelo verme do coração. Em caso<br />
de necessidade, é melhor procurar orientação veterinária<br />
para prevenção.<br />
• Para viagens em transportes coletivos é necessário um<br />
atestado de saúde para o cão, acompanhado da carteira de<br />
vacinação em dia. Sedar o animal às vezes pode ser<br />
necessário.<br />
8 - EDUCAÇÃO E ADESTRAMENTO<br />
A educação e o adestramento devem basear-se na<br />
premiação e não no castigo violento, sendo executados de forma<br />
racional e permitindo ao animal a expressão de seu<br />
comportamento instintivo, sem prejudicar o seu relacionamento
social com o homem. O cão deve viver como cão e não imitar<br />
hábitos e costumes humanos.<br />
Originalmente, os canídeos viviam em matilha, havendo<br />
estreita ligação entre os animais do grupo. Na sociedade<br />
humana, o cão precisa de dedicação e reconhecimento (elogios)<br />
dos donos para manter seu equilíbrio psicológico, já que agora as<br />
pessoas formam a sua matilha. Quando isso não acontece,<br />
observamos distúrbios comportamentais destrutivos e agressivos.<br />
A dedicação do dono manifesta-se também através de uma<br />
educação afetuosa e sólida, cujo princípio deve ser o do elogio.<br />
Aos dois meses, o cãozinho já está apto a aprender<br />
hábitos de higiene, como urinar e defecar no lugar certo,<br />
afagando-o quando fizer a coisa certa e ralhando com voz firme,<br />
sem agressão, quando fizer de forma errada. A partir dos seis<br />
meses, o filhote já pode aprender a obedecer a comandos, como<br />
“senta”, “fica”, “aqui”, “junto”, etc., e aprender a não pular nas<br />
pessoas, não latir sem necessidade e não puxar a guia ao<br />
passear. Habituar o cão às regras faz com que ele aprenda mais<br />
rápido, como os passeios diários auxiliam na condução. Nunca<br />
deve-se levá-lo a passeio sem a guia, que necessita ser ajustada<br />
de modo a ficar confortável, mas não tão solta que seja possível<br />
tirá-la. A largura da coleira deve estar de acordo com o tamanho<br />
do cão.
Muitos cães são adestrados para serem guias de cegos,<br />
cães de salvamento, cães de guarda e defesa, cães de tração,<br />
cães farejadores, dentre outros. Tais habilidades são<br />
desenvolvidas por especialistas em adestramento.<br />
9 - ROTINA VETERINÁRIA: QUAN<strong>DO</strong> PROCURAR AUXÍLIO<br />
O cão saudável é um animal alegre, com olhos bem<br />
despertos e atentos, que recebe os donos com satisfação e<br />
demonstra entusiasmo quando o chamam para passear.<br />
Apresenta bom apetite, participa de brincadeiras, tem pêlo<br />
brilhante, olhos, boca, nariz, orelhas e ânus limpos e sem<br />
secreções. Além disso, o cão saudável apresenta bem-estar<br />
físico e psíquico. Qualquer alteração nesses parâmetros ou<br />
anormalidades nas fezes e urina devem ser motivo de uma<br />
consulta ao veterinário. Outros motivos para isso são, vômito,<br />
falta de apetite ou de sede, emagrecimento, inchaços, excesso<br />
de flatulência, tosses, espirros, depressão, apatia, dificuldade de<br />
levantar, andar rígido ou descordenado, reação de dor em<br />
alguma parte do corpo, abano da cabeça ou coceira nas orelhas,<br />
lambedura ou coceira excessiva e mudanças de comportamento.
O cão com aparência saudável deve ser levado ao<br />
veterinário, no mínimo, uma vez por ano para atualizar a<br />
vacinação e realizar o acompanhamento do seu estado geral.<br />
Para os animais em tratamento médico, o proprietário<br />
pode aplicar alguns medicamentos em casa, exceto injetáveis.<br />
Medicamentos nos olhos e ouvidos devem ser aplicados após<br />
instruções do veterinário. As medicações mais simples são:<br />
• comprimidos: abre-se a boca do animal comprimindo a<br />
mandíbula, posicionando sua cabeça de forma que ele olhe<br />
para o teto; introduz-se o comprimido atrás da língua,<br />
empurrando-o o máximo possível para o fundo da garganta.<br />
Fecha-se a boca mantendo a cabeça voltada para cima até<br />
que ele degluta. Esses movimentos devem ser rápidos para<br />
não estressar o cão. Pode-se massagear a garganta para<br />
estimular a deglutição.<br />
• líquidos: são administrados em uma seringa graduada, na<br />
quantidade prescrita pelo veterinário, com a cabeça do cão<br />
na posição normal, sem deixar abaixar. O líquido deve ser<br />
empurrado vagarosamente atrás da língua, pelo canto da<br />
boca. Se o cão tossir ou engasgar, o líquido pode ter entrado<br />
na traquéia. Se o animal cuspir, a mesma quantidade,<br />
necessitará ser readministrada.
