educação popular em saúde no recife - Centro de Pesquisas Aggeu ...
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1.1 Inquietação<br />
Falta <strong>de</strong> quietação, falta <strong>de</strong> sossego. Essa <strong>de</strong>finição é o princípio - e o fim que<br />
não chega, - <strong>de</strong> um educador. S<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>sassossegado com as questões sociais<br />
que o ro<strong>de</strong>ia e com o sentimento <strong>de</strong> compromisso <strong>de</strong> estar <strong>em</strong> constante busca <strong>de</strong><br />
estratégias para melhoria do seu meio. É assim que me percebo, é assim que<br />
percebo as ACS/Educadoras com qu<strong>em</strong> convivo e vivo.<br />
Nascida <strong>no</strong> interior <strong>de</strong> Pernambuco, aos 12 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> uma árvore sob<br />
o lindo luar do sertão, me perguntava incessant<strong>em</strong>ente: a que vim? Toda e qualquer<br />
dúvida, eu recorria ao único livro da casa, um dicionário Aurélio que tenho até hoje.<br />
Na minha inquietação, fui fazer Faculda<strong>de</strong> na vizinha cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arcover<strong>de</strong> –<br />
Mat<strong>em</strong>ática. Gostava mais <strong>de</strong> saber sobre a vida dos teóricos, então <strong>em</strong> aulas vagas<br />
também assistia aulas <strong>no</strong> curso <strong>de</strong> História, com o professor Rabelo, natural <strong>de</strong> São<br />
José do Egito. Com jeito <strong>de</strong> contador <strong>de</strong> histórias do meu sertão querido, as aulas<br />
tornavam-se prazerosas.<br />
Chegando a Recife, meu jeito incomodado <strong>de</strong> ser levou-me ao curso <strong>de</strong><br />
Pedagogia da UFPE, on<strong>de</strong> encontrei muitos belicosos, que me provocavam mais<br />
perguntas a cada pergunta minha. Essa ansieda<strong>de</strong>, na certeza que toda qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da <strong>educação</strong> - com toda amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sentido que essa palavra <strong>no</strong>s<br />
dá – reflexões levaram-me a pensar na <strong>saú<strong>de</strong></strong> dos envolvidos <strong>no</strong>s processos<br />
educativos.<br />
No meu mundo <strong>de</strong> perguntas, existia uma: que nação po<strong>de</strong> ser bela s<strong>em</strong> uma<br />
<strong>educação</strong> e uma <strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>? Nesse universo, encontrei-me na Educação<br />
Popular. Esse era o ponto <strong>de</strong> partida, dar direito <strong>de</strong> voz aos oprimidos, aos não<br />
beneficiados pela <strong>educação</strong> direcionada para elite, organizada para manter o po<strong>de</strong>r<br />
nas mãos <strong>de</strong> uma classe mi<strong>no</strong>ritária e abastada, apoiada na força <strong>de</strong> trabalho e <strong>no</strong><br />
sofrimento <strong>de</strong> uma maioria. A estratégia primeira era ouvir esses seres huma<strong>no</strong>s, ao<br />
mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que trocáss<strong>em</strong>os conhecimentos para uma ação na busca <strong>de</strong><br />
uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />
O livro Pedagogia da Auto<strong>no</strong>mia <strong>de</strong>u-me muitas certezas. Uma?: A <strong>de</strong> que<br />
todo educador é um eter<strong>no</strong> pesquisador, uma estratégia da <strong>no</strong>ssa pratica <strong>no</strong> DS VI,<br />
na busca <strong>de</strong> uma ação que satisfaça, momentaneamente.<br />
A minha paixão pela <strong>educação</strong> foi consolidada chegando ao setor da<br />
Educação Popular <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> do DS VI <strong>em</strong> 2006. Eu tinha duas certezas: queria<br />
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