Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP
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omantismo, já então na fase chamada romantismo social” 150 . É importante observar que<br />
“Sue fez do romance uma espécie de investigação da sociedade, desenvolvendo um<br />
traço importante do romantismo, que foi a descrição dos meios populares e criminosos,<br />
além de estabelecer a sua ligação com as camadas dominantes (...) suas ligações<br />
criadoras com a análise da sociedade.” 151 Tais ligações se constituem, na obra de<br />
Meyer, como importante elemento para a compressão do desenvolvimento do gênero<br />
folhetinesco e das conexões desse tipo de literatura com o momento histórico e os<br />
problemas sociais. Assim, para o estudo que se propõe, Meyer dosa a referência externa<br />
e a anatomia externa das obras. E no que diz respeito ao estudo do problema das origens<br />
do romance brasileiro “considerando a ausência de tradição contínua e de modelo<br />
português do gênero” 152 , Marlyse assinala para a possibilidade de que a leitura de ficção<br />
estrangeira no Brasil nas vésperas da criação do romance nacional pode ter<br />
desempenhado um eventual papel formador na elaboração de nossa ficção em prosa.<br />
Remete então a um fragmento do texto Como e porque sou romancista, de José de<br />
Alencar:<br />
150 Ibidem Ibidem. p. 64<br />
151 Ibidem Ibidem. pp. 14-5<br />
152 Ibidem Ibidem. p. 26<br />
“Era eu quem lia (...) não somente as cartas e os jornais, como o<br />
volume de uma diminutiva livraria romântica formada ao gosto do<br />
tempo (...). Foi essa leitura contínua e repetida de novelas e romances<br />
que primeiro imprimiu em meu espírito a tendência para essa nova<br />
forma literária que é entre todas a de minha predileção (...) Nosso<br />
repertório romântico era pequeno: acompanhava-se de uma dúzia de<br />
obras, entre as quais primavam a Amanda e Oscar, Saint-Clair das<br />
Ilhas, Celestina e outros que já não me recordo. Esta mesma escassez,<br />
e a necessidade reler uma e muitas vezes o mesmo romance, quiçá<br />
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