• pasta: abre-se a boca do cão aplicando-se a pasta, que<br />
geralmente já vem em uma seringa, na língua do animal,<br />
onde ela grudará e será posteriormente engolida. Fecha-se a<br />
boca do animal até que ele degluta, a fim de evitar que ele<br />
cuspa.<br />
10 - NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS<br />
• Envenenamento ou intoxicação: por raticidas, medicamentos,<br />
venenos, desinfetantes, pesticidas, entre outros. Pode ser de<br />
difícil diagnóstico quando não se testemunhou a ingestão do<br />
produto tóxico ou quando não se sabe que o cão teve contato<br />
com algum tipo de veneno. Quanto mais rápido for o socorro,<br />
maiores são as chances de salvamento. Os principais<br />
sintomas são: salivação excessiva, vômito, diarréia com<br />
sangue, apatia, dificuldade de respirar, mucosas pálidas ou<br />
azuladas, pulsação rápida, tontura, convulsão e desmaio.<br />
Induzir o vômito é eficaz apenas no prazo de trinta minutos a<br />
uma hora após a ingestão do tóxico. Para isso, pode-se<br />
administrar uma solução concentrada de água morna e sal<br />
(uma colher de sopa de sal para cada 100 ml de água) ou<br />
bicarbonato, com uma seringa; oferecer bastante água para o<br />
animal, pois ela tem efeito diluidor e, se o cão vomitar,
funcionará como uma lavagem do estômago. Dar ao cão leite<br />
ou óleo não são medidas corretas pois esses produtos podem<br />
agravar os sintomas de certos venenos. Levar imediatamente<br />
o cão ao veterinário para a aplicação do antídoto, e, se<br />
possível, o rótulo do produto tóxico ingerido.<br />
• Picadas de insetos: quando picado por abelhas ou vespas, o<br />
cão costuma sentir dores intensas, lambendo o local. Em caso<br />
de picada de abelha remove-se o ferrão, molhando-se a área<br />
afetada com água ou gelo até a chegada do veterinário.<br />
• Mordeduras e feridas sangrantes: as brigas entre cães podem<br />
resultar em sangramentos intensos. Deve-se cobrir a ferida<br />
com um pano limpo ou lenço de papel, comprimindo o local<br />
com uma compressa ou, em último caso, com um pano, na<br />
tentativa de estancar o sangue. O cão deve ser levado<br />
imediatamente ao veterinário para realizar os procedimentos<br />
corretos.<br />
• Atropelamentos: as lesões de um atropelamento dependem<br />
da região do corpo envolvida e da forma como o carro atingiu<br />
o animal. Na maior parte dos casos, o animal entra em estado<br />
de choque, ou seja, partes vitais do corpo passam a ser<br />
insuficientemente irrigadas, recebendo menos oxigênio. Deve-<br />
se deitar o cão confortavelmente de lado, mantendo a coluna<br />
reta, aquecendo-o com um cobertor e providenciando que ele
espire bastante ar fresco. Se a respiração estiver ofegante,<br />
mantenha suas costas elevadas sobre uma almofada. Se<br />
houver feridas, tampá-las com compressas e levar animal.<br />
Leve-o imediatamente ao veterinário para receber oxigênio,<br />
soro e medicação. É importante acalmar o animal, falando-lhe<br />
suavemente e proteger-se ao iniciar todo o procedimento,<br />
amarrando-lhe o focinho, já que ele pode tornar-se agressivo<br />
por estar sentindo muita dor. Contudo, as narinas do animal<br />
devem ficar desimpedidas.<br />
• Fraturas: a manipulação do membro ferido será feita com todo<br />
o cuidado, mantendo-se o cão com o focinho amarrado,<br />
devido ao perigo de mordedura, e envolvido em um cobertor,<br />
cobrindo o membro com um pano limpo no caso de fratura<br />
exposta, para reduzir o risco de infecção. Quando não se<br />
tratar de fratura exposta, pode-se tentar imobilizar o membro<br />
fraturado de forma a não interferir na circulação: camadas<br />
grossas de algodão são enroladas ao redor do membro,<br />
fraturado acima e abaixo do local da fratura; pressionar o<br />
algodão, enrolar firmemente ataduras sobre o membro; enrole<br />
um esparadrapo sobre a atadura e nas bordas, sobre o pêlo;<br />
apertar os dedos para verificar se a circulação não está<br />
