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Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

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definidas serão as suas fronteiras, e menos acessível será ela à penetração por tendências<br />

exteriores de réplica e comentário.” 133<br />

Tais considerações acerca da tradução da obra de Saint-Hilaire se fazem<br />

possíveis em O <strong>Recreador</strong> <strong>Mineiro</strong>, uma vez que, na publicação de 1º de março de 1845,<br />

um artigo intitulado Traduções – Crítica Sobre Este Assumpto, nos permite perceber a<br />

consciência dos redatores com relação à importância da tradução enquanto veículo de<br />

interação entre duas linguagens e, conseqüentemente, entre suas ideologias:<br />

“Bem ponderou a celebre Baronesa de Stael,- que nenhum serviço<br />

mais eminente se podia tributar à Litteratura do que transferir de huma<br />

lingua extrangeira para o proprio idioma os Chefes de Obra do<br />

engenho humano; por que, sendo tão pouco numerosas as producções<br />

de primeira ordem, e o genio hum phenomeno tão raro, cada huma das<br />

nações modernas jamais passaria da indigencia se existisse reduzida á<br />

sua propria riqueza.( ...) ao mesmo tempo que a linguagem vertida, e<br />

escripta é mais proficuo, e proporcionado vehiculo, que transporta<br />

com rapidez a todas as classes os ricos thesouros, que jazião no<br />

idioma alheio. Não vos mortifique o vehiculo da doutrina, interesse-<br />

vos as vantagens de sua essencia; e se tanto vos apraz o progresso das<br />

luzes, como satyrisais tão barbaramente a seus propagadores? Qual<br />

seria o espectaculo do genio, e do talento visitando com seus<br />

productos os homens de todos os paizes sem o interprete de huma<br />

linguagem relativa?” 134<br />

Segundo Antonio Candido, talvez tenha sido Madame Staël, na França, “quem<br />

primeiro formulou e esboçou sistematicamente a verdade que (sic) a literatura é também<br />

132 SAINT-HILAIRE, Auguste de. Op.Cit. p.05.<br />

133 BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem.Tradução de Michel Lahaud e Iara Frateschi<br />

Vieira. São Paulo: Hucitec, 1995. p.153<br />

134 Traduções – Crítica Sobre Este Assumpto . In: O recreador <strong>Mineiro</strong>. 01/03/1845<br />

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