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Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

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naturalismo, assimilando a predominância do espírito científico sobre a concepção<br />

espiritualista. Prioriza-se, desse modo, o que é natural, acessível ao nosso<br />

conhecimento, tomando como incogitáveis as especulações sobrenaturais. Assim, o<br />

conhecimento se processa pelo uso da razão humana, que deve orientar-se unicamente<br />

pelo espírito científico, positivo, localizado no âmbito dos fatos e embasado nos<br />

métodos de experimentação objetiva, os quais obedecem a normas impessoais e<br />

procuram ser isentos de qualquer interpretação subjetiva. O próprio autor, no primeiro<br />

capítulo do livro aqui em questão, assume a postura naturalista, evidenciando a<br />

cognoscibilidade como forma necessária de aprendizado:<br />

“O gosto pela História Natural faz nascer o de viajar. Após ter<br />

estudado os objetos que o rodeiam , o observador sente a necessidade<br />

de examinar outros, e daí esse desejo ardente, que experimentam<br />

quase todos os naturalistas, de visitar regiões longínquas.” 131<br />

Uma vez que as observações de Saint-Hilaire partem daquilo que o circunda<br />

para aquilo que está distante de sua pátria, a citação acima evidencia, também, o caráter<br />

comparativo existente nos seus relatos. Esse caráter estende-se para além da sua pátria,<br />

enquanto parâmetro de comparação e, por diversas vezes, torna-se explícito. Quando,<br />

por exemplo, para caracterizar o tipo de construção das habitações brasileiras do<br />

período colonial o autor deixa transparecer o que é para ele exótico, a princípio, com<br />

relação às diferenças existentes entre França e Portugal. Assim, nota-se que as<br />

informações são filtradas pela ótica do autor através do seu conhecimento e julgamento<br />

acerca da cultura ibérica e que, para descrever genericamente a planta das habitações<br />

brasileiras, o autor evidencia aspectos culturais oriundos da colonização.<br />

131 Idem. P.17.<br />

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