comprometida, se o cão reagir indica estar normal. Essas são
medidas apenas provisórias, para aguardar a chegada do<br />
veterinário.<br />
• Queimaduras: molhar a região afetada com água fria corrente<br />
ou com um saco de gelo, cobrir a ferida com um pano limpo e<br />
levar imediatamente o animal ao veterinário.<br />
11 - CIO, CRUZAMENTO, GESTAÇÃO E PARTO<br />
A idade ideal para a reprodução nos machos é a partir de<br />
oito meses e, nas fêmeas, a partir do terceiro cio, sendo que o<br />
primeiro cio ocorre entre seis meses e um ano, repetindo-se<br />
aproximadamente a cada seis meses. Variações nesse período<br />
são normais e dependem da raça. Ao decidir-se pelo cruzamento,<br />
deve-se optar por um cão da mesma raça ou de tamanhos<br />
semelhantes, providenciando antes vacinação e vermifugação da<br />
fêmea, visando proteger os filhotes, a fim de proteger os filhotes.<br />
Assim que o cio for detectado (inchaço de vulva, secreção<br />
inicialmente incolor e, depois de alguns dias, sanguinolenta),<br />
devem-se contar os dias a partir do primeiro dia de sangramento.<br />
Por volta do nono dia, deve haver o primeiro contato entre o<br />
casal. Se a fêmea se mostrar receptiva (levantar a cauda e ficar<br />
quieta na tentativa do macho iniciar a cópula), é provável que<br />
ocorra a fertilização, pois é provável que ela esteja próxima da
ovulação. Se não ocorrer a cópula, colocá-la novamente junto ao<br />
macho até o décimo sexto dia de sangramento ou até ela aceitar<br />
a cópula.<br />
Pode-se verificar a receptividade da fêmea ao macho<br />
através de um teste simples: passando a mão no dorso, próximo<br />
à cauda da fêmea, observando se ela a suspende. É importante<br />
que a fêmea vá até o território do macho, pois este<br />
permanecendo em seu local habitual irá cruzar melhor, sem<br />
estressar-se com um ambiente estranho.<br />
A cópula pode demorar de 10 a 60 minutos devido ao<br />
engate que ocorre e que não pode ser interrompido<br />
forçosamente, pois pode machucar a fêmea e provocar fratura do<br />
osso peniano.<br />
Certificando-se da cobertura, todos os cuidados com a<br />
fêmea devem ser tomados para um parto normal e tranqüilo, a<br />
começar pela alimentação, que deve ser substituída por uma<br />
ração para filhotes, mas não deve receber suplementação de<br />
cálcio sem orientação veterinária. A cadela não deve ser forçada<br />
a exercícios quando não desejar e nem ser vacinada ou fazer<br />
uso de medicamentos no período gestacional, que dura de 58 a<br />
63 dias.
O ninho deve ser preparado com antecedência para que a<br />
cadela se acostume a ele, escolhendo-se um local que a agrade,<br />
protegido do frio, da chuva e de outros animais.<br />
Dias antes do parto, a cadela já apresenta respiração<br />
ofegante e cerca de 12 a 24 horas antes, perde o apetite. As<br />
contrações se iniciam e tornam-se cada vez mais fortes;<br />
contrações improdutivas por cerca de duas horas indicam que há<br />
problema, embora filhotes normais possam nascer após esse<br />
tempo. Toda a gestação deve ser acompanhada pelo veterinário<br />
para que possa prever possíveis problemas de parto. A cesariana<br />
pode ser necessária em alguns casos.<br />
Entre o nascimento dos filhotes, a cadela limpa os filhotes,<br />
tendo o hábito de ingerir as placentas, o que pode gerar um leve<br />
distúrbio intestinal. Os filhotes devem permanecer em local<br />
tranqüilo e sem movimento de pessoas e mamar o colostro<br />
(primeiro leite produzido pela cadela e essencial para a proteção<br />
dos filhotes contra doenças). A cadela em amamentação deve<br />
comer, em maior quantidade, a ração para filhotes.<br />
Caso a mãe não tenha sido vacinada e vermifugada antes<br />
do cruzamento e não esteja com o calendário vacinal em dia,<br />
como nos casos de gestação não planejada, os filhotes poderão<br />
ser vacinados e vermifugados antecipadamente, porém, somente<br />
com protocolo veterinário.
12 - O <strong>CÃO</strong> I<strong>DO</strong>SO<br />
Relação entre a idade do cão e a do homem:<br />
Cão Homem<br />
1 ano 15 anos<br />
2 anos 24 anos<br />
3 anos 28 anos<br />
4 anos 32 anos<br />
5 anos 36 anos<br />
Daí em diante, cada ano do cão corresponde a quatro<br />
anos do homem.<br />
A média de vida dos cães varia com a raça, cuidados,<br />
estilo de vida, etc. Geralmente, os cães de raças grandes, assim<br />
como os de raças miniaturas, vivem menos que os de raças<br />
médias, que podem alcançar dezoito anos. A partir de oito anos<br />
de idade, o cão já merece os cuidados de um idoso, começando<br />
a apresentar pêlos grisalhos, perdendo visão e audição,<br />
diminuindo a sua performance em atividades físicas e reduzindo,<br />
assim, a sua tolerância a exercícios; pode ainda apresentar<br />
fraqueza física e desenvolver doenças próprias da idade, como<br />
problemas crônicos de órgãos internos, problemas de pele, de<br />
obesidade, diabetes, problemas hormonais e cardíacos.
A alimentação do idoso pode ser substituída, quando<br />
necessário, por uma ração terapêutica indicada pelo veterinário.<br />
A quantidade pode ser reduzida devido à diminuição das<br />
atividades físicas. A quantidade de água ingerida deve ser<br />
monitorada, pois qualquer alteração pode indicar problemas. O<br />
cão deve beber aproximadamente ¼ de litro de água (250 ml)<br />
para cada 10 quilos de peso, por dia.<br />
Ao envelhecer, os cuidados gerais requerem preocupação<br />
redobrada, pois é nessa época que ocorrem as perdas de dentes,<br />
crescem as possibilidades de tumores, de doenças cardíacas, de<br />
infecções com corrimento vaginal nas cadelas (piometra),<br />
aumento da secreção dos ouvidos (otites), etc. A boa observação<br />
permite identificar as doenças a tempo.<br />
As consultas periódicas ao veterinário passarão a ser de<br />
seis em seis meses, a partir dos oito anos de idade, as quais<br />
incluirão exames de sangue, urina e de diagnóstico cardíaco,<br />
para identificar precocemente as doenças.<br />
Embora o cão idoso demonstre mudanças de<br />
comportamento e pouco entusiasmo, o proprietário não deve<br />
deixar de proporcionar-lhe o mesmo carinho, proteção e alegria, o<br />
que certamente prolongará a vida do amigo fiel de tantos anos.
13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
ALDERTON, D. Cães: um guia ilustrado com mais de 300 raças<br />
de todo o mundo. Rio de Janeiro: Ediouro, 1994. 304 p.<br />
ALLEN, W. E. Fertilidade e obstetrícia no cão. São Paulo: Livraria<br />
Varela, 1995. 197 p.<br />
DEHASSE, J., BUYSER, C. Comportamento e educação do cão.<br />
São Paulo: Varela, 1995. 105 p.<br />
HAWCROFT, T. Cães: primeiros socorros. Porto Alegre: <strong>Editora</strong><br />
Rígel, 1998. 95 p.<br />
HOSKINS, D. J. Pediatria veterinária: cães e gatos do nascimento<br />
aos seis meses. 2 ed. Rio de Janeiro: Interlivros, 1997. 601 p.<br />
ODENDAAL, J. Cães e gatos: um guia de saúde. São Paulo:<br />
Livraria Varela, 1993. 183 p.<br />
OREN, M. O cão. São Paulo: <strong>Editora</strong> L. Oren, 1978. 256 p.<br />
PUGNETTI, G. Todos os cães. São Paulo: Melhoramentos, 1980.<br />
157 p.<br />
SANTOS, R. A. Adestramento de cães. 10 ed. São Paulo: Nobel,<br />
1994. 95 p.<br />
STREITFERDT, U. Doenças do cão e seu tratamento. Lisboa:<br />
Presença, 1996. 171 p.<br />
THOMPSON, D. J., SUTTON, J. B., CHANDLER, E. A. Medicina<br />
e terapêutica de caninos. São Paulo: Manole, 1989. 610 p.
MANEJO DE CÃES