Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP
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Na obra Folhetim: uma história 146 , Marlyse Meyer faz uma análise histórico-<br />
crítica do desenvolvimento do gênero romance publicado em forma de folhetim,<br />
elaborando, segundo Antônio Cândido, “uma verdadeira anatomia do gênero”. Observa<br />
o desenvolvimento do romance-folhetim na Europa e a circulação e difusão desses<br />
folhetins estrangeiros no Brasil, bem como as relações com a produção nacional.<br />
Também pontua a intertextualidade que obras da literatura brasileira estabelecem com<br />
folhetins estrangeiros, como é o caso do Sinclair das Ilhas, um dos textos, segundo<br />
Cândido, mais difundidos no Brasil oitocentista 147 :<br />
“Exaustivo e sistemático levantamento permitiu a Raimundo de<br />
Magalhães Jr. mostrar que em grande quantidade de contos e<br />
romances de Machado praticamente o único livro lido por seus<br />
personagens é o Saint-Claire das Ilhas. (...) mas não se limita à obra<br />
de Machado a referência ao ‘velho romance’. (...) o Sencler das Ilhas<br />
também foi o primeiro romance que leu o narrador de Grande Sertão<br />
Veredas (...)” 148<br />
Marlyse Meyer divide a produção do romance-folhetim em três épocas: de 1836<br />
a 1850, com Eugéne Sue; de 1851 a 1871, com Ponson du Terrail; e de 1871 até 1914,<br />
com autores como Émile Richebourg e Xavier de Montépin. Chama-nos particular<br />
atenção a primeira, de 1836 a 1850, cujo protagonista é Eugene Sue e cuja narrativa faz<br />
referência a um aspecto importante da obra de Meyer: “a consciência social dos<br />
folhetinistas”. 149 Assim, Marlyse Meyer considera que o início do romance-folhetim<br />
“data da pós-revolução burguesa de julho de 1830, a qual coincide com o estouro do<br />
146 Ibidem.<br />
147 Idem Ibidem. p. 15<br />
148 Ibidem Ibidem. p. 24<br />
149 Ibidem Ibidem. p. 14<br />